segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Diferenças premonitórias?

"O que nos foi permitido ver na décima jornada da primeira Liga portuguesa pode ter deixado um aviso aos menos atentos e ou aos mais dados a fezadas, que é coisa muito corrente no futebol.

E esse aviso chegou-nos da boa exibição do Benfica frente ao Rio Ave e, por contraste, à escassez de produção de portistas, sportinguistas, bracarenses, e até vitorianos.
No estádio da Luz, a equipa de Bruno Lage não autorizou mais do que vinte minutos de bom futebol e de domínio do jogo à excelente e bem comandada formação dos vilacondenses.
À procura da formação ideal para afrontar os compromissos que se seguem, Bruno Lage parece ter encontrado a solução para esse problema, o que nos leva a crer que Chiquinho e Vinicius podem ter pegado de estaca, deixando em lista de espera os concorrentes mais directos para essa posição. E, nos demais lugares, a arrumação também dá indicações de estar no bom caminho.
Enquanto os benfiquistas somam e seguem, os portistas também somam, é verdade, mas as dificuldades que lhes têm sido difíceis de ultrapassar permitem perceber que o futuro poderá vir a trazer alguma insegurança.
Já quanto aos leões, não somam nem seguem. Ou melhor, seguem, mas acumulando problemas de consequências por enquanto imprevisíveis. Silas continua a não “encontrar a chave da casa”, mas não por sua culpa exclusiva, porque, de facto, com os jogadores de que dispõe (uma boa parte sem classe para vestir a camisola do leão), não pode encontrar condições que lhe permitam encarar o futuro tranquilamente.
E, como se não bastasse, o Sporting de Braga também prossegue uma caminhada muito irregular, que ficou à vista, uma vez mais, após o empate consentido ontem na Pedreira frente ao seu vizinho Famalicão. Com a Liga Europa pelo meio, os bracarenses vão ter à sua frente novo rubicão daqui por uma semana no estádio do seu arqui-rival Vitória de Guimarães que, entretanto, não foi capaz de ir além de um empate em Moreira de Cónegos.
Há já diferenças visíveis no primeiro terço do campeonato? Claro que há. O que falta saber é se serão ou não consolidadas pelos protagonistas no futuro que se segue."

Estas campanhas promovem o racismo

"Os clubes compram jogadores não pela cor da pele mas por serem bons. Os adeptos gostam mais ou menos de um jogador não em função da cor da pele mas da sua qualidade. A prova é que as grandes equipas europeias estão cheias de negros. E não consta que um treinador tenha preferido um jogador a outro por ser branco ou negro.

Hoje, com alguma regularidade, há multas a clubes por comportamentos “racistas” dos seus adeptos. Às vezes são cânticos, outras vezes dizem respeito a insultos a um jogador. Recordo o episódio de um adepto que atirou uma banana ao jogador Dani Alves – facto que se tornou um escândalo mundial. 
Recentemente, uma brincadeira de Bernardo Silva com um amigo negro, comparando uma foto do amigo em criança a um boneco, transformou-se num caso gravíssimo, com inquéritos ao mais alto nível e ameaças de suspensões e multas. Não serviu de nada os envolvidos dizerem que era uma brincadeira entre amigos: o crime era público e portanto tinha de ser levado às últimas consequências.
Este fundamentalismo antirracista vai acabar mal.
Já o tinha escrito há uns anos a propósito das campanhas da UEFA com faixas no campo e braçadeiras nos jogadores dizendo “não ao racismo”. Estranho que os seus promotores não percebam o lado perverso destas campanhas. Os racistas não deixarão de ser racistas por causa desses apelos; e os que nunca pensaram muito nisso podem reagir negativamente.
O processo a Bernardo Silva teve, aliás, esse efeito. Muita gente que não é racista indignou-se com a perseguição ao jogador e, não passando a ser racista, colocou-se pelo menos contra os fundamentalistas do antirracismo. Ficou a detestá-los. Estão nesse caso todos os adeptos do seu actual clube, o Manchester City, que são muitos, e mais os portugueses que mantêm carinho pelo jogador e são muitíssimos.
Aliás, todas as campanhas ideológicas têm este problema. São inúteis em relação aos convencidos, acicatam os que tem posições contrárias e despertam para o tema muitos que até aí não o estavam, acordando demónios adormecidos.
Refira-se que o futebol é um dos sectores onde o racismo nunca foi problema. Os clubes compram jogadores não pela cor da pele mas por serem bons. Os adeptos gostam mais ou menos de um jogador não em função da cor da pele mas da sua qualidade. A prova é que as grandes equipas europeias estão cheias de negros. E não consta que um treinador tenha preferido um jogador a outro por ser branco ou negro.
Para os adeptos do Benfica o jogador mais adorado ainda será Eusébio – e ninguém se importa se era branco ou preto.
A selecção inglesa, de um país de gente loura e branquinha, está cheia de jogadores negros. A selecção francesa já foi constituída por dez jogadores negros e um branco (o guarda-redes). E ninguém levantou qualquer problema por isso.
Os problemas estão a ser levantados pelos fundamentalistas antirracismo. Esses é que estão com as suas campanhas a atiçar a questão. Com as multas aos clubes, com os inquéritos a Bernardo Silva e quejandos, estão a atirar para as fileiras racistas muitos indiferentes.
É preciso dizê-lo claramente: as campanhas antirracistas estão a promover activamente o racismo."

A Geração de 99 está aí e quer dançar, mas precisa de palco

"Em Portugal há um grupo de jogadores que já mostraram (duas vezes) que são os melhores da Europa da sua idade. Mas isso parece não chegar. O nível da Liga não tem encantado - que equipa da nossa Liga é fantástica, no momento? - mas aparentemente é alto demais para que estes jovens tenham oportunidades. Esta é a história de Francisco Trincão, Diogo Leite, Jota e muitos outros. De 99 e não só

Mais de um ano depois da conquista do segundo Europeu por parte da ‘Geração de 99’ – primeiro, no Azerbaijão, Portugal foi campeão da Europa de Sub-17; dois anos mais tarde, em Espanha, sagrou-se vencedor do Europeu de Sub-19 – e volvidas 10 jornadas da Liga NOS, encontramo-nos na altura ideal para realizar o primeiro balanço sobre a aposta (ou falta dela) neste grupo de jovens que superaram nas finais a Espanha de Brahim Diaz e a Itália de Moise Kean e Nicolò Zaniolo. Coisa pouca, portanto.
Dos 29 jogadores envolvidos nas fases finais dessas duas conquistas (que deram origem à reportagem do Canal 11 intitulada "Geração de 99:"Dançar ao som da história"), praticamente ninguém se encontra a jogar com regularidade na Liga NOS.
Florentino Luís, no Benfica, é a única excepção, à qual Miguel Luís, no Sporting, se tem juntado, embora a situação deste segundo seja ainda muito dúbia. Os outros 27 ou estão no banco… ou no estrangeiro.


Rafael Leão, Thierry Correia, Rúben Vinagre, Domingos Quina ou João Virgínia são alguns dos que já partiram, em contextos diferentes, mas que têm em comum o facto de, neste momento, já nenhum contribuir para o "Futebol com Talento" que a Liga Portugal usa como slogan para vender as competições nacionais. As motivações terão sido diversas, mas a nenhum terá sido alheio o facto de por cá a qualidade raramente vir antes da idade nos critérios de selecção presentes nos clubes.
João Félix, da mesma geração, também saiu, mas esse fê-lo pela porta grande, após brilhar nos palcos portugueses.
Jota e Francisco Trincão, melhores marcadores do Euro de Sub-19, e Diogo Leite, central azul e branco, são porventura três dos mais claros casos daquilo que José Saramago falava em ‘O ensaio sobre a cegueira’ quando escreveu, de forma tão simples quanto certeira, “o medo cega”.
Aliado a estes três, todos envolvidos nas selecções jovens de Portugal, também Daniel Bragança, por alguma razão desconhecida afastado do grupo que conquistou a Europa por duas vezes, é um exemplo gritante do medo que há em Portugal de apostar… no talento. Curiosamente, ou não, falamos de 4 jogadores dos 4 maiores clubes portugueses.
Jota leva 188 minutos de competição (e apenas 58 na Liga, onde foi essencial ao fazer a assistência para o golo de Seferovic aos 90’, contra o Moreirense, que deu a vitória aos encarnados), Francisco Trincão tem 230, sendo somente 92 deles no campeonato, e Diogo Leite, que ainda não se estreou esta época na Liga, tem 180 minutos pelos dragões.
Daniel Bragança, esse, nem sequer ficou na equipa principal do Sporting CP, brilhando na Liga Pro, ao serviço do Estoril, onde foi considerado o melhor jogador da prova no mês de Setembro e já conta com 3 golos marcados em 7 jogos.
Além destes, de 99, há vários outros, ligeiramente mais jovens (e também alguns um pouco mais velhos), que estão aí a chegar e vão reclamar o lugar que o seu talento merece. André Almeida, no Vitória de Guimarães e de 2000, tem mostrado que não há por que ter medo da juventude nem da inexperiência desde que a qualidade esteja lá. Ivo Vieira, o treinador, já lhe concedeu 557 minutos e ele tem correspondido. Erra, como os outros que somam anos e anos de carreira, mas dá mais do que aqueles que levando mais tempo nos relvados, nunca tiveram (nem terão) a qualidade dele.
No minuto 2’49 da reportagem partilhada no início deste artigo, Jota resume o estado de espírito de uma geração que quer danç… jogar, mas não tem palco. “Nós queremos é jogar, jogar e jogar e estamos ansiosos por chegar lá e mostrar tudo aquilo que valemos”."

Jorge Jesus é nosso

"Já estão a pensar nele para a selecção brasileira e até como presidente do Brasil. Mas nós, do Flamengo, não queremos saber disso.

Jorge Jesus, o treinador que Portugal mandou há tão pouco tempo para o Flamengo, já se entronizou de tal forma no coração dos brasileiros que, se quisesse candidatar-se hoje a presidente do Brasil, seria capaz de eleger-se. Não que lhe desejemos tamanha desgraça. Isto é apenas para dizer a que ponto chegou sua popularidade e o grau de admiração que tem despertado aqui. Os quarenta milhões de adeptos do Flamengo - que votariam unanimemente nele - talvez não fossem suficientes para torná-lo vitorioso no pleito. Mas Jorge Jesus está empolgando tanto, até mesmo os aficionados dos outros clubes - Fluminense, Botafogo, Vasco, Palmeiras, Corinthians, Santos, Internacional, Cruzeiro, enfim, os outros -, que até eles votariam nele.
Os números que Jorge Jesus tem conseguido entre nós são acachapantes. Sob o seu comando, o Flamengo está disputando duas terríveis competições, o Campeonato Brasileiro e a Taça Libertadores da América, e com todas as possibilidades de vencê-las. Os amigos portugueses talvez não tenham ideia das dificuldades apresentadas por elas.
Como os campeonatos europeus, o Brasileiro é disputado por 20 clubes. Mas, destes, pelo menos dez, e não apenas dois ou três, se revezam anualmente na disputa pelo título. Todos têm 80 anos de tradição, estádios enormes, grandes torcidas e tornam difícil qualquer jogo em seus domínios. Além disso, entre um jogo e outro, há as distâncias, continentais, e as viagens, de horas e horas. Joga-se às quartas e quintas-feiras e aos sábados e domingos - nunca na mesma cidade duas vezes seguidas. Quase não há tempo para treinar. Jorge Jesus está impressionado com a dificuldade deste campeonato e pensa que ele deveria ser mais conhecido na Europa. "É apaixonante", disse.
Pois é deste campeonato que o Flamengo de Jorge Jesus já é o virtual campeão. Quando ele chegou ao Rio, há menos de quatro meses, o Flamengo estava em terceiro ou quarto lugar, a oito pontos do líder, que era o Palmeiras. Seguiram-se 19 partidas - sem contar a que se terá jogado no meio desta semana. Delas, o Flamengo venceu 16, empatou duas e perdeu apenas uma. Fez 50 pontos, num aproveitamento de 87,7%. Não apenas ultrapassou o Palmeiras e assumiu a liderança como tem agora 10 - dez! - pontos de vantagem sobre ele. Faltando dez partidas para o fim do campeonato, e mantendo o actual nível de aproveitamento, o Flamengo poderá ser campeão daqui a quatro ou cinco partidas.
Já a Taça Libertadores da América é o nosso torneio continental, equivalente à Champions League. Equivalente em formato, claro, porque não há comparação entre as duas competições. Nenhum clube brasileiro, argentino, uruguaio ou chileno se iguala em riqueza, estrutura, jogadores ou no que for aos principais clubes europeus. Apesar disso, talvez a Libertadores seja mais difícil do que a Champions. Esta é disputada em estádios-modelo, relvados aparados com tesourinhas e diante de plateias que se comportam como na ópera.
A Libertadores se dá, muitas vezes, em estádios-ratoeira, relvados cheios de crateras e contra públicos ferozes que soltam fogos diante do hotel do clube visitante, impedindo seus jogadores de dormir, ameaçam os árbitros de agressão e atiram latas de cerveja nos adversários em campo. Alguns jogos, contra os clubes da Bolívia ou do Equador, são disputados a quase quatro mil metros de altitude - seria interessante ver o Barcelona ou o Liverpool tentando jogar futebol e respirar ao mesmo tempo, a partir dos 20 minutos da primeira parte. Além disso, o Brasil é historicamente prejudicado na Libertadores por ser o único país que não fala espanhol - e os árbitros são, na maioria dos jogos, cucarachos.
Notar também que jogadores como Neymar, Gabriel Jesus, Richarlison, Casemiro e Philippe Coutinho, hoje famosos porque actuam na Europa, um dia já disputaram a Libertadores por seus clubes brasileiros, assim como os uruguaios Suárez e Cavani e os argentinos Di María e Agüero. Sem falar nos grandes nomes do passado. Apenas entre os brasileiros, Ronaldinho Gaúcho, Cacá, Rivaldo, Romário, Mozer, Zico e - pode acreditar? - Pelé. Todos se adestraram na Libertadores.
Pois é desta competição que o Flamengo de Jorge Jesus se tornou finalista na semana passada, enfrentando na segunda e decisiva partida da semifinal o Grêmio - por acaso, outro clube brasileiro, mas com longa experiência na Libertadores e três vezes seu campeão. Para surpresa de muitos, excepto, talvez, de Jorge Jesus, o Flamengo sapecou 5-0 no seu adversário e qualificou-se para disputar a finalíssima em meados de Novembro contra o River Plate, da Argentina - este, já sete vezes campeão da Libertadores. Para o registo, o Flamengo até hoje só a venceu uma vez, em 1981, numa equipa que tinha Zico, Junior, Leandro, Mozer, Adílio, Tita, Nunes e outros craques. Pois, mesmo com eles, o Flamengo não conseguiu repetir a façanha nos anos seguintes.
Jorge Jesus não está apenas levando o Flamengo a grandes vitórias. O que está encantando o país é o seu modo de fazer o Flamengo jogar - ofensivo, lutador, plástico, malabarista, tecendo obras de arte com a bola e fazendo golos em todos os estilos. É o futebol-espectáculo, com a típica criatividade do jogador brasileiro, mas sob o comando táctico de um português. Até agora, tem sido um casamento perfeito. Duas vezes por semana, quase 60 mil espectadores lotam os estádios para ver o Flamengo dar esse espectáculo. Os que não podem comparecer, por morarem em outras cidades, postam-se aos milhões diante da televisão.
Já se fala em Jorge Jesus para dirigir a selecção brasileira, no lugar do arrogante, presunçoso e ultrapassado Tite. Fala-se até em como o Brasil deveria ser governado à maneira de Jorge Jesus. Mas nós, os adeptos do Flamengo, não queremos saber disso. Jorge Jesus é nosso e, como se diz no Brasil, ninguém tasca."

"Representa o Portugal rude e arcaico"

"Um fadista no banco de reservas. Sempre vestido de preto dos pés à cabeça, uma homenagem à sua amada mãe, Jorge Jesus costumava acompanhar o jogo sentado perto da linha lateral. A sua voz rouca de ex-fumante ecoava pelas arquibancadas dos estádios moribundos que frequentava.
Durante muito anos, o hoje técnico do Flamengo era apenas um treinador iconoclasta acostumado a baldear entre times pequenos, entre eles o Belenenses, um clube de bairro escondido atrás do Mosteiro dos Jerónimos, onde repousa Luís de Camões, outro grande poeta português.
Com a sua crista prateada e o seu jeito de taxista da Baixa lisboeta, Jesus destoa no universo do cada vez mais formatado e regulamentado do futebol mundial. Avesso a redes sociais, estranho quando sai na capa das revistas dos famosos, Jesus é um dos últimos representantes do Portugal rude e arcaico das casas em ruínas, do vinho tinto pesado e das tascas gordurosas, abandonado por uma nova geração de consumidores de Airbnb, latte e poke bowls.
Ícone desse Portugal limpinho e cheiroso, globalizado e elitista, José Mourinho passou pelos melhores clubes do mundo até ser relegado ao papel ingrato de anti-herói de outra figura do futebol pós-moderno, Pep Guardiola. Metrossexual poliglota, frequentador das galas filantrópicas e sócio de empresas de offshore, Mourinho anunciou recentemente que estava aprendendo a sua sexta língua, o alemão, com se estivesse se preparando para vencer o Nobel de economia.
Enquanto isso, Jesus ainda luta para pronunciar corretamente "I love you". Se Mourinho é o herdeiro de Cesar Luis Menotti, o sofisticado argentino de terno bem cortado e palavreado refinado, Jesus é o sucessor dos apaixonantes e erráticos Zdenek Zeman e Marcelo Bielsa, pouco preocupados com a imagem pública e obsessivamente dedicados ao jogo.
A ascensão de Jesus, o proletário, começou tarde. Em 2010, ele era apenas mais uma vítima do capitalismo selvagem português. Nesse ano, ele declarou, atónito, na porta da sede do recém-falido Banco Privado Português, que tinha perdido todas as suas economias. A tragédia o levou para União de Leiria, Belenenses e Sporting de Braga, de onde foi promovido para técnico do mítico Benfica. Fez história conquistando mais títulos do que o lendário Otto Glória, mas nunca perdeu a fama de azarado.
Entre benfiquistas, ele continua sendo lembrado pelo famoso "minuto 92", quando se ajoelhou no Estádio do Dragão depois de um golo fatal no último jogo do campeonato e pela "tragédia de Turim" - a perda de uma taça europeia para o Sevilla, após um triunfo épico contra a poderosa Juventus nas semifinais. Mourinho é o vencedor mal-amado, enquanto Jesus é o derrotado adorado.
Agora tudo pode mudar. Nas próximas semanas, ele terá a oportunidade de provar que os grandes portugueses só realizam o seu destino quando desembarcam no Atlântico Sul. Chegou a hora de Jesus viver a sua Grande Noite."

O desporto como ciência humana

"A centragem, no positivismo das ciências Empírico-Formais, de uma licenciatura em Desporto não me parece correto. Como detesto prestar-me a confusões, começo já por afirmar que o Desporto é, para mim, um dos aspectos da Motricidade Humana, quero eu dizer: do movimento intencional e solidário da transcendência e, como tal, só deverá teorizar-se e praticar-se, no âmbito das Ciências Hermenêutico-Humanas (ou Sociais e Humanas). O Desporto não é uma Ciência da Natureza, mas uma Ciência Humana e portanto com a metodologia peculiar de todas as Ciências Humanas. Uma séria e bem fundamentada formulação de um problema desportivo exige a mostração dos resultados da “práxis” desportiva, da filosofia que os norteia e da circunstância que os condiciona. E o que estuda qualquer ciência humana? Se bem penso (e aqui estou bem acompanhado): qualquer ciência humana estuda a “condição humana”. Embora cada uma destas ciências, com o seu objecto de estudo próprio, intransferível. Como adverte um dos pioneiros, em Portugal, destes assuntos, o Prof. Adérito Sedas Nunes, nas suas questões preliminares sobre as Ciências Sociais, livro editado pela Presença: “Toda a ciência, seja qual for, só está propriamente constituída como tal, isto é,, como corpo de conhecimento e de resultados, a partir do momento em que seja possível afirmar que o sistema de produção que a produz já construiu o seu próprio objeto científico” (p. 33). Ora, o objeto científico do Desporto é, em primeiro do mais, o ser humano num tipo de movimento intencional e solidário, onde há jogo, agonismo, instituição e projecto. É evidente que, para uma visão nova do Desporto, bem é que o Desporto se transforme numa “organização aprendente”, direi mesmo, com fria objectividade, uma organização que saiba que a história das ciências não é apenas linear e cumulativa mas, de quando em vez, com uma “filosofia do não”, que chega a materializar-se em “cortes epistemológicos”. Ou seja, a história das ciências é contínua e descontínua.
Privados de aparato conceptual e histórico, incapazes de uma crítica ao saber que lhes foi transmitido, encontram-se “lentes”, na Universidade, com o culto abusivo da repetição, contaminados por uma “filosofia espontânea” que, como se sabe, é menos ciência do que ausência de actualizada informação. Lembram-se os meus fiéis leitores da Terceira Vaga, de Toffler, com a caracterização da Terceira Vaga (Revolução Informacional), que se seguiu à Agrícola (Primeira Vaga) e à Industrial (Segunda Vaga). E ainda acentuando as descontinuidades inerentes a qualquer mudança de paradigma. Na Educação Física e no Desporto, onde reinava uma “cultura epistémica” cartesiana e positivista e mecanicista portanto, logo se rejeitou (e, em largos sectores, rejeita ainda) um corte epistemológico. E, pior ainda, deixou de estudar-se epistemologia, assim se ignorando sobranceiramente, a “migração conceptual”, típica de uma Sociedade Informacional. Esqueço as palavras desalinhadas e febris de alguns que têm nos olhos espessas aranhas de conservadores pouco informados e passo a apresentar o que supõe a motricidade humana:
1. Uma visão sistémica do ser humano (que o mesmo é dizer: em termos de relação e de integração). Até ao século XX, segundo Peter M. Senge, no seu The Fifth Discipline, à concepção de Homem presidia o conceito de Homem-Máquina, e depois o de Homem-Orgânico e, por fim, o de Homem-Sistémico. Hoje, é o Homem-Aprendiz o que melhor pode retratar o sujeito de uma “organização aprendente”. Mesmo não pondo de lado Peter Senge, continuo com a minha visão sistémica do ser humano, onde o Homem-Aprendiz cabe também perfeitamente.
2. A existência de um ser não especializado e carenciado, aberto ao mundo, aos outros e ao Absoluto. “O homem excede infinitamente o homem”, de Pascal, dá bem a medida do dinamismo de transcendência que o habita.
3. E, porque aberto ao mundo, aos outros e ao Absoluto, e deles carente, um ser práxico, procurando, pelo trabalho e pela imaginação e principalmente pelo amor, encontrar e produzir o que lhe dá vivência e plenitude. “O homem é um processo. Precisamente o processo dos seus actos”, disse-o António Gramsci, na sua Concepção Dialéctica da História. Mas os seus actos, porque são protagonizados por um ser incondicionado, podem transformar-se em vias de libertação integral.
5. E, porque ser práxico, com acesso a uma experiência englobante, agente e fautor de cultura, projecto originário de todo o sentido, memória do mundo e “ser axiotrópico” (que persegue, apreende, cria e realiza valores). Não é ao nível do puramente animal, mas do intrinsecamente cultural e religioso, que o Homem conhece e se conhece, transforma e se transforma. E, porque um ser intrinsecamente cultural e religioso, capaz de descobrir, na prática desportiva, uma autêntica manifestação artística.
Quando Pierre de Coubertin idealizou, antecipou os Jogos Olímpicos Modernos, logo neles integrou um encontro, um diálogo Desporto-Arte. Porquê? Porque, no meu entender, o Desporto é o fenómeno cultural de maior magia, no mundo contemporâneo. E Pierre de Coubertin cedo percebeu que… o desporto fala grego! E, na Grécia Antiga, nos Jogos Olímpicos, o Desporto entendia-se como um importante espaço de encontro fraterno, entre o Desporto e a Arte. Demais, o Desporto é tão sério como qualquer das mais sérias actividades humanas. Aliás, apetece acrescentar que o Desporto é a mais acessível das artes populares. Eu adito ainda: é a mais popular das artes pós-modernas. E tanto assim é que os grandes campeões do Desporto têm um aplauso e um culto que mais ninguém tem. Vejam o que se passou com o Pelé e o Maradona. Vejam o que se passa com Ronaldo e Messi. Embora eu que, em determinada fase da minha vida, acompanhei de perto o futebol espanhol, lastime que, entre os melhores futebolistas de sempre, se esqueça o Di Stéfano…
De acordo com o que li, já não sei onde, “o desporto é um tipo de arte”. De facto, as fintas do Messi, do Maradona e do Garrincha, os golos do Ronaldo, do Eusébio e do Ronaldinho Gaúcho transcendem a esfera limitada do futebol e são arte, quero eu dizer: provocam gozo estético. Já se encontram autores que chamam ao Desporto a “oitava arte”. É verdade que o Desporto não produz uma arte perene, permanente, quero eu dizer: que possa contemplar-se, ano após ano. Mas o fenómeno ocorre também em qualquer arte performativa. Na música, na dança, no teatro, findo o espectáculo, findou, para o público presente, a genialidade dos intérpretes e a mensagem dos autores das obras apresentadas. As relações entre o Cinema e o Desporto permitem ao Cinema perenizar, universalizar os espectáculos desportivos mais publicitados. O cinema, com linguagem diferente da prática desportiva, mas ambos com uma fundamentação semelhante – ambos são movimento! É conhecida a tese de Walter Benjamin, ao comparar o Cinema ao Desporto, argumentando que o Desporto e o Cinema criaram, como nenhuma outra arte, uma íntima e viva proximidade, entre os artistas e o público. E não assistiu o Walter Benjamin, que faleceu em 1940, a um Barcelona-Real Madrid, ou até a um Benfica-Sporting ou, no Brasil, a um Fla-Flu. Será por acaso que há mais selecções filiadas na FIFA do que estados-membros, na ONU?... Discordo abertamente do antagonismo que Karl Popper estabelece entre “teorias científicas” e “teorias metafísicas”, apoiando-se ele na convicção que só as “teorias físicas” poderiam ser infirmadas. Não há desporto, há pessoas que praticam desporto. E a dignidade da pessoa humana, que está na base do desporto moderno, pode perfeitamente confirmar-se ou infirmar-se. Designadamente quando se desafia um desporto que parece nascer unicamente das leis do mercado e com a arrogância de quem tudo julga poder comprar… até as consciências!
A motricidade humana, como movimento intencional e solidário da transcendência, traz-nos à vista e à mente, com primazia, a evidência de que no Desporto se enxerga a complexidade humana, movimentando-se, solidariamente, para transcender e transcender-se. A transcendência dita e determina os grandes objectivos do Desporto, Dança, Ergpnomia, Reabilitação, Motricidade Infantil, etc., etc. E o que significa, para mim, a transcendência? Sublinho, em primeiro lugar, esta ideia-mestra: pela transcendência, o ser humano, em geral, e o atleta em especial, tomam consciência que não são objectos, mas sujeitos, da História; que não são apenas reflexos da sociedade que os rodeia e os condiciona, mas projectos de um mundo que importa reinventar; que a própria sobrevivência do ser humano, neste mundo, solicita a cada um de nós a capacidade de transcendência, em relação aos nossos defeitos e limitações; que evolução é transcendência e portanto a negação de qualquer espécie de determinismo. Servindo-me de conceitos de Teilhard de Chardin, a passagem da cosmogénese à biogénese e, emergindo da biogénese, a noogénese (ou antropogénese) dizem-nos que há três grandes etapas, na evolução do mundo: matéria, vida e espírito. Na sua obra, O Fenómeno Humano, ele tenta explicar (e provar) a transição da matéria inorgânica à matéria orgânica, ou seja, das mega-moléculas aos micro-organismos e destes até ao longo caminho da consciência reflexiva, através da lei complexidade-consciência, isto é, a progressiva complexidade da matéria anuncia o surgimento do espírito. E os vínculos que unem o ser humano ao universo são assim evidentes. “É certo que o animal também sabe. Mas, com certeza, ele não sabe que sabe” (Le Phénomène Humain, Oeuvres, t.1, p. 78). E tudo isto acontece, “não por simples mudança de grau, mas por mudança de natureza, resultante de uma mudança de estado” (op. cit., p. 182).
Se bem penso, todo o universo se apresenta com uma história, na qual encontramos a transcendência que da noogénese nos pode conduzir a uma vivência do Absoluto. A matéria transcende-se, para que a vida nasça e a vida transcende-se, para que a cultura, o Homem nasçam e o Homem transcende-se porque toda a humanização do Homem supõe a hominização de Deus. Será por acaso que é tão visível a religiosidade dos atletas da alta competição desportiva? Do que venho de escrever se infere que, porque em perene movimento, o Homem, a Vida, a Sociedade e a História são, em qualquer circunstância, tarefas por realizar. O reaccionário, o conservador, o sectarismo estreito e até, em muitos casos, a tradição da cultura ocidental dificilmente aceitam as relações de fé do ser humano consigo mesmo e com Deus. E de uma fé, porque resposta ao apelo de Deus, que seja recusa e protesto, em relação a todas as alienações, a todos os determinismos. À luz da teoria da motricidade humana, ou seja, do movimento intencional e solidário da transcendência, cabe também ao Desporto pensar o ser humano, buscando corajosamente os argumentos humanos que possam explicar-nos a presença de Deus em nós e no outro, criatura de Deus, homem ou não. Já há muitos anos Ortega y Gasset escreveu que onde acaba a Física não terminam as questões, pois que o ser humano, que o cientista é, necessita de uma verdade integral, que excede, em muito, os limites de uma ciência. E, depois, porque esta vida é tão curta, não podemos aguardar indefinidamente, pelas inadiáveis respostas que nos ajudem a entender a nossa aventura existencial. Volto ainda à motricidade humana, para sublinhar que, pela transcendência, o Desporto nos surge como um feixe de questões medularmente axiológicas – o Desporto, o subsistema de uma nova ciência humana, a ciência da motricidade humana!"

Os mass media e a falácia dos recordes

"Os que já passaram a barreira dos 60, e principalmente aqueles que passaram a dos 70, foram criados (educados) a olharem para o desporto como uma entidade mensurável através de medidas de comprimento, medidas de tempo ou medidas de peso.
Foi provavelmente a partir de 1969, com o milésimo golo de Pelé, que tudo no desporto passou a ser medido e quantificado de modo diferente. Nisso tiveram os mass media o seu papel, nomeadamente em relação à falácia dos recordes.
Para se realçar a queda de um “recorde” os media salientaram que as sete medalhas de ouro de Mark Spitz em Munique (1972) foram destronadas pelas oito de Michael Phelps em Pequim (2008) – variável “J. O.” e variável “ouro”. Os media proclamaram mais um “recorde” batido por Simone Biles com 25 medalhas em detrimento das 23 de Vitaly Scherbo em mundiais de ginástica – variáveis “mundiais” e “ouro, prata e bronze”… Mas se recorrermos às variáveis “J. O.” e “ouro” verificaremos que Scherbo possui seis medalhas de ouro e Biles quatro…
Se a variável for o número de cartões vermelhos no futebol por jogador Vinnie Jones é um recordista: mais cartões na Premier League em 1995/96 e 1996/97; mais cartões na qualificação para o Europeu de 1996. Se a variável passar a ser o número de cartões amarelos Vinnie Jones continua a ser recordista: mais cartões na Liga Inglesa de 1992/93. Com outras variáveis (ano e clube), Roy Keane, do Manchester United, em 2004 possuía o “recorde” dos cartões vermelhos ao serviço de um clube inglês. Mas se se introduzir aqui a variável “tempo”, Vinnie Jones também detém o “recorde” do cartão amarelo mais rápido de sempre na história do futebol aos 3 segundos de jogo. Mudando uma vez mais de variáveis, a mais rápida apresentação de um cartão vermelho num mundial de futebol foi feita ao uruguaio José Batista, expulso aos 55 segundos no jogo contra a Escócia, no México em 1986.
Se os mass media foram buscar as 69 pole positions de Lewis Hamilton para mostrarem que este bateu o “recorde” de Schumacher em Setembro de 2017, também foram buscar o “recorde” de Ayrton Senna em relação a pole positions consecutivas: oito.
Correndo atrás da variável “velocidade”, os media apresentaram-nos o “recorde” de serviço mais rápido no ténis (Samuel Groth, em Busan, na Coreia do Sul, serviu a 263Km/h, em 2012) tal como nos mostraram o “recorde” da velocidade máxima na Fórmula Um (Juan Pablo Montoya, 372,6Km/h, no Circuito de Monza, em 2005). E é também através dos media que ficamos a saber que o turco Hakan Sukur tem o “recorde” do golo mais rápido em mundiais de futebol (aos 11 segundos no jogo de atribuição do terceiro e quarto lugar no mundial de 2002) e que o “recorde” do KO mais rápido do pugilismo – aos 55 segundos de combate – pertence a James Jackson Jeffries e remonta a 1900, sendo secundado por Myke Tyson que em 2000 demorou apenas 58 segundos para atirar ao tapete Julius Francis…
Pinto da Costa, presidente do FC do Porto, ao fazer 80 anos em Dezembro de 2017, é o dirigente com mais títulos de futebol no mundo e o que mais tempo possui à frente de um clube (58 troféus, 35 anos de presidência).
Nesse mesmo ano o uruguaio Sebastián 'Loco' Abreu assinou nesse mesmo mês pelo 26.º clube da sua carreira – o Audax Italiano, da 1ª divisão do Chile –, um novo “recorde” mundial…
Roger Federer era o mais velho de sempre no primeiro lugar do ranking de ténis no início de 2018 a meio ano de completar os 37 anos, ano em que Cristiano Ronaldo alcançou 100 golos nas provas de clubes da UEFA, mais jogos em fases finais dos Euros (21) e melhor marcador de sempre de todas as competições da UEFA (132 golos)…
Na 1ª Taça da Liga das Nações, em 2019, Rui Patrício atingiu as 81 internacionalizações na baliza da selecção nacional à frente de Vítor Baía (80) e Ricardo (70): mais um “recorde” glorificado pelos mass media.
Verificamos assim que a falácia dos recordes é uma constante nos mass media, pois bastará somente escolher os parâmetros, uma ou outra variável, e poderemos obter “recordes” de todo e qualquer feitio: o “recorde” de espectadores, de países participantes num evento, de encontros vitoriosos consecutivos, do participante mais velho ou mais novo, do maior número de minutos imbatível e até o “recorde” do primeiro homem com três medalhas num só dia (o norte-americano Caeleb Dressel nos mundiais de natação de 2017, em Budapeste).
Manuel Sérgio já disse por aqui (28.08.2015, artigo 101) que “raro é que a retórica dos críticos e comentaristas não atraiçoe a verdade vivida, hipervalorizando o tratamento quantitativo (que pode ser medido, testado, verificado, experimentado) e resistindo ao tratamento qualitativo, onde a experiência e a compreensão predominam. É, por natureza, uma arte presunçosa, intrometida e falseadora confundir sempre o mais relevante com o mais mensurável.”
Vejamos dois exemplos recentes!
O «Record» de 25.10.2019, na página 43 apresenta o título: “Erling Haland supera as marcas de CR7 e Messi”. Recorrendo aos jogos da Liga dos Campeões, Haland em apenas 3 jogos chegou aos 6 golos… Messi demorou 17 jogos e CR7 precisou de 32. Repare-se como se conseguem manobrar os números… Mas vai-se ainda mais longe quando se diz que Haland em 10 remates marcou esses 6 golos tendo 60% de eficácia. Sem dúvida que começamos a assistir à construção de uma nova vedeta por parte dos media.
Três dias depois, na página 48, o mesmo jornal titula: “Roger Federer a meia dúzia de Connors”. Federer tem 103 títulos singulares, Connors 109. Salienta-se neste artigo que Federer tem 4 títulos este ano (já nova variável) tal como Djokovic, Nadal e Medvedev embora Dominic Thiem tenha 5. A seguir destaca-se que Federer “é ainda o primeiro tenista a chegar a pelo menos dez títulos em dois torneios de superfícies diferentes. Nadal, por exemplo, ganhou dez ou mais títulos em três torneios diferentes (Roland Garros, Monte Carlo e Barcelona), mas todos em terra batida.” Atente-se mais uma vez na mudança de variáveis… Consoante o que se pretende realçar, assim se escolhem os parâmetros. Tudo é quantificável no desporto.
Tudo pode ser apresentado como “recorde” desde que se escolham as variáveis que interessam para tal… A quantificação da qualidade contribui, segundo Roland Barthes (2007, “Mitologias”. Lisboa: Edições 70.), para a criação do mito: quando se reduz toda a qualidade a uma quantidade “o mito faz uma economia de inteligência: ele compreende o real com menos custo”. E quando o real possui um custo menor nem sequer damos conta que estamos a ser manipulados…"

Vitória convicente

"Na antevisão à partida com o Rio Ave, Bruno Lage afirmara que vencer seria determinante, mas a nossa equipa não só venceu, como convenceu, frente a um adversário que tem sido elogiado pela crítica.
O resultado (2-0), a maior percentagem de posse de bola (57-43), os pontapés de canto conquistados (10-2) e os remates à baliza (13-3) reflectem a superioridade benfiquista ao longo do jogo, numa exibição consistente.
O triunfo neste jogo foi o sétimo consecutivo na Liga NOS, o nono em dez jornadas. Temos o melhor ataque da prova, assim como a melhor defesa.
Se, no ataque, há uma certa normalidade (2,3 golos por jogo, uma média próxima da conseguida em toda a história, mas que é preciso recuar a 2012/13 para encontrar um registo superior à décima jornada), é na defesa que a nossa equipa se tem notabilizado extraordinariamente. Em 86 edições do Campeonato Nacional, o Benfica sofreu apenas três golos nas dez primeiras jornadas em somente três temporadas, incluindo a presente. E só em 1982/83 fez melhor, com dois golos sofridos.
Face a estes dados, não surpreende, portanto, que tenhamos alcançado nove vitórias nos dez primeiros jogos, feito que já não era obtido desde a época 1983/84 e que só por oito vezes fora conseguido anteriormente (duas delas com um pleno de triunfos).
O ciclo intenso de jogos desde a última paragem para os compromissos das selecções tem sido plenamente vitorioso para o Benfica. Recordamos que a nossa equipa teria de disputar sete partidas em 23 dias, obtendo, para já, cinco vitórias em tantos jogos. É de destacar que, nesta tripla jornada do campeonato numa semana, o Benfica foi o único clube a conseguir somar nove pontos e a não consentir qualquer golo aos adversários.
A utilização variada dos jogadores, passando à prática a ideia de que todos contam, poderá ter tido um papel determinante no percurso recente da equipa desde que eliminou o Cova da Piedade da Taça de Portugal: nos cinco jogos, foram utilizados 22 jogadores, 21 dos quais pelo menos uma vez no onze inicial (só dois fizeram o pleno da titularidade e apenas quatro foram titulares em quatro das cinco partidas).
Uma nota final para Rúben Dias, que fez o seu centésimo jogo pela equipa principal do Benfica em competições oficiais e marcou o seu décimo golo desde a estreia; e para Pizzi, que é líder isolado dos goleadores na presente edição do campeonato, com sete golos, perfazendo um total de doze em todas as competições, ficando a apenas três do seu máximo pessoal numa época (tem um total de 58 em jogos oficiais pelo Benfica, os mesmos que Carlos Manuel obteve de águia ao peito, mas fê-lo em menos 79 jogos).

P.S.: A Filial do Sport Lisboa e Benfica n.º 21 em Newark (EUA) comemorou no passado sábado 50 anos de existência, num jantar em que marcaram presença mais de 500 benfiquistas, numa demonstração inequívoca da vitalidade desta embaixada benfiquista na costa este dos Estados Unidos da América."

Muita força, Campeão

"O Sport Lisboa e Benfica deseja uma boa recuperação e as rápidas melhoras a André Gomes. Da parte de todos os Benfiquistas, muita força campeão!"

Susto... bem resolvido!!!

Benfica 7 - 2 Modicus

Entrada suicida na partida, com o Modicus a chegar rapidamente ao 0-2, com erros absurdos dos nossos jogadores!!!
Até acredito que a estratégia passasse por um jogo de alto ritmo, para desgastar o adversário, com menos jogadores na rotação, e alguns veteranos, mas perdas de bola aparvalhadas junto da nossa área, nunca será uma 'solução'!!!
Mas havia muito tempo para retificar... e foi mesmo isso que aconteceu...!!!

Vitória...

Benfica 3 - 0 Sp. Caldas
25-18, 25-12, 25-23

Japa(15), Théo(15), Rapha(8), Zelão(5), Honoré(5), Wholfi(4), Lopes(3), Guerreiro(1), Pinheiro(1), Sinfrónio, Gaspar, Violas; Casas, Simões

Vitória normal, que deu para rodar o plantel, já a pensar no importantíssimo jogo de Terça-feira, contra os Montenegrinos do Budva, no primeiro jogo da eliminatória, que nos poderá dar acesso à Champions!!!

15 minutos fatais!!!

Benfica B 1 - 3 Chaves


Foi mesmo uma entrada no 2.º tempo 'desgraçada', com dois penalty's e um grande golo, a decidir o jogo...
O 1.º tempo foi interessante, o Chaves tem um plantel 'quase' de primeira divisão, com jogadores muito físicos, mas os nossos putos reagiram bem, com uma boa atitude, e chegámos ao intervalo a vencer... mas depois...!!!

Merece destaque o facto do Benfica ter jogado bastante desfalcado nesta partida: na terça-feira temos jogo importante em Lyon para a Youth League, sendo assim, muitos jogadores foram poupados este fim-de-semana, sendo que alguns jogaram no Sábado de manhã em Portimão, na Liga Revelação! Morato, Pedro Álvaro, João Ferreira, Gonçalo Ramos... além do Rafael Brito, Ronaldo... e ainda do aparentemente lesionado Umaro!

Mais um apitadeiro com 'futuro'!!!