quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Que a águia voe mais alto que o dragão

"Quis o acaso que, no momento em que comecei a interessar-me por futebol, o Benfica fosse uma espécie de ruína de outrora. Eram meados dos anos 90 e ganhar ao Porto era quase tão improvável quanto ganhar um campeonato.
Apesar da crença num resultado positivo, não havia optimismo que pudesse levar um tipo a esperar convictamente uma vitória. Aliás, para minha própria defesa, partia do pressuposto de que iríamos perder. Assim, se ganhássemos seria uma boa surpresa. Se perdêssemos, era apenas mais um dia.
A verdade é que os tempos mudaram e as coisas tenderam a equilibrar-se. Apesar de alguns adeptos do Porto chamarem recorrentemente “salão de festas” ao Estádio da Luz (muito graças ao facto de terem ali ganho o campeonato em 2011), nos últimos 10 jogos neste Estádio o Benfica registou 4 vitórias, 3 derrotas e 3 empates com o Porto, marcou 15 golos e sofreu 12. Ainda assim, é demasiado equilíbrio para um jogo disputado na casa de um dos grandes que deveria ter maior preponderância, à semelhança da que o Porto tem no Dragão.
Um jogo com o Porto (ao qual não ganhámos em casa entre 16/04/2014 e 07/10/2018) é sempre muito difícil. Dificuldade que se traduz em contentamento quando as coisas correm bem, como em 2014 naquele jogo da Taça de Portugal em que André Gomes deixou Fernando preso ao chão e de mãos no ar (numa espécie de coreografia de hidroginástica) marcou o 3-1 que nos levou à final. Foi o jogo que mais gostei de ver ao vivo.
Olhando para a actualidade, vejo um Porto magoado depois de perder na 1ª jornada e na pré- eliminatória da Champions, quando nada o faria prever. Mas essa “dor” facilmente se traduzirá em força. 
O Porto é um clube que ainda vive muito de dinâmicas de motivação à antiga, recorrendo sistematicamente a chavões como o inenarrável “contra tudo e contra todos” e o mais interessante, é que pega. A ideia de revolta cai bem no ambiente portista, especialmente com um treinador emotivo como Sérgio Conceição.
Vai ser um jogo equilibrado, certamente. Espero que Bruno Lage consiga manter a dinâmica que trouxe ao Benfica quando chegou, não permitindo que o Porto dominasse o meio campo nos dois jogos que com eles disputou (ao contrário do que vimos quase sempre nos últimos anos). Temo, no entanto, que o Benfica esteja demasiado dependente do repentismo de Rafa, o jogador mais importante da equipa de momento, algo que foi evidente no Estádio Nacional com o Belenenses. Preocupou-me um certo ruivitorismo a que assisti nesse jogo: equipa a ganhar por 1-0 e a jogar na expectativa sem manter a toada ofensiva.
Não é possível deixar de notar que Seferovic está a falhar muito. Sim, cria espaços. É lutador. Mas falha muitos golos. Em jogos difíceis o Benfica terá de marcar mais vezes do que falha, porque vai ter poucas oportunidade para o fazer. Seferovic até marcou ao Porto no último jogo no Estádio da Luz mas acho que está na hora de dar lugar a Vinicius, mantendo o modelo de jogo, ou a Chiquinho, dando mais consistência ao meio campo.
Do Porto espero a garra de sempre. Marega será sempre um perigo e Luís Diaz foi uma boa aquisição, à semelhança de Marchesín. Até Soares, que está em momento não, é extremamente periclitante em dia sim.
Veremos."

Cadomblé do Vata (Lagartices...)

"1. O Sporting corre a toda a brida para ser considerado o clube mais poupadinho do Mundo... vende Dost para poupar 10 milhões, vende Petrovic para poupar 5 milhões, não joga pincel para poupar nos títulos.
2. Quando Dost regressou ao Sporting noticiou-se que ficava com ordenado de 3 milhões por ano; no momento da assinatura de Petrovic falava-se em salário de 1,8 milhões anuais... para pouparem 15 milhões em vencimentos de contratos com mais 2 anos de duração, os lagartos devem ter metido os contratos de ambos os jogadores na mesma Máquina de Multiplicação de Números onde tinha enviado os títulos de campeão.
3. O Sr. 130 milhões (120 da cláusula + 6 do empréstimo + 4 do que poupamos em ordenados até 2023) só precisou de 65 minutos em campo para ser eleito para a equipa da 1ª jornada da La Liga... vai caindo por terra a conversa da lavagem de dinheiro repetida pelos que sofreram lavagem cerebral.
4. O Benfica emitiu ontem um comunicado onde pede para que se "termine a caça ao Rafa"... bem vindos ao "deixem jogar o Mantorras" dos tempos modernos e orientem aí 2 rótulas para a mesa do ribatejano.
5. O FC Porto anunciou que os bilhetes para a bancada portista do próximo SL Benfica - FC Porto esgotaram em 3 horas... se quiserem que seja mais rápido, avisem para que na próxima temporada o SL Benfica envie o pacote dos rectângulos mágicos logo directo para a sede dos Super Dragões."

Canal 11 - YoungNetworks



"Canal 11, a “plataforma de conteúdos sobre o futebol português”, o tal canal que prometia ser diferente e primar pelo fair-play, mas que tem se aproximado das linhas condutoras de outros canais. Após 3 semanas de atividade já é possível tirar algumas conclusões sobre o rumo deste novo canal.
A escolha de jornalistas teve, desde logo, um padrão. Quase todos saíram de 1 destes 3 canais: Sport Tv, Porto Canal e Sporting TV, o que, desde logo, revela alguma natureza anti-Benfica. No entanto, enquanto que muitos deles conseguem ser profissionais, deixando de lado as preferências pessoais, há outros que se revelam e mostram tudo o que realmente são e foram.
Sofia Oliveira, ex-Sporting Tv e YoungNetworks (quem diria?) é a cara mais visível dessa situação. Depois de ter mostrado todo o seu anti-Benfiquismo pelas redes sociais, esta semana, reforçou mais uma vez que tipo de “jornalista” é na conversa com Artur Moraes, antigo profissional de futebol. “Frete” será a palavra mais simpática que arranjámos para descrever a conversa que teve com o antigo guarda-redes. Curiosamente, ou não, ex-Benfica.
Outra situação que nos fez confusão foi a chamada de João Ferreira (ex-árbitro) para tentar branquear tudo o que se passou no B-SAD vs SL Benfica no passado sábado. O penalty sobre Rafa é indiscutível (até mesmo para “O Jogo”, pasme-se), mas para João Ferreira, não. Gostaríamos de perceber o porquê desta tentativa de “mandar areia para os olhos” dos telespectadores do canal."

10 curiosidades sobre as leis de jogo que ninguém lhe tinha explicado. Até agora

"Caro leitor, prepare o seu bloco de notas e, se entender relevante, esteja atento.
Vamos falar de futebol. Ou melhor, vamos falar de algumas coisas interessantes que podem acontecer num jogo de futebol.
Seguem-se então algumas dicas sobre leis de jogo. Sobre leis de jogo e sobre (eventuais) decisões que os árbitros tomem em campo e que o caro leitor - seguramente adepto de bom futebol -, poderá não entender ou até nunca ter ouvido falar.
O risco que todos enfrentamos quando desconhecemos o que mais nos apaixona é o de podermos cair no erro da falsa percepção. É o sermos levados a tomar atitudes questionáveis, julgamentos precipitados ou críticas infundas.
A ideia deste artigo é contribuir, dentro do possível, para que isso aconteça cada vez menos. Nestas coisas da bola - onde a razão envergonhada tantas vezes é vencida pela emoção exacerbada - todo o saber consciente é importante. Todo o cuidado é pouco.
Como o espaço é curto e o seu tempo precioso, passemos das palavras aos actos.
De seguida, ficam alguns "pormenores" engraçados sobre regras, leis e decisões. Porque há mais, tanto mais para dizer, fica o compromisso de voltar a este tema quando a oportunidade assim o sugerir.
Vamos a isso, então.
1 - Sabia que um jogador que celebre um golo e que depois veja cartão amarelo por despir a camisola... mantém o cartão, mesmo que o golo seja anulado? E sabia que nem é preciso despir a camisola na totalidade para ser advertido pelo árbitro? Basta que, por exemplo, a use para cobrir totalmente a cabeça?
2 - Sabia que um árbitro pode exibir cartões (amarelo e/ou vermelho) durante o intervalo ou após o final de um jogo, se o fizer ainda dentro do terreno? Caso exista uma conduta que, na sua opinião, o justifique?
3 - Sabia que um jogador pode executar um pontapé de penálti de calcanhar, virado de costas para a baliza do seu adversário? Para que a opção (arrojada) seja legal, a única exigência é que a bola seja pontapeada (e se mova)... para a frente.
4 - Sabia que, quando está nevoeiro cerrado, o "expediente" que os árbitros costumam utilizar (para saber se podem ou não iniciar/reiniciar um jogo) é colocarem-se junto a uma baliza... para ver se conseguem ver a outra?
5 - Sabia que o sorteio inicial tem que ser feito com a presença dos dois capitães de equipa e, obrigatoriamente, através de moeda ao ar? E que não há outra forma legal de o fazer, ainda que tão ou mais eficaz que essa?
6 - Sabia que um jogador pode executar um lançamento lateral para a cabeça de um colega e este atrasá-la directamente para o seu guarda-redes, que depois a pode agarrar com as mãos? E sabia que um jogador de campo pode fazer exactamente o mesmo (passar a bola para a cabeça de um companheiro, com o mesmo objectivo), sem que isso também colida com a lei?
7 - Sabia que, ainda num lançamento lateral, nenhum adversário pode estar a menos de dois metros da linha que corresponde ao local onde esse recomeço é efectuado? E sabia que o seu executante pode fazer tabelar a bola no corpo de um jogador adversário (para poder seguir a jogar), desde que o faça de maneira que o árbitro entenda ser desportiva/normal?
8 - Sabia que uma partida pode começar com apenas sete jogadores (numa ou nas duas equipas), desde que um deles seja obrigatoriamente o GR?
9 - Sabia que a chamada "meia-lua" (junto a cada área) só existe para assegurar que, num pontapé de penálti, todos os jogadores ficam à distância mínima de 9.15m da respectiva marca? E que o "círculo central" tem exactamente o mesmo objectivo (mas em relação ao posicionamento, também a 9.15m, dos jogadores de uma equipa quando a outra inicia/reinicia o jogo)?
10 - Sabia que as bandeirolas de canto têm altura mínima expressamente definida pela lei (1,5m), mas que aquela não estipula qualquer limite quanto à sua altura máxima? E que a única exigência aí é não ser pontiaguda?
Entre este e aquele "sabia que" há tanto, mas tanto mais por dizer. Há, seguramente, muitos outros pequenos-grandes detalhes que desconhece, quer nas regras, quer nas recomendações oficiais que existem para a sua aplicação prática.
Essa zona, ainda parcialmente cinzenta, faz parte deste encanto. Do encanto pela descoberta gradual de um universo que nos apaixona a todos e que nos leva aos extremos das reacções.
O saber, de facto, não ocupa espaço e tem - nos dias de hoje e para as pessoas sensatas - uma enorme vantagem: ajuda a legitimar a crítica.
Quem não gosta de argumentar sabendo do que fala?"

Pistas para começar a pensar no clássico

"Em pouco mais de 15 dias, já começou a contagem decrescente para o segundo clássico do futebol português versão 2019-20. De um lado, um Benfica que até à data não sofreu golos, conseguiu algo que nunca tinha alcançado na pré-época (a conquista da International Champions Cup) e que tem dado continuidade ao guião que Bruno Lage começou a escrever, a meio da temporada passada. Do outro, um FC Porto forçosamente em regeneração, à procura das dinâmicas que só surgem com o entrosamento (leia-se, com o tempo) e ainda a assimilar princípios que antes do Verão eram interpretados de olhos fechados por um núcleo de activos que se afastou do Dragão. Tudo somado, uma coisa é certa: nem os “encarnados” são isentos de falhas, nem os “azuis e brancos” estão assim tão distantes do actual momento do rival.
Poderá parecer uma avaliação descabida se olharmos somente para os números. Para as duas derrotas do FC Porto em quatro jogos, uma delas no terreno de um adversário (o Gil Vicente) que saiu do terceiro escalão e cujo fardo da reconstrução é bem mais pesado; ou para as três vitórias confortáveis do Benfica em outros tantos jogos, uma delas sobre o Sporting com números invulgares. Mas, como sempre, os números estão muito longe de dizer tudo.
As estatísticas mais superficiais não explicam, por exemplo, as dificuldades que o Benfica sentiu nas transições defensivas durante a primeira parte do encontro da Supertaça. É verdade que não deixou o Sporting, que se apresentou com uma linha de cinco no sector mais recuado, construir por dentro e lhe condicionou a primeira fase de construção, mas permitiu que o rival pusesse a nu algumas fragilidades no controlo da profundidade.
As estatísticas mais superficiais não explicam também a dificuldade que teve para se libertar do colete-de-forças preparado pelo Paços de Ferreira, rigoroso a fechar espaços e a reduzir a distância entre linhas, num jogo que foi desbloqueado por um golo magistral de Nuno Tavares — num movimento, reconheceu mais tarde Bruno Lage, que foi até contra as indicações dadas pelo treinador.
Na verdade, na minha óptica, o jogo mais conseguido dos “encarnados”, aquele em que os comportamentos que revelaram competência foram mais duradouros, foi o recente triunfo sobre o Belenenses SAD. Com números mais modestos que os anteriores, é certo, mas com uma capacidade maior de impor o seu modelo ao rival e de não o deixar pôr em prática as (ambiciosas) ideias preconizadas por Silas.
De resto, muitos dos predicados da época anterior mantêm-se: o trabalho aturado dos dois avançados sem bola, as constantes movimentações dos alas para zonas interiores, Pizzi mais como terceiro médio do que como extremo, a ligação vertical entre defesa e meio-campo na primeira fase de construção, sobretudo graças à qualidade de passe de Ferro.
E é essa a principal diferença entre os dois rivais nesta altura, o trabalho de casa herdado da temporada anterior. Ao perder Militão e Felipe de uma assentada, o FC Porto tem de recalibrar a forma como defende a profundidade (até levando em linha de conta as características físicas dos centrais); ao perder Brahimi, tem de encontrar um outro agente do caos, um desequilibrador capaz de fazer a diferença no um para um — Luis Díaz tem tudo para ser a solução; ao perder Herrera, tem de reformatar um dos médios para ser o box to box que o técnico pretende, intenso sem bola e influente no último terço.
Por razões alheias a Sérgio Conceição, os “dragões” voltam a ser obrigados a reinventar-se. Com a equipa ainda na “incubadora”, acumularam duas derrotas que provaram que, em organização ofensiva (mais do que em transição), ainda há muito caminho a percorrer, e que defensivamente a relação entre central e lateral (de ambos os lados) não é perfeita. Pela amostra disponível até agora, a matriz desenhada pelo treinador é para manter: reacção impiedosa à perda em zonas adiantadas, ataque à profundidade, supremacia na dimensão física do jogo (as bolas paradas continuam a ser uma referência), laterais projectados.
Falta dar outra dimensão ao jogo interior e nessa missão Uribe poderá vir a ser o homem providencial. Assim como falta saber que tipo de riscos quererá o FC Porto correr no Estádio da Luz. Pistas para o debate: Corona novamente como lateral, mas mais contido no raio de acção, para se precaver face a Rafa? Romário Baró como falso ala e verdadeiro terceiro médio? Do lado oposto do relvado importará saber em que franja de terreno quererá o Benfica pressionar e quão adiantado estará o seu bloco. Já só faltam três dias."

Educação desportiva, civismo e cidadania

"Chegados da Dinamarca, não vimos um único ciclista passar um sinal vermelho. Em Portugal é o contrário.

Por Educação deve entender-se a preparação Familiar e Escolar, adquiridas, respectivamente, em Casa e na Escola, embora não seja seguro garantir que ela (Educação) será suficiente para assegurar uma vida em Regime Democrático, que o mesmo é dizer, em plena igualdade de oportunidades que possam conduzir a uma igualdade de desempenhos, com dignidade, com rigor, com eficácia e com responsabilidade.
É que, em Democracia, a igualdade em Preparação, em Princípios, no Respeito e Cumprimento das Leis e sobre tudo no respeito pelos outros e por nós próprios, é essencial.
Qualquer cidadão, socializado, fica chocado ao ver o estado de degradação a que certas “Mulheres”, que se julgam famosas, chegaram, pousando para fotografias quase, ou mesmo nuas, e mesmo assim pretendendo que terceiros tenham respeito por elas e as levem a sério. E se amanhã quiserem ser Deputadas, ou Membros do Governo, será que podem?, e quem é que lhes vai dizer que não podem?, e aonde é que isso está escrito?
Pois é. É que se a Mulher quer ser respeitada e ser igual ao Homem, em tudo, também terá que ter um comportamento exemplar, como o Homem deverá ter.
É difícil respeitar quem não tem respeito por si próprio e pelos outros.
A Sociedade Democrática, não pode tolerar certos desmandos e deixá-los impunes!.
A Democracia exige um aperfeiçoamento, permanente, de cada um de nós, no interesse do nosso semelhante, sem o que a vida, em sociedade, se torna impossível.
Chegados recentemente da Dinamarca, com milhares de bicicletas nas ruas, não vimos um único ciclista passar um único sinal vermelho!!!. Aqui, em Portugal, não há um único ciclista que respeite um sinal vermelho e a Polícia nada faz!
É um problema de Cultura, de Educação, de Civismo e de Cidadania, sim, mas também de impunidade total, que se arrasta a outras áreas.
A Educação, através do Desporto, a começar aos 4 anos de idade evita tudo isto e, quanto a nos, é a única solução para o problema, já que ninguém pode controlar, e assegurar, que no seio da Família, todo o Jovem irá receber uma Educação adequada, pois ninguém pode dar aquilo que não tem.
Não conseguimos perceber como é possível, tantas pessoas, inteligentes e preparadas, não serem sensíveis a esta questão e tratarem a Educação Desportiva da Juventude, com uma questão menor e que o importante será a Matemática e o domínio dos computadores...
Mas, mesmo aqui ao lado, na vizinha Espanha, já não é assim, e subindo um pouco pela Europa, ouvimos grandes elogios a Portugal, à sua gastronomia, ao clima, com sol, um Povo afável, mas... subdesenvolvido, que foi o que nos disseram na Dinamarca, ao que retorquimos que tínhamos das melhores elites mundiais.
Ouvimos dizer que Portugal vai ser a Capital Europeia do Desporto, em 2021, só não sabemos de que Desporto, já que aqui a nossa Comunicação Social, chama Desporto à Indústria do Futebol Profissional, que é tão- só o emprego e o ganha pão desses trabalhadores do Desporto. E o Ministério da Educação é que é o grande culpado por essa confusão, por esse equívoco, já que nada faz, para separar as águas, por um lado, e por outro, porque não percebe esse valor acrescentado que é a Educação Desportiva, que está na base de uma Educação para a Igualdade, e que é essencial em Democracia.
Será porque, a maior parte desses Dirigentes, não foram devidamente iniciados, com os devidos Processos Pedagógicos Educativos para se socializarem e colocarem ao serviço da Democracia? Seria interessante o Ministério da Educação pronunciar-se sobre o que entende por “Capital Europeia do Desporto”, em 2021, apesar de já ser outra equipa, certamente, mas esta terá obrigação de preparar o “Terreno”, já que, em teoria, é o Ministério da Educação que possui, nos seus quadros, os melhores especialistas da matéria.
Não deverá ser a Câmara Municipal a definir uma Política Desportiva Nacional.
É no Presente que se prepara o Futuro, como ensinou Louis Armand, então que assim seja. Mas vejam lá a que é que chamam Desporto e se coordenam com a Câmara Municipal, uma terminologia única, e perceptível, para que não haja duas interpretações para o mesmo fenómeno."

A mesma paixão

"Com o plantel da equipa profissional feminina de futebol encerrado, para já – porque num clube como o Sport Lisboa e Benfica a ambição é inesgotável e qualquer oportunidade de mercado merece atenção –, e a Supertaça de Portugal a pouco mais de duas semanas de distância, este é um bom momento para enquadrar esta aposta do Clube.
Nomes novos a reter: Cloe Lacasse, Ana Seiça, Catarina Amado, Lúcia Alves, Adriana Rocha, Nycole, Annaysa e Dida, hoje oficializada.
Ao longo da pré-época, Beatriz Cameirão e Lara Pintassilgo, duas Sub-19 que se estrearam nas seniores na época passada – e outras podem vir a subir –, têm estado a trabalhar com o plantel. Com uma média de idades baixa, este lote acrescenta valor e alarga em qualidade o leque de opções do treinador Luís Andrade.
Em Portugal e no mundo, o futebol praticado por mulheres tem vindo a conquistar, de forma consistente, mais praticantes e adeptos. A força da marca e o competitivo plantel que se estreou na época passada levaram a uma notoriedade quase imediata do ambicioso projecto em boa hora desenhado pelo SL Benfica. O Mundial de França mostrou o quão real é a conquista de espaço, por mérito próprio, das mulheres no chamado desporto-rei.
Duas futebolistas do Benfica estarão na próxima semana ao serviço da Selecção Nacional de Portugal, convidada pela congénere dos EUA, actual campeã do mundo, que pretende bater o recorde de assistência em solo americano, provavelmente com muitos emigrantes lusos nas bancadas. Teste duro que ajudará a aferir qual o real valor da jogadora nacional no momento.
No nosso Clube, este é ainda um projecto recém-nascido, mas em pouco tempo alcançou-se a atenção e o respeito de muitos. Objectivo máximo desta época é lutar por todos os troféus e, para tal, sem retirar méritos a ninguém, houve necessidade de reforçar em qualidade a equipa (entraram oito atletas no plantel), corrigindo-se a estrutura em todos os aspectos possíveis. Existe agora maior solidez, mas o trabalho está longe de estar acabado.
A aposta na jovem jogadora portuguesa será determinante no futuro e existem já duas grandes gerações a emergir na nossa formação, com evidente talento a desenvolver-se. Atletas que poderão claramente fazer parte da equipa principal, assim evoluam no sentido que se quer, à imagem daquilo que também é habitual, nos últimos anos, no Benfica Futebol Campus e com notório benefício na equipa comandada por Bruno Lage.
Depois da estratégia acertada na época de estreia, o caminho começa agora a fazer-se com o investimento noutros mercados de recrutamento. Mas sabemos valorizar a aposta na jogadora brasileira, em média ainda acima da maior porção da realidade nacional, e que foi conduzida pela necessidade de atingir mais qualidade no curto prazo e ajudar a progredir a jovem jogadora portuguesa; a este propósito destacamos as convocatórias mais recentes, com o Benfica a ceder sete às Sub-19 e outras seis nas Sub-17. Estas e muitas outras têm hoje, dentro do Clube, o enquadramento para poderem atingir um potencial quase inacessível a gerações anteriores.
A oportunidade é agora. E o Benfica está assumir o papel de forte apoio ao desporto no feminino, com condições de trabalho, staff profissionalizado e mediatização crescente, numa realidade financeira ainda distante, porém, da indústria do futebol masculino. Parte do caminho, portanto, terá de continuar a ser feita pelas atletas. Como? Com treinos sérios e impactante atitude competitiva que cative mais e mais as massas para os estádios e transmissões televisivas.
Provável resultado a médio prazo: incremento na qualidade dos espectáculos, maior notoriedade pública das jogadoras, mais receitas e patrocinadores, uma indústria mais sólida.
São já hoje mulheres com a mesma paixão pelo jogo e enorme ambição de conquistar títulos... e adeptos. Vai faltar à chamada?"

A Evolução Estratégica no Modelo de Lage

"No “Futebol Total”, programa do Canal 11 de segunda feira, referi-me à confirmação de uma evolução estratégica do Modelo de Lage.
Depois de na temporada passada ter experimentado dificuldades várias no jogo de Alvalade da Taça de Portugal e na recepção ao Belenenses, jogos em que enfrentou a primeira fase de construção adversária em inferioridade (2 avançados contra 3 defesas), e com isso não foi capaz de trazer para si a toada do jogo – Mais até do que estancar as entradas adversárias em criação, perdeu tempo com bola e não foi capaz de assumir o jogo da forma pretendida, o SL Benfica voltou a enfrentar os mesmos adversários logo no primeiro mês de competição da nova época, com uma nuance estratégica diferente.
Estratégica porque a identidade do Benfica não foi alterada. Apenas o comportamento numa fase específica de um momento do jogo. Bruno Lage preparou um encaixe táctico diferente contra o 3+2 da construção adversária (que se repetiu na presente época, depois do sucesso contra o Benfica na época passada), e foi bem sucedido.
Na nova época e perante o 3+2 adversário, na pressão sai com Seferovic ao central do meio e com os extremos Rafa e Pizzi aos centrais mais abertos, enquanto o outro avançado (Raul) fica entre médios, com o apoio proveniente da chegada de um dos outros médios encarnados – Todas as saídas adversárias tapadas através de um encaixe diferente do que o modelo de Lage contempla habitualmente na primeira fase defensiva.
A maior coragem de um treinador é aquela que Bruno Lage evidencia. O mais fácil é não mudar e na derrota gritar por identidade e relembrar que cai de pé. O mais difícil nos dias de hoje em que o parecer conta mais que o ser, é alterar, ser estratégico e ir à procura da vitória. Sabendo que no dia em que corre mal tal será tido como uma causa – efeito. “Perdeu porque defende com os avançados lado a lado e agora foi com um nas costas do outro”.
O impacto Bruno Lage em Portugal tem tudo a ver com um treinador verdadeiramente inteligente em tudo o que importa na sua profissão – Modelo – Estratégia – Liderança – Processo de Treino. 
Sporting X SL Benfica – Meia Final da Taça de Portugal 2018/2019 – Benfica a sair com 2 contra 3 na construção adversária – Felix e Seferovic lado a lado
SL Benfica x Sporting – Supertaça 2019 Alteração Estratégica para melhor encaixe na saída em 3+2 – São os extremos que saem nos centrais (Pizzi e Rafa com centrais mais abertos) e Raul controla os 2 Médios com ajuda da chegada de Florentino ou Gabriel
SL Benfica x Belenenses – Jogo do Estádio da Luz em que Benfica teve menos Posse Jonas + Felix contra 3 que trocaram a bola e congelaram a posse
Belenenses x SL Benfica, 2019/2020 – Encaixe táctico diferente – Extremos saem aos centrais – Raul com ajuda de um dos médios fica com médios – Benfica Sem Inferioridade na construção"