"Mesmo considerando que estou a uns valentes 19 pontos de ser minimamente credível a matemática, fiz umas contas por alto e descobri que desde que iniciei a minha carreira de adepto do Glorioso, já festejei 15 vitórias do Benfica em Alvalade. Vi "comédia da boa" com o Beto a fazer um Celestino, vi daquelas caídas do céu como a "do" Sabry, sofrimentos sem necessidade quando Geovanni lá de longe, esfrangalhou uma equipa do Fernando Santos (que culminou em invasão de campo das sempre legais e bem comportadas claques lagartas), lembro-me de uma alegre digressão dos recém campeões em 1989, goleadas de prazer nos 4 do Souness e da temporada passada e tenho sempre presente no coração o Monumento em Alvalade de 1994.
Destro de uma lista tão diversa e gulosa, nunca contudo tive, como na sexta feira, aquela sensação que vou chamar de "Bayern de Munique a disputar a 1ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões na Luz": entrei para o jogo com receio histórico do derby, como nessa tarde bem expliquei a um salvador Lagarto (eternamente agradecido Zé), mas não precisei de mais de 45 minutos para me certificar que aquela gente nunca nos poderia ferir mortalmente. No máximo encarava a ténue hipótese de ser arranhado, mas sempre consciente que os "lerpavamos" logo que nos apetecesse. O primeiro tempo foi de tal forma revelador, que até os nossos jogadores se confundiram com tanta facilidade encontrada e a segunda parte apenas serviu para confirmar que nem com o Doumbia no lugar do Weigl saíamos dali sem os três pontos, deixando o adversário com uma errónea ideia de ter equilibrado a contenda, talvez apoiado na estatística da SportTV que ao intervalo obrigou o comentador de serviço a ler com embaraço "o Benfica teve... 1.... herrr... oportunidade...".
A história vai registar um dois a seco, mas quem viu sabe que há mais do que dois golos entre ambos os conjuntos, não sendo sequer necessário pegar na subjectividade da qualidade de jogo de cada um, nem lembrar que Odysseas está em Portugal há um ano e meio e já venceu mais Ligas Portuguesas do que todo o plantel sportinguista junto. Basta pegar na cábula das substituições: quando Bruno Lage quis acabar com o recreio verde e branco, lançou um internacional português, campeão europeu e da Liga das Nações, um internacional Suíço, melhor marcador da ultima Liga Portuguesa e um marroquino com pés de ouro e cabeça de batata destilada. Para conter o ímpeto vermelho e branco Silas agarrou-se ao Messi do Equador que joga nos Sub 23, ao Ibrahimovic de Alcochete craque dos Sub 23 e a Borja, que na selecção colombiana é um dos laterais esquerdos de Carlos Queiróz, com toda a carga histórica que tal condição acarreta a um derby."
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!