quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Entrevista...

"A entrevista de LFV foi um bom momento de comunicação. Um ensaio para esvaziar um pouco a pressão que tem sido exercida sobre Bruno Lage e a equipa desde o início da época. Quem acompanha diariamente o Benfica, terá constatado que não surgiram muitas novidades, com excepção da "quase garantia" de aumento da lotação do estádio da Luz e do compromisso de não alterar o nosso emblema sem a decisão dos sócios. Um ou outro caso mediático foi esclarecido (Perin, por exemplo). LFV num tom muito tranquilo e coloquial disse o que quis e o entrevistador foi discorrendo o seu plano amigável. E é aqui que quero fincar o meu ponto. Dispondo de uma "eternidade" para obter informação sobre um dos mais influentes dirigentes da história do desporto, a entrevista foi confrangedora na sua essência. Por culpa da linha editorial e do entrevistador. As difíceis relações do Benfica com a Liga de Clubes e a FPF, a organização do futebol português (a partir do G15 e da aliança anti-Benfica dos rivais), o desequilíbrio geográfico da competição em Portugal, as relações dos clubes com o Estado e a deficiente prestação deste ao nível legislativo e operativo (combate à violência, doping, arbitragem e justiça), a questão das claques, o financiamento dos clubes no futebol europeu, a competitividade das equipas portuguesas neste contexto, o modelo futuro da Champions, o futebol feminino e o seu impacto no médio prazo, as transmissões televisivas no pós 2026/27, o Benfica na comunidade lusófona e no mundo. Essencialmente, foi uma visita ao repositório de títulos de imprensa que alimentam paupérrimos e sanguíneos debates televisivos. Uma cedência ao estilo hegemónico. LFV teria muito mais para dar, assim quisesse e fosse estimulado a isso. Mas fiquei com a ideia que o objectivo era "sacar" um punhado de frases para alimentar os comentários do dia. Em suma, a presença de LFV foi uma gestão de conteúdos da TVI. Não tenho quaisquer dúvidas que o momento na BTV seria muito mais profícuo e motivador para todos os benfiquistas. Já passou e hoje a bola já rola. Ou seja, o efeito mediático consome-se em 24 horas e, como disse Vieira, já trabalho a fazer."

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