domingo, 18 de agosto de 2019

Margem de Erro...!!!

"30 Km por hora.
30 Km por 3.600 segundos.
3 KM por 360 segundos.
1 KM por 120 segundos.
10 metros por 1,2 segundos.
1 metro por 0,12 segundos.
30 cm por 0,048 segundos.
Seferovic não ia a 30 Km por hora mas temos que contar com o movimento relativo do jogador do B SAD para percebermos o que significam 30 cm em termos de tempo decorrido.
Estamos a falar de menos de 5 centésimos de segundo! 
Em atletismo é necessário recorrer ao foto-finish para certificar uma coisa deste género.
Se alguém quiser arranjar um fora de jogo de 5 cm basta controlar o frame do momento da saída da bola em 0,008 segundos.
Oito milésimos de segundo!
É uma arma poderosa, o VAR...
Siga a vergonha!"

Código de Ética da FIFA

"A FIFA introduziu alterações no Código de Ética, que entraram em vigor no passado dia 1 de Agosto, visando uma maior eficiência e eficácia bem como reforçar a independência do Comité de Ética.
O Comité de Ética é um dos órgãos jurisdicionais da FIFA. É responsável pela investigação de possíveis violações ao Código de Ética da FIFA e pode aplicar sanções nele previstas mas também previstas nos Estatutos da FIFA ou no Regulamento Disciplinar. O Código de Ética, por seu turno, tem disposições relativas ao procedimento e à tomada de decisão, focando-se na conduta dos agentes no âmbito do futebol mas que não têm ou têm muito pouca relação com acções levadas a cabo no terreno de jogo.
Algumas das mais significativas alterações são as seguintes: (i) Alteração ao mecanismo de suspensão parcial das sanções, no sentido de permitir que o órgão possa suspender totalmente uma sanção, se julgar apropriado, dando maior flexibilidade na decisão e abrindo a margem de discricionariedade e independência; (ii) A nova edição do Código concede a possibilidade de impor sanções sem qualquer limitação máxima, em caso de concurso de infracções; (iii) inclusão de abuso e exploração sexual como infracções específicas ligadas à protecção da integridade física e mental, estando prevista uma sanção mínima de dez anos de suspensão; (iv) Novas regras sobre a independência do Comité de Ética, sobre apoio judiciário e sobre a transparência processual, onde é garantida a audiência pública a pedido das partes envolvidas.
O texto a explicar todas as mudanças, bem como a versão final do Código (Edição de 2019), estão publicados e disponíveis para consulta no site da FIFA."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola

Belenenses SAD - SL Benfica 0:2

"Historisches hat sich am vergangenen Wochenende in der Liga NOS zugetragen: Nach der Niederlage des FC Porto bei Gil Vicente und dem Unentschieden von Sporting bei Marítimo, hat Benfica erstmals seit der Saison 1961/62 nach dem ersten Spieltag einen Punktevorsprung vor beiden Erzrivalen. Seinerzeit gewannen die Adler bekanntlich den Europapokal der Landesmeister. Wenn das keine guten Vorzeichen sind.
Keine weite Anreise hatte Benfica zum Auswärtsspiel an diesem Samstag. Das Trainingszentrum in Seixal trennen vom Nationalstadion vor den Toren Lissabons gerade einmal 30 Kilometer. Dort trägt die Belenenses SAD seit der vergangenen Saison ihre Heimspiele aus. Nachdem es im letzten Jahr zum Bruch zwischen dem Mehrheitsaktionär der ausgegliederten Fußball-AG (SAD) und dem Verein kam, musste die Profimannschaft nicht nur das altehrwürdige Estádio do Restelo verlassen. Belenenses tritt seitdem mit zwei Teams an. Während die Fußball-AG mit einem neuen Logo in der Liga NOS spielt, unternahm der Traditionsverein einen Neuanfang in der Bezirksklasse von Lissabon. Der Streit um die Namensrechte ist im vollen Gang und wird die Gerichte noch eine Weile beschäftigen.
Kurioserweise war Belenenses SAD die einzige Mannschaft, die gegen Bruno Lage in der Liga noch nicht verloren hat. Seit der Trainer im Januar auf der Bank der Adler Platz genommen hat, feierte er in 20 Punktspielen beeindruckende 19 Siege. Einzige Ausnahme war am 25. Spieltag der vergangenen Saison das 2:2 im Estádio da Luz gegen das nach wie vor von Silas gecoachte Team von Belenenses, das die Sportzeitung A Bola deshalb am Spieltag auf ihrer Titelseite augenzwinkernd als Lages „Besta Negra“ bezeichnete.
Rund 15.000 Benfiquistas besetzten die eine Hälfte des Estádio Nacional, Benfica hatte vor dem Stadion eine eigene „Fan Zone“ aufgebaut. In der Hälfte der Heimfans herrschte weitgehend gähnende Leere. In der Anfangsformation der Adler gab es wie erwartet keine Überraschung. Bruno Lage setzte auf die gleiche Elf, die am vergangenen Samstag Paços de Ferreira mit 5:0 geschlagen hatte.
Beide Mannschaften suchten ihr Glück von Beginn an in der Offensive. Benfica mit der ersten Torszene, doch Seferovic verstolperte nach sieben Minuten aus kurzer Distanz ein Zuspiel von R.D.T. Der Rekordmeister fand deutlich besser ins Spiel, als noch vor einer Woche gegen Paços de Ferreira, konnte seine Möglichkeiten aber einstweilen nicht nutzen. Rafa und Seferovic scheiterten mit einer Doppelchance ebenso wie R.D.T. mit einem Schuss von der Strafraumgrenze und wieder Rafa mit der Hacke. Unmittelbar vor dem Pausenpfiff dann fast der Führungstreffer für die Gastgeber, doch der freistehende Kika konnte Keeper Odysseas nicht überwinden. Die Zuschauer sahen im ersten Durchgang eine lebhafte Partie mit ausgeglichenem Ballbesitz, der lediglich die Tore fehlten.
Die fielen dann in der zweiten Hälfte. Nach drei Minuten traf Seferovic den Pfosten, stand dabei aber im Abseits. In der 58. Minute war es dann endgültig so weit: Nach einem Doppelpass mit Pizzi dribbelte sich der wieder überragend aufspielende Rafa durch den Strafraum und traf zum 1:0 für Benfica. Belenenses drängte auf den Ausgleich, konnte aber einen groben Schnitzer von Youngster Nuno Tavares nicht nutzen, der zehn Minuten vor dem Ende im Strafraum über den Ball trat. Doch Licá verzog aus kurzer Distanz.
Die Schlussphase gehörte wieder Benfica. Nach einem sehenswerten Spielzug und einem abschließenden Doppelpass zwischen dem eingewechselten Chiquinho und Seferovic traf der über die gesamte Spielzeit blass agierende Schweizer ins Tor, doch der Schiedsrichter annullierte den Treffer nach rund fünfminütiger Videoanalyse wegen einer hauchdünnen Abseitsstellung. In der Nachspielzeit machten die Adler dann den Deckel endgültig zu. Rafa spielte auf Pizzi, der aus halbrechter Position im Strafraum den zweiten Treffer des Abends erzielte. Mit dem insgesamt völlig verdienten 2:0 bei Belenenses behauptet Benfica die Tabellenführung.
Bereits am nächsten Samstag kommt es im Estádio da Luz zum absoluten Topspiel der portugiesischen Liga, wenn Benfica um 20 Uhr deutscher Zeit den FC Porto empfängt. Die Nordportugiesen stehen vor der Partie in der Hauptstadt bereits gewaltig unter Druck. Das unerwartete Ausscheiden in der Qualifikation zur Champions League gegen Krasnodar stellt den angeschlagenen Vizemeister vor zusätzliche finanzielle Probleme. Für Benfica hingegen hatte das vorzeitige Aus gleich zwei positive Nebeneffekte: Die Adler verbesserten sich in der Setzliste in Topf 2 und kassieren als nunmehr einziger portugiesischer Vertreter in der Königsklasse zusätzliche vier Millionen Euro Startgeld.
---
Belenenses SAD - SL Benfica 0:2
Liga NOS, 2.
Spieltag Samstag, 17. August 2019, 19 Uhr 
Estádio Nacional, 17.821 Zuschauer
Mannschaftsaufstellung: Odysseas, Nuno Tavares, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Pizzi (90.+3 Taarabt), Samaris, Florentino, Rafa, Seferovic (90.+3 Vinícius), R.D.T. (74. Chiquinho)
Torschützen: 0:1 Rafa (58.), 0:2 Pizzi (90.+2)"

A bem do futebol, acabem com o VAR

""Estamos no minuto 92, Kelvin remata e é gooollooooo...não, esperem! Houve uma falta um minuto antes, VAR anula". "Canto para o Sporting, centro para a área...Miguel Garcia cabeceia e os leões estão na final da Taça UEFA! Ou não...a bola aparentemente saiu 1 milímetro fora do campo no centro para a área. Golo anulado!". "Estamos no Bessa e o jogo está prestes a acabar...mas Jonas aparece isolado, pode marcar....e marca! Atenção, sinal de VAR! Jonas tinha 1 milímetro da coxa em fora-de-jogo, o golo não conta".
Os horríveis programas sobre "futebol" de 2ª feira à noite conseguiram. Tanto se debateu os penaltys televisivos, os fora-de-jogo por um pixel, a questão da intensidade nas faltas que isso invadiu o relvado e nada é como antes. Principalmente para os poucos adeptos que ainda vão ao estádio e não vêem pela televisão. Ainda ontem no Jamor tivemos o jogo parado durante 5 minutos após um golo, sem ninguém nas bancadas ter a mínima ideia do que se estava a passar. Ver na internet também é impossível, porque os estádios continuam a ser zonas de quase zero rede. Até que o golo que foi gritado e festejado deixa de ser golo, porque aparentemente 15 toques antes do toque final para o fundo da baliza um jogador do Benfica estava com o corpo milimetricamente adiantado em relação ao último defesa. E é para isto que esventraram o momento mais puro do futebol: o golo.
Umas das maiores críticas que os americanos fazem ao "soccer" é a raridade do golo. Que no basket há pontos a entrar constantemente, no futebol americano idem idem e no basebol aspas aspas. Mas no "soccer" podemos ter que esperar uma hora e meia até esse momento, se tivermos sorte. Que aborrecido, dizem eles. Mal sabem que essa é uma das razões pela qual o resto do planeta se apaixonou por este desporto tão simples e tão belo. É que o golo é a euforia, o orgasmo, o regresso à infância. Já dizia Nick Hornby no seu mítico "Fever Pitch" que não há na vida de uma pessoa um momento de alegria tão puro e contido de extâse, até pela forma surpreendente e não garantida como ele surge. Casar, ter uma promoção no trabalho, ganhar o Euromilhões serão sensações únicas, mas marcar um golo no último minuto num derby? Como dizia um grafitti numa parede em Itália, numa daquelas fotos virais das redes sociais: "Sei bella comme um gol al 90'!". Poderá haver piropo mais apaixonado que este?
Pois com o VAR esse momento já não é o mesmo. Hoje em dia e pelos vistos até ao final dos nossos dias como adeptos, nunca mais vamos poder festejar um golo a 100%. A explosão tem que ser contida, pois por mais eufórica que seja, há sempre um receio que vai surgindo segundos depois "Será que vai valer? Queres ver que o VAR vai descobrir algo para anular?".
"Ah, mas com o VAR acabaram-se as polémicas de arbitragem!". Tem sido assim, não é? Desde que existe o vídeo-árbitro nunca mais existiram erros, nem lances duvidosos. Os programas de 2ª feira à noite falam agora de jogadores e tácticas, porque o VAR tudo corrige e acerta. É que ao menos fosse assim...mas não, o VAR pouco ou nada resolveu. Continuam a existir erros, continua a haver uma avaliação humana, as opiniões continuam a variar de pessoa para pessoa, continua a haver quem ache que tudo está comprado, minado, combinado. O que é que o VAR resolveu mesmo? Eu respondo: matar mais um pouco a pureza do futebol.
Eu sei que isto é uma guerra perdida, o conceito de vídeo-árbitro já não volta para trás. E que se calhar a maioria concorda. Mas ficarão sempre uns românticos como eu que irão sempre ansiar pelo regresso ao festejo do golo gutural, bárbaro, de alma cheia e preenchida. Sem revisões, medições, linhas paralelas e análises de perspectiva. Porque quero que o futebol volte a ser belo como um golo aos 90'."

Derrota em Rio Maior!!!

Vilafranquense 4 - 0 Benfica B


Os 'azares' começaram antes da partida, com a indisposição do Diogo Mendes, que obrigou o 'recuo' do Rafael Brito para Central, devido à indisponibilidade de todos os outros Centrais do plantel...
Com dois golos sofridos nos primeiros minutos, e uma expulsão que deu penalty a fechar a 1.ª parte, pouco havia a fazer...

O tempo é intemporal

"A frase não é minha, é de Péguy: “o tempo é ele mesmo intemporal”. Quando se chega à minha idade, este inciso rápido e sincopado parece-me cada dia mais verdadeiro. De facto, quando se chega à minha idade, é a verdade o que mais conta. Por isso, quando vejo um facto, procuro o valor (ou os valores) que o fez (ou o fizeram) nascer. Qualquer memorialista, ao relatar a sua vida, ou a vida do seu semelhante, distingue, antes do mais, as qualidades intelectuais, morais, físicas da figura central do seu livro, do seu artigo, do seu ensaio. Quero eu dizer: os factos só existem para esclarecer os valores. Se bem entendi a vida dos principais filósofos, todos eles eram pessoas de inegável honorabilidade e solidariedade. Muitos deles morreram mesmo na miséria, sem ambições políticas ou económicas.
Palermas…” dirão alguns habituados a baboseiras que se manifestam por poucas silabas. No entanto, quem não se impressiona com a perenidade de certos conceitos de certos filósofos, com a pujança especulativa do Kant, do Hegel, do Marx, do Nietzsche, do Heidegger, etc., etc.? Para além da ciência, há a filosofia e a teologia. E é precisamente na filosofia e na teologia que eu encontro os valores que dão sentido à vida, alguns “sub specie aeternitatis”. Um diálogo entre o futebol e os valores mostrou-o o Diego Simeone quando, ao analisar o trabalho do futebolista português João Félix, declarou: “O João tem muitas qualidades. Está adaptar-se, rapidamente, ao que a equipa exige dele. A sua visão do jogo permite-lhe adaptar-se, com admirável rendimento, a várias posições. Mas a sua qualidade primeira é a vontade de aprender. O talento é inato, mas a vontade de aprender é o caminho mais curto e mais seguro, para um jogador desenvolver o talento”. Que o jogador nasce e, pelo trabalho sério e honesto, desenvolve as suas aptidões para a prática do futebol – é um axioma que nos deixa cegos de tanta e tanta verdade! Um dia, na década de 60, assisti a um jogo de futebol de juvenis Belenenses-Benfica, na companhia do treinador Peres Bandeira, que Deus haja. Jogava, nos juvenis dos “azuis”, o Minervino Pietra, hoje treinador-adjunto do S.L.Benfica – jogava e com habilidade rara. Nunca mais esqueci o comentário do “mister” Peres Bandeira: ”Este, se quiser, vai ser um jogador de classe”. E o Pietra quis e foi internacional de futebol…
Portanto, se eliminarmos o supérfluo, o contingente, o acessório, serão sempre determinados valores a desenhar, em traço bem personalizado, o que faz o jogador, como profissional de futebol. Não é preciso apurar muito, nos desabafos, ou nas confidências, dos “agentes do futebol”, para concluirmos que não é, normalmente, o 4x3x3, ou o 4x4x2, ou o 4x2x3x1, o fator decisivo, nas vitórias, ou nas derrotas, é o ser humano que pratica futebol. Porque para mim o desporto (o futebol) nasce com o individualismo moderno, que é uma forma de antropocentrismo. O indivíduo que as teorias do Contrato Social realçam é um ser independente, autosuficiente, preocupado unicamente com a sua manutenção e conservação, liberto de tudo o que tradicionalmente constitui a vida do homem em sociedade: influência das pessoas, umas em relação às outras, pertença a redes de relações, subordinação a uma comunidade adoptiva. E, numa sociedade de indivíduos, independentes de valores morais e absorvidos no imediato, a “guerra de todos contra todos”, de Hobbes, é servida naturalmente e sem olhar a meios. Tenho para mim que a ciência investiga e descreve os fenómenos e a filosofia e a teologia procuram o Absoluto que justifica os fenómenos. Quando afirmo que “o desporto reproduz e multiplica as taras da sociedade do rendimento, ou altamente competitiva” refiro-me ao conhecimento científico, às ciências sociais e humanas (ou hermenêutico-humanas), penso a autonomia do social e, no meu caso, defendo a contribuição do pensamento sistémico a uma ciência hermenêutico-humana. Mas, quando apelo à necessidade de um desporto com ética, capaz de superar as tentações do consumismo que nos des-sensibiliza ao encontro com o Princípio e o Fim de todas as pessoas e de todas as coisas – eu adentro-me na Filosofia e na Teologia, cada qual com a sua resposta à pergunta: o que é o Homem? Nem o filósofo, nem o teólogo sustentam a posse da resposta absoluta. Dizem-nos tão-só que há momentos na vida em que é preciso escolher entre o tudo e o nada. Quero eu dizer: em que “é preciso repensar o já pensado, para pensar o ainda não pensado” (Heidegger”) e acreditar no mistério de um Absoluto que não se sabe explicar, mas que é absolutamente necessário compreender.
“Por exemplo, o corpo dos bailarinos de certas coreografias modernas é constantemente percorrido por formas de vitalidade (abandonando as figuras do ballet clássico e do expressionismo). Que faz esse corpo? Junta heterogéneos, fazendo deslizar uns nos outros, ritmando intensidades diferentes, associando a brusquidão de uma interrupção com outra vinda de outras paragens. Combina assim formas de vitalidade, que se encontram abstractamente em cada elemento heterogéneo, um gesto extraído de Martha Graham liga-se com um fragmento de uma ópera de Verdi, os dois acentuando a força “em crescendo”. As formas de vitalidade contraem os conteúdos sensíveis, que põem em contacto. Quando uma ária de Mozart se conecta com a luz colorida que ilumina os corpos dos bailarinos, cria-se uma espécie de metáfora gestual que condensa, num grau de abstracção superior, o som da ária e a claridade dos corpos” (José Gil, trajectos filosóficos, relógio d’água, Lisboa, 2019, p. 92). Também o corpo abstracto do atleta de alto rendimento é o corpo de forças em movimento, pensadas pelo treinador, desejadas pelo atleta, sempre renascidas e nunca amadurecidas. Que digo eu? Digo que, nos infinitos gestos do corpo do atleta, há um todo abstracto e concreto que renasce sempre novo, não desde uma qualquer perspectiva alheada e neutra, porque ao serviço de uma grande vontade de vitória. E, quando o consciente falha, mobiliza-se o inconsciente, pois que o desporto, no seu mais alto nível, é uma transformação simbólica do mundo. No Benfica, segundo informação d’A Bola, de 7 de Agosto de 2019, começando em Luís Filipe Vieira, o responsável máximo pelo futebol encarnado, até à base, “são mais de 40 os elementos que integram a estrutura de apoio ao futebol profissional. Onde tudo funciona como num laboratório bem afinado” - são mais de 40 os elementos que compõem o “staff” do futebol profissional, a estrutura material e humana da determinação de um pensamento primeiro. Na forma dialéctica da unidade matéria-espírito, o tempo é intemporal: há sempre mais do que moderníssimas instalações, no Benfica de hoje.
O conhecimento perfaz um longo itinerário. Necessita de muito estudo? Com toda a certeza. Mas, se me dão licença, eu leio um texto da página 30 da edição da Gallimard da Critique de la Raison Dialectique, de Sartre: “A única teoria do conhecimento, que pode ser válida, é aquela que se fundamenta sobre esta verdade da microfísica: o experimentador faz parte do sistema experimental. É a única que permite afastar toda a ilusão idealista, a única que mostra o homem real, no meio do mundo real. Mas este realismo implica necessariamente um ponto de partida reflexivo, quer dizer: a descoberta de uma situação faz-se na práxis que a altera”. Em poucas palavras: só se conhece o que se vive e se transforma. No acto cognoscitivo, treinador-jogador-táctica-estratégia-objectivos definem-se em termos de uma totalidade dialéctica e não como soma de vários conjuntos distintos. A transcendência, visando a superação, rumo ao Absoluto, para que se tende e nunca se alcança, reflecte o movimento do real e mostra-nos as suas várias ordens (o material e o espiritual) e a articulação entre elas. De facto, somos matéria que se faz espírito, natureza que se faz cultura, carência que se faz desejo, razão que em fé se converte. Para transcender e transcender-me não basta a experiência mensurante da física, da matemática e, em certo sentido, da filosofia. Necessária é, sobre o mais, a experiência vivida, fonte da linguagem simbólica, quero eu dizer: do mito, da poesia, da arte, da religião e de boa parte do desporto. As palavras de São Paulo: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” ressoam na emoção dos jogadores de futebol quando, após o golo, beijam o emblema do clube, na camisola. Quantas vezes eu senti emoção igual, após os golos fantásticos do Matateu, no Estádio do Restelo, numa loucura de azuis misturados de céu, de imaginação e de Tejo! Sem a experiência vivida, não há grandes jogadores (e treinadores) de futebol. Sem a experiência vivida que é símbolo e alegoria e metáfora e finalmente conceito, ou seja, ciência e filosofia e teologia – conceito que pode ser explicado e definido, na passagem do mythos ao logos, com os recursos da linguagem, sem apelos a vivências.
Nuno Delgado, extraordinário atleta, entre os maiores da história do desporto nacional, é também alguém que pensa como os que sabem pensar, tocou, em conversa comigo, na (digamos assim) noção sintetizadora do meu conceito de motricidade humana: “o ser humano é movimento físico, porque é movimento intelectual e moral e é movimento intelectual e moral, porque é movimento físico. Mas não um movimento qualquer, o que o distingue é que o seu movimento físico, intelectual e moral resulta de uma necessidade permanente de transcendência”. O que se tem, o ´que se é volvem-se consciência dos limites. E é na consciência dos limites, na insatisfação diante do relativo, do contingente, do parcial que eu encontro o sentido da vida: a transcendência. Na teoria da motricidade humana, como movimento em direcção ao mais-ser, transcender é transcender-me, transcender é aproximar-me de um inalcançável Absoluto, que dá sentido e direcção à própria vida. Portanto, a transcendência confirma o meu distanciamento em relação ao Absoluto, mas diz-nos qual o caminho a seguir. Frequentava eu a Faculdade de Letras de Lisboa, quando John Lennon cantava: “somos mais populares do que o próprio Cristo”. Ao substituir o amor cristão, nessa época de julgamento-rejeição-crise (que eu intensamente vivi) por uma espécie de sacralidade, baseada no amor profano e numa ou noutra ideologia política, a superação imobiliza-se, fica sem tino, olhos marrados no absurdo de uma vida humana que, na morte, não sabe produzir mais e melhor vida humana, mas o nada tão-só!. Esta é a ideia que mais me aproxima do cristianismo: a morte é também transcendência, a suprema transcendência em direcção a uma forma de vida, que se desdobra interminavelmente em eternidade, em liberdade, em Amor e em tudo o mais que eu não sei ainda. Creio, mesmo, que a vida “post-mortem” não é um epifenómeno da matéria. Pelo contrário: como inteiramente espiritual, será a pré-história do Inefável, do Inexperimentável de uma vida melhor. E, aqui, se Deus tivesse morrido, como Nietzsche proclamava, com voz grossa de convencido, os ateus também não tinham nada de interessante, para nos dizer.
Estas “metafísicas” do tempo físico, material não são questões ultrapassadas, porque estão por resolver. Uma questão ultrapassa-se, quando se resolve. Por que há tanta gente a discutir a táctica das equipas de futebol? Porque, para a táctica, há respostas. E há problemas, no futebol, que até parece que não são do futebol. E, para estes, ou são difíceis as respostas, ou não há respostas mesmo. Como já trabalhei no futebol de altíssimo rendimento (embora 13 meses tão-só) e tenho sido Amigo de alguns treinadores de futebol, capazes de um diálogo vivo entre a razão e a fé, julgo poder acrescentar que a dimensão religiosa da alta competição desportiva manifesta que ao ser humano não lhe bastam o relativo, o parcial, o redutor. E que o Todo não o sabemos, nem podemos, dizer. Encontrei em Adorno, já não sei onde, que “é preciso tomar consciência da espécie de ignorância sobre a qual está constituído o nosso saber”. Martin Heidegger, como génio que é, sai assim da monotonia permanente de alguns críticos da arte: se quer saber de Van Gogh, ponha-se diante de um quadro de Van Gogh e escute o desvelamento da pintura do célebre pintor holandês (cfr. Martin Heidegger, A origem da obra de arte, Edições 70, Lisboa, 1990, pp. 12-27). Eu há muitos anos venho dizendo que… “quem não pratica não sabe”. A propósito, poderia escutar-se o Nietzsche da Origem da Tragédia: “Todo o homem que for dotado de espírito filosófico há-de ter o pressentimento de que, atrás da realidade em que existimos e vivemos, se esconde outra muito diferente e que, por consequência, a primeira não passa de uma aparição da segunda”.
O repensamento e a revitalização da “cultura do clube” onde tudo se propõe, para que o atleta possa transcender e transcender-se, isto é, descubra (e pugne por) valores, no termo dos treinos e das competições, não pode limitar-se à convicção (teoria) tem de ser práxis, sobre o mais. E assentando sobre um pilar: tudo se faz e se pensa, solidariamente, desde o presidente ao menos cotado dos adeptos. A motricidade humana assim se define: é o movimento intencional e solidário da transcendência. E, portanto, na motricidade humana, palavras e acções, emoções positivas e emoções negativas, tudo se observa à luz de um valor supremo: a transcendência da complexidade humana. A ciência da motricidade humana (CMH) não contribui ao nascimento de um novo modelo cultural, mas pretende ajudar à criação de um clima, de uma atmosfera, de uma reciprocidade, de uma compreensão onde preparar um atleta passa pela sua mais completa humanização e preparar um homem, para a vida, passa pela sua mais completa educação corporal. O aspecto mais significante da CMH não se situa nas vitórias, ou nos recordes, ou em espectáculos artísticos inolvidáveis, mas na intencionalidade da promoção do humano, no desporto e no jogo desportivo e na dança e na ergonomia e na reabilitação e na motricidade infantil e na gestão de todos estes subsistemas do sistema “motricidade humana”. A CMH não ensina a durar, mas a viver; não ensina tanto a competir, mas a cooperar (por que não o neologismo: coopetir?); não ensina à primazia do dogmático, mas do crítico, nem do individual, mas do social. Na CMH, “o homem (e a mulher) de pensamento” é necessariamente um “homem (e mulher) de ação” e um “homem (e mulher) de acção” é necessariamente um “homem (e mulher) de pensamento”. São três as experiências humanas básicas, em Hannah Arendt: a primeira é a do “animal laborans” (as experiências do trabalho); a segunda encontra-se nas experiências do “homo faber”, ou seja, do artesão e do artista; a terceira significa as experiências da liberdade para participar democraticamente no espaço público da “polis”. Falta a quarta, no meu modesto entender: a transcendência. É ela o núcleo essencial da mensagem que a teoria da motricidade humana nos pretende oferecer."

(...) saúda Luís Miguel, que se levanta da cama apostado em melhorar a sua vida e as vidas daqueles que o rodeiam

"Vlachodimos
Esqueçam qualquer jogo contra adversários directos ou final de competição europeia. O verdadeiro teste de Vlachodimos acontecia hoje no Estádio do Jamor. Da última vez que jogara frente ao Belenenses um erro seu fez Bruno Lage parecer um treinador vulgar, pior, um treinador vice-campeão nacional. Hoje quase não teve oportunidade para tirar as teimas, tal foi a avalanche ofensiva do autocarro Codecity, mas a bola lá apareceu na sua cara e Vlachodimos fez uma mancha muito competente, assim garantindo a sua continuidade neste planeta.

Nuno Tavares
Os seus dois jogos na Liga são um autêntico thriller psicológico: o filme arranca com a visão de um jogador talentoso que faz milhões apaixonarem-se pelo seu pé esquerdo, para logo depois pontapear a atmosfera com o pé direito e semear o pânico nesses mesmos adeptos, que vivem agora a angústia de não saber quando é que aquele pé direito voltará a atacar.

Rúben Dias
Muito bem a assistir Kikas para um dos momentos da tarde, a reconciliação definitiva de Vlachodimos com os adeptos. Agora é hora de preparar os pitons e os neurónios para o tal Zé Luís.

Ferro
Combinou de forma muito interessante momentos de falsa lentidão com outros de verdadeira lentidão, mas nunca lhe vi um cabelo fora do sítio ou uma gota de suor a mais do que deveria ostentar. É notável. Enquanto exibir esta personalidade tranquila e lhe juntar aqueles passes de quarterback como o ataque do golo anulado, estará tudo bem.

Grimaldo
Alguém devia perguntar a Grimaldo como é jogar numa equipa tão bonita com sete portugueses em campo, mais que não seja para podermos constatar esse facto. O último a pisar o relvado parece ser um dos favoritos de Grimaldo. A jogada desenhada com Chiquinho e companhia fez algumas das suas combinações com Cervi na época passada parecerem um treino com pinos.

Florentino
Como ultrapassar um adversário que parece estar em todo o lado, nomeadamente no sítio certo, e ser capaz de desarmar qualquer um? Não se ultrapassa. Na melhor das hipóteses, falece-se a tentar. Paz à alma de mais um colectivo de nobres adversários. Os meus sentimentos às famílias metaforicamente enlutadas. Quanto a Florentino, talvez o melhor seja limitar-se a exibições medianas, pelo menos até 2 de Setembro.

Samaris
Um pouco distante do pandã a que nos vínhamos habituando com Tino e Gabriel, razão mais do que suficientes para arrancar uma exibição fundamental no próximo sábado e assim reafirmar a diversidade de opções à disposição do mister Lage.

Pizzi
Continua preso no seu Groundhog Day. Longe vão os dias em que duvidava de si próprio e questionava o estranho mundo que o coloca sempre no sítio certo à hora certa. A cada dia que passa, e a verdade é que já não sabemos bem quantos são, Luís Miguel levanta-se da cama apostado em melhorar a sua vida e as vidas daqueles que o rodeiam, procurando sempre um final cada vez mais feliz. Enviem isto a um amigo no Whatsapp, quando no vosso ecrã surgir a legenda "Hater está a escrever…"

Rafa
Cada arrancada de Rafa é um pedido aos adeptos para que pousem os seus smartphones, esqueçam Jonas ou João Félix, e corram com o nosso génio rumo ao trigésimo oitavo título nacional. Numa altura em que muito se fala de ataque posicional, transições e jogo entre linhas, o futebol vertical de Rafa, com vontade de levar tudo à frente, é um refrescante e necessário pirete ao analista técnico-táctico que reside em nós. Mandemos o modelo de jogo às malvas ou, vá, deixemos isso para Bruno Lage. Antes que a cerveja fique morna e nos esqueçamos dos motivos e dos jogadores que nos fizeram apaixonar por isto.

RDT
Na primeira jornada pedi que lhe dessem a cheirar o sangue dos centrais da Liga NOS. Ao invés de ler o meu texto, a estrutura do Benfica optou por manter a protecção ao jogador, que continua a ser caracterizado como um jogador talentoso (que é) e um avançado trabalhador (sem dúvida) que em breve irá dar muitas alegrias aos adeptos. Certo. Ainda assim, teve momentos em que pareceu um talhante vegan. Na hora de matar o borrego deixou que os sentimentos falassem mais alto e rematou frouxo para rejubilo do animal.

Seferovic
Esqueçam os rancores. Agradeçam a Fábio Veríssimo e Carlos Xistra pelo golo anulado. O jogo dera-nos um Seferovic apático ao longo de quase 90 minutos, pelo que foi mais do que justa a lição do árbitro da partida, que, mais do que tomar uma decisão acertada do ponto de vista regulamentar, está no relvado para tomar as melhores decisões do ponto de vista moral. Tens bom remédio, Haris, já no próximo sábado. Vemo-nos lá, amigo.

Chiquinho
Sabem aquele tipo tímido que tem sempre uma solução para tudo? É o Chiquinho, um simples canivete suíço em forma de ser humano, sempre atento à oportunidade, humildemente disponível para servir. Precisas de abrir uma garrafa? O homem tem um abre-garrafas na sola do sapato. Queres fumar uma? Ele tem murtalhas num bolso secreto do casaco. Precisas de um preservativo? Precisavas, ele já está com a tua miúda.

Vinicius
Mais alguns minutos em campo. Discreto, mas também não comprometeu. O seu passe vale agora 23 milhões.

Taarabt
2 minutos em campo bastaram para uma arrancada fulgurante travada em falta. Podem ter reduzido o salário a Taarabt, mas não conseguiram reduzir a gana de vencer. Calma. Era só para ver a vossa reacção."

Curtas do Jamor

"Soma e segue o Benfica, mas no Jamor não teve vida facilitada. 
Breves notas rápidas sobre o jogo:
- Como habitual Silas “camaleónico” a jogar com o modelo do Benfica para lhe provocar constrangimentos – O regresso aos três centrais como forma de obrigar alas a saltarem – E a grande particularidade de manter sempre a linha de três e os apoios que chegavam de Jonatan e André Santos muito baixos, e sem progredirem, esperando pelo pressing do Benfica para lhe colocar a bola nas costas;
- Claro, portanto, a intenção do Belenenses em deixar-se pressionar para chegar depois às costas dos médios do Benfica para aí acelerar – Fê-lo algumas vezes, mas sem ter definido com qualidade quando encontrou o espaço;
- Benfica ganhou ascendente no jogo quando acertou a pressão – Laterais com Laterais – Pizzi e Rafa com centrais que estavam mais abertos, e muito de Florentino a fazer metros de corredor a corredor, para estancar entradas em André Santos e Jonatan;
- Começam a escassear palavras para a falta de acerto de Seferovic – Como sempre, um verdadeiro desastre em tudo o que envolve gesto técnico – Tomada de decisão com bola – Falhou golos, estragou jogadas;
- Rafa a um nível nunca antes visto – Define Bem! Ultrapassados os problemas de definição – Nunca será perfeita, porque à velocidade a que se move e executa, só Leo Messi é capaz de definir sempre bem, mas é suficientemente boa para estar já num patamar muito acima do contexto Liga NOS – Em ataque organizado, ou quando encontrou espaço – Orienta condução para dentro, ultrapassa adversários e ou o param em falta… ou dá golo! Assim foi nos dois dos encarnados;
- Vitória justa, mas que não se ignore a qualidade táctica e de abordagem ao jogo de Silas – Só não pôde parar as individualidades do Benfica;
- O Estádio da Luz receberá o FC Porto na próxima jornada, com o Benfica na liderança do campeonato e a viver um momento de confiança importante – Mas, será um jogo onde poderá o Benfica viver com um avançado que destrói sistematicamente os ataques da sua equipa?"

Cadomblé do Vata

"1. O serviço da SportTv está cada vez pior... hoje estiveram os primeiros 45 minutos a passar a primeira parte do SAD - SL Benfica de 18/19, com Gloriosos falhanços em catadupa e os azuis a passarem duas vezes do meio campo.
2. Ganhamos ao SAD, voltamos a marcar no Jamor e ultrapassamos um golo anulado por fora de jogo pela dupla Verissimo/Xistra... no regresso a casa, na instalação sonora do autocarro do SLB só vai passar a música dos Caça Fantasmas.
3. Fico feliz por ver Seferovic e De Tomás falharem tudo o que lhes aparece à frente... o mercado só fecha daqui a 2 semanas e não dava jeito nenhum aparecerem clubes interessados neles para os desestabilizar psicologicamente nesta fase importante da época.
4. Gostei de ver este Belenenses do Nelson Santos a actuar em 5-4-relvarebentada... aliás foi este atacante a proporcionar as duas únicas oportunidades que eles tiveram.
5. A guerra entre Belenenses e SAD está a deixar os adeptos pastéis todos trocadinhos... chega-se ao ponto do clube equipar de azul e quando se olha para a bancada dos adeptos da casa, só se vê branco."

Belenenses SAD 0-2 SL Benfica: Rafa abriu o caminho para a vitória

"Foi sob o fundo verde da mata do Jamor que o azul e o encarnado se fundiram nas bancadas do Estádio Nacional, o mais antigo de Portugal.
Belenenses SAD e SL Benfica partiam para este encontro embalados pelos resultados positivos da primeira ronda da Liga NOS, na qual os azuis do Restelo viajaram até Portimão para resgatarem um ponto com sabor a Dom Rodrigo e os homens da Luz aplicaram uma manita aos recém-promovidos Paços de Ferreira.
O relvado, abundantemente regado antes do apito inicial, foi o mote para a mota de Rafa ligar-se logo nos primeiros minutos do encontro, com Koffi a tirar o pão da boca ao extremo do Benfica. Minutos depois, foi a vez de Raúl de Tomás ter visto negado os seus intentos pelo elástico guarda-redes do Burkina Faso emprestado pelo LOSC Lille; na sequência deste lance, Seferovic fez o mais difícil e falhou à boca da baliza aquele que seria o primeiro golo do encontro.
Os Belenenses SAD iam sentindo-se confortáveis com bola, recuperando-a cada vez mais à frente do terreno, fruto da pressão alta imposta por Jorge Silas.
À passagem dos vinte minutos, o espanhol de ascendência dominicana ligou o ambientador e cheirou a golo no Estádio Nacional: diagonal de Rafa pela direita e Raúl, de primeira, atirou a centímetros do poste esquerdo de Koffi.
Com dificuldades em assentar o seu jogo mais apoiado, o SL Benfica ia aspostando nas transições ofensivas, explorando da melhor maneira o espaço entre o sector avançado e intermédio da turma do Restelo.
As limitações ofensivas de David Tavares iam limitando a asa direita da águia, o que obrigava os encarnados a dependerem quase exclusivamente da individualidade de Rafa, ainda que a espaços Ferro tentasse através de passes verticais que rompiam as linhas azuis lançar as transições.
Mas quem com ferros mata, com ferros morre e os Belenenses por pouco não saíram em vantagem para o intervalo: Kikas, a ponta da lança que os azuis seguravam para ferir a defensiva encarnada, recebeu no peito uma bola lançada nas costas da defensiva encarnada e só não contrariou a previsão do nulo ao intervalo porque Vlachodimos travou aquela que seria a odisseia do avançado azul. O jogo esteve equilibrado durante a primeira parte.
Dois minutos da segunda parte e os “encarnados” começaram logo a criar perigo junto da baliza adversária. Seferovic apareceu nas costas da defesa e rematou com estrondo ao poste esquerdo da baliza do Belenenses SAD. O avançado suíço estava em fora de jogo e passou o perigo para a equipa de Silas, que voltava para a partida algo distraída.
A pressão do SL Benfica era cada vez maior e a bola praticamente nem saía do meio campo do Belenenses. Desta vez foi Grimaldo e Raúl de Tómas a serem protagonistas. Grande cruzamento do espanhol e cabeçeamento de Raúl de Tómas, mas estava novamente assinalado fora de jogo aos comandados de Bruno Lage.
Foi ao minuto 59 que, finalmente, o golo surgiu na partida. Grande atrapalhação na grande área do Belenenses e no meio de tantos jogadores surgiu um “pequeninho”. Como só ele sabe fazer, Rafa apareceu e de primeira meteu a bola no ângulo direito para alegria de muitos “benfiquistas” no estádio. Foi um remate sem hipóteses para Koffi que ficou pregado ao chão. Era a vantagem por apenas um golo para o SL Benfica, mas mais do que merecido.
O jogo entrou num momento de atrapalhação das duas equipas, tal como já se tinha verificado durante grande tempo da primeira parte. Muitas perdas de bola e era ataque “encarnada” e resposta imediata do Belenenses SAD e vice-versa. Notava-se o cansaço, tanto nos jogadores do Belenenses SAD como nos do SL Benfica.
Aos 78 minutos, Nuno Tavares quase que estragou tudo com um erro grosseiro após um alívio mal feito. Depois o remate do Belenenses SAD acabou por ser muito torto e sair ao lado da baliza de Vlachodimos. Passou o perigo, mas engane-se que este jogo estava resolvido, porque havia uma equipa ainda bem viva no jogo: a de Silas
Grande jogada colectiva do SL Benfica, ao minuto 84, e a bola só parou dentro da baliza. Tudo começou do lado direito e no final da jogada bastou aparecer Chiquinho aparecer nas costas da defesa e passar para o lado para o avançado suíço encostar. Porém, houve uma longa paragem no jogo porque o Carlos Xistra, o VAR da partida, verificasse a posição do avançado do Benfica. Fábio Veríssimo foi ao VAR ver as imagens do lance e marcou mesmo fora de jogo… Que pena, porque a jogada colectiva que terminou em golo valia o preço do bilhete.
Mais um grande trabalho de Rafa a galgar metros e metros ao longo do campo e a encontrar do lado direito Pizzi, que não vacilou. O médio português parou a bola, esperou e depois rematou cruzado e a bola só parou lá dentro. Este contou mesmo e estava feito o 0-2 para o Benfica.
Até final, nota para as entradas de Taarabt e de Calos Vinícius, que ainda tentaram deixar a sua marca no jogo envolvendo-se nas transições ofensivas encarnadas. O Benfica segue assim líder isolado, contabilizando os dois jogos realizados até ao momento por vitórias. Já o Belenenses, pese embora o bom jogo que protagonizou frente ao actual campeão nacional, mantém-se com o ponto trazido de Portimão.

Onzes Iniciais e Substituições:
Belenenses SAD – Koffi (GR), Kau (Farak, 79′), Varela (A. Chima, 56′), Licá, Kikas (Nico Velez, 63′), Matija, Calila, André Santos, Gonçalo Silva, Lucca, Nuno Coelho
SL Benfica – Odysseas Vlachodimos, Grimaldo, Rúben Dias, Ferro, Nuno Tavares, Florentino, Samaris, Pizzi (Taarabt, 93′), Rafa, Raúl de Tómas (Chiquinho, 74′), Seferovic (Vinícius, 93′)

A Figura
Rafa – Quando o Benfica mais precisa lá está ele. O ano passado fez uma das melhores épocas, se não a melhor, e esta época volta a estar ao mais alto nível. Um grande jogo tanto defensiva como ofensivamente e é por isto que é tão adorado pelos adeptos “encarnados”. Mais um golo Rafa e que golo. Foi bonito e muito decisivo.

Fora-de-jogo
Seferovic – Se na figura falamos de um jogador que continua a forma do ano passado, neste caso não. O melhor marcador do ano passado da Liga não consegue que estar ao seu melhor nível. É um facto. Ainda marcou um golo, mas foi anulado. E esta indicação mostrava aquilo que foi o jogo inteiro… SEMPRE em fora de jogo. Daí termos também escolhido para ser o fora de jogo.

BnR Na Conferência De Imprensa
Beleneneses SAD
BnR: Boa tarde, mister. Olhando ao momento do jogo em que o Benfica é mais forte, a transição ofensiva, não terá sido demasiado ambiciosa como o Belenenses pressionou?
Silas: Tivemos mais posse de bola na primeira parte e se temos mais posse óbvio que ficamos mais cansados. E para termos mais posse de bola é óbvio que vamos ficar mais cansados e acaba por acontecer isto que aconteceu. Mas os golos do Benfica resultam de erros nossos. É normal que os nossos avançados acabem por ficarem mais cansados por este mesmo motivo de fazer a pressão que fazemos.

SL Benfica
Bruno Lage: «Respostas mais importantes»
“Acho que este jogo, pelo valor das equipas e dos atletas merecia outro relvado”
“Foi uma vitória justa” “Primeira parte de enorme qualidade”
“O talento do Chiquinho permitiu-nos um melhor posicionamento e movimentações”
“RDT e Seferovic podem combinar e isso foi visível hoje”
“A equipa está a evoluir”
“O momento [de forma] não se vê agora [depois de vitórias], vê-se no jogo”
“Se precisasse de mexer no jogo, hoje tinha o Caio no banco”
“O Chiquinho é um craque, o mais importante são as movimentações que ele faz”
“Dias e Ferro já jogam juntos desde os iniciados e isso favorece-os”
“O homem mais importante para não sofrermos golos é o ponta de lança”

Dois pontapés no último resistente

"Depois de um jogo complicado, o Benfica conseguiu superar o Belenenses SAD de Jorge Silas, o único adversário que a equipa de Bruno Lage ainda não tinha conseguido vencer na Liga, cortesia de um pontapé de Rafa e de outro de Pizzi

A 6 de Janeiro de 2019, Bruno Lage subia ao estádio de Luz para o seu primeiro jogo enquanto treinador do Benfica. Conseguiu uma vitória, frente ao Rio Ave, por 4-2, e, partir de então, na Liga portuguesa, somou, em 20 jogos, 19 vitórias e... um empate.
A 11 de Março de 2019, também na Luz, o Benfica de Lage perdia os primeiros - e únicos - pontos com o novo treinador, num empate a dois golos, frente ao - adivinhou - Belenenses SAD de Jorge Silas.
Os azuis do Jamor eram, até este sábado, a única equipa da Liga que o Benfica ainda não tinha suplantado e a verdade é que, durante grande parte do jogo desta noite, a tarefa pareceu muitíssimo difícil.
Montada num versátil 3-2-3-2, a equipa de Silas dificultou ao máximo a vida do campeão, particularmente em termos defensivos, já que poucas vezes conseguiu assustar Odysseas, apesar dos longos períodos em posse da bola.
Na 1ª parte, o Benfica - que manteve exactamente o mesmo onze que goleou o Paços de Ferreira na 1ª jornada - até teve algumas oportunidades de golo, particularmente nos pés de Seferovic, mas o avançado suíço teve uma noite para esquecer ao nível da eficácia ofensiva.
Quem teve uma noite para recordar foi Rafa, sempre o mais desequilibrador do Benfica, assim como o seu parceiro da ala oposta, Pizzi. De resto, o meio-campo do Benfica teve pouco protagonismo, muito devido à presença (ou falta dela) de Samaris, que pouco acrescentou em termos ofensivos à equipa.
Do outro lado do campo, apesar de ter Kikas e Licá como avançados, o Belenenses SAD raramente conseguiu assustar Odysseas, com excepção para um lance que encerra a 1ª parte, quando Rúben Dias escorrega e falha o domínio da bola e Kikas fica isolado em frente ao guardião benfiquista - mas Odysseas faz uma excelente defesa com o braço esquerdo.
Os adeptos tiveram de esperar até aos 58 minutos - depois de uma entrada forte do Benfica na 2ª parte - para ver um golo. Depois de uma grande combinação na área entre Pizzi e Rafa, foi este último a rematar para o 1-0, aliviando a pressão.
O golo teve o condão de levar o Belenenses SAD mais para a frente, com a equipa de Silas a procurar instalar-se no meio-campo adversário e, aí sim, a assustar o Benfica. Aos 79 minutos, após um cruzamento para a área visitante, Nuno Tavares falha o corte e Vélez, só com Odysseas pela frente, falha o alvo.
Já com Chiquinho em campo, por troca com RDT, o ataque do Benfica voltou a ganhar fulgor e foi precisamente Chiquinho a oferecer o golo a Seferovic - mas o lance acabou anulado por fora de jogo. 
Logo a seguir, nos minutos finais, chegaria então a confirmação da vitória: Rafa, na área, solta para Pizzi e o médio faz o mesmo que o colega já tinha feito - remata para golo.
No final, 2-0 e o Benfica mantém o registo 100% vitorioso na Liga (e Lage vence a única equipa que ainda não tinha vencido), mesmo antes de receber o FC Porto, na Luz."

Belenenses SAD - SL Benfica

"O Belenenses é uma boa equipa com um bom treinador que já deu provas o ano passado. Vão voltar a andar lá por cima. São sempre uma equipa que se sabe adaptar a qualquer adversário. Hoje jogaram num 4-2-3-1 que fechava muito bem o Benfica e tivemos dificuldades que só se resolveram com um pouco de magia de Rafa. Umas notas sobre o jogo.
1. Rafa. Esteve nos dias dele. Está nos dois golos. O primeiro faz uma combinação com Pizzi já dentro de área, com alguma passividade da defesa do Belenenses que não quis fazer falta e consegue um remate indefensável. O segundo assiste Pizzi.
2. Haris Seferovic e RDT. Seferovic não está na melhor das formas. RDT continua a parecer-me que renderia mais noutra posição. Não foi um jogo extraordinário da dupla. Mas há jogos assim. Estou ainda assim curioso para ver se Bruno Lage estará tentado a experimentar algo diferente. Chiquinho tem entrado bastante bem.
3. Odysseas Vlachodimos. Hoje valeu pontos. Bela saída ainda na primeira parte que levou o 0-0 para o intervalo.
4. Nuno Tavares. Depois do grande jogo contra o Paços, hoje voltou a atacar bastante. Defensivamente teve alguns problemas, inclusive com um chuto no ar com o pé direito quando queria aliviar uma bola. A uma semana do jogo com o Porto, está aqui um situação que os nossos rivais poderão explorar.
5. Pizzi. Apareceu pouco no jogo. O Belenenses fechava muito bem com o extremo a ajudar o lateral e a criar momentaneamente uma linha de cinco. Ainda assim é ele que assiste o Rafa e marca o golo que selou a vitória.
Florentino, Rúben Dias e Ferro também estiveram muito bem. A equipa criou algumas oportunidades mas ainda assim foi o jogo menos bem conseguido dos três oficiais que já fizemos. Tendo uma alternativa que sempre que entra funciona bastante bem, estou curioso para ver quais serão as opções de Lage para o Clássico da próxima semana."

Frente a Frente: Seferovic vs Raul de Tomas

"Uma das grandes questões deste início da temporada benfiquista foi a frente de ataque. Com as saídas de Jonas e João Félix, abriram-se vagas que só muito dificilmente serão colmatadas a curto prazo. Numa tentativa de manter os níveis de genialidade nos mínimos aceitáveis, houve o regresso de Chiquinho, a manuntenção da aposta em Jota e 20 milhões em cima da mesa por Raul de Tomas. O espanhol tem sido, até agora, a escolha primordial de Bruno Lage para emparelhar com Seferovic, mas a dúvida subsiste: será a dupla funcional? Terá De Tomas características suficientes para jogar no apoio ao ponta-de-lança ou o seu habitat natural é a grande área?

Percurso Dos Avançados Nas Últimas Cinco Épocas
As realidades e contextos de crescimento dos intervenientes em nada se comparam, assim como as suas etapas evolutivas no último lustro. Seferovic explodiu definitivamente no SL Benfica e apenas na última época, a caminho dos 28 anos. Depois de experiências um pouco por toda a Europa, assimilando contextos tão diferentes como a Serie B italiana ou a obsessão técnica da Liga espanhola, onde partilhou balneário com Griezmann e Carlos Vela no país basco, Seferovic chegou a Frankfurt para se consolidar num futebol completamente confortável para as suas características físicas. De 2014 a 2017, o suíço contabilizou 86 jogos na Bundesliga, mais oito na Taça alemã, colocando a bola na rede 20 vezes, números ainda longe do que realmente poderia fazer e que o seu potencial indicava. Fruto das suas competências técnicas apreendidas nos anos anteriores, tanto Thomas Schaaf como Armin Veh, ou ainda Niko Kovac na última temporada de Alemanha, olharam para o atleta não apenas como avançado de área, jogando inúmeras vezes com o suíço em zonas de apoio ofensivo: extremo esquerdo (como Rui Vitória chegou também a fazer em situações de desespero), extremo direito, segundo avançado. Se estas variações deixaram Seferovic mais longe da baliza adversária, limitando a sua capacidade finalizadora, também potenciaram o jogador que é hoje, tornando-o no avançado possante e móvel que Lage tanto aproveitou, em constantes e mortíferos ataques á profundidade adversária.
Raul de Tomas, por outro lado, fruto também da sua idade, ainda agora procura espaço a nível de topo para explanar toda a sua qualidade que até agora ainda só teve uma temporada de liga primodivisionária, o que aos 24 anos dá urgência por outro estímulo competitivo que nas Vallecas era impossível alcançar. Em 2014/2015 ainda estava na etapa B da formação madridista, estreando-se num jogo da Copa d’el Rey, 14 minutos oferecidos por Ancellotti. Com Benzema, Ronaldo, Bale, James e Lucas Vazquéz a assumir preponderância nas primeiras escolhas, 2015/2016 foi altura de rumar a Córdoba, na segunda divisão, ainda que sem grande impacto. É no Valladolid que Raul dá o salto em termos quantitativos na estatística do golo. Somou 14 na conta pessoal e 1946 minutos na segunda divisão que o colocavam como uma das figuras e um dos candidatos a dar o salto para a primeira. Mas o Rayo Vallecano queria regressar ao convívio dos grandes e nada melhor que juntar De Tomas a Óscar Trejo, formando do Boca Juniors, dupla que deu origem a 36 golos dos 67 marcados pela equipa em toda a competição. Ficaria dificil falhar a subida, facto que aconteceu com relativa facilidade com o plantel ao comando de Michel, homem da casa que iniciava a sua carreira como técnico principal. Na Primeira Divisão, o avançado espanhol continuou a mostrar a veia goleadora, não se inibindo de demonstrar credenciais junto dos mais fortes, com 14 golos em 33 jogos.
Torna-se, portanto, um processo ambíguo a comparação entre dois avançados modernos, com capacidade de jogar entre linhas, ainda que essa não seja a sua competência primária. Ambos se sentem melhor como último homem, uns metros mais à frente, e é aí que se sentem mais confortáveis. A dupla vai tendo rendimento no futebol benfiquista, levam 10 golos em dois jogos, com participação activa dos membros da frente (um golo e uma assistência para Seferovic, 153 minutos impactantes de um Raul a quem só falta marcar), mas fica a impressão de que não se estão a aproveitar completamente as capacidades dos dois. A presença de Jota ou Chiquinho como trequartista, para ligar em zonas interiores com os avanços dos desequilibradores Pizzi e Rafa, é algo que em teoria resultaria da melhor forma, aproveitando as melhores características de De Tomas, que tem o killer instinct que o suíço nunca conseguiu demonstrar de forma recorrente, apesar da Bota de Prata do ano transacto. A eficácia não é o seu forte, apesar dos 23 golos da temporada transacta; as oportunidades desperdiçadas em catadupa não costumam fazer mossa numa equipa com o caudal ofensivo como tem o Benfica de Lage, mas as exigências da Champions obrigam a um maior cuidado aquando da escolha do matador de serviço.
Veredicto: Seferovic como suplente dá enormes garantias, enquanto se De Tomas confirmar a evolução que tem vindo a demonstrar pode se tornar um caso muito sério de proximidade com as balizas contrárias. Qualidade técnica, bom remate com os dois pés, visão de jogo, tem características ideias para se juntar á orquestra que se espera ser o ataque do Benfica. Com três criativos nas costas, não faltam hipóteses para Raul suceder a Seferovic como melhor marcador da Liga Portuguesa, assim seja a vontade de Bruno Lage."

Pedro Cantoneiro, in Bola na Rede

Carta aberta a Bruno Lage e ao plantel: o que pode significar o início de época?

"Mister Bruno Lage,
Se tivesse a oportunidade de falar consigo iria pedir-lhe para que fizesse com que os jogadores mantivessem os pés bem assentes no chão.
Quanto aos adeptos nada é possível fazer, pois em dois jogos marcar 10 golos e não sofrer nenhum não está ao alcance de todos.
Um dos jogos ficará durante muitos anos na memória dos adeptos, pois ganhar por cinco aos nossos rivais da Segunda Circular não é todos os dias e nem seguramente todas as épocas.
Começar a ganhar dois jogos consecutivos a praticar um bom futebol pode significar tudo mas também pode não significar nada. Uma vez, o mister disse que o jogo mais importante é sempre o próximo. Não podia estar mais de acordo consigo!
Pois de que adianta pensar em derrotar o FC Porto à terceira jornada se não passarmos no teste do Jamor? Afinal, apesar da rivalidade com os nortenhos, cada jogo vale sempre o mesmo: três pontos. 
Como diz o bom ditado popular, quanto maior é a subida, maior é a queda.
Peço então a cada um dos jogadores que entrem em todos os jogos a dar tudo, como muito bem tem sido feito até aqui, desde que o treinador natural de Setúbal está ao comando.
Talvez este receio seja fruto de um passado sofrido. Lembro-me tão bem daquela vitória nos Barreiros e dos festejos no centro do relvado quando ainda faltavam nove pontos para conquistar. E a verdade é que nada foi conquistado.
Bruno Lage tem feito um excelente trabalho à frente dos encarnados. Em muito pouco tempo conquistou tudo e todos.
Luís Filipe Vieira disse que muitos benfiquistas iriam sentir falta do mister Rui Vitória. Pois bem, caro Presidente, apesar de lhe estar muito grato por tudo que fez pelo SL Benfica e de desejar que continue por muito tempo a desempenhar as funções que lhe competem quero dizer que desta vez não teve razão. Não por demérito de Rui Vitória pois não me considero um adepto de memória curta, mas porque Bruno Lage é um treinador de excelência. É sem dúvida o homem certo para colocar em prática todos os desejos do presidente.
Dá-me um imenso gozo ver o SL Benfica ganhar um derby com três elementos de uma defesa de quatro homens formados no Seixal. E isso só é possível com o mister Bruno Lage.
Mas também sei que nem tudo irá ser um mar de rosas como tem sido até aqui. Um dia, como todas as equipas, o SL Benfica irá ter um jogo mau e um dia menos conseguido. É aí que o meu receio entra. Não por uma derrota, mas sim na reacção à mesma. Uma derrota, duas derrotas, todas as equipas tem durante uma época, mesmo as mais fortes.
O problema é que se isso acontecer espero que a equipa não entre numa espiral negativa. Saiba reagir e volte a ter aquelas exibições que fazem os adeptos levantarem-se das cadeiras vezes sem conta.
Até aqui o entusiasmo tem sido enorme, mas como você disse mister, o entusiasmo é de fora e não de dentro.
O caminho até ao sucesso é longo. Conto com este plantel e equipa técnica para me voltarem a fazer chorar de emoção e no fim voltar a gritar no Marquês: “Campeões allez”."

Vermelhão: Rafão... !!!

B SAD 0 - 2 Benfica


Infelizmente tenho que começar pelos corruptos do apito!!! E nem me queixo 'muito' dos dois lances mais 'discutidos'!!! Foram 90 e tal minutos, de dualidade total de critérios, de 10 em 10 segundos, em cada duelo pela bola, lá eram 'decretadas' leis diferentes conforme a equipa... É massacrante, jogar constantemente contra o apito!!! As nomeações da dupla Veríssima/Xistra depois do que se passou o ano passado, é o assumir por parte do Conselho de Arbitragem: nós é que mandamos, e nós - o CA - queremos que o Benfica não ganhe... e todos os árbitros que nos ajudem, serão recompensados!!! É basicamente isto...!!!
Em relação aos dois lances:
- no penalty sobre o Rafa, é inacreditável como o árbitro nada marca, e ainda mais inacreditável com o VAR (Xistra) ficou calado... inacreditável!!!
- no golo anulado ao Seferovic, eu só quero saber se alguém 'mediu' a margem de erro da tecnologia que está a ser usada: mesmo no ténis o Hawk Eye tem uma pequena margem de erro, eu gostaria de saber qual é a margem de erro desta tecnologia, porque existem várias variáveis 'subjectiveis', que são usadas para chegar à conclusão que o Seferovic estava 30 centímetros 'off-side'!!! Além da determinação do 'frame' correcto, que determina o momento exacto do passe, agora temos duas 'variáveis' facilmente manipuláveis: se repararem nas linhas deste lance, gostaria perceber qual foi o critério para determinar o posicionamento do 'ombro' dos jogadores!!! Já que os braços não contam... No caso do Seferovic 'parece' que a linha vertical é 'tirada' no cotovelo, enquanto a do jogador do Belém é no 'ombro'...
Este é um lance típico de jogador em 'linha' e seguindo as determinações da FIFA, neste caso devia-se dar 'vantagem' ao avançado, agora se vamos marcar foras-de-jogo, em jogadas onde as 'distâncias' são inferiores às margens de erro da própria tecnologia usada, então estamos a desvirtuar o jogo (na semana passada em Inglaterra já tinha acontecido um lance parecido...)
E nem sequer vou discutir o facto do Seferovic não ter tocado na bola, naquele momento, e portanto se este lance tivesse acontecido com os Corruptos ou os Lagartos, nem sequer teria sido analisado!!!
Curiosamente, ou não, a PorkosTV e afins, andaram minutos atrás de minutos, atrás de um putativa falta no 1.º golo do Benfica!!!
Num relvado horrível (a estratégia premeditada dos nossos adversários, em ter o 'pior relvado possível continua semana após semana, sem que a Liga tome uma posição) era complicado jogar melhor! É verdade que voltámos a não fazer uma exibição 'perfeita', com vários jogadores em baixo de forma, com jogadores fora de posição e ainda sem as rotinas devidas para aquilo que se pretende... Mas mesmo assim, com todas as 'dificuldades', fomos a única equipa que quis ganhar e que fez alguma coisa para isso...!!! Assim por alto, tivemos 10 oportunidades claras de golo, enquanto o Belém teve duas, ambas por erros individuais do Benfica!!!
A estratégia do Silas é simplesmente deplorável: circulação de bola entre os Centrais, e quando as linhas do Benfica sobem a pressionar, passe longo... Com os Centrais, principalmente o do meio, a não passar a 'linha' dos 40 metros durante todo o jogo!!! Sim, o Belém tem um jogador - que não é o guarda-redes -, que nem sequer se aproxima da linha de meio-campo, mesmo quando o Belém tem a bola!!!
Tivemos calma, mesmo com um outro erro nas marcações, e só não voltámos a golear, porque falhámos demasiados golos, e a dupla RdT / Seferovic continua a não carburar!!! Mais uma vez, mesmo com poucos minutos, foi visível a melhoria nos últimos 20 metros, com a entrada do Chiquinho...
Mas o 'gigante' do Jamor, foi o Rafa! Endiabrado, muito activo (tinha estado discreto com o Paços): marcou, assistiu, 'sacou' amarelos', além de ter sofrido um penalty não assinalado!!!
O Pizzi e o Florentino foram os que mais se 'aproximaram' do Rafa... os Centrais 'tirando' a escorregadela do Rúben estiveram bem... e o Odysseas quando foi chamado à acção, teve à altura: grande defesa!
Agora vamos ter o clássico com a porcalhada!!! Apesar da vantagem pontual, não estamos tão bem, como parece: não 'encontrámos' ainda a dupla ofensiva, estamos a jogar com um lateral adaptado e estamos sem o nosso 'cérebro': Gabriel! Como é óbvio, o jogo da próxima semana não é o ideal para o regresso do Almeidinhos, mas por exemplo na minha opinião alguma coisa tem que 'mudar' na dupla da frente!!!

PS: Tudo na mesma! No resumo 'oficial' da Liga, no site Vsports, resumo que depois é partilhado por vários sites, não colocaram provavelmente a oportunidade mais estúpida falhada pelo Benfica, logo nos primeiros minutos pelo Seferovic a passe do RdT... nem seque o penalty sobre o Rafa!!!