sexta-feira, 12 de abril de 2019

Félix, surpresa para os alemães

"Gonçalo Paciência, avançado do Eintracht Frankfurt, na zona mista do Estádio da Luz, deu conta da surpresa dos seus companheiros de equipa quanto à qualidade evidenciada por João Félix. Sabendo-se que o jovem benfiquista, autor de um hat trick frente aos germânicos, tem sido um dos destaques da Liga portuguesa, percebe-se como o nossa competição interna não tem qualquer expressão para lá de Badajoz.
Daí que seja pertinente perguntar quanto valem os golos nas provas europeias e quanto valem os golos na Liga indígena?
A jornada europeia, onde o FC Porto foi participante da Champions, teve também o condão de nos mostrar como os clubes portugueses são disciplinados a falar de arbitragem quando estão no contexto da UEFA.
Os dragões, sempre de dedo nervoso no gatilho quando se trata de disparar sobre os árbitros dos jogos em que participam, e também sobre os árbitros dos jogos em que o Benfica participa, limitaram-se alguns reparos cândidos depois de uma partida, em Liverpool, em que reclamaram três grandes penalidades e uma expulsão. Esse comportamento só se explica porque a UEFA dá-se ao respeito e e respeitada, enquanto que a Liga portuguesa não tem força para se impor aos clubes que estão na sua génese.
Não haja dúvidas de que, sem que se passe a olhar para o fenómeno do futebol de forma global, transcendendo interesses individuais, o caminho dos clubes portugueses será o do afastamento sistemático e progressivo dos grandes palcos internacionais. Curiosamente, ninguém parece preocupado por este declínio irreversível..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Não há dilema

"Puxe pela memória, caro leitor. Lembra-se de quem foi o treinador do Benfica em 1962/1963, quando os encarnados conquistaram mais um campeonato nacional do seu historial?
Caso se recorde e não tenha recorrido ao pai-google, é um especialista em história do desporto ou, pelo menos, do futebol. E agora outra questão: tem ideia de quem foi o treinador campeão europeu em 1961/1962, ou seja, apenas um ano antes? Pois. Se a resposta lhe chegou em segundos e sem recorrer a auxílios cibernéticos, não tem razão para se considerar altíssimo expert na matéria.
Serve esta introdução para explanar o que irá na cabeça do staff técnico e dos jogadores encarnados. A conquista de campeonatos nacionais é importante - e cada vez mais - porque, além de acrescentar currículo, dá acesso à Liga dos Campeões e dos milhões. Mas o que dá prestígio e direito a entrada directa na história são as vitórias em competições europeias.
O Benfica saiu do encontro de ontem da Luz com uma vantagem de dois golos sobre o Eintracht Frankfurt. Não é muito confortável ma non troppo, tendo em conta, sobretudo, o poderio ofensivo dos alemães. Mas na gestão entre Liga e competições europeias, a meu ver, pelo menos para este encontro com os alemães já na próxima quinta-feira, Bruno Lage não terá grandes dilemas. Os próximos adversários do Benfica dão pelo nome de V. Setúbal e Marítimo e ambos os jogos serão em casa. Portanto, por muito respeito que toda a gente tenha pelos conjuntos de Sandro Mendes e de Petir, os encarnados são amplamente favoritos tanto para um como para outro. A ter de, eventualmente, recorrer e atletas menos utilizados, Lage deverá a atletas menos utilizados, Lage deverá fazê-lo nestas duas partidas, até porque quem pode contar com um talento do calibre de um João Félix focado tem direito a sonhar talvez não com tudo, mas com muita coisa. E os adversários são fortes mas a eliminar é possível.
P.S. - Já agora, a resposta à primeira pergunta é Fernando Riera, à segunda obviamente, Béla Guttamnn."

Hugo Forte, in A Bola

Noite de sonho do menino

"Estratégia e actuação de João Félix fizeram a diferença, mas a eliminatória está em aberto

Félix em jogo memorável
1. Uma grande noite europeia do Benfica, mas tanto ou mais uma noite de sonho de João Félix, que fez algo rato para um miúdo de 19 anos: marcar três golos na Liga Europa, ao Eintracht Frankfurt! O telefone de Luís Filipe Vieira não vai parar depois da exibição deste jovem cheio de talento, que teve a capacidade para ser o pensador de jogo, o criativo e ainda o número 9, o finalizador. Esteve nos quatro golos, marcou três à sua conta, e podia ter estado no quinto, com aquele passe a isolar Seferovic. O suíço só não fez o 5-1 - que talvez fechasse logo aí jogo e em parte a eliminatória - dada a enorme defesa de Trapp.

Lage sabe gerir como poucos
2. É a segunda referência de uma noite europeia que também foi muita sua, ao fazer uma gestão segura do plantel. Há uma hierarquia de objectivos e ele não esconde que o campeonato é prioritário. É uma gestão de recursos humanos que deve ser realçada, já que consegue ter todos os seus jogadores disponíveis e eles responderem da melhor maneira sempre que são chamados a jogo. Têm o chamado compromisso de equipa. O que é trabalho de casa do treinador, cuja estratégia foi determinante surpreender o Eintracht, ao deixar Seferovic no banco e a não dar nenhuma referência no ataque aos centrais da equipa alemã! Ele jogou num 4x2x3x1 híbrido - recuperado para 4x4x2 quando entrou Seferovic o adversário e confundiu o técnico Hutter.

Cinco golos da formação
3. Num jogo em que também brilharam, entre outros, Grimaldo (que parecia surgir do além a provocar desequilíbrios) e Samaris, destaque para os quatro golos apontados por dois jovens da formação dos encarnados: João Félix (também da formação dos dragões) e Rúben Dias. E do outro lado um dos golos a ser de Gonçalo Paciência, da formação do FC Porto. O que é um bom sinal para o futebol português.

Alemães terão de se expor
4. Dois golos de vantagem são sempre dois golos, mas o Eintracht provou que é uma equipa de qualidade e o seu treinador Adi Hutter alguém que não desiste de atacar mesmo quando estava em desvantagem numérica. Também não é menos verdade que no segundo jogo, em Frankfurt, a equipa alemã vai ter de se expor e o Benfica pode tirar partido das transições para marcar golos."

Vítor Manuel, in A Bola

A noite mágica do 79

"O Benfica ontem venceu o Eintracht Frankfurt num jogo alucinante por 4-2.
Com bastantes novidades no onze, o Benfica alinhou com Odysseas, Corchia, Rúben Dias, Jardel, Grimaldo, Samaris, Fejsa, Cervi, Gedson, Rafa e João Félix.
O jogo começou já bastante activo e aos 5 minutos num lance aéreo, Jardel falha na abordagem ao lance e Luka Jovic ficou com a bola, valeu a pressão de Rúben Dias ao portador e o corte de Grimaldo para canto.
O Benfica aparentava ter dificuldades na 1ª fase de construção devido à forte pressão dos alemães que aproveitavam desconcentrações dos encarnados.
Organizado num 4-2-3-1, o Benfica apenas causava perigo em transições, apresentando dificuldades na organização ofensiva, algo já notório em outros jogos.
O Frankfurt conseguia causar perigo através de apoios frontais dos homens mais adiantados fazendo assim várias triangulações.
Aos 19 minutos, João Félix que actuava como falso 9, desceu para vir buscar jogo e isolou Gedson que atacava a profundidade. Este é empurrado por N'Dicka e cai dentro da área. N'Dicka é expulso, João Félix chamado a converter e não desperdiça, fazendo assim o 1-0.
Após a expulsão, o Frankfurt mudou o seu modo de jogar ficando o Benfica com as rédeas do jogo. 
Aos 40 minutos, numa falha na saída da bola por Fejsa, o Frankfurt aproveitou e Jovic empatou o jogo contra sua antiga equipa.
O Benfica continuava a dar amplitude ao seu jogo para que pudessem aparecer homens nos meios espaços para fazerem triangulações.
Aos 43 minutos, João Félix apareceu precisamente nos meios espaços e aplicou tal bomba à baliza alemã que Kevin Trapp não a conseguiu desarmar. Foi um remate colocado e forte que colocou o Benfica de novo em vantagem.
Ainda antes do intervalo, o Frankfurt tem um golo anulado por fora de jogo posicional.
Aos 48 minutos, Rafa remata para o poste da baliza adversária, porém estava em posição irregular. 
Logo dois minutos depois, por intermédio de um canto, Grimaldo cruza para João Félix que cabeceia para Ruben Dias que só tem de encostar, dilatando assim a vantagem.
Aos 54 minutos, surge mais um golo, e mais um para a conta do "Mágico" Félix. Com uma mudança rápida de flanco, Grimaldo surge com a bola na ala esquerda e cruza rasteiro para o João Félix que atira para o 4-1. João é assim o mais jovem jogador na Liga Europa a marcar um hat-trick.
Aos 60 minutos, surge a primeira substituição do jogo. Entra Seferovic para o lugar de Rafa, dando assim algum descanso ao português que fez um bom jogo.
Uns minutos depois surge um problema para as Águias. Corchia lesiona-se e Lage substitui-o por Pizzi, passando assim Gedson para defesa direito.
Aos 70 minutos, Seferovic desperdiça uma oportunidade de ouro para aumentar a vantagem. Isolado, remata rasteiro para o canto da baliza porém o pé de Trapp impediu o golo.
E quem não marca, sofre. Dois minutos depois quando os alemães começavam a pressionar mais, fazem o golo por intermédio de um canto. A defesa deixa Gonçalo Paciência completamente sozinho e este cabeceia para o golo.
O Benfica que ainda ia atrás do quinto golo, retira Samaris e faz entrar Zivkovic em jogo.
Aos 77 minutos, Kostic com uma excelente oportunidade para reduzir a desvantagem, porém remata por cima da baliza de Odysseas.
10 minutos depois, Seferovic com uma boa oportunidade. Após um passe de Gedson, este fica sozinho com o defesa e remata por cima da baliza.
Final de jogo, o Benfica vence o Frankfurt por 4-2 e vai com esta vantagem de dois golos para a Alemanha, onde se jogará a 2ª mão na próxima quinta-feira.

Nota positiva: João Félix, Gedson, Grimaldo e Samaris.
Nota negativa: Fejsa, Jardel e Cervi."

A chave táctica – Entenda como Lage preparou Felix para fazer a diferença

"A qualidade da sua definição técnica foi mais do que óbvia, e expressa nos três golos e assistência. 
Mas, Felix foi mais do que isso. Foi também a chave táctica para o Benfica desbloquear o jogo nas diferentes zonas do campo. Desde a saída para o ataque até à definição nas zonas ofensivas

"…é um jogador com bom toque de bola, Bons Movimentos. Joga e faz jogar"
Adi Hutter, treinador do Frankfurt

Mas, como se moveu, e como é que Bruno Lage montou a dinâmica colectiva que lhe permitiu potenciar a qualidade dos seus movimentos? Entenda Felix, para que nos dias em que não faz golos, continue a perceber a sua qualidade.




"

Paolo Maldini, in Lateral Esquerdo

A Estratégia Ofensiva de Lage na Noite de Félix

"Na primeira-mão dos quartos da Liga Europa, a Luz assistiu a uma exibição absurda de João Félix. Não foram só os golos que marcaram a magnifica exibição do prodígio português, a inteligência dos seus movimentos e a sua qualidade técnica contribuíram para uma noite especial e de apresentação à Europa do Futebol. Ofensivamente, Lage preparou a equipa para ferir o Frankfurt que até entrou melhor nos minutos iniciais do encontro.

“Jogamos sem avançado. (…) O nosso primeiro golo é demonstrativo daquilo que queríamos para este jogo. Entradas verticais do Gedson que foi o jogador mais importante da nossa dinâmica ofensiva.”
Bruno Lage

Uma das nuances estratégicas que o Benfica trouxe para este jogo foi a colocação de Gedson ao lado de Félix como falso avançado. Com isto, o treinador encarnado pretendeu que, Gedson Fernandes atacasse a profundidade, enquanto que, João Félix se movimentava nas costas dos médios adversários. Esta dinâmica permitiu chegar ao primeiro golo e a um número elevado de oportunidades de golo.
“Teríamos que aproveitar aquilo que o sistema do adversário nos dava: a Largura. Quando chegássemos à largura, procurar o jogo interior.”
Bruno Lage

No dia de ontem, trouxemos o Modelo do Frankfurt. Sugerimos a alteração da Rota Ofensiva encarnada para criar constrangimentos no momento defensivo da equipa alemã, uma vez que, a equipa de Adi Hütter montava um quadrado para fechar a entrada por dentro na construção adversária. Seria, portanto, fundamental iniciar a construção por fora para evitar perdas na construção. Assim foi!
O Benfica iniciou a construção pelos corredores laterais para enganar o adversário para, numa fase posterior, voltar dentro e entrar no espaço entre-linhas tal como aconteceu no lance do segundo golo e em outras tantas situações. Principalmente após a expulsão, o Benfica foi ligando com facilidade a sua construção pelos três corredores, uma vez que, até ao seu segundo golo, o Frankfurt manteve-se pressionante sobre a construção encarnada. Bastava ligar num corredor e sair dele para desposicionar a linha média do Frankfurt e criar desequilíbrios, explorando o corredor contrário.


No Alto Rendimento, com jogos de 3 em 3 dias, o trabalho semanal deve ser orientado para o adversário seguinte. Nesse curto espaço de tempo, observa-se o adversário, identifica-se pontos fortes e pontos fracos e trabalha-se em função deles para chegar ao jogo e lhes criar constrangimentos. Há uns tempos, referia-me à importância da variabilidade nos posicionamentos, isto é, de mudar posicionamentos em função do adversário, no entanto, mais do que isto, é fundamental ter variabilidade nas dinâmicas. Ir fora para acelerar dentro, ir dentro para acelerar fora, atrair a um corredor e ligar com o outro. O Benfica de Lage têm sido isto. Observar – Analisar – Recuperar – Preparar Estratégia – Jogar com uma variabilidade incrível de dinâmicas!"

João Félix

"Se havia alguém que não conhecia o seu nome na Alemanha, a partir de ontem ficaram a saber. João Félix é a partir de agora, indiscutivelmente, uma das maiores promessas do futebol mundial. Tem tudo ser um jogador geracional. Qualquer gigante estará desesperado para o convencer. United, Real Madrid, Barcelona, Chelsea ou Bayern vão andar à caça neste verão e vão estar à procura de alguém como Félix. São clubes tão grandes que há outra equipas que têm marcado o futebol mundial que vão ser outsiders na corrida: Tottenham, Arsenal, Napoli e Atlético.
1. A Prioridade Número 1. O Benfica já fez 38M com Jimenez, Andre Carrillo está a 1 jogo de ver o Al-Hilal activar a cláusula obrigatória de 15M e o Jovic vai vender à volta de 20M (6M + 30% da mais valia). Sem mexer no plantel, o Benfica já vai fazer cerca de 73M. A somar a isto, está a eventual participação na Champions onde pelo menos as pre-eliminatórias estão quase garantidas e que vão render outros 60-70M. Dinheiro não vai faltar na Luz. A prioridade número 1 deveria ser tornar João Félix o jogador mais bem pago do clube e mantê-lo connosco mais um ou duas épocas. O Ajax teve propostas por de Jong e de Ligt no verão passado. Em vez de os vender, reforçou o plantel com Tadic e Blind. Estão agora nos quartos-de-final da Champions League.
2. Só que. Só que todos sabemos quem temos como Presidente. Luís Filipe Vieira é o principal responsável por termos jogadores como João Félix, mas também é o principal responsável por eles só estarem cá 1/2 anos. O mais provável é que Félix acabe vendido numa transferência record em Portugal.
3. O que distingue Félix? João Félix não é o primeiro grande jogador a sair do Seixal. Mas vai ser o primeiro a bater o record de transferência em Portugal. Há uma série de razões que explicam o que vai acontecer. Primeiro é avançado. No Top10 das maiores transferências mundiais, há dois médios, todos os outros são avançados. Depois é a sua qualidade. É um avançado que faz a equipa jogar, é capaz de baixar e ajudar a construir, mas também é ao mesmo tempo um matador. Não tendo físico para segurar jogo, é capaz de marcar em qualquer Estádio, a qualquer momento, com os dois pés ou de cabeça. Não há muitos avançados tão completos.
4. O que fazer com o dinheiro? É a grande pergunta. O Benfica não precisa de vender e é muito provável que esta transferência, a acontecer, chegue às centenas de milhões de euros. É bastante dinheiro para um clube que não tem necessidades viscerais no plantel. Uma boa parte do dinheiro deveria ser alocada na expansão do Seixal. Aqui há que dar todo o mérito a Luís Filipe Vieira, o Seixal é uma das maiores obras do futebol mundial desta década (pelo menos). Outra parte deve ser investida no plantel. Olhando para a equipa B e para a formação, vejo boas soluções a florescer em praticamente todas as áreas do campo expecto duas: pontas de lança e guarda-redes. Parte da receita da venda deveria ser investida em contratações do género de Jovic. Jovens avançados e jovens guarda-redes (e outros eventuais craques que possam ajudar) que custem alguns milhões mas que garantam uma certa qualidade na formação. A questão é que talvez essas contratações devessem acontecer já. Porque uma vez que os clubes comecem a perceber que o Benfica vai vender João Félix, os valores vão inflacionar bastante.
5. Haverá um próximo João Félix no Seixal? É a grande pergunta. Há cerca de 10/15 jogadores geracionais por década. São como os cogumelos. Podem vir de qualquer lado. Haverá algum jogador que praticamente sozinho (era ele e Jota) consiga chegar a uma equipa de juniores e limpar a Fase Final com a maior das facilidades com 14 jogos e 15 golos? Sinceramente não sei. É por uma feito desse género que teremos que procurar no Seixal."

A Irmandade das Comissões

"Para compreender o presente é preciso analisar o passado. Esta saga começa em 2010 quando o atual Presidente da FPF deixou a SAD do Porto por discordar da sua política económico-financeira.
Angelino Ferreira entrou para o seu lugar, não obstante a direcção da SAD havia-se tornado gananciosa e comissões & milhões jorravam por todo o lado. O novo administrador com o seu carácter honesto não quis ser conivente e em 2014 deixou o cargo de responsável financeiro da SAD, tendo feito duras e contudentes críticas, em 2016 e 2017, à gestão do Porto.
Entretanto entra em cena o actual administrador financeiro da SAD do Porto e por várias vezes demonstrou preocupação pelas contas, tendo inclusive definido uma redução de 20,8 M na massa salarial. Em 2016 chegou mesmo a defender uma redução para 55 M em 3 anos. Além disso afirmou também, após o incumprimento do fair-play financeiro, que não se poderia repetir o que se fez no passado.
Certo é que em 2018 o Relatório & Contas indicava salários na ordem dos 79 M, ou seja 24 M acima do desejado e definido em 2016. E a cereja no topo do bolo foi a declaração - após o acordo com a Altice - onde disse e citamos "Permite gerir o clube de outra forma".
Concluindo:
- Em 2018 ficámos a saber que a forma como as contas seriam geridas era através de mais de 169 Milhões adiantados, antes mesmo da data de início do contrato dos direitos televisivos. - Em 2019 foi orçamentado o Maior orçamento de sempre com salários superiores a 81.7 Milhões sem contar com prémios (Ainda se lembram da meta definida em 2016 dos 55 M ?!)
- Nos últimos 5 anos os dirigentes da Porto SAD receberam só em remunerações €8.189.310 milhões onde €2.920.000 milhões foram para Pinto da Costa. Tendo em conta que durante 4 anos venceram 0 títulos e 0 taças e somente no último ano foram campeões é obra.
- Estes números fazem de Pinto da Costa um Presidente com uma remuneração acima de vários CEOs do PSI20 português, num clube cujo Passivo atingiu proporções inimagináveis.
O discurso de mentiras, de contenção de custos e acções completamente opostas leva-nos ao segundo episódio da saga "O Senhor Dos Milhões" que será brevemente transmitido no Polvo das Antas sob o título "Os Dois Portismos". Não percam o próximo episódio e desfrutem das imagens!"


Registo criminoso...!!!

"Este é o registo dos jogos do Portimonense contra os quatro grandes desde que regressaram à 
Primeira Liga:
Portimonense contra o Benfica: 1V, 1E, 2D. 6 GM, 6GS.
Portimonense contra o Cashball: 1V, 0E, 3D. 6GM, 9GS
Portimonense contra o Braga: 0V, 2E, 2D. 5GM, 7GS
Portimonense contra o Calor da Noite: 0V, 0E, 4D. 6GM, 17GS"

Barriga de aluguer !!!

"Estamos em semana de um dos jogos mais sujos do campeonato português e vamos hoje falar aqui de algumas situações referentes a Portimonense e Porto, onde pelo meio também aparece o Varzim. 
Comecemos então pelo início, em 2011 o Portimonense desce de divisão rumando então à Segunda Liga. Logo na época seguinte, o Portimonense ficou na última posição da então Liga Orangina, mas a descida acabara por não se concretizar devido a incapacidade do Varzim em preencher os requisitos necessários para ascender aos escalões profissionais.
Theodoro Fonseca, empresário brasileiro, entra em Portugal pelas portas que se abriram com a transferência de Hulk para o FC Porto. E através dos contactos estabelecidos no negócio com o Porto no âmbito da transferência de Hulk, Theodoro Fonseca conheceu Fernando Rocha, presidente do Portimonense e antigo dirigente do FC Porto, começando então uma relação empresarial que culminou com a formação da SAD do Portimonense onde Theodoro Fonseca se tornou sócio maioritário.
Após Theodoro Fonseca se ter tornado sócio maioritário da SAD do clube algarvio, aparece Rodiney Sampaio amigo de infância de Theodoro, como presidente da nova SAD do Portimonense.
Posto isto, vamos então começar a falar dos negócios obscuros que envolvem o Porto e Portimonense:
- Em 2015, ainda na Segunda Liga, o Porto paga 2,8 milhões de Euros ao Portimonense pelo passe de Danilo, jogador do Marítimo e que nunca teve qualquer tipo de ligação ao... Portimonense.
- Portimonense sobe, então, à Primeira Liga em 2017, e a 21 de Janeiro de 2018 o Porto oficializa o empréstimo de Paulinho com cláusula de compra obrigatória de 7 milhões de Euros, vindo então do Portimonense. A 21 de Agosto de 2018 e já com a cláusula de 7 milhões de Euros accionada, o Porto dá, repetimos, dá, Paulinho ao Portimonense sem qualquer contra-partida.
- A 2 de Julho de 2018, e depois de já ter pago 7 milhões de Euros ao Portimonense por Paulinho, o Porto oficializa a contratação de Ewerton, também ele jogador do Portimonense por... 5 milhões de Euros.
- A 23 de Julho de 2018 estala o verniz entre as SAD de Portimonense e Porto. Existe desacordo entre as SAD sobre as transferências de Paulinho e Ewerton. Rodiney Sampaio presidente da SAD do Portimonense, afirmou publicamente que o FC Porto não tem possibilidades de pagar os futebolistas, falou em valores - 7 milhões por Paulinho e 5 por Ewerton - e anunciou então o regresso imediato dos dois jogadores a Portimão. O Porto desmente então o presidente da SAD do Portimonense e afirma que pagou 5 milhões pelos dois jogadores, valor esse que iria, então, constar no relatório e contas da SAD do Porto. O "filme" prossegue no dia seguinte, e dia 24 de Julho, o Portimonense SAD desmente que haja qualquer tipo de incumprimento do Porto para com os jogadores Paulinho e Ewerton, dizendo mesmo em comunicado que "as saídas de Paulinho e Ewerton nada têm a ver com incumprimentos de pagamento das suas transferências pelo FC Porto." Confusos?
- Para terminar este assunto dos negócios Portimonense - Porto, a 20 de Janeiro de 2019 (coincidência de ser quase um ano após ser anunciada a ida de Paulinho para o Porto), o Porto oficializa a contratação de Wilson Manafá ao Portimonense, desconhecendo os valores mas sabendo que foi em definitivo com o Porto a ficar com 50% do passe do jogador. Entretanto saiu um rumor ainda por confirmar, que no contrato de Manafá para o Porto, existe uma cláusula de prémio de 1 milhão de Euros que o Porto tem que pagar ao Portimonense, caso seja campeão. Este rumor precisa de ser imediatamente oficializado para se saber se é real ou não, pois é demasiado grave existir esta cláusula em equipas que disputam o mesmo campeonato, caso seja verdade espera-se que alguém seja punido.
As perguntas que aqui ficam são quem ficou a ganhar, quem ficou a perder, quais foram afinal de contas os valores destas transferências. Porquê que Danilo foi pago com quase 3 milhões de Euros ao Portimonense, tendo em conta que nunca teve qualquer ligação contratual aos algarvios. A cláusula de Manafá é verdade ou não?
Vamos então terminar o nosso post falando das ligações de Rodiney Sampaio e Theodoro Fonseca com o Varzim.
Antes da contratação de Keaton Parks por parte do Benfica, apareceu Theodoro Fonseca que queria levar o jogador para Portimão e até pagava mais que o Benfica, mas o jogador queria assinar pelo Benfica. Após rejeitar ir para Portimão, foi dito a Keaton Parks que caso não aceitasse a proposta de Theodoro, Keaton passava o resto do contrato posto de lado do plantel do Varzim.
Posto isto o jogador rescindiu com o Varzim por justa causa, e o clube levou o jogador a tribunal. Entretanto no dia 25 de Maio de 2017, a Comissão Arbitral Paritária deu razão ao jogador e a rescisão foi confirmada.
É, assim, também conhecido o tipo de negócios que Varzim e Portimonense têm com jogadores, onde sabemos que o Portimonense negoceia jogadores do Varzim a preço da chuva. Último caso foi de Ruster que deixou o Varzim e assinou pelo Portimonense no último dia do mercado de inverno desta época.
Só um à parte antes de terminarmos o nosso post. O registo do Porto em jogos frente ao Portimonense desde o seu regresso à Primeira Liga é de: 3 Jogos, 14 golos marcados e 4 golos sofridos.
Terminamos, então, assim o nosso post com a esperança que mais tarde ou mais cedo todo este lodo irá terminar, bastando a Justiça querer."

Reconhecimento Europeu

"A marca de qualidade do Seixal impõe-se em definitivo nas provas da UEFA e até vai para além do extraordinário feito de João Félix. É claro que, hoje, os principais jornais desportivos europeus aparecem rendidos à exibição superlativa da mais recente pérola do Benfica. Há bons motivos para isso: Félix superou registos históricos e tornou-se no português mais jovem de sempre a apontar 3 golos num jogo europeu.
Esta ronda dos quartos de final da Liga Europa, porém, teve em destaque outros jogadores com ligação ao Seixal: excelentes exibições de Rúben Dias (com direito a golo!) e Gedson Fernandes, mas também nota positiva para o rendimento e para os golos de Gonçalo Guedes, Daniel Wass ou mesmo Luka Jovic: a ‘marca Benfica’ responsável por 61,5% dos golos ontem apontados.
Rúben Dias, Gedson e João Félix (mas também Gonçalo Guedes) acabaram por estar, sem grande surpresa, nas escolhas da UEFA para a Equipa da Semana da Liga Europa.
Bruno Lage tinha pedido, na véspera, exactamente aquilo que veio a acontecer: uma boa exibição e um bom resultado. O Benfica está agora em vantagem na eliminatória, mas tendo a certeza de que o mais difícil ainda está por fazer.
Equipas de grande qualidade (como a Lazio, o Marselha ou o Shakhtar) saíram recentemente vergadas de Frankfurt por pesadas derrotas. Tenhamos noção, pois, que estamos a defrontar um adversário poderoso e que tem a mesma ambição do que o Benfica.
Por tudo isto, é justo destacar o mérito daquilo que foi feito: o Eintracht sofreu no Estádio da Luz a primeira derrota do ano. Não perdia desde 23 de dezembro (com o Bayern, para a Bundesliga) e só duas equipas lhe conseguiram marcar mais do que 3 golos em toda a temporada 2018/19: o Bayern Munique… e o Benfica!
Agora é tempo de voltar ao campeonato nacional. Foco absoluto, a partir de hoje, no Vitória de Setúbal e naquilo que teremos de fazer, em campo, para somar mais 3 pontos. O apoio da onda vermelha volta a ser fundamental. Tal como foi, aliás, em Santa Maria da Feira e em tantas outras jornadas deste caminho que, juntos, estamos a percorrer.
O Vitória de Setúbal será um adversário tão ou mais complicado do que foi o Eintracht Frankfurt. Teremos de ser uma equipa focada e contar com um estádio cheio para podermos viver uma noite – mais uma – à Benfica. É esta a receita."

O videoárbitro trouxe verdade ao futebol? Adorava acreditar nisso

"No início da época 2018-2019, quando foi anunciado que os jogos passariam a ter supervisão de um videoárbitro, aplaudi a decisão. A partir do momento em que a tecnologia fosse introduzida, os árbitros deixariam de poder alegar não se ter dado conta deste ou daquele lance ilegal que era evidente para qualquer adepto que estivesse em sua casa. Com a transparência daí decorrente, haveria, também, menos margem para os ataques à arbitragem e as polémicas desceriam de tom.

Hoje já não estou tão certo disso. É verdade que qualquer novidade precisa de tempo até começar a funcionar com total eficácia, mas aquilo a que temos assistido deixa-me pouco optimista.
Se antigamente havia o risco de o árbitro não ver o suficiente, de lhe escapar alguma coisa, hoje, com o videoárbitro, há o risco de ver demasiado. Seja para invalidar um golo, seja para apontar um penálti, pode quase sempre encontrar-se um pretexto ou pelo menos um ponto de dúvida. Não haveria um jogador fora de jogo? Não terá ali havido um toque com a mão na bola? Um pequeno puxão? Um encosto que desequilibrou o adversário?
Mal comparado, faz lembrar certos polícias ultraescrupulosos, que, quando mandam parar um condutor na estrada, encontram sempre uma boa desculpa para lhe passar uma multa.
Segundo uma estatística publicada pelo jornal O Jogo, desde a introdução da tecnologia de videoárbitro, a média de penáltis por jogo aumentou 22%. Ora, toda a gente sabe que há penáltis e penáltis... e alguns são mais do que duvidosos. Mas isso conta pouco quando o jogador remata da marca dos 11 metros. Justo ou injusto, um penálti é praticamente sinónimo de golo.
O videoárbitro trouxe mais verdade ao futebol, como diz Rui Santos? Adoraria acreditar nisso. Mas o que tenho visto deixa-me cheio de dúvidas. E não me espantaria muito ver essa bela ideia ser completamente adulterada e tornar-se mais um instrumento ao serviço dos suspeitos do costume."

Felix Felicis

"Jogadores do calibre de João Félix (ainda) fazem os adeptos ir aos estádios. Não sabemos até quando teremos a sorte de ver Félix de águia ao peito. Por isso é melhor aproveitar, porque essa sorte não

No sexto livro da saga Harry Potter, J.K. Rowling apresenta aos leitores uma curiosa poção chamada “Felix Felicis”, conhecida também como Sorte Líquida. Quando bebida, esta concederá sorte durante um determinado período de tempo, findo o qual tudo volta ao normal.
No capítulo 2018/2019 da história do Sport Lisboa e Benfica, os seus adeptos foram apresentados a João Félix e vice-versa. A estreia oficial na equipa principal aconteceu no Estádio do Bessa, na 2a jornada do campeonato, mas a apresentação “oficial” aos adeptos encarnados aconteceu na jornada seguinte, em casa, frente ao grande rival da 2a Circular. O miúdo de apenas 18 anos foi chamado a jogo aos 79 minutos, com a sua equipa em desvantagem, entrando para empatar o jogo, numa fase em que o Benfica apresentava já sinais de desespero e frustração. Uns podem chamar-lhe sorte, outros podem dizer que é algo mais. A única certeza: aqueles que o presenciaram ao vivo, jamais esquecerão o cartão de visita que Félix apresentou.
É inegável que, desde o primeiro momento, houve um encantamento, uma química, entre adeptos e João Félix, de quem sabe que o que está ali não é apenas mais um produto da cantera. Félix é João Pinto na mobilidade, nos slaloms de bola colada ao pé e no excelente jogo de cabeça. Mas também é Rui Costa, na forma como pega na bola e a trata por tu, jogando de cabeça levantada, seja no miolo ou nas alas, a descortinar uma linha de passe quando e onde ainda ninguém o conseguiu.
Para além de marcar ao Sporting, João Félix tem deixado a sua marca ao longo desta época, com destaque para o importante golo no Clássico no Estádio do Dragão, que ajudou o Benfica a vencer o Porto e a passar para a frente do campeonato.
Na noite desta 5a feira, Félix voltou a ser decisivo e mostrou-se ainda mais na montra europeia. Manteve a titularidade, mas sem a companhia habitual de Seferovic, e bateu-se que nem gente grande com os imponentes alemães, não se escondendo e assumindo as lides do ataque benfiquista. Muitos terão questionado a decisão de deixar Félix sozinho no ataque, em detrimento de Seferovic, que atravessa um bom momento de forma e possui características que, à partida, eram mais favoráveis para o embate com os germânicos. Mas João Félix mostrou estar à altura do que lhe foi exigido, correspondendo com três golos e uma assistência. Com isso, tornou-se o português mais jovem de sempre a assinar um hattrick nas competições europeias, superando o registo de Eusébio.
Na época de estreia na equipa principal do Benfica, João Félix Sequeira conta com 36 jogos oficiais e 15 golos marcados. A juntar a estes números, incontáveis jogadas, pormenores e movimentos que não deixam ninguém indiferente e que fazem qualquer adepto que goste de futebol sentir que o bilhete que pagou valeu cada cêntimo. Porque não tenhamos dúvidas, jogadores do calibre de João Félix (ainda) fazem os adeptos ir aos estádios. Não sabemos até quando teremos a sorte de ver Félix de águia ao peito. Por isso é melhor aproveitar, porque essa sorte não será eterna."

Quinta-feira gorda

"Foi a noite de João Félix, um menino cujo nome o mundo já sabe de cor.

O estádio da Luz viveu ontem uma noite entusiasmante que permitiu aos seus apaniguados festejar uma enxurrada de golos, uma exibição de qualidade e o surgimento da estrela maior da noite que dá pelo nome de João Félix.
Previam-se justificadas dificuldades do Benfica frente a uma equipa com uma carreira quase imaculada tanto a nível nacional como internacional. O Eintrack ainda não havia conhecido a derrota na segunda mais importante competição da UEFA e, mais do que isso, para chegar aos quartos-de-final deixara pelo caminho equipas de enorme gabarito como são as do Inter de Milão e do Shakttar Donetz.
Porém, um golo marcado aos 21 minutos e, momentos antes, a redução da formação germânica a dez unidades, lançaram os comandados de Bruno Lage para uma noite de gala, e a quase garantia de qualificação para as meias-finais da Liga Europa.
E, se escrevemos no condicional, é porque a eliminatória pode não ter ficado resolvida com a vitória gorda do Benfica, embora a vantagem de dois golos dê uma certa margem de conforto.
Na Alemanha, a actuar de novo com onze unidades, com o ambiente a seu favor, e capacidade demonstrada de atacar com sucesso a baliza contrária, a equipa de Franckfurt pode acabar por dar a volta e anular a diferença com que regressaram a casa.
Foi a noite de João Félix, um menino cujo nome o mundo já sabe de cor.
Ao marcar três golos, a coroar uma exibição de luxo, a jovem promessa reforçou a cobiça que já se passeia por essa Europa fora.
Para além de tudo isto, Gonçalo Guedes, autor de dois golos do Valência, e Gonçalo Paciência completaram o ramalhete erguido por jovens portugueses que assim voltam a reforçar a confiança que é justo depositarmos no futuro do futebol português."

Em 1962, Eusébio fez um hat-trick histórico que Félix revisitou: este é o Benfica - Norrköping de uma feliz noite de novembro

"Toda a gente está a falar do recorde de juventude de Eusébio que Félix bateu esta quinta-feira. Mas qual foi, realmente, o jogo em que o Pantera Negra fez o que ninguém antes fizera? Esta é uma viagem ao passado

As lágrimas de João Félix, poucos segundos depois do hat-trick ao Eintracht Frankfurt (crónica AQUI, contracrónica AQUI), limparam o pó de arquivos esquecidos: o miúdo-maravilha da Luz acabava de bater um recorde de Eusébio, a lenda maior do clube, e era agora o futebolista mais jovem a marcar três golos na Europa pelo Benfica. Com 19 anos e 153 dias.
Esse título pertenceu ao pantera negra desde 22 de Novembro de 1962, quando os rapazes orientados pelo chileno Fernando Riera arrumaram o Norrköping por 5-1, no Estádio da Luz (primeira mão: 1-1).
“Bastou cerca de um terço dos 90 minutos regulamentares para confirmar, em definitivo, o incondicional favoritismo” do Benfica, escreveu no dia seguinte Fernando Soromenho no “Diário de Lisboa”.
Se esta quinta-feira, na Luz, Luka Jovic assustou a multidão logo no arranque do jogo, há quase 57 anos José Águas a afastou as reticências muito cedo. É que os encarnados ressacavam de uma derrota caseira contra o FC Porto (1-2). O que mudou, segundo Riera? “A bola entrou. Desta vez não estava o Américo nas balizas.”
Viajemos na pena de Soromenho: “O «team» português começou em grande estilo com aquele impulso entusiástico que não deixa ninguém na dúvida. Foi para o ataque… Assim, dentro do primeiro minuto, estava feito o 1.º golo e vislumbrada, na circunstância, a sorte dos suecos. No «corner», que foi a solução para anular a infiltração de Simões, a bola levava a medida ideal e Águas, com a cabeça, limitou-se a dizer sim”.
O Benfica era bicampeão europeu, depois de derrotar o Barcelona (3-2), em 61, e o Real Madrid (5-3), em maio de 62. Talvez por isso, ou então porque era a sua natureza (ou uma mistura de ambos), os campeões suecos investiram numa abordagem pouco meiga. “Apercebendo-se das intenções dos portugueses, os suecos, que marcavam, perseguindo, entrando ao desarme com rudeza, mesmo violência, trataram de tirar partido das constantes interrupções ditadas pelo critério do árbitro, extremamente meticuloso”, notava o cronista.
O Benfica respondeu com bolas que fizeram dançar as redes da baliza de Bengt Nyholm. “Eusébio vingou-se do ‘mimo’ do defesa-direito, transformando o «livre» com um «tiro» digno da sua lavra. E Coluna, num golpe individual, a assinalar a sua subida de rendimento na emergência, «incendiou» o Estádio da Luz de alegria, culminando com um remate «à Benfica da Europa».
Esse “remate à Benfica da Europa” trouxe boas lembranças a Coluna. “Fiquei satisfeito [com o golo], tanto mais que há já bastantes jogos que não marcava tentos. Este fez-me lembrar o de Berna, pois foi quase do mesmo sítio.” Em Berna, na final da Taça dos Campeões Europeus, os lisboetas enganaram o Barcelona de Luis Suárez e Kubala. Coluna marcou o golo decisivo aos 55'.
A goleada ganhou forma pouco depois. “O 4-0, aos 35’, cúpula que definia uma inegável superioridade, liquidando o jogo, provocou, porém, efeitos antagónicos: no Benfica agiu como um sedativo, que amoleceu energias, disposição e, principalmente, talento futebolístico.”
José Águas, outro dos heróis de Berna, reconheceria a postura no final. “A equipa fez uma boa exibição na primeira parte; na segunda descansou e os suecos subiram.”
Apesar dos muitos golos e massacre, o cronista torcia o nariz a algumas exibições, numa discussão que é muito dos nossos dias, sobre paciência excessiva e, quem sabe, falta de verticalidade. “(...) Todavia, o defeito de complicar os enlaces - Coluna e, agora, Cavém não dispõem de aptidão suficiente para a tarefa na região intermediária do rectângulo - avultou na medida em que se tornava indispensável uma penada, apenas, e não longos devaneios, na possessão de bola, e que afecta o estilo acutilante de Eusébio, compelido a ser um elemento ambulatório, a viajar para a esquerda, a viajar para a direita, e a recuar. Parece o Coluna dos tempos áureos (...)”
Conclusão: “Fácil triunfo, sem a mínima sombra, mas exibição desigual, notoriamente diferenciada, por compreensível processo psicológico, mas que não ofuscou problemas latentes no «onze», tanto de ordem atlética como eficiência técnica. Um abrandamento momentâneo dentro do actual Benfica faz avultar, para além da descrença, uma sensação de dificuldade que, note-se, nenhuma equipa, em qualquer parte, pode evitar durante as ocorrências de um despique. Daí, a insatisfação exterior, que brota como a labareda em braseiro latente, e a complicação, que não desorientação, inoculada dentro do rectângulo”
Eusébio, com apenas 20 anos e 301 dias, foi a grande figura com um hat-trick. Até o árbitro Jean Tricot, que também teve direito a uma caixa no “Diário de Lisboa”, estava encantado: “Para mim o jogo foi muito bom e agradou-me imenso a correcção de todos os jogadores. Isso é que conta para o árbitro. O momento alto do jogo foi o golo de «livre» marcado por Eusébio. Formidável!”
O Benfica chegaria à terceira final consecutiva da Taça dos Campeões Europeus, em Wembley, mas desta vez perderia com o AC Milan de Gianni Rivera, José Altafini, Cesare Maldini e Giovanni Trapattoni. O golo de Eusebio foi insuficiente."

Cadomblé do Vata

"1. Comemoraram-se esta semana 101 anos da derrota das tropas Portuguesas na Batalha de La Lys... em resposta, hoje o SL Benfica derrotou uma equipa alemã na Batalha de La Luz.
2. Dia histórico para o futebol nacional, tendo sido batidos 2 recordes... com 19 anos Félix tornou-se o português mais jovem a fazer um hat trick nas competições europeias e com 101 anos Peyroteo tornou-se no mais velho a fazer um poker.
3. Emprestamos Talisca ao Besiktas, ele marcou-nos um golo; emprestamos Jovic ao Eintracht, ele marcou-nos um golo... se não queremos sofrer golos de jogadores nossos nas competições europeias, temos que começar a empresta-los ao Sporting CP.
4. Gedson fez uma excelente exibição no meio campo, mas compreensivelmente não foi feliz a lateral direito... qualquer jogador que perca 10 segundos a pensar no histórico de lesões da concorrência "almeidiana", concluí que ali ou joga mal ou vai para o hospital.
5. Queria dizer aqui ao Félix, que tal como ele, eu também chorei no seu 3° golo... a diferença é que ele borrou o rímel pela emoção da façanha alcançada e eu lacrimejei avulsamente pela emoção de me estar a despedir dele."

As lágrimas de Félix? Angústia por não poder responder aos nudes, que deixou o telemóvel descarregado em casa

"Vlachodimos
No final do jogo uma criança foi ter com o grego e entregou-lhe um desenho explicativo de como intervir em lances aéreos. Talvez assim Vlachodimos perceba. Logo a seguir outra criança entregou um desenho de um adepto benfiquista com os olhos a sangrar. Considere-se o recado entregue. 

Corchia
Esteve mais de uma hora em campo e deu indicações muito positivas como parte integrante do motor ofensivo liderado por Félix, isto antes de sucumbir à macumba de André Almeida, que já não estava a achar piada nenhuma. "Respeitem o Puskas", terá dito.

Rúben Dias
Não sei se já repararam, mas o semblante de Rúben Dias vai evoluindo ao longo de um jogo para se assemelhar ao do jogador de Frog Hammer. Em vez de sapos a espreitar, apareceu um alemão, depois apareceram dois, três, até mesmo um português, e a tensão de Rúben Dias foi subindo, bem como a sua capacidade de resposta. No final, os anos de experiência no salão de jogos Arco-Íris revelaram-se cruciais e o nosso centralão saiu maioritariamente vencedor. Foi dos poucos que não cumprimentou Gonçalo Paciência com um abraço no final, o que também é de saudar.

Jardel
Nunca um jogador tinha demorado tanto tempo a abandonar o relvado da Luz para ceder o lugar a um colega de equipa. Jardel precisou de 90 minutos para fazer essa curta caminhada rumo ao banco de suplentes, dando até a entender que tal não era do seu agrado, mas isso não evitou um longo e sentido abraço a Ferro no final para gáudio dos presentes. Pelo menos foi isso que eu vi.

Grimaldo
Estamos tão habituados a ver Grimaldo fazer o que lhe compete que por vezes nos irritamos se tal não acontece. Ontem, por exemplo, foi um daqueles casos em que o espanhol se voltou a revelar decisivo na manobra ofensiva da equipa e muitíssimo importante cá atrás. Por tudo o que tem feito, é cada vez mais provável que estes sejam os últimos jogos de Grimaldo na Luz. Que lhe demos a despedida que ele merece, como só nós sabemos. Comecemos por uma assobiadela, seguida de críticas do espanhol que culminarão num enorme abraço colectivo e agradecimento por tudo.

Fejsa
Não percebemos se o novo penteado tem o objectivo de intimidar os adversários ou se é uma antena cuidadosamente para captar sinais de extraterrestres, mas talvez tenha sido mais bem sucedido neste último capítulo.

Samaris
Agora a sério. É preciso criar uma conta de crowdfunding para garantir a renovação de Samaris? Exibição monstruosa. Leitura de jogo, capacidade de impor o físico sempre que necessário, até mesmo para carregar Ljubomir Fejsa às costas em alguns momentos. Não é qualquer um que levanta aquele sérvio.

Rafa
Fez meia horinha à Rafa e depois percebeu que a noite era de João Félix. Humilde como é, abandonou discretamente a partida e deixou que os holofotes apontassem para o jovem colega. Não tem problema nenhum. O próximo hat-trick será dele, já este este domingo.

Cervi
muito tempo que os neurologistas do Benfica não registavam tamanha actividade cerebral em Cervi, que conjugada com um espírito de sacrifício que nele parece por vezes vontade de dar a vida, fez da sua exibição um acontecimento surpreendentemente agradável. Se tem marcado aquele golo na cara do guarda-redes estaríamos agora aqui os dois presos num gif eterno, abraçados a beber Sagres e a festejar a reconquista. Mas não, isso é só daqui a umas semanas.

João Félix
Ao contrário do que se possa pensar, as lágrimas de João Félix após a consagração em forma de hat-trick não são de comoção pelo regresso aos golos e boas exibições, não são por ter acontecido em sua casa, e muito menos serão por ter sido o mais jovem de sempre a fazer isto num jogo da Liga Europa. Não. As lágrimas são de angústia por saber que não poderá responder afirmativamente a todos os nudes recebidos nas horas seguintes, e ainda por cima não deixou o telefone a carregar antes do jogo. 

Gedson
Vou usar as posições ocupadas por Gedson esta noite para criar uma nova chave fixa no Euromilhões. Sofreu mais no papel de lateral direito, mas por essa altura já tinha conseguido o mais importante: uma noite de afectos múltiplos trocados com a bola e com todos os adeptos que não sentem a sua sexualidade ameaçada por esta frase.

Seferovic
Hoje foi a vez de Dr. Haris prevalecer sobre Mr. Seferovic. Se este último é um portentoso avançado suíço capaz de concretizar em quaisquer circunstâncias, Dr. Haris é um teórico que falha golos escandalosamente e acende a luz da câmara do telemóvel quando se senta na bancada.

Pizzi
Foi pouco tempo, mas chegou para ficarmos ansiosos por rever a dupla Pizzi-Gedson na ala direita, se possível a cada ano bissexto.

Zivkovic
O seu futebol parece-se muito com o meu comportamento numa aula de ginástica. E flecte, insiste, cruza, não desiste, epá, desculpem, chega disto."

SL Benfica - Eintracht Frankfurt

"Dois onzes surpreendentes. O Frankfurt entrou com 6 defesas. O Benfica entrou com 4-3-3. O jogo começou muito aberto, com ambas as equipas a criar oportunidades. Quem marcasse primeiro, iria ter a vantagem do jogo. O vermelho acabou por ditar muito do que foi o jogo. O Frankfurt não pôde fazer a pressão habitual. 4-2. Umas notas sobre o jogo.
1. João Félix. Jogo a roçar a perfeição. É ele que faz o passe para Gedson na jogada que dá o penalty, é ele que bate o penalty, é ele que marca o segundo golo (que é incrível), é ele que faz a assistência para o golo de Rúben Dias e como se não bastasse ainda fez o nosso último golo. Se há algum mau aspecto nisto tudo é que depois deste jogo não vai haver clube grande na Europa que não esteja interessado nele.
2. Andreas Samaris. Não pode ser o melhor em campo por causa de João Félix, mas Samaris esteve fantástico hoje. Numa fase inicial em que o Frankfurt estava com uma pressão intensa, conseguiu sempre controlar a bola e coloca-la no sítio certo (na ala, onde a pressão não era tão intensa). Numa das vezes que arriscou um pouco mais, furou a linha média do Frankfurt, colocou em Félix que descobriu Gedson dentro da área, que é carregado em falta. Passou o resto do jogo a jogar e a fazer jogar. Com passes a rasgar o campo e cortes fundamentais. Dos melhores jogos de Samaris com a camisola do Benfica. Já devia ter renovado.
3. Gedson Fernandes. A surpresa do 11. Jogou no vértice avançado do triângulo do meio campo de início, acabou a defesa direito a fazer piques no ataque. Esteve integrado na manobra ofensiva. Rende mais no centro do terreno.
4. Rafa. Mais um bom jogo do Rafa. Fiel a si próprio: um pouco por todo o lado, com muita velocidade, com muita técnica, a criar muito perigo.
5. Rúben Dias. Esteve bem nos dois lados do campo. Um erro ou outro lá atrás, mas conseguiu sempre corrigir. Lá à frente marcou mais um golo na sequência de um canto.
6. Fejsa. Não foi só a jogada do primeiro golo do Frankfurt. Logo a abrir faz um passe a queimar que criou um contra-ataque para os alemães. Fejsa não consegue jogar no centro do terreno. Em Alvalade recebe uma bola, é pressionado nas costas, demora muito tempo a livrar-se da bola, acaba por perde-la e oferece um contra-ataque. Hoje foi igualzinho. Só que desta vez deu em golo. Não pode jogar neste sistema. Ou constrói junto dos centrais, numa construção a 3, ou não joga. No meio dá sempre mau resultado.
7. Jardel. Contra o Sporting não comprometeu. Hoje tem dois deslizes. Logo a abrir há uma bola que passa por cima dele e que deixa Jovic isolado. Salvou Grimaldo. Depois no canto que dá o golo ao Gonçalo Paciência. Tem fazer melhor. Não pode deixá-lo cabecear sozinho. Não sei se com o Ferro sofriamos este segundo golo.
O Frankfurt sai daqui vivo. Ferido mas vivo. Podemos falar se 4-1 era melhor que 4-2. Mas quem deu um banho de bola foi o Benfica. Agora também é verdade que a segunda mão vai ser diferente. O Frankfurt vai voltar a pressionar alto. Não vão começar a jogar com 10. Se vamos entrar com Fejsas, é meter-nos a jeito. Mas com Seferovic no ataque temos tudo para marcar golos na Alemanha. Não há nenhum alemão que não gostasse de estar no nosso lugar. Só temos que confirmar a primeira mão. Isto está bem encaminhado."

Três foi a conta que Félix fez

"O menino de ouro da Luz tornou-se o mais novo de sempre a fazer um hat trick pelo Benfica nas competições europeias e deixou os encarnados em vantagem na luta pelas meias-finais da Liga Europa. Teria sido perfeito, não fossem os golos do emprestado Jovic e do regressado Gonçalo Paciência que deixaram o resultado em 4-2 e mantêm a eliminatória em aberto para a segunda mão 

As aulas na escola do mestre Lage não dão grandes mostras de parar. Na sessão de hoje, os pupilos do Seixal tiveram oportunidade de viver lições práticas de poupanças, contas, castigos por desatenções e reações imprevisíveis. Deu para todos os gostos e feitios mas a estrela da turma foi mesmo o benjamim João Félix. Após umas sessões em que o cansaço se mostrou, o avançado respondeu da melhor forma e fez três golos frente ao Eintracht Frankfurt e mostrou estar mais que preparado para os exames que se avizinham.
Prova para europeu ver e que permitiu a João Félix tornar-se o mais novo jogador de sempre a fazer um hat-trick pelo Benfica nas competições europeias e a chamar a atenção do velho continente num grande palco. O colega Rúben Dias também contribuiu com um tento só que os repetentes Fejsa e Jardel não levaram a matéria bem estudada e tiveram papel nos dois golos adversários, que levam a segunda-mão dos quartos de final da Liga Europa para um sempre perigoso 4-2.
Um resultado que espelho um jogo de alta cilindrada na luz, sempre disputado a alta velocidade e que fez jus à reputação atacante das duas equipas, mesmo com os alemães a jogar com menos um desde os 20 minutos, e logo para dar penálti e golo. O que, repito, não impediu em nada o seu ímpeto ofensivo, para gáudio dos mais de sete mil adeptos que viajaram desde Frankfurt e que se fizeram sempre ouvir ao longo da noite na Luz.
E cedo os alemães se lançaram no ataque, fortes na pressão, rápidos nas transições e a não deixar o Benfica, com seis alterações, jogar. Jovic, emprestado pelos encarnados, foi titular e entrou com vontade de mostrar serviço, ou não tivesse visto logo um amarelo aos 4 minutos por travar um contra-ataque para logo a seguir estar no outro lado do campo a aproveitar um erro de Jardel que o deixou com caminho livre para a baliza. E provavelmente mais perigo teria provocado, se o bombeiro Grimaldo não tivesse aparecido.
O Frankfurt estava em cima só que a lição de que tudo pode mudar num instante estava mesmo ao virar da esquina. João Félix, a começar a mostrar os seus dotes perante o júri, isolou de um momento para o outro Gedson, com este a ser carregado de forma imprudente por N'Dicka, dentro da grande área alemã. Penálti e ordem de expulsão dada por Anthony Taylor aos 20 minutos. Quem ficou imune a tudo isto foi mesmo quem começou o lance e que, da marca do castigo máximo, fez questão de o concluir para o 1-0.
A jogar com mais um tão cedo e em vantagem, tudo parecia encaminhado para uma noite tranquila para o Benfica com possibilidade de matar logo a eliminatória. Só que os alemães mostraram não ser uma equipa habitual e tentaram sempre responder, sem parecerem contentados em limitar os estragos ao mínimo. E foram recompensados aos 40 minutos com o golo do empate. Responsabilidades para Fejsa que, claramente sem o ritmo de outrora, perdeu a bola para Rebic que seguiu pela esquerda e serviu Jovic para este finalizar e atormentar a equipa que ainda lhe paga.

Em Todas
Só que João Félix não estava nem para aí virado. Para que lhe tirassem os holofotes, isto é, porque logo a seguir fez questão que se voltassem a virar para ele. De passe rendilhado em passe rendilhado após a bola ao centro, a bola chegou ao avançado que, sem pedir licença a ninguém, rematou de fora da área para o fundo da baliza de Kevin Trapp e colocou o Benfica de novo em vantagem aos 43 minutos. Explosão de alegria na Luz, que continuou para o intervalo porque, após grande defesa de Trapp a remate de Cervi, o árbitro anulou novo empate ao Frankfurt (por fora-de-jogo) pouco antes de mandar as equipas para o balneário.
O descanso fez bem ao Benfica que finalmente apareceu como se estivesse efectivamente a jogar com mais um jogador e rapidamente pareceu resolver a eliminatória. Já depois do outro grande agitador das águias, Rafa Silva, ter atirado ao poste em posição irregular, surgiu o 3-1 aos 50 minutos, com Rúben Dias a responder da melhor forma a um canto de Grimaldo que pelo meio ainda contou com um desvio de, já deve ter adivinhado, João Félix.
Que fez mesmo questão de estar em todas pela sua equipa porque aos 53 minutos já estava outra vez na grande área para responder a um cruzamento de Grimaldo e fazer um 4-1. Hat-trick do menino de ouro, mãos na cabeça e recorde atingido . Os encarnados surgiam cheios de confiança nesta fase e os alemães encontravam poucas respostas para a dinâmica dos pupilos do Seixal. Teria que ser mesmo o seu guarda-refes a responder na altura de maior aperto e ele assim o fez, sobretudo com uma grande intervenção com o pé que impediu o golo certo do isolado e recém-entrado Seferovic.
Foi o balão de oxigénio necessário e que permitiu aos alemães ainda terem forças para chegarem à recompensa que durante toda a segunda parte pareceu quase impossível. Cortesia de Gonçalo Paciência (entrado na segunda parte perante um coro de assobios), que aproveitou uma desatenção defensiva de Jardel num canto para, de cabeça, fazer a bola sobrevoar Odysseas rumo no fundo das redes encarnadas.
O tento do jogador formado no FC Porto aos72 minutos podia fazer toda a diferença para a segunda mão e o Benfica pressionou em busca do quinto golo e de nova vantagem de três golos que permitisse encarar a deslocação à Alemanha de outra forma. O Frankfurt respondeu em contra-ataque e o golo podia ter surgido de novo nas duas balizas só que o resultado final já estava encontrado. Vitória das águias por 4-2 num jogo emocionante e que promete para a segunda mão. Com os três cartões de visita europeus do pupilo João Félix."

Negociadores de 'flops', especialistas portugueses em osteoporose

"A pena é um sentimento de perda emocional. De dor. Não é um golpe estatístico, nem sequer desportivo ou económico. Aqui não há pena, há apenas a constatação de incompetência. Ou desleixo. Talvez ambos, uma mistura explosiva.
Façam uma auditoria às contratações falhadas do futebol nacional – fiquemo-nos pela expressão «flops» - e arrepiem-se. Não de frio, não de medo, mas de espanto. Nomes, nomes e mais nomes, chegados à Liga e rapidamente devolvidos à procedência, com o selo de «Frágil» na caixa de obscuridade que os transporta.
Ninguém se salva. Pequenos e grandes, remediados e pobres, ricos ou milionários. Erros atrás de erros.
Alguém sabe quem é Erdal Rakip? E Saidy Janko? Talvez Hadi Sacko. Não, nada?
Bem, por impossível que isto possa parecer, todos foram contratados pelos três grandes do nosso futebol nos últimos anos. Com que critério? Com que expectativa? Que argumentos ponderados aconselharam estes investimentos?
Três nomes simbólicos apenas, três exemplos das péssimas políticas de scout/transferências dos nossos dirigentes, verdadeiros especialistas em escolher mal. Quase sempre.
É injusto incluir todos no mesmo saco, mas o panorama genérico é muito pobre. Em alguns casos por falta de recursos, noutros por mau aconselhamento, noutros ainda por influências incompreensíveis e ainda outros por estratégias enviesadas.
Vamos a mais nomes?
Roderick Miller e Brian Gomez. Christian Madu e Pablo Sabbag. Nikolaos Ioannidis e Kermit Erasmus.
Identifica facilmente algum deles? Um exercício maçador, porventura. Jogaram todos na Liga 2018/19. 
Gostava, confesso, de perceber a forma como alguns dirigentes aceitam estas encomendas.
Onde é que assino? Sim senhor, deixe ficar.
Rigor, conhecimento, convicção. Como é que algum clube profissional avança para um reforço sem o mínimo de garantias? Perguntas e mais perguntas, admito, a descrença é gigantesca.
Penso em tudo isto ao ter acesso aos números da recente auditoria às contas do Sporting (2013-2018), mas o prejuízo incauto e a duvidosa legalidade de dezenas de acções não é um exclusivo do defunto presidente BdC. Longe disso. Se assim fosse, o futebol indígena seria um mar de rosas, um poema à beira mar plantado.
O tema é intrincado, confuso, complexo. Demasiado complexo para apenas um artigo de opinião. 
Grave, verdadeiramente grave, é que estes negociadores de lã caprina gerem milhares de euros que não são seus e fecham os olhos às consequências sérias que uma mão cheia de 'flops' podem trazer. 
Os mais sérios falham por incompetência, sim; os desonestos aceitam dois pés em forma de tijolo em troca de uma comissão escura, ancorada num offshore de céus azuis e mares cristalinos. 
Impressionante, ainda mais, é assistir ao espectáculo dos dirigentes mais resistentes. Falham, voltam a falhar, exibem uma petulância sacrossanta e uma estoicidade granítica, verdadeiros especialistas no combate à osteoporose.
Tudo lhes falta em rectidão e coluna vertebral, só os ossos os mantêm de pé.
O meu desejo? Que a Justiça faça o seu trabalho. Que se perceba quem está no futebol para servir e quem está no futebol para dele se servir.
Os clubes, caros senhores, pertencem aos adeptos. Sem adeptos, a existência disto, do profissionalismo, não faz qualquer sentido. Respeitem quem paga para ver a sua equipa tarde e a más horas, muitas vezes longe, muitas vezes em condições miseráveis.
Numa casa séria e de poucas posses, a principal lei de sobrevivência é esta: escolher bem o pouco que se pode comprar.
Pagar um Taarabt, um Bueno ou um Castaignos épocas a fio não é para todos. Dá-me pena."