quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Lei de Coates

"1. Inacreditável o penálti não assinalado de Uribe sobre o ensanguentado Fábio Cardoso. Das duas uma: ou o VAR Rui Oliveira é fã de Tarantino ou estava ajogar God of War na PlayStation. É o incompetente do mês. Talvez do ano até.
2. O Sporting tem duas vitórias nos últimos 17 jogos (oficiais e particulares) e sofre golos há 18. Não foi Varandas quem criou o fosso, mas também não precisa de aumentar tão depressa. E Bruno Fernandes não anda com a equipa às costas, mas sim com o clube.
3. Entretanto a lei de Murphy passa a chamar-se lei de Coates. É justo.
4. 22,2: média de idades dos 13 jogadores de campo do Famalicão em Alvalade (GR Defendi tem 35): dez sub-22 (dois com 19) + Lion (30) + Fábio Martins (26) + Lameiras (24). Notável.
5. Há uns tempos foi notícia o facto de uma criança portuguesa de 8 anos ter feito 70 cálculos em 3 minutos e 20 segundos num campeonato de aritmética. Pode dar uma ajuda a Rui Gomes da Silva nas contas de João Félix.
6. Mais tarde ou mais cedo RDT vai embarcar numa alucinante viagem pelo mundo dos golos. A agência Thomas Cook está a tratar de tudo. Caso contrário vai para o Wolves por 30 milhões.
7. Já se previa que sem Jonas e João Félix o Benfica ia passar da classe executiva para a económica, mais ninguém estava à espera do low cost.
8. Bruno Lage diz que na Champions a equipa não fez uma exibição que envergonhasse os benfiquistas. Pois, mas eles querem é uma exibição que os orgulhe.
9. Bernardo Silva foi acusado de racismo por brincar com o amigo Mendy. Está tudo louco?! Qualquer dia um tipo é racista por ouvir Artic Monkeys.
10. Dizem os estudos que quinta-feira é o melhor dia para fazer sexo. Em Portugal, com quatro equipas na Liga Europa, vai depender muito dos resultados.
11. Messi eleito o melhor do mundo é uma piada de mau gosto e o descrédito total da distinção. Até pedia ao VAR Rui Oliveira para rever a jogada, mas ainda dava o prémio ao Uribe."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

A expansão do Estádio

"A venda de bilhetes média do Benfica no ano passado foi de 57.332 pessoas. As vendas de RedPasses andam a bater records anualmente. As receitas de bilhética subiram 3.3M€ no último ano. Representam agora 24M€. Para se ter noção da enormidade deste valor, o FC Porto quando foi Campeão em 2017/18 fez 8.7M€ com a venda de bilhetes e de DragonSeats. Já o Sporting nesta época (18/19) fez 14.8M€.
O Estádio é neste momento uma das maiores vantagens do Benfica em relação aos adversários. É o maior Estádio do país e está entre os 25 maiores da Europa. Anualmente conseguimos encaixar mais cerca de 10-15M€ em relação ao nosso maior rival. No entanto a capacidade está a chegar ao limite. Com as vendas dos RedPasses a disparar todos os anos - este ano chegámos aos 45 mil vendidos - e o aumento do número de camarotes, estamos a aproximar-nos de um ponto onde a lotação do Estádio da Luz está esgotada para todos os jogos. Para resolver este problema, o clube já há algum tempo começou a criar soluções.
Primeiro começou por facilitar o empréstimo de RedPasses. Eu tinha o meu RedPass e podia emprestá-lo a quem eu quisesse. Inicialmente emprestando o cartão que sempre foi transmissível. Depois através de meia dúzia de cliques no meu telemóvel. Entretanto no final do ano passado, o clube criou mesmo um mercado secundário com os lugares dos RedPasses. Ou seja, se eu não fosse ao Estádio, podia dizer ao clube que podia vender o meu bilhete, ficando eu com metade do valor encaixado pelo clube no saldo da minha conta Benfica.
Todas estas soluções de logística estão criadas e em funcionamento. Não há mais por um melhorar nesse campo. Mas a médio-longo prazo, não serão suficientes. O próximo passo é expandir o Estádio. Há três maneiras.
1. Converter lugares sentados em lugares em pé. Algo que acontece, por exemplo, na Die Gelbe Wand do Signal Iduna Park. Isto pedido pelas claques há algum tempo e iria permitir quase que duplicar a assistência em cada sector/bancada. Basta pensar que a bancada onde costumam estar os No Name Boys, está constantemente esgotada, ainda assim, o lado esquerdo (do ponto de vista de quem está virado para o campo) está sempre praticamente vazio. Outro exemplo aconteceu no antigo Estádio da Luz. O Estádio inicialmente tinha uma capacidade de 120.000 lugares. Após a colocação de assentos individuais passou para 78.000
2. Utilizar os espaços que não estão a ser utilizados neste momento. Segundo a entrevista de Domingos Soares de Oliveira ainda há alguns espaços com vista para o campo que são escritórios e que podem ser convertidos em camarotes. Não sei até que ponto é que uma das portas para o relvado (há duas) podia ser fechada e convertida em bancada.
3. Expandir o Estádio. Seria basicamente a criação de uma quarto anel ou a expansão do terceiro. É a maneira mais complexa. Poderia envolver ter que trabalhar na estrutura do Estádio para aguentar mais peso. Não me parece que fosse a solução prioritária.
Em 1987 tivemos 135.000 pessoas a assistir ao Benfica - FC Porto. Os tempos mudaram. Agora há lugares sentados. O preço dos bilhetes também é outro. Mas aos poucos o nível da assistência vai subindo e a tendência é que assim continue. Talvez dentro de 10 anos estejamos a começar a falar de um novo Estádio. Talvez noutra localização que não o centro de Lisboa. No Seixal ou em Oeiras? Só o tempo dirá."

Entrevista...

"A entrevista de LFV foi um bom momento de comunicação. Um ensaio para esvaziar um pouco a pressão que tem sido exercida sobre Bruno Lage e a equipa desde o início da época. Quem acompanha diariamente o Benfica, terá constatado que não surgiram muitas novidades, com excepção da "quase garantia" de aumento da lotação do estádio da Luz e do compromisso de não alterar o nosso emblema sem a decisão dos sócios. Um ou outro caso mediático foi esclarecido (Perin, por exemplo). LFV num tom muito tranquilo e coloquial disse o que quis e o entrevistador foi discorrendo o seu plano amigável. E é aqui que quero fincar o meu ponto. Dispondo de uma "eternidade" para obter informação sobre um dos mais influentes dirigentes da história do desporto, a entrevista foi confrangedora na sua essência. Por culpa da linha editorial e do entrevistador. As difíceis relações do Benfica com a Liga de Clubes e a FPF, a organização do futebol português (a partir do G15 e da aliança anti-Benfica dos rivais), o desequilíbrio geográfico da competição em Portugal, as relações dos clubes com o Estado e a deficiente prestação deste ao nível legislativo e operativo (combate à violência, doping, arbitragem e justiça), a questão das claques, o financiamento dos clubes no futebol europeu, a competitividade das equipas portuguesas neste contexto, o modelo futuro da Champions, o futebol feminino e o seu impacto no médio prazo, as transmissões televisivas no pós 2026/27, o Benfica na comunidade lusófona e no mundo. Essencialmente, foi uma visita ao repositório de títulos de imprensa que alimentam paupérrimos e sanguíneos debates televisivos. Uma cedência ao estilo hegemónico. LFV teria muito mais para dar, assim quisesse e fosse estimulado a isso. Mas fiquei com a ideia que o objectivo era "sacar" um punhado de frases para alimentar os comentários do dia. Em suma, a presença de LFV foi uma gestão de conteúdos da TVI. Não tenho quaisquer dúvidas que o momento na BTV seria muito mais profícuo e motivador para todos os benfiquistas. Já passou e hoje a bola já rola. Ou seja, o efeito mediático consome-se em 24 horas e, como disse Vieira, já trabalho a fazer."

Bernardo Silva, extremo-direito

"Será o médio ofensivo ofensivo?

O jogador português do Manchester City Bernardo Silva está debaixo de fogo. Fez uma coisa muito estúpida, muito reprovável, algo que alguém com a sua responsabilidade deveria abster-se de fazer: abriu o Twitter. Abriu o Twitter e publicou um meme em que utilizava uma fotografia do seu amigo de longa data, Benjamin Mendy, comparando-a ao logótipo da marca de chocolates Conguitos. A situação evoluiu de forma já habitual: comentários enfurecidos, Bernardo apagou o post, a Federação Inglesa abriu um inquérito. Ou seja, segunda-feira.
Bernardo Silva não me parece ser aquilo que vemos como o clássico racista. Temos a certeza que é um bom extremo-direito, não me parece que seja de extrema-direita. Brincou com um amigo. Não censuro que se considere que a brincadeira foi insensível. Ainda bem que todas as brincadeiras de amigos entre as pessoas que agora o querem perseguir foram marcadas pelo decoro, pela sensibilidade, pela susceptibilidade, pela diplomacia, pelo protocolo – como é hábito.
Sugiro que se forje uma lei da Amizade. Vamos limitar as brincadeiras que podemos fazer com os amigos. Temos de castigar severamente este discurso de ódio entre pessoas que se adoram. Aliás, os amigos não têm boca. Não têm voz. Um dos grandes problemas do mundo actual são as brincadeiras mais ou menos sensíveis entre jovens amigos milionários.
Não estou aqui a dizer que aquela comparação não possa ser racista. Se um líder político sugerisse no Twitter que “temos de recuperar os bairros sociais aos Conguitos”, seria de facto uma utilização bastante racista da marca de chocolates. Contudo, a única situação em que o extremo-direito Bernardo Silva poderia oprimir o lateral-esquerdo Benjamin Mendy era se jogassem em equipas diferentes e Bernardo fizesse uma exibição como a do passado sábado.
A ideia com que Bernardo ficará é que terá de escolher melhor as amizades. A amizade genuína traz-lhe problemas. Talvez tenha de começar a procurar amizades mais falsas, para não incomodar o Twitter. Em vez de nutrir uma amizade autêntica com um lateral-esquerdo com raízes familiares na Costa do Marfim, talvez devesse, antes, criar uma relação de interesses com um médio-ofensivo belga nascido em Gent. Porquê? Porque a Federação Inglesa não abriria uma investigação se Bernardo tivesse publicado uma fotografia onde comparava Kevin de Bruyne com o miúdo do Kinder. Bernardo distribui chocolate em campo, mas claramente só pode fazer humor com algumas marcas."

Quando os “vintes” não chegam (ou a importância das competências de vida no acesso à Universidade)

"Setembro, tradicionalmente, inicia-se com os “blues” (uma emocionalidade mais “cinzenta”) de quem termina as férias e se prepara para a “nova época desportiva” – em boa verdade, não são só os clubes que se organizam em “épocas”, também assim se gere o funcionamento dos agregados familiares do nosso país, quando se avizinha um novo ano lectivo.
A esta emocionalidade “cinzenta” de final de férias e verão, junta-se também a sensação de “esvaziamento do ninho” à medida que milhares de jovens se preparam para sair de casa, naquela que é uma (clara) ilusão de entrada na vida adulta.
Assiste-se a uma verdadeira migração interna, chegando às grandes cidades largos milhares de novos estudantes, provenientes de realidades bem distintas da vida nas grandes cidades.
Só em Lisboa, prevê-se a chegada de mais de 40.000 jovens.
Quarenta mil.
Quarenta mil projectos de inicio de “grande aventura” (e uma enorme sensação de deslumbramento interno).. e quarenta mil agregados familiares que irão ter que se adaptar à alteração do sistema familiar, às saudades e à ansiedade que advém de uma clara percepção de perda de controlo sobre as escolhas dos seus educandos (com uma acrescida – as vezes, amplificada – percepção de risco associada a esta “nova vida”).
Nesta fase do ano também, saltam para as parangonas dos jornais o “top” dos alunos que entraram na Universidade - de repente, parece que temos uma nova série de “popstars” que entram na sociedade portuguesa.. os “Vintes de Portugal”.
E, nesta fase, percebemos novamente... que nada percebemos.

Quando a Competência Cognitiva Não Prediz Sucesso
Muito são os anos que já passaram desde os primeiros estudos que procuraram predizer o Sucesso. 
Desde sempre, a disciplina científica da Psicologia dirigiu estudos de longa duração (alguns deles com os alunos melhor classificados na famosíssima Universidade de Harvard), onde a vida dos recém-licenciados foi acompanhada durante um longo período de vida (cerca de 10 anos), no sentido de serem apurados os denominadores comuns do Sucesso.
Estes estudos começaram, desde logo, a levantar algumas inquietações, no que respeita aos resultados encontrados:
De facto, as competências cognitivas não apareciam associadas ao sucesso de forma directa, apenas quando, em paralelo, os sujeitos evidenciavam outro tipo de competências que, hoje em dia, designamos por Soft Skills.
A importância da nossa capacidade em gerir as nossas emoções e ativar um sem número de outras competências de vida, para quem anda no terreno há mais de vinte anos é, desde sempre muito óbvia e, em boa verdade, tal como já defendi em artigo anterior, a sua designação, por estas mesmas razões deveria ser rapidamente mudada para Critical Skills.

Critical Skills e Performance Académica
Inúmeros são os casos de miúdos que, tendo um percurso extraordinariamente bem sucedido, por razões várias (que agora não cabe aprofundar), acabam por, de uma forma igualmente extraordinária, e contra as expectativas de todos (do próprio e de quem os rodeia), fracassar redondamente nos primeiros anos de faculdade, entrando muitas vezes num penoso arrastamento (às vezes, de anos por incapacidade em pedir ajuda) que termina, invariavelmente, nos consultórios da psicologia.
Em boa verdade, perfeitamente expectável para quem tem um olhar mais atento sobre a necessidade imperiosa, que permanece sem resposta, de introduzir disciplinas que Treinem este tipo de Competências de Vida nos curriculum’s do ensino secundário ou dos primeiros anos de faculdade.
O deslumbramento de uma nova etapa de vida, a fantasia da autonomia, as (cada vez maiores) dificuldades em estabelecer relações interpessoais de qualidade (ao “vivo e a cores” – não através de um qualquer ecrã), a (in)capacidade de adaptação a uma nova cidade e a um novo estilo de vida, as expectativas (muitas vezes) irreais de manter os níveis de performance prévios desde o primeiro momento avaliativo, a dificuldade em pedir ajuda por não querer “preocupar”, a (in)capacidade de organização e planeamento num novo sistema educativo onde, pela primeira vez, é preciso ativar a competência da “escolha”, a (in)capacidade de dizer “não”...
Tantas, tantas variáveis (factores de stress – por vezes, “mascarados” ou vividos como desafio) que, sem preparação alguma, transformam esta nova etapa de vida numa espécie de jogo de lotaria onde, uns terão “sorte”... e muitos “azar”.

Transfer Desporto-Academia
Creio que, uma vez mais, o Desporto mostra o caminho.
Há já alguns anos que o discurso no desporto de alta competição mudou o seu foco do “Atleta” para a “Pessoa”.
É dizer:
Optimizamos Pessoas que, por acaso, uma das suas áreas de expressão é o Desporto.
Para quando esta mudança na Academia? Para quando a Transformação dos curriculum’s no sentido de os Dirigir para a Pessoa que, por acaso, uma das suas áreas de expressão é a Academia?
Enquanto o ensino de Competências de Vida não for, de facto, valorizado integrando-o na Formação de Base do Cidadão, questões de saúde mental, do “entupimento” de alunos em certos cursos que transformam licenciaturas de 3 em 6 anos e, inclusivamente, de condicionamento das competências psico-emocionais de quem, posteriormente, assumirá o seu papel na sociedade (médicos, gestores, professores, políticos, e tantos outras profissões que impactam directamente em todos nós, dificilmente esta “realidade calada” encontrará solução.
E, uma vez mais, a responsabilidade da sua resolução cairá nas mãos de quem, atempadamente, identifica a lacuna e antecipa aprendizagem – o que, em boa verdade, já muitas famílias fazem.
Fica, assim, por cumprir o papel de quem pode (e deve) contribuir para a implementação de medidas globais - ministério de educação, escolas e professores, entre outros.
Uma vez mais."

Ficar ou abandonar uma modalidade desportiva?

"São várias as interpretações sobre os processos de adesão e de abandono por parte dos agentes sociais relativamente a uma determinada modalidade desportiva. Recorremos aqui a dois conceitos sociológicos, por forma a clarificar esta ideia: “aculturação” e “socialização”. A aculturação define-se pela ruptura das representações que os praticantes (“profanos”, por definição) fazem da modalidade antes da entrada num determinado clube, que lhe impõe as técnicas e as competências culturais específicas, legítimas, de longa data, pela instituição. O clube procura inculcar-lhe uma “cultura”, produzida pela sua história e apresentada como um “rito de passagem”. A socialização designa o processo pelo qual a longa frequência de um clube permite assimilar as maneiras de pensar, de sentir, de falar, de se comportar, dos “habitus” comuns ao conjunto dos seus membros e assegurar uma integração. É a aquisição, por impregnação, de uma subcultura.
Os praticantes aprendem assim a participar nesta subcultura específica, organizada em torno de uma actividade particular. Os praticantes tecnicamente experimentados e longamente “socializados” representam para os iniciados os modelos e as referências. Os prestígios sociais que eles adquiriram, no seio do clube, pelo seu nível técnico, e o capital de prestígio de que eles podem ter fora do clube (na sociedade) têm um papel capital nesta socialização. Ela opera uma interacção permanente entre iniciados e não iniciados no seio do clube e se traduz, nomeadamente, pelo vocabulário utilizado (e adquirido) no decurso das interacções com os outros praticantes.
Este vocabulário nota-se imediatamente quando se procede a entrevistas com os praticantes da mesma modalidade. A linguagem específica assegura a transmissão das “técnicas do corpo” (Mauss, 1950) e a “incorporação de um programa de aquisição de um saber tradicional e legítimo”. Os praticantes constroem uma identidade. Com base nestes dois conceitos, é importante saber quais são os “profanos” que suportam os constrangimentos da modalidade desportiva e os que conseguem ultrapassá-los e ficar. É na fase de permanência (estabilidade) na modalidade desportiva (dita de “socialização”) que é possível detectar as estratégias pessoais, as esperanças, as referências, os modelos e as técnicas dos agentes sociais. Nos adultos deve ser congruente a ideia de proveito social que eles esperam retirar da prática desportiva. Em caso contrário, espera-se uma certa “volatilidade” (os designados “zappeurs”)."

Futuro definido

"O Presidente Luís Filipe Vieira concedeu, ontem, à TVI, uma entrevista esclarecedora sobre o actual momento do Clube e em que foi, também, perspectivado o futuro, sobressaindo a serenidade, a estabilidade que se vive, o orgulho pelo trabalho realizado e o optimismo em relação ao futuro. Foram muitos os temas abordados e as questões colocadas e nenhuma ficou sem resposta. Os primeiros minutos foram dedicados à excelente situação financeira do Clube e SAD. O crescimento do activo, a descida do passivo, a recuperação total dos capitais próprios, a situação de tesouraria desafogada, a quase eliminação integral do endividamento bancário (com destaque para o impressionante número de nos últimos quatro anos se ter pago 250 milhões de euros à banca), a redução da dívida relativa a empréstimos obrigacionistas, o património todo pago, as receitas recorde da SAD e Clube... Factos que falam por si e validam a estratégia implementada ao longo dos anos. 
Luís Filipe Vieira, de seguida, recuou à sua chegada ao Benfica recordando que “nada era nosso, nem a marca”. E, por isso, mesmo passados quase vinte anos, o maior título conquistado nestas duas décadas tratou-se, para o Presidente, da recuperação da credibilidade do Clube.
Assim, o “sonho” de Luís Filipe Vieira, que revelou tencionar candidatar-se nas próximas eleições, passa pela melhoria contínua da situação financeira do Clube. A devolução do Benfica aos benfiquistas, conforme promessa reiterada ao longo dos anos, está cumprida. O património pertence integralmente ao Clube e os capitais próprios da SAD estão recuperados. E passa também por deixar o Benfica sem dívidas e por persistir na modernização e dotação de melhores infraestruturas que potenciem o sucesso desportivo. A ampliação do Benfica Futebol Campus, o hotel e o colégio foram os exemplos referidos.
Mas as finanças e as infraestruturas não são fins em si mesmos, sendo apenas instrumentos ao serviço da causa desportiva. O objectivo primordial passa, portanto, por continuar a acrescentar muitos títulos ao vasto palmarés benfiquista, dominando a nível nacional e melhorando paulatinamente a nível internacional, mas “com os pés bem assentes no chão”. O Benfica não deve arriscar tudo o que conseguiu nas últimas décadas, investindo sem acautelar o futuro.
O caminho está traçado, o talento existe, há já muitos jogadores com ADN Benfica no plantel principal e mais hão de chegar, nunca se deixando de prestar atenção ao mercado (nas posições em que o Seixal não der resposta) e será desta forma que teremos uma equipa para lutar por disputar uma final europeia e vencê-la.
Foram também feitas várias perguntas relativas às questões jurídicas. Sobre o caso E-Toupeira, o presidente manifestou-se tranquilo pois o Benfica foi, conforme esperado, ilibado, nem sequer chegando a ir a julgamento. Sobre outros “casos”, acredita que a justiça funcionará, reforçando que o Benfica ganhou dentro do campo, qualificando de miserável o comportamento de adversários neste domínio e avisando que, se continuarem assim, o Benfica será ainda mais forte.
Falou-se muito de jogadores, de renovações, do crescimento da massa salarial (renovações, prémios de desempenho, política de retenção de talento), do fim da carreira de Jonas e da solidez da relação com Bruno Lage, que se deseja e acredita que será longa e continuará a ser frutífera.
Os caminhos para o futuro do Benfica, tão glorioso como no presente e no passado, estão traçados. Será com muito empenho e dedicação que serão percorridos. Por um Benfica cada vez maior e melhor. #PeloBenfica."

De dispensável a indispensável: um Taarabt de distância

"Longe vão os tempos em que Adel Taarabt vagueava pela noite lisboeta sem perspectivas profissionais promissoras, e com um índice de massa corporal acima do desejado para um futebolista de alta competição.

Uma nova vida
O internacional pela selecção principal de Marrocos vive, actualmente, dias de novo fulgor ao serviço do SL Benfica. Titular nos últimos quatro jogos, Taarabt tem vindo a assumir-se como o jogador mais preponderante do clube encarnado nesta fase da temporada.
Numa altura em que o Benfica ainda não apresenta o nível de futebol praticado na época passada, sendo o jogo dos encarnados frente ao Moreirense FC o expoente máximo da fase menos positiva que vivem os comandados de Bruno Lage, tem sido o internacional marroquino o responsável por organizar o jogo ofensivo das “Águias”.

De batuta na mão
Dotado de uma técnica refinada e de uma vontade incessante em chegar à baliza adversária, Adel Taarabt tem aproveitado a lesão de Gabriel para se afirmar como o novo maestro do meio-campo encarnado.
A verticalidade que impõe no seu estilo de jogo tem sido determinante no sucesso da equipa, permitindo queimar linhas adversárias e abrir espaços para desmarcações dos colegas. Com uma complexão física interessante para um centrocampista box-to-box, Adel acrescenta, à sua grande visão de jogo e aptidão de passe, uma capacidade de condução de bola exímia, tornando-se num quebra-cabeças para os seus oponentes.
Além disso, e tal como fazia o seu antecessor luso-brasileiro, Taarabt tem demonstrado uma grande intensidade e velocidade na reacção à perda da posse de bola, o que possibilita à equipa recuperar a bola em terrenos mais adiantados, aumentando assim as probabilidades de sucesso dos encarnados no último terço do terreno.

Enfim, lapidado
Foram necessários quatro anos (e alguns empréstimos) até que Adel Taarabt integrasse, em definitivo, a equipa principal do Benfica. Um jogador com uma grande qualidade de passe e excelente critério com a bola nos pés. No entanto, destaca-se, acima de tudo, um homem que demonstrou, e continua a demonstrar, um nível de esforço, dedicação e perseverança absolutamente louváveis. Taarabt é a prova de que nunca é tarde demais para mudar.
O marroquino vive agora, aos 30 anos, a melhor fase da sua vida, quer a nível profissional, com a conquista de dois troféus no espaço de um ano (campeonato e supertaça), quer a nível pessoal, ao adoptar um estilo de vida mais saudável, condizente com as exigências do clube que representa.
Adel Taarabt chegou à Luz em bruto, mas, como qualquer diamante nas mãos de um bom lapidário, transformou-se numa das jóias mais valiosas para o sucesso desportivo do Benfica, e é hoje, sem dúvida alguma, um dos jogadores mais preponderantes do clube encarnado."

Cadomblé do Vata (biqueiros e afins!!!)

"1. O Portugal desportivo está altamente indignado por Messi que marcou 51 golos em 18/19, ter ficado à frente de Ronaldo que facturou 28 vezes na mesma temporada... não deixa de ser irónico que tamanha indignação venha de gente que nem piou quando um português que venceu todas as competições em Inglaterra e a Taça das Nações, não ter sido sequer seleccionado nos primeiros 10.
2. Luís Filipe Viera vai hoje dar uma entrevista na TVI... as pedras da calçada que vistam o melhor fato, porque vão ter mais 15 minutos de ribalta.
3. Derivado do brilhante início de campeonato, já há quem fale do Famalicão como candidato ao título... não sejam patetas, ainda ontem os famalicenses se viram à rasca para ganhar ao Sporting.
4. Segundo Taarabt, Modric disse-lhe que poderia jogar no Real Madrid ou no Barcelona... o facto de não ter referido o nome do Benfica, só demonstra que o croata não acreditava nas capacidades do marroquino.
5. O Rio Ave anunciou que a bancada que está fechada devido a problemas estruturais, vai ser demolida... os trabalhos só terão inicio após a recepção dos vilacondenses ao Sporting, porque pode-se dar o caso do Bruno Fernandes ser expulso e tratar do assunto à biqueirada."

Macacada no Dragão

"Século XXI, ano 2019. O povo português, conhecido mundialmente por ser um povo acolhedor, caloroso, amigável e útil, encontra-se em 1º lugar no ranking da InterNations dos “países mais amigáveis do mundo para residentes estrangeiros”. Portugal é, aliás, o único país europeu presente no top 10 dos países mais acolhedores do mundo do mesmo ranking. Infelizmente, nem sempre é dignificado pelos melhores motivos e existem, contudo, várias excepções, e a urbanidade e respeito pelos demais não chegou ainda a todo o lado nem a todos os espectros da sociedade. Lamentavelmente, continuam a ocorrer tristes episódios que nos envergonham a todos enquanto seres humanos e portugueses, e esses tristes episódios merecem a nossa total atenção e devem ser denunciados e não encobertos, desvalorizados ou depreciados pela Comunicação Social e respectivos portugueses. É absolutamente crucial que manifestações de racismo sejam denunciadas de forma clara, sem margem para dissimulações, para que tais acções de natureza animalesca não se repitam posteriormente.
Na passada quinta feira no Estádio do Dragão, durante o FC Porto vs Young Boys, vimos um desses exemplos. Quando Nsamé, jogador do Young Boys, se preparava para bater um penálti, foram bem audíveis as palavras "preto do c*ralho" e cânticos a chamar de “macaco” ao jogador, cânticos esses vindos da bancada ocupada pela claque legalizada Super Dragões, liderada por Fernando Madureira, ironicamente conhecido por “Macaco”, ou “Dr. Macaco”, para sermos mais precisos. Da parte do FC Porto surge, naturalmente, o desmentido, como se fosse possível desmentir as imagens e o som onde se consegue “apalpar” o ódio racial. Sérgio Conceição veio afirmar que não vê “no nosso país racismo ou insultos a jogadores de outras nacionalidades e outras cores”. Já o Dr. Macaco, veio ironizar, dizendo “O “macaco” sou eu. Até nas costas da camisola do Canelas, onde jogo, aparece o nome “macaco”. Se calhar, o megafone estava ligado e estavam a chamar por mim, na altura”. Além de ironizar, a vitimização não poderia faltar, daí também dizer que “tudo não passa de uma manobra para prejudicar o FC Porto”.
Ora, se de facto tudo aquilo não passou de um mal-entendido, deverá haver uma explicação para o facto de o “Dr. Macaco” ter ido procurar satisfações junto de David Lemos, jornalista da RTL, que se limitou a lançar um tweet evidenciando os cântico racistas, e denunciando os mesmos. Diz ele que um jornalista deve ser imparcial, não devendo estar ao serviço de outros clubes. O que queria o “Dr. Macaco “que o jornalista tivesse feito? Que aplaudisse e incentivasse comportamentos animalescos? Se se diz líder uma claque legalizada, deveria sim tentar acalmar as hostes. É que as ameaças feitas por adeptos portistas ao jornalista suíço ficam mal. Fernando Madureira já deveria saber que estamos no século XXI, e não na idade da pedra de onde o mesmo nunca deverá ter saído. Alguém que vai à televisão comentar sobre segurança nos estádios e em eventos desportivos deveria ter outra abordagem a estas situações.
Assumir os próprios erros é sinal de maturidade, mas tal não existe por parte deste sujeito. Recordamos que já anteriormente o mesmo tinha incentivado a cânticos de índole violenta, recorrendo a alusões à queda do avião do Chapecoense para aludir à morte de toda a equipa do Sport Lisboa e Benfica. A culpa de tudo isto é, aliás, do Benfica. A culpa é sempre do Benfica, segundo Madureira. O jornalista suíço até estava ao serviço do Benfica. O “argumento” para esta tese? Um re-tweet do jornalista de um tweet de um golo do Benfica, de um jogador suíço, Seferovic. Realmente é escandaloso. Exige-se maior capacidade de interpretação e raciocínio de um mestre.
Mas tudo o exposto acima é, digamos, acessório. O foco principal tem de estar no que se passou, os cânticos racistas. O vídeo não engana. Não foi truncado, à boa moda do Porto Canal e do director do departamento de comunicação do Futebol Clube do Porto.
Este não é o primeiro caso de racismo praticado no Estádio do Dragão. Em 2012, a UEFA castigou o clube em 20 mil euros por cânticos dirigidos a Balotelli, então no Manchester City. A defesa do FC Porto daria para rir, não estivéssemos a falar de algo tão sério. Argumentaram que o que se ouvia eram meros incentivos dos adeptos portistas ao brasileiro Hulk e dos adeptos ingleses ao argentino 'Kun' Aguero, ou seja, uma simples questão de fonética. Não existiram foi desmentidos aos vídeos na altura divulgados onde, nas bancadas onde se concentravam os adeptos do Porto, se mostrava de viva voz a intenção de insultar os jogadores negros do Manchester City, como Balotelli ou Yaya Touré.
A UEFA já abriu um processo disciplinar ao sucedido, devendo vir a ser conhecida a decisão brevemente. O organismo que tutela o futebol europeu tem adoptado, com toda a razão, uma postura cada vez mais dura e de tolerância zero para casos de racismo. Também as federações nacionais têm “apertado a malha” aos infractores. Nos últimos anos têm-se sucedido os castigos a clubes/selecções por situações exactamente iguais àquela que se passou no Estádio do Dragão. Passamos a enumerar: 
1 de Agosto de 2019 - Glasgow Rangers obrigado a deixar pelo menos 3000 lugares vazios;
3 de Maio de 2019 - Montenegro foi condenada a um jogo à porta fechada, além do pagamento de uma multa de 20 mil euros;
2 de Maio de 2019 - a Lazio foi condenada a fechar partes do seu estádio no próximo jogo europeu;
4 de Abril de 2019 - Dínamo Zagreb sancionado com dois jogos à porta fechada nas competições europeias (com pena suspensa), sendo ainda aplicada uma multa de 20 mil euros;
5 de Dezembro de 2018 - na liga Italiana, o Inter de Milão foi condenado a um jogo à porta fechada por insultos racistas dirigidos a um jogador do Nápoles, além do encerramento parcial do estádio num jogo subsequente;
6 de Junho de 2018 - UEFA condena o Zenit a um jogo europeu à porta fechada, e uma multa de 50 mil euros;
8 de Agosto de 2015 – Steaua Bucareste, Debrecen e Maribor, todos foram condenados. O Steaua a um jogo à porta fechada, os outros ao encerramento parcial do estádio;
7 de Fevereiro de 2014 – CSKA Moscovo recebe sanção de um jogo à porta fechada, e pagamento de multa de 50 mil euros;
9 de Agosto de 2013 - o Legia Varsóvia foi ordenado a fechar parte do estádio no próximo jogo europeu, e multado em 30000 euros.
Estes são apenas alguns exemplos, fruto de uma rápida e simples pesquisa. Muitos mais haveriam a elencar.
Poder-se-ia dizer que entre os dois acontecimentos (o de 2012 e o da passada quinta feira) há um hiato temporal de mais de seis anos. Mas essa defesa não é aceitável. Este tipo de comportamentos é condenável e inadmissível, seja praticado uma vez só, seja anualmente, seja de cinco em cinco anos. São comportamentos a condenar e a reincidência não é desculpa. Pelo contrário, deve e tem de agravar a condenação. Ponto final.
A multa, atendo ao histórico de sanções da UEFA, parece-nos ser certa. Mas isto não é suficiente pois estamos perante um caso de reincidência. Resta saber se a UEFA terá a coragem de castigar o FC Porto com interdição parcial ou total do estádio, em algum jogo. É que existe um senhor de seu nome Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol e ex-administrador na SAD portista, no Comité Executivo da UEFA.
O Polvo das Antas está atento ao desenrolar do processo, às vozes que se levantarão e às que se calarão. Não toleramos este tipo de comportamentos. Não nos julgamos como sendo superiores ou melhores que ninguém. Simplesmente achamos este tipo de comportamentos repugnantes, seja onde, quando e com quem for.
Para finalizar, deixamos aqui um pequeno vídeo para os nossos seguidores, de forma a comprovar a total inocência por parte destes indivíduos."

Empate no Bonfim...

Setúbal 1 - 1 Benfica
Fabinho


Sofremos um golo no primeiro remate aos 3 minutos; aos 20, o Ronaldo foi expulso, aparentemente por palavras...; mesmo assim, conseguimos empatar, e 'resistir' até ao fim, a jogar com 10, durante mais de 70 minutos!!! Mais uma arbitragem vergonhosa...

Estreias do Rafa Rodrigues e do Henrique Araújo nos sub-23... o Jocu esta época, só tinha jogado nos Juniores!

Presidente...

"Estabilidade nas contas
"O meu grande sonho é continuar o trajecto que temos estado a fazer! Chegar hoje ao Benfica e ter capitais próprios, ou seja, os capitais próprios da SAD superiores ao que existe. Temos um activo de 500 milhões de euros e um passivo de 384 milhões de euros, daí teremos de deduzir 124 milhões de euros, que foi o desconto que fizemos do contrato da NOS para pagar dívida. Nos últimos quatro anos o Benfica pagou ao sistema financeiro, aos bancos, 250 milhões de euros. Poucas empresas neste País o conseguiram fazer. O activo do Benfica são 500 milhões de euros, e neles está quantificada uma cifra de 80 milhões, que é o plantel do Benfica. Só para dar um exemplo, a 30 de Junho, o Benfica vendeu um jogador [João Félix] por 126 milhões de euros, tirando os juros e as comissões… são cerca de 108 milhões de euros. Num jogador só, o Benfica ultrapassou o activo que tinha. Neste momento o Benfica tem a dívida completamente controlada. O Benfica tem outras prioridades, que têm a ver com as suas infraestruturas. Ainda não acabaram, queremos fazer a expansão do Seixal – e tudo o que está no Seixal está liquidado! O Benfica tem hoje uma situação invejável."

O sonho europeu
"Gosto de ter os pés bem assentes no chão. Nos últimos 10 anos, o Benfica ganhou 17 títulos, os nossos rivais ganharam 17 títulos; nos últimos seis anos, o Benfica ganhou 13 títulos e os nossos rivais ganharam oito. Aqueles que andaram atrás de nós estão no estado em que estão. O Benfica não pode entrar na destruição. Se estivesse aqui um demagogo qualquer queria investir para apresentar uma superequipa, mas imagine que não resultava… a queda era grande. O Benfica tem um projecto, não abdica desse projecto e foi assim que chegou a esta posição. E vamos continuar nesta posição."
"O meu sonho Europeu não morre. Nós vamos lá chegar! Isto não vai com planos de investimento, vai com aquilo que temos estado a fazer. O Benfica hoje tem jogadores no plantel principal com o ADN do Benfica, jogadores da Formação. São nove jogadores, possivelmente para o ano terá mais um ou outro. Se o Benfica tiver de ir ao mercado, se não se puder abastecer no Seixal, vai ao mercado."
"Acredito naquilo que fazemos diariamente e o tempo tem-me dado razão. Não chegámos aqui de qualquer maneira, chegámos aqui com uma estratégia e um planeamento. Tudo foi pensado para ser executado, e está a sê-lo. Há hoje muita gente a dizer que o Benfica é um caso de estudo. É impensável no futebol fazer o que nós fizemos. Quando eu cheguei ao Benfica, o clube não tinha nada. Nem a marca era do Benfica, estava penhorada a um banco. Nada era nosso. Hoje, temos o património que temos… Pago. Temos activos, feitos no Seixal e outros que contratamos... Uma tesouraria invejável, não nos podemos esquecer disto. O Benfica é emoção, é paixão, mas também sei que qualquer benfiquista deve estar orgulhoso de como está o Clube."

Transferência de João Félix e Jorge Mendes
"Jorge Mendes é sempre muito badalado, e curiosamente há outros que querem trabalhar com ele, mas ele não aceita. Jorge Mendes tem um preço, é um profissional, cobra 10 por cento de comissão, toda a gente sabe disso. Jorge Mendes aparece na negociação porque, quando passámos a cláusula de rescisão de João Félix de 60 para 120 milhões, ficou acordado que ele e Moreira de Sá, com quem fez uma parceria, teriam direito a 10 por cento se o jogador fosse transferido pelos 120 milhões de euros da cláusula de rescisão, a pronto. O Benfica já recebeu o dinheiro da venda, mas Jorge Mendes ainda não tem a comissão. Há de recebê-la lentamente."

Rendimento de Raul de Tomas
"O jogador tem um passado, toda a gente sabe que ele é um goleador. O scouting do Benfica foi unânime na exigência da contratação deste jogador. Havia uma feridazita entre o Benfica e o Real Madrid, mas já está tudo sanado. Não me preocupa nada que não esteja a marcar golos. Há de marcá-los. Já aprendi uma lição no Benfica: se compro por 15 milhões de euros é caro, se vendo por 15 milhões é barato."

Contratação de Vinícius e a antecipação aos rivais
"Em Junho, estive em Nápoles para contratar Vinícius. Ofereci 12 milhões de euros e o presidente do clube não aceitou. Houve mais dois clubes portugueses e um clube inglês interessados nele. O Benfica antecipou-se. FC Porto e Sporting estiveram interessados nele, não podem desmentir. Se calhar não tiveram pedalada para ele, queriam-no por empréstimo. Contratá-lo foi uma decisão praticamente minha. Graças ao crédito do Clube também sabemos comprar. O principal título que o Benfica tem é o da credibilidade. O jogador não tem nada a ver com Jorge Mendes. Quem representa Vinícius é António Teixeira e um agente brasileiro. A eles foi paga a comissão. Vinícius é um nome que também foi indicado pelo scouting do Benfica."

O empréstimo de Cádiz
"Não custou três milhões de euros, foram 2,5 milhões. Um jogador para emprestar? Sim! Deixe chegar ao final da época ou daqui a um ano e depois logo vê a lógica que tem. Garanto-lhe que o Benfica não vai perder dinheiro. E se calhar também vamos fazer outra operação em Portugal assim. Há determinadas situações que encaro como um negócio puro, há que ganhar dinheiro. É puro!" 

Aquisição de Ederson mesmo contra as críticas
"Quando comprei o Ederson, comprei dois jogadores ao Rio Ave dentro de um avião… Se me perguntasse se o Ederson iria ser o que foi, garanto-lhe que nem eu nem ninguém dentro do Benfica seria capaz de dizer isso! Aliás, criticaram-me por comprar o jogador! Eu comprei o Ederson porque era um jogador que tinha passado pelo Benfica… Diziam-me que ele era um bocado desviado da cabeça, lá se foi, perdemos-lhe o rasto e, depois, viemos a encontrá-lo no Rio Ave. Comprámo-lo por 500 mil euros."

O processo Perín
"Foi uma situação que nunca nos tinha sucedido. Fomos a Itália [no mercado de verão], acertámos com a Juventus, depois negociámos com o empresário dele quando chegámos a Portugal – tínhamos acordado cinco anos de contrato – e nesse mesmo dia, quando estava a fazer exames médicos, aconteceu o que aconteceu. Não vale a pena especular. Foi mau para nós e para o jogador. Toda a nossa equipa técnica gostava muito do Perín, mas infelizmente não conseguimos. Dificilmente, depois da lesão, poderemos pensar nele de novo."

Taarabt
"Como é que este jogador deixou passar uma carreira por ele com a qualidade que tem? Não conhecia o Taarabt desta maneira. Lembro-me como é que o negociámos e, dois ou três anos depois, como foi o passado dele no Benfica. Com Bruno Lage tudo mudou. É outra realidade. O treinador disse que o queria e ficou cá, e agora está a provar que merece."

Limite máximo a pagar por um jogador
"Depende... Se for um avançado, um defesa... Já chegámos a 20 milhões de euros por um avançado. 40 milhões? Não, isso não pagava. Se houver necessidade de investir num jogador que não tenha no Benfica Futebol Campus, o Clube tem de ter capacidade para investir. Quem trata do scouting do Benfica sabe que, quando o nosso treinador precisar de um jogador para uma determinada posição e ele não existir dentro de casa, facilmente haverá soluções. Temos um departamento profissionalizado. Quando há necessidade, apresenta soluções e depois o treinador decide. Se houver um pedido expresso do treinador e existir um parecer positivo do scouting, avançamos para a contratação."

A credibilidade e os craques da casa
"São todos do Benfica! Se os deixasse sair seria muito mais criticado. É credibilidade! É muito importante o Benfica poder cumprir com toda a gente, como tem feito… Não vamos inventar mais dinheiro, não queremos ter mais dívida no Benfica. Agora, se o Benfica avançar rapidamente para o projecto europeu, o orçamento terá de subir muito mais… Se vou fazê-lo? Não! Vou continuar na mesma linha de orientação. Quem está no Benfica sabe a cobiça que os jogadores têm, os craques que o Benfica tem! Não acha que um David Tavares é craque? Um Rúben Dias, um Florentino… Se o Benfica tiver dentro de sua casa, não vai fora, isso posso garantir. Porque é que me vou desfazer daquilo que é meu? Têm anos e anos de Benfica, choram pelo Clube… Hoje está tudo equilibrado. Pensa que é fácil bater uma cláusula de rescisão? Eu sei perfeitamente o que estou a fazer!"

Jota e Grimaldo: renovações para breve
"Penso que dentro de dias esse assunto estará resolvido. Falta-nos renovar somente com dois jogadores e o Jota é um deles. O outro? É Grimaldo. Estamos a conversar com ele. Penso que também iremos renovar brevemente. Está praticamente negociado e vai subir o ordenado."

O adeus de Jonas
"Há jogadores que nos marcam, pela sua personalidade, pela sua maneira de ser. Ninguém o esquece, também pelos golos que marcava. Deixou muitos amigos no Benfica. Quando terminou a última época disse-me que não queria continuar a jogar futebol. Ele disse-me claramente que tinha acabado, que não tinha condições para jogar futebol. Queria que as pessoas se lembrassem dele como alguém que marcava golos."

Líderes do balneário
"Os líderes são os capitães, o Jardel, o André Almeida e o Pizzi."

Bruno Lage, o treinador do Benfica
"É o treinador do Benfica. Já lhe fiz uma abordagem para negociarmos a renovação dele. Acho que a grande maioria dos benfiquistas revê-se neste projecto. Nas eleições vou bater-me por este projecto e depois são os Sócios do Benfica que vão votar se querem este ou um alternativo. Se querem um projecto de carregar num botão, não será comigo de certeza absoluta. Se querem um projecto que é de sucesso desportivo e financeiro, continuarei disponível para servir o Benfica."

Na sucessão em Janeiro: a par de tudo
"Quando Rui Vitória se foi embora, disse a Bruno Lage que seria ele o treinador se José Mourinho não viesse. Aliás, Bruno Lage até fez um comentário engraçado, na altura... Disse-me que se José Mourinho viesse para o Benfica, ele próprio iria buscá-lo ao aeroporto. Tive algumas conversas com Mourinho, mas o assunto não evoluiu. No regresso a Lisboa após o jogo com o Santa Clara nos Açores, disse a Bruno Lage que iria ser ele o treinador do Benfica em definitivo."

Relação com os rivais
"Eu penso no Benfica, só. Às vezes falamos uns com os outros, quando há uma reunião na Liga. Mas, em termos estratégicos, pensamos muito em nós. Não há condições, neste momento, no futebol português – o que eu lastimo – para pensar em estratégias conjuntas. Isso é muito mau para a indústria. Se as pessoas estiverem disponíveis para dialogar, não é preciso eu aparecer. Há canais próprios para falar com o Sporting e com o FC Porto. Poderei falar com o presidente do Sporting, mas com o FC Porto não há condições, por motivos óbvios."

Crise no Sporting
"É muito mau para o negócio. Quem elegeu o presidente Frederico Varandas foram os Sócios do Sporting num período muito complicado na vida do clube. No futebol, ou há uma liderança muito forte ou nada funciona. Eu já vivi problemas no Benfica assim, mas sou muito determinado e não vale a pena estar num processo onde não vou acrescentar valor. A prioridade que o Sporting deverá ter é criar estabilidade, se não é mau para o Sporting e para o futebol português. O Sporting devia estar a competir com o Benfica e com o FC Porto."

Aumento da lotação do Estádio da Luz
"Houve uma conversa com Mário Dias e com António Ferreira, a pessoa que está à frente do património do Clube, por causa do projecto deste Estádio. Vamos aumentar a capacidade, mas não me pergunte em quantos lugares. Ainda não está decidido, ficará até ao final do mandato. Estamos a falar com os projectistas, ainda não está decidido, mas quase que lhe posso garantir que vamos por essa via."

Naming do Estádio? Não é barato
"O Benfica já foi confrontado com duas situações diferentes. Numa, havia um determinado 'cliente' que reunia as condições financeiras para o Benfica, mas a marca não era apetecível. Já tivemos a marca, mas não quiseram pagar-nos os valores que pretendíamos. Quanto estamos a pedir? Isso é negócio, não vou revelar. Mas não é barato. Só vale a pena vender o naming se facturarmos bem."

O emblema e eventuais modificações
"Há uma proposta do nosso departamento de marketing que tem muito a ver com a nossa internacionalização. Mas ainda não foi devidamente escalpelizada. Quem vai decidir não somos nós, serão os Sócios. Vamos ser claros: será proposto que o símbolo seja mais comercial, mas serão os Sócios a dar a última palavra. Ninguém vai fazer nada à revelia."

Candidatura para novo mandato
"Ainda me falta um ano… Mas vou-me candidatar novamente! Há promessas que fiz aos Benfiquistas, e não vou falhar. Prometi, e sempre disse, que queria devolver o Benfica aos Benfiquistas, ainda não o consegui, mas estou perto de o conseguir. Garanto-lhe que, no dia em que sair do Benfica, é algo de que poderei ficar muito orgulhoso – eu, as direcções que trabalharam comigo, os profissionais do Benfica, Sócios, adeptos, simpatizantes… Foi um trabalho de todos! É uma obra de todos! Entregar o Benfica aos Benfiquistas, com todo o património completamente liquidado, que já está, e entregar o Benfica sem dívidas… Esse é um sonho que eu tenho e penso que estou perto de o conseguir. Depois, nesse dia poderemos conversar."

Limitação dos mandatos
"Não concordo! Se um clube não tiver estabilidade suficiente, se o Benfica tivesse limitação de mandatos, posso garantir que não tinha chegado onde chegou hoje!"

A vida sem as rotinas Benfica…
"Não vale a pena pensar nisso ainda, honestamente ainda não penso. Curiosamente, e isso aconteceu com uma empresa que vendi, passaram-se meses e eu dava por mim a caminhar para lá… depois voltava para trás quando percebia que aquilo que já não era meu. Não sei o que se vai passar com o Benfica, mas é lógico que tenho uma ligação muito forte e há rotinas… Tenho o sentimento de que há um timing para eu sair e penso que nunca sairei no final de um mandato… devo sair a meio, ao final de um ano. Eu conheço-me e quando eu disser que acabou, que já fiz o que tinha de fazer e é altura de parar, eu paro! Por todo o meu trajecto no Clube, quero sair numa altura em que seja recordado, que não esteja a ser julgado por resultados… que tenha a minha marca. Tenho muito orgulho em tudo o que fiz e essa seria também a única forma de justificar à minha família a minha ausência em casa. Mas vou fazer mais um mandato porque ainda tenho muita coisa para fazer!"

Clube vivido intensamente... e a família
"Não fui a Moreira de Cónegos neste último jogo porque o meu neto fazia anos. Tenho cinco netos e há qualquer coisa que tenho de lhes dar… Há coisas que temos de começar a viver. Não sei há quantos anos não tinha férias... Tive este ano, e a minha mulher não acreditava e não tinha as malas feitas. Os meus netos estiveram cerca de 15 dias comigo… Havia demasiado para fazer no Benfica e só estou a conseguir fazer isto agora! Hoje, o Benfica tem quadros à altura e a minha importância no Benfica tem a ver com o meu estilo de liderança e determinação. Ainda temos muita obra para fazer… Para o ano queremos começar com o colégio e com o hotel junto ao Benfica Futebol Campus."

Processo e-toupeira
"Vivemos num estado de Direito. Sou daqueles que acreditam cegamente na Justiça. Há justiça neste País e o que foi feito foi ilibar o Benfica do que quer que seja. Como deve imaginar, durante um ano de certeza que nos andaram a vigiar para chegarem à conclusão de que o Benfica não estava envolvido em nada daquilo. Sobre o Paulo Gonçalves: sou amigo dele. Era um excelente profissional e deu muito ao Benfica. Neste momento, vai enfrentar julgamento, e eu estou convencido de que não será penalizado. Daquilo que eu vi, não pôs em causa o bom-nome do Benfica. Quando ele chegar a julgamento, deixem-no defender-se. Isto é um estado de Direito, a Justiça vai funcionar. Vamos aguardar. Ele não foi julgado ainda."
"O Benfica ganhou dentro do campo a alguns combatentes que, para nos combaterem, jogaram fora das quatro linhas. Na nossa casa todos temos a consciência tranquila. Continuem assim, que mais força nos dão."

José Eduardo Moniz e José Nuno Martins: troca de palavras
"O Benfica é um clube democrático! Pessoalmente, eu e o José Eduardo Moniz não temos problemas, damo-nos muito bem. Quando divergimos, divergimos lá dentro, porque cá fora, e ambos temos provas disso, há lealdade. Não se concorda, não se concorda, mas, no fim, alguém tem de decidir. Até poderia ir por um caminho que não fosse o melhor, mas felizmente, até hoje, a grande maioria das decisões foi sempre pelo melhor do Benfica. Não tenho nada contra o José Eduardo Moniz, e ele também não tem nada contra mim. Que me lembre, nunca intervim em editoriais do Benfica, nem em conteúdos do Benfica ou programas do Benfica… Tive o cuidado de ligar ao José Nuno Martins e dizer-lhe: 'Cuidado, não sei o que existe entre ti e o José Eduardo Moniz, mas têm de clarificar isso; é importante porque quem está a levar por tabela sou eu, parece que é um recado que eu te dei, mas sabes perfeitamente que não o faço, não dou recados. O que tenho a dizer, digo-o frontalmente.""