domingo, 29 de dezembro de 2019

A melodia das estrelas fraternais

"Do futebol conheci a pior das misérias, da vida desgraçada de gente caída do plinto das suas estátuas de barro à corrupção infame e nunca castigada. Do futebol conheci a alegria infinita das vitórias sempre efémeras e o consolo caloroso de afeições que ficarão eternas. Por dentro e por fora, tantos anos como jornalista, outros na lufa-lufa constante dos balneários como naquele tempo mágico da selecção nacional, de 2003 a 2006, quando Portugal fez o que nunca foi feito, com a final do Campeonato da Europa e a meia-final do Campeonato do Mundo, jogando de uma forma ofensiva e exuberante que jamais fez parte da filosofia das equipas que lhe sucederam, incluindo a que ganhou o título em França.
Há uma expressão que todos usamos, aqueles que fui conhecendo ao longo de mais de três décadas de convivência, e que se prende com uma realidade que exige confiança mútua e inquebrável: mano. É o sublinhar de uma fraternidade. Não me recordo de quando conheci Jesualdo Ferreira, que os amigos tratam por Manel. Talvez quando ele treinava a Académica, ainda na casa dos trintas. Estive a seu lado quando conquistou um dos troféus mais encantadores, o do Torneio de Toulon, com uns sub-21 que tinham Rui Costa e Jorge Costa, João Oliveira Pinto e Capucho, Nelson e Brassard, por exemplo, numa altura em que só A Bola e o Record mandaram enviados-especiais, com o saudoso Carlos Arsénio. Acompanhei-o como adjunto de Toni, no Benfica, no Sevilha, no Bordéus, encontrei-o no Qatar, deu uma entrevista a este jornal anunciando que chegara ao fim da carreira, vamos falando de vez em quando, sinto-me verdadeiramente feliz por o ver feliz e por saber que ainda terá uma carreira para lá do final que tinha estabelecido e o sentir mais vivo do que nunca.
Em Novembro de 1991 foi com um peso na alma que me dirigi ao Hospital da Cruz Vermelha para, à cabeceira do Rui Águas, falar com ele longamente sobre o momento negro de Kiev em que viu a perna quebrar-se como se fosse um ramo de árvore naquela que ele garante ter sido a pior noite da sua vida de futebolista.
Há um ano estive com o meu velho irmão bairradino Toni e com o seu filho, também António Oliveira, no Koweit, observando o seu trabalho no Kazma. Como não querer que a aventura que agora se rasga nos seus horizontes, no Santos que foi de Pelé, o melhor jogador que alguma vez vi, e de quem fiquei, mais tarde, igualmente amigo, se abra com a luminosidade de um final de tarde na praia de Embaré, em frente à Avenida Bartolomeu de Gusmão, o homem que sonhou com a Passarola? De certa forma vou com eles. Eu vou com os meus amigos para o fim de cada mundo, embalado, como dizia Goethe, pelo concurso melodioso das estrelas fraternais. São meus manos. Cabem sempre na largura interminável de um abraço companheiro."

A inquietação no futebol

"Uma das vitórias deste natal foi o comentário de um familiar quase dez anos mais jovem do que eu. Sendo anfitrião, calhou-me em sorte a organização de várias tarefas, entre elas a escolha da música de fundo enquanto a família convivia, comia e bebia. Depois de várias semanas a levar com Wham e Mariah Carey em tudo o que era local público, optei por poupar as pessoas a tamanho suplício e poucas foram as músicas seleccionadas que possam ser associadas a esta época do ano. A meio da noite, o tal jovem veio-me perguntar como se intitulava a música que acabara de tocar do Zé Mário Branco. Algo desorientado porque não esperava aquela pergunta vinda de onde veio, lá respondi que tínhamos acabado de ouvir "Canto dos Torna-viagem", do álbum "Resistir é vencer" ", e resolvi questionar o porquê da pergunta. "noutro dia, um amigo mostrou-me esta música e eu fiquei fascinado... Como é que eu nunca tinha ouvido falar deste cantor?"
As mortes de artistas que, por uma ou outra razão, desapareceram do radar comercial e mediático costumam ter este efeito: ganha-se novos seguidores e muitos redescobrem coisas que já tinham sido apagadas da memória.
Vem isto a propósito do centésimo vigésimo aniversário de um dos grandes clubes europeus, o AC Milan. Não, o clube não morreu mas vive dias complicados. Praticamente ao mesmo tempo que os rossoneri sopravam as velas, a sua equipa principal era derrotada e humilhada pela Atalanta, 5-0. Ver o AC Milan em 2019 é algo penoso, principalmente para quem se lembra bem, por exemplo, da última década do século XX e da primeira deste novo milénio.
Mas não é só o AC Milan que vive dias complicados. Não saindo da Europa, Arsenal, Saint-Étienne, Sporting CP ou Hamburgo, todos em graus diferentes, podem ser englobados num grupo de históricos do futebol europeu que passam por momentos menos bons comparando com tempos mais ou menos recentes. E são exemplos que nos servem para lembrar, diariamente, que o sucesso no futebol é bastante efémero e difícil de quantificar.
Sei que talvez insista demasiado nesta coisa da memória, de não deixar morrer certas narrativas e de resistir contra o imediatismo do quotidiano que nos rodeia. Mas eu gostava muito que os novos adeptos de futebol - ainda os há? - não se limitassem a ver uma notícia sobre uma derrota histórica do AC Milan em 2019 como apenas uma nota de rodapé. Que possamos perceber como o AC Milan chegou até aqui depois de Baresi, Baggio, Weah, Maldini, Boban, Kaká ou Shevchenko - e Sílvio Berlusconi, claro - , ao mesmo tempo que ficamos maravilhados com o trabalho de Gasperini e com Papu Gómez nas entrelinhas. O futebol tem que ser uma constante inquietação, porque se há sempre qualquer coisa que está aí para acontecer, haverá outras que nós também devemos perceber."

​O gesto

"Sporting Clube da Covilhã alinha com apenas oito jogadores para ficar em igualdade numérica com o adversário.

Do Interior deste país, quase sempre tão maltratado a todos os níveis, mas donde nos chegam com frequência coisas boas e notícias de verdadeiros actos de solidariedade, acabamos de ter conhecimento de um gesto a que certamente uma grande parte dos portugueses não teve acesso, mas que fica a constituir um exemplo edificante do que deve ser a solidariedade.
Vamos então à notícia: “Sporting Clube da Covilhã alinha com apenas oito jogadores para ficar em igualdade numérica com o adversário”. Sendo importante o título, convirá não deixar cair alguns importantes pormenores que se lhe seguem.
Pois bem: tratava-se de um jogo de juvenis a disputar entre os covilhanenses e a formação de Vila Velha de Rodão, a contar para a sexta jornada do Campeonato Distrital de Castelo Branco, no qual a equipa da localidade da margem do Tejo não pode contar com mais de oito jogadores, por dificuldades de ordem vária mas, sobretudo, derivadas de lesões e doenças.
Perante tão desagradável situação, o treinador serrano decidiu alinhar também com apenas oito atletas. E mais: porque um jogador de VVRodão se lesionou durante o jogo, o mesmo técnico fez sair um jogador da sua equipa para ficar igualmente com apenas sete.
Interessa pouco o desfecho deste curioso desafio, que até foi muito desnivelado e a favor do Sporting da Covilhã. Será mais importante acrescentar que foram assinaladas quatro faltas e não foi mostrado qualquer cartão. E dizer ainda que os treinadores destas duas equipas dão pelos nomes de José Rosa e João Inácio.
Neste tempo de Natal, em que a solidariedade anda de boca em boca, é importante revelar este gesto, grande gesto, que certamente vai cair no esquecimento sem merecer o destaque que realmente merece.
Não há prémios para gestos destes Senhora Federação Portuguesa de Futebol?
Do Interior veio, mais uma vez, um exemplo edificante…"

Entrar no mar e viver

"Dizem que Kahanamoku inventou o surf. Foi campeão olímpico de natação e rival de Tarzan, o homem-macaco

Kahanamoku tinha um ar pacífico mas não era bom de assoar. Aliás também era pacífico de nascença, mas aí geograficamente, se assim se pode dizer. Veio ao mundo na Hale’akala, depois rebatizada de Aikupika, hoje Arlington Hotel, uma estrutura de dois andares em coral-rosa situada em Honolulu, no Havai, local que forneceu à sociedade muitos proeminentes havaianos. 
Kahanamoku tinha um daqueles nomes que parecem saídos de um livro de Emilio Salgari, o Homero das selvas e cimitarras, pai de Sandokan, o Tigre da Malásia, senhor da ilha de Mompracem: Duke Paoa Kahinu Mokoe Hulikohola Kahanamoku. Ora, um fulano que tem apelidos que chegam para encher meia lista telefónica parece destinado ao mau feitio. O Duke até fica ali meio deslocado, mas era vício de família. Ganhou-o do pai, Duke Halapu, que por sua vez foi assim baptizado pelo bispo Bernice Pauahi em honra do príncipe Alfredo, duque de Edimburgo, quarto filho da rainha Victoria. 
Durante a II Grande Guerra, Duke filho serviu na Polícia Militar. Apesar de estar longe das trincheiras, a mostarda subia-lhe ao nariz com frequência e não era, certamente, em forma de gás. Envolveu-se numa tranquibérnia com um desenhador naval chamado Lloyd Duncan, acusou-o de agredir dois soldados e, invocando a lei marcial imposta no Havai após o ataque a Pearl Harbor, levou-o a tribunal militar e espetou com o insurrecto numa masmorra. Duncan levou o caso ao Supremo Tribunal dos Estados e ganhou. Kahanamoku nunca digeriu a afronta. Ficou-lhe a pesar no estômago como mostarda de Dijon.
Duke jr. era de boas famílias havaianas. Um ohana, gente finíssima. Nunca lhe faltou dinheiro nem tempo livre. Tornou-se um beach boy. Se ainda fosse vivo, Patxi Andion poderia cantar em sua honra: «Sólo él tiene el derecho/de tutearle a la mar
le parieron mar adentro
y se le quedó la sal
lamiéndole los orígenes...».
Mas Patxi Andion acabou de morrer e Kahanamoku caíu no fosso escuro do olvido. Podia ter sido parido no mar, tão irmão foi das ondas. Hoje dizem que criou o surf moderno ao entrar pelas vagas com uma prancha que pesava mais de 50 quilos, cavalgando os picos brancos de espuma como daquela vez em Waikiki, em 1917, equilibrando-se durante três quilómetros no oco do mar, de Castles a Queen’s. Depois, conta a lenda, desembarcou na areia e, para divertir a gente que se juntara para o ver, fez o pino. Era um homem ao contrário.
Duke pai ensinou Kahanamoku a nadar com uma frase: «Entra no mar e sobrevive». Duke filho tornou-se amante da senhora das águas. Cresceu até ao metro e oitenta e cinco e a natureza forneceu-lhe pés e mãos enormes como barbatanas. Em 1912, em Estocolmo, ganhou a medalha de ouro dos 100 metros livres e bateu o recorde do mundo. Em seguida, foi prata nos 200 metros da mesma categoria. A sua tez de ébano reflectia o azul-cloro das piscinas e devolvia-lhe o céu impávido da baía de Honolulu.
Duke continuou pela vida fora a ser um vencedor. Nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, em 1920, voltou a ser ouro nos 100 metros livres e na estafeta da mesma distância. O seu maior rival era havaiano como ele, Pua Kelahoa, o único com coragem suficiente para nadar sozinho os 33 quilómetros que separavam as ilhas de Molokai e Oahu. Quatro anos mais tarde, nos Jogos de Paris, Kahanamoku tinha 34 anos. Ao seu lado, no momento do tiro de partida para mais uma prova de 100 metros livres, estava o seu irmão, Samuel. E, em contraste com o ar ensolarado de ambos os filhos do mar, a brancura de um gigante austro-húngaro chamado János Weissmüller.
Duke foi batido por Tarzan. O homem-macaco já lhe tinha tirado o recorde do mundo, percorrendo a distância em 58.6 segundos, e agora tirava-lhe o ouro. Os irmãos Kahanamoku regressaram às ilhas com prata e bronze e devolveram-se ao oceano. Desta vez para sempre.
Hollywood deixou-se fascinar por John Weissmuller, mas não esqueceu Duke Kahamoku. Davam-lhe papéis à medida, de chefe indígena a pirata, tornou-se amigo de Charlie Chaplin e Paulette Goddard, mas nunca lhe deram dinheiro. Longe de casa, trabalhou como gasolineiro e estivador. Contracenou com Henry Fonda e Jack Lemon no filme Mr. Roberts, de John Ford.
Mr. Roberts é um tenente da marinha mercante que faz os impossíveis para que o enviem para o Pacífico lutar contra os japoneses. O papel de Duke foi tão insignificante que aproveitou o chamado do Pacífico para regressar definitivamente a casa. A tempo de, numa noite de tempestade, com a sua prancha, salvar 12 dos 17 tripulantes de um barco de pesca que se afundou ao largo de Honolulu. Dizia: «O mar vai ensinar-te tudo aquilo que precisas de saber».
Depois, ergueram-lhe uma estátua em Waikiki. Diz quem a vê que nunca Kahanamoku esteve tão desoladamente parado."

Autarquias versus Educação!

"O Ministério da Educação já está a preparar a formação de autarcas que vão ter responsabilidades neste sector, de modo a não haver sobressaltos com a transferência da Educação para as Câmaras Municipais.

Eram dois irmãos nascidos e criados no Distrito de Coimbra, um foi para professor, profissão que sempre quis abraçar, desde criança, o outro foi empresário de sucesso, na sua terra, e criou fama, o que o levou a concorrer a Presidente da Câmara local, já que tinha grandes apoios do meio empresarial, e dos negócios locais. Ganhou a Câmara!
De um dia para o outro foi confrontado com o problema mais sério da vida dele, segundo confessou a amigos íntimos. Não percebia nada da problemática da Educação, foi sempre gestor e homem de negócios, e de repente vê-se no papel de responsável pela Educação, do seu Concelho, depois da aprovação na Assembleia da República da transferência da Educação, nas Escolas Públicas, para as Autarquias. Era a aplicação do projecto de descentralização, que iria abrir caminho à regionalização, única forma de salvar a coesão social do País, e de tornar mais iguais os portugueses, independentemente da zona onde vivem. Claro que o objectivo imediato era salvaguardar e evitar a desertificação do Interior, com a emigração dos jovens que ali nunca teriam futuro, nem possibilidade de emprego e de constituir família.
É de facto um projecto interessante, justo, racional, lógico, desafiante e a única maneira de salvaguardar a unidade da Nação, ou seja, a coesão, a comunhão e orgulho de um passado comum, de um presente comum, e de projectos comuns, para o futuro, como Renan nos ensinou.
É tão justo e lógico que ninguém pode estar em desacordo!
Então o que fez o presidente da Câmara local? Começou por nomear o irmão como seu assessor para o novo pelouro da Câmara, a Educação, e enviou dois autarcas para Lisboa, para frequentarem o novo curso que o Ministério da Educação já está a preparar, para formar os autarcas que vão ter responsabilidades, neste sector, de modo a não haver sobressaltos com a transferência da Educação para as Câmaras Municipais, e tudo isto com o apoio da “C.N.E.” como fruto da antecipação para os problemas futuros, como sempre foi seu apanágio, já que tinha chamado a atenção para esta necessidade muito antes da ideia ter surgido. 
Como disse Max Cunha, governar é antecipar o futuro.
Na qualidade de ex-docente, durante várias décadas, no Ensino Superior, e não só, e ainda como sociólogo, regozijamo-nos com toda esta coordenação que antecipou soluções e evitou, com certeza, desarticulação, desnorte, resistências e até “sabotagens”, como é normal, quando surge qualquer projecto educativo, com mudança de tutela, que, por sua vez, exige mudança de atitude mental, com espírito aberto de colaboração e de entreajuda, com todos, e não só, como até agora, só com alguns. 
Esta transferência, quanto a nós, é muito positiva, porque despartidariza a Educação Nacional, que deixa de estar nas mãos de um só partido e passa a ser plural e, verdadeiramente, democrática.
Este é o nosso contributo para a questão presente e é uma pequena contribuição, pelo muito que recebemos do Estado.

P.S. – Este artigo é pura ficção, pois nada disto existe na realidade..."

Habilidades não são Habilitações

"A melhor forma que encontrei de vos explicar o meu ponto de vista sobre o caso Rúben Amorim foi este.
Mas antes, ponto prévio.
Gosto do Rúben.
É da minha geração e fez parte de uma equipa onde joguei apesar de não termos coincidido na mesma.
Nada me move contra, nem tenho nenhuma antipatia.
Auguro-lhe um belíssimo futuro pois foi dos jogadores mais inteligentes que conheci.
Agora vamos ao que interessa.
Eu não tinha carta de pesados de passageiros.
Tirei a minha carta no Barreiro.
Fui e vim vezes sem conta.
Matei-me a estudar um Livro de Mecânica que parecia uma Bíblia de Ferramentas.
Depois fiz um exame.
Paguei quase 1000 euros por esta brincadeira.
A seguir disseram-me que não era o suficiente.
E tive que tirar o Certificado de Aptidão De Motorista.
A formação mais perto e disponível era em Lisboa.
Lá fui eu.
130 horas fechado numa sala a ouvir regras de trânsito e legislação.
Fiquei apto para conduzir e para ser Advogado se quisesse.
Banalidades e curiosidades, e mais um exame.
Fora as deslocações, a alimentação e as estadias.
E mais 1000 euros.
Estava terminado.
Achava eu.
É que depois soube que para andar com crianças nos autocarros tinha que tirar outra formação.
TCC.
Mais uma semana.
Mais documentos pagos.
Mais deslocações.
Mais 500 euros.
Não façam contas que eu desisti de as fazer.
Portanto.
Eu tive que me certificar e formar para conduzir carrinhas que têm mais de 9 lugares.
Que são milimetricamente menores que alguns veículos que até então eu podia dirigir.
Mas, sem estar certificado, não posso.
Ainda que tenha carta desde os 18 e nunca tenha batido.
E que tenha montes de experiência e viagens acumuladas.
Ainda assim.
Mesmo que não me levante do banco do condutor.
Mesmo que ao meu lado tenha gente encartada e cheia de experiência.
Não podia conduzir e ponto.
Não é permitido e não podia estar no lugar do condutor.
Agora Silas.
Silas também está no mesmo processo.
Disse que não trocava a carreira que teve por nenhum curso.
De acordo.
Entendo onde quer chegar.
Em parte até concordo.
Eu também não trocava a minha sabedoria ganha em balneários e estádios por nenhuma outra ganha em salas de aula.
Mas percebo que ambas sejam muito importantes.
E que uma não se sobrepõe à outra.
Porque por esta ordem de ideias.
Cristiano Ronaldo pode tirar o lugar a Silas.
Mesmo que não tenha sequer o primeiro nível.
Resumindo.
Temos que mudar a lei.
Não contornar a lei.
Parece o mesmo, mas não é.
É impensável que os quatro níveis demorem 10 anos para serem adquiridos.
Nenhuma licenciatura demora tanto.
A menos que sejam burros como eu.
É preciso valorizar as competências de quem fez uma vida inteira no futebol.
E não desvalorizar quem nunca deu um pontapé numa bola.
Rúben Amorim e Silas têm tudo para ser grandes treinadores de futebol.
Menos os Cursos.
O tempo dirá se têm o mais importante.
Até para não caírmos no erro de misturarmos as coisas.
Porque Habilidade não são Habilitações."

Ser ou não ser treinador

"Mais uma vez, a Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF) veio a público criticar de forma violenta a escolha de um treinador sem qualificações para treinar na Liga NOS. O alvo foi Rúben Amorim e o Sp. Braga – como antes tinham sido Silas e o Sporting – levantando de novo várias questões de fundo sobre as quais o país futebolístico tem assobiado para o lado.
Há uma lei e, por princípio, tem de ser cumprida. Se a lei (e o regulamento) exige determinada qualificação para que um profissional possa desempenhar uma actividade, então não há nenhuma razão para que os treinadores de futebol vivam num mundo à parte. Aí, a posição da ANTF não pode ser criticada. Mas quem anda no meio também sabe como é difícil aceder aos cursos para treinadores de futebol. São abertas poucas vagas e há vários requisitos obrigatórios, o que torna muito restrito o número de treinadores formados todos os anos. E é impossível não deixar de constatar que são os técnicos que tiraram o curso há mais tempo, quando a exigência era bem menor, que mais apontam o dedo aos que furam na Liga NOS sem o respectivo curso.
Não é um tema de resolução fácil e nunca será consensual, mas fingir que não temos um problema não pode ser a solução."

Vitória em Guimarães...

Guimarães 83 - 90 Benfica
21-19, 18-22, 20-22, 24-27

Não foi fácil, acabamos por nunca conseguir 'aguentar' as várias 'boas' vantagens que fomos conseguindo 'abrir'! Mas no final, vencemos...
Mesmo com alguns pontuadores a 'branco'!!!