sábado, 30 de março de 2019

Cronologia...

"Após as declarações do Futebol Clube do Porto - onde este defende a divulgação da correspondência electrónica roubada como sendo exclusivamente do interesse público - começámos por nos questionar qual seria o interesse do Director de Comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, ao ler em canal aberto no Porto Canal, por exemplo, um email de Rui Gomes da Silva com um colega, insultando indecorosamente Jorge Coroado, ex-árbitro conhecido pela sua elevada imparcialidade, conduta de excelência e análises sobejamente imparciais de lances relativos a jogos do Benfica, no Tribunal Unânime.
Não conseguindo obter uma resposta para isto, continuámos o nosso raciocínio. Qual seria o interesse público do Futebol Clube do Porto e da sua pessoa representada, Francisco J. Marques, ao ler o email de Nhaga relativo a conversas com Luís Filipe Vieira que nada têm de relevante a não ser que ficámos todos a saber que Francisco J. Marques acredita solenemente em bruxarias e em casos do além. Por falar em casos do além, talvez um dia abordemos o suicídio de Mesquita Alves, o tal ex-dirigente do Futebol Clube do Porto que se suicidou no Estádio do Dragão com um tiro na cabeça e que depois de se suicidar ainda teve tempo de esconder a arma e até hoje nunca foi encontrada. O Nhaga talvez possa esclarecer, depois de fazer uma poção mágica com 3 patas de galinha, 1 rabo de coelho e 4 carcaças de borrego.
Adiante, os emails, viemos a saber, eram analisados e filtrados por Diogo Faria - dito pelo próprio - com os conteúdos a serem passados ao director de comunicação do FC Porto. Mas como era isto possível se Francisco J. Marques recebia a correspondência electrónica por email encriptado?
Mais, se nada havia a temer e se os emails roubados eram do interesse público, como alegam estas personagens deste conto de fadas azul, qual a necessidade de usarem e-mails encriptados, salas fechadas sem acesso à internet (já vamos mais à frente falar sobre isto) e computadores cuja palavra-passe apenas era partilhada por Francisco J. Marques e Diogo Faria, ex-colega de Rui Pinto?
Vamos então recapitular toda esta história mal contada, a ver se conseguimos encontrar um fio condutor que nos elucide sobre tudo isto.
Entre 2008 e 2011, Diogo Faria e Rui Pinto são colegas de curso na FLUP. Em 2012/13, Rui Pinto vai para Budapeste em Erasmus, começando aí a ligação à cidade húngara.
Em Setembro de 2015, dá-se o inicio do Futebol Leaks. Durante meses foram publicados documentos de várias empresas e clubes.
A 4 de Março de 2016, o blog Football Leaks REVEALED dá a conhecer a identidade do criador do Football Leaks, Rui Pinto.
A 22 de Abril de 2016, sai o último leak do Football Leaks dedicado ao FC Porto.
A 26 de Abril de 2016, o Football Leaks entra de “férias”.
Nos dias 12 e 13 de Outubro de 2016, Bruno de Carvalho e Nuno Saraiva vão a Budapeste, cidade onde vive Rui Pinto. Existem imagens que os colocam alegadamente nos mesmos sítios à mesma hora.
A 23 de Janeiro de 2017, Nuno Saraiva, em chamada para CMTV, ameaça divulgação de documentos internos do Benfica em resposta a André Ventura.
A 4 de Abril de 2017, Francisco J. Marques inicia a divulgação de documentos internos do Benfica, começando com as supostas cartilhas do Benfica.
A 17 de Abril de 2017, Bruno de Carvalho revela um email de Pedro Guerra no Facebook.
A 19 de Abril de 2017, a SportingTV mostra, no programa “Sporting Grande Jornal”, 2 novos emails de Pedro Guerra.
A 23 Abril de 2017, Francisco J. Marques começa a ler emails internos do Benfica no Porto Canal.
A 1 de Maio de 2017, dá-se inicio à criação da página Baluarte Dragão.
A 10 de Maio de 2017, Francisco J.Marques e Nuno Saraiva reúnem-se no Hotel Altis em Lisboa. Manuel Tavares, director da FCP Media e ex-director do Jornal "O JOGO", também esteve na reunião.
A 23 de Maio de 2017, Pedro Bragança e Diogo Faria, criadores da página "Baluarte Dragão", estreiam-se na antena do Porto Canal.
A 6 de Junho de 2017, dá-se o início da divulgação dos emails direccionados para um suposto esquema de corrupção do Benfica na antena do Porto Canal, por Francisco J. Marques.
A 16 de Junho de 2017, a TVI é alvo de um ataque informático para adulterar uma votação relacionada com o caso dos e-mails.
Em Setembro de 2017, é criada a página @EPlurCorruptum, subscrita por @FranciscoMarkes. É também criada a página @ID_Error_6, que deixa de ser uma página relativa a conteúdo pornográfico e passa a ser uma página de divulgação de emails do Benfica e utilizada por elementos ligados ao Futebol Clube do Porto.
Em Outubro de 2017, dá-se a primeira publicação do @_o_polvo, página também afecta ao Futebol Clube do Porto e relacionada com os emails do Benfica.
Em Setembro e Outubro de 2017, os 3 perfis começam a trabalhar em conjunto na contra-informação e divulgação dos emails do Benfica, ao serviço da Comunicação do Futebol Clube do Porto. Mais tarde, surgem outras páginas de divulgação dos emails, entre as quais MercadoBenfica, BenficaGate e outras.
A 15 Novembro de 2017, Francisco J Marques e Diogo Faria lançam o livro – ‘O Polvo Encarnado’, onde revelam informação manipulada, calúnias e injúrias através da informação obtida dos emails roubados anteriormente. 
E agora vamos esmiuçar ainda mais isto, a ver se descodificamos o padrão.
Às 12h42 do dia 17 de Outubro de 2017, a conta ID_error dizia ao Francisco J. Marques que este deveria criar um site com os documentos roubados e manipulados, de forma a massificar a partilha desses documentos. Às 12h45 do dia 17 de Outubro de 2017, apenas 3 minutos após a partilha de um email de RGS por Francisco J. Marques, a conta ID_Error diz que tem em sua posse documentos roubados que saíram da Luz e de outros sítios dentro de canetas usb, cartões de memória e discos rígidos.
Mas... esperem lá. Francisco J. Marques disse que os emails do Benfica a que teve acesso foram recebidos por e-mail encriptado. Já Diogo Faria, disse que os emails a que teve acesso estavam num computador do Futebol Clube do Porto partilhado exclusivamente entre o próprio e Francisco J. Marques, computador esse que estava numa sala fechada e sem acesso à rede informática do clube. Alguém nos explica, então, como é que no espaço de 3 minutos, os emails estavam na posse da conta ID_Error, através de “canetas USB, cartões de memória e discos rígidos”? Será que o responsável disto tudo é o dono da página ID_Error, e o mesmo andou a distribuir emails por toda a gente ao mesmo tempo, após a happy hour das canetas USB, discos rígidos e cartões de memória?
Alguém nos explica também, porque é que quando Rui Pinto foi questionado com a questão os emails do Benfica, respondeu “Emails do Benfica? Têm de perguntar ao Francisco J. Marques”? Não precisam de explicar, nós já explicámos anteriormente, basta ligar tudo, ponto por ponto, e têm a conclusão.
Como podem ver, está tudo interligado. Está tudo às claras e o padrão é bastante elucidativo. Acreditamos na justiça portuguesa, acreditamos que o valor mais alto de todos é a verdade, e por defendermos a verdade é que não vamos desistir de informar todas as pessoas de tudo aquilo que se tem passado. Em anexo vão algumas imagens que poderão ajudar as pessoas a compreender a enorme teia que estes indivíduos criaram para tentar destruir o Sport Lisboa e Benfica. Esperemos que tenham ficado ainda mais esclarecidos sobre aquilo que se passa no futebol português."

A justiça popular, de novo

"Sou sócio do Benfica há quatro décadas e das poucas coisas que tenho certas é que em circunstância alguma abandonarei a minha condição de adepto do Glorioso. Mas a paixão clubística mas não me levará a deitar às malvas fundamentos sacrossantos, nomeadamente aqueles que devem organizar um Estado de direito numa sociedade decente. Na verdade, é quando o tema é futebol, por definição um território movido a paixões, que os nossos princípios são postos à prova. É por isso que devemos deixar ao futebol o que é do futebol e à Justiça o que é da justiça.
Vem isto a propósito da sucessão de declarações lamentáveis que a minha amiga Ana Gomes proferiu este fim de semana em entrevista ao Record, agora a propósito de futebol mas em linha com o que se tem afirmado sobre muitas outras áreas. Quando o tema é Justiça, a Ana tem o condão de nunca acertar. Como todos os portugueses, tenho convicções subjectivas sobre a culpabilidade de muita gente e vivo com inquietação os casos com que a Justiça é passiva ou revela incompetência. Pior mesmo, só a sensação de que, entre nós, o sistema de justiça promove, demasiadas vezes, a culpabilidade na praça pública, não cuidando de produzir prova robusta em tribunal. Infelizmente, em Portugal, temos acumulado demasiados casos em que há mesmo fumo sem fogo - o que aconselha a não partirmos do princípio de que qualquer indício, devidamente promovido na praça pública corresponde a um ilícito criminal.
Pois o que a Ana faz, é alcandorar-se a justiceira e cavalgar qualquer presumível culpabilidade - sem nunca cuidar de perscrutar os factos ou desrespeitar a presunção de inocência -, para logo decretar subjectivamente uma condenação definitiva. Precisamente o que a justiça não deve fazer. Se já é assim em muitas áreas, futebol, e com a alavancagem das redes sociais, torna-se mais fácil fazer regressar tribunais plenários e o conceito de justiça popular ganha novas vestes, mas preserva a sua tenebrosa identidade. Ontem, como hoje, sustenta-se em julgamentos sumários, violação da privacidade, desrespeito pelas garantias processuais e, acima de tudo, sentenças sustentadas nas emoções da turba. Os riscos são, aliás, significativos. Se estivermos dispostos a deixar que a justiça popular trilhe o seu caminho no mundo do futebol, rapidamente lhe iremos escancarar as portas nas outras áreas da nossa sociedade. Convém não tratar as coisas da Justiça como se fosse um dérbi: trincheiras, muita paixão e incapacidade de preservar um chão comum, com regras do jogo partilhadas.
Numa - essa sim - notável entrevista ao "Expresso" este fim de semana, o advogado Rui Patrício lembra o óbvio:"O processo penal não serve para punir culpados, mas para averiguar: se há culpados." Nos tempos que correm, essa é que é infelizmente, a afirmação corajosa."

Os alertas do Benfica - Tondela

"Contra o Tondela joga-se o primeiro desafio de um ciclo que pode ser histórico. Amanhã à noite o Benfica tem de vencer e convencer

O Benfica - Tondela de sábado tem vários alertas que devem ser accionados. Primeiro a qualidade da equipa de Pepa, que não merece o lugar aflito que ocupa. Depois a necessidade de pontos do adversário, mas temos que acrescentar o histórico com uma derrota amarga no último ano. Por fim o facto de haver um jogo importante em Alvalade, na quarta-feira, não pode desviar um milímetro da nossa concentração para um ainda mais importante no sábado.
Jogamos com o Tondela o primeiro jogo de um ciclo que pode ser histórico. O Benfica de sábado à noite tem que vencer e convencer.
As notícias de uma casa perto de encher garantem o apoio de uma massa adepta incondicional. Mas gosto ainda mais quando é a equipa a levar os adeptos ao colo naquele casamento perfeito.
Esperamos pela notícia da total recuperação de Seferovic, e sobretudo pelo seu regresso em boa forma.
Na segunda mão da Taça temos que assegurar a presença no Jamor, esperando uma arbitragem correcta, facto que ainda não tivemos este ano frente ao adversário em questão. O resultado traiçoeiro do jogo da Luz não deixa margem para nada que não seja o melhor Benfica.
Ao contrário da generalidade das análises feita à dupla jornada da Selecção portuguesa, que apenas comentam em função dos resultados, penso que os dois empates da nossa Selecção mostraram que somos superiores quer à Sérvia (boa equipa), quer à Ucrânia (equipa limitada) e por isso estou agora mais convencido que iremos vencer o grupo e apurar Portugal para a defesa do título.
Numa semana onde jogou a selecção campeã da Europa, o espaço mediático estava tomado pelo mais andrajoso do futebol. Era deprimente o tema, os sujeitos e a sua abordagem. Descubra-se tudo e sobretudo os porquês. O espaço do lixo é infinitamente maior que o do jogo. O Benfica tem que perceber a razão e estar atento aos objectivos. Estando o Benfica em primeiro e a jogar bem, iremos ver de tudo fora do campo, para inverter esta posição.
O 37 não é por agora uma questão de justiça do futebol, já passou para uma questão de decência no futebol."

Sílvio Cervan, in A Bola

Sabe quem é? Não, não é o Cosme... - Marcolino Bragança

"Sobretudo por causa do que ele fez é que hoje há Benfica; O que levou os dissidentes para o Sporting? Um medo!

1. Sim, fala-se muito do Cosme Damião (e um bocadinho menos do Félix Bermudes), mas sem ele, sem aquele seu (muito esquecido) grito de resistência ao ataque de José Alvalade talvez não houvesse o SLB. (O pai era um nobre de Macedo de Cavaleiros: D. António Fortunato Pinto de Meireles. Engenheiro agrónomo, «qual de amor» atirou-se para São Tomé, dedicou-se a roça na ilha, descobriu nova paixão: rapariga de sangue negro). Ao tornar-se jogador do Sport Lisboa, havendo já lá os irmãos Meireles, era com o Bragança da mãe que o tratavam.
2. Nascera por 1891, para Lisboa viera aos 16 anos - fazer o liceu. Não tardou oferecer-se ao Sport Lisboa - e logo o puseram nas segundas categorias. Tanto era «back» esquerdo como «meia-defesa» (que era como se chamavam aos médio-centro).
3. Em Março de 1969, Rebelo Carvalheira, correspondente de A Bola em Angola, encontrou-o num hospital de Luanda a tratar-se de um atropelamento - lá contou: «Tenho vaidade de o dizer: sou dos principais culpados em que o clube não tivesse soçobrado na crise por que passou em 1907. Todas as noites me reunia à mesa do café com Cosme Damião para estudarmos a maneira de salvarmos o Sport Lisboa. Mas isso só foi possível com a ajuda de Félix Bermudes, a quem eu e o Cosme fomos procurar no seu escritório na Avenida da Liberdade. Logo se colocou incondicionalmente a nosso lado. Ainda estou a vê-lo, todo nervoso, a dizer: De quanto precisais, meus rapazes?».
4. A «crise» de que falava, causou-a José de Alvalade, desafiando para o Sporting os melhores jogadores do Sport Lisboa. E não deixou de largar a Rebelo Carvalheira revelação bem mais surpreendente: «Ao contrário do que muita gente tem dito, os nossos jogadores não abalaram para o Sporting só por falta de campo. O Sport Lisboa tinha ganho ao Carcavelinhos por 2-1. Foi vitória de extraordinária retumbância e autêntico escândalo para os «mestres ingleses» essa derrota. E, com medo do jogo de desforra, alguns dos nossos melhores jogadores aproveitaram a ocasião e fugiram para o Lumiar...»
5. Bermudes deu o maior quinhão - e com os 27 mil réis duma subscrição o Sport Lisboa pôde inscrever-se no Campeonato de Lisboa, passando a segunda categoria à primeira: «Já toda a gente estava a pensar que o clube tinha acabado quando o Cosme, o Bermudes, e eu aparecemos no Clube Naval, no Chiado, para inscrevermos o Sport Lisboa. Houve risos de escárnio, do Couto, um dos que tinham ido para o Sporting, ainda ouvi: «É uma pena insistirem. Acabavam com chave de ouro e assim vai ser uma tristeza, a gente não lhe faz a coisa por menos de 15». (O resto é o que se sabe - como falhou no prognóstico, o António Couto, arquitecto da estátua do Marquês, que Francisco dos Santos, outros dos dissidentes, haveria de esculpir...)
6. Ainda esteve na origem do Sport Lisboa e Benfica - e, terminado o liceu, voltou a São Tomé. Dedicou-se, tal como o pai, à agricultura. Depois, aventurou-se a Angola, criou fazenda de onde saíam as «melhores laranjas de África» - as laranjas do Lage que até passam por uma canção do Sérgio Godinho. Futebol, só deixou de o jogar aos 45 anos: «Comecei a não ter tempo de ir aos treinos, um dia, vi a bola a passar-me à frente e eu a não ter forças para lhe chegar. Tive vergonha e não voltei mais ao campo...»
7. O que não deixou, nunca foi outro hábito: o xadrez, onde um dos filhos era campeão: «Anos a fio, fazia jogos com o Félix Bermudes pelo correio». Após a conquista da Taça Latina, o Benfica andou por Angola, foi vê-lo jogar, discreto na bancada, sem se atrever a dizer quem era: «Tive receio que não acreditassem que eu fosse o homem que não os deixara morrer - e o Félix deixou-me encantado».
8. Ainda no hospital, largara em murmúrio ao Rebelo Carvalheira: «Este desastre, bem como ter de deixar o mato por medo de terrorismo, impediu-me de juntar uns dinheiros para ir a Lisboa ver o Benfica, ver o Eusébio, de quem oiço maravilhas». Poucos meses depois, foi o Benfica a Luanda - e, tendo lido o que lera, em A Bola, Borges Coutinho chamou-o a passar uma tarde com a equipa, a conhecer o Eusébio e o Coluna. (Morreu em Abril de 1971 - pouco depois de fazer 80 anos)."

António Simões, in A Bola

O crime quase perfeito

"“Através de um amigo lá de Gaia conseguimos aceder à correspondência do Benfica. Aquilo não diz grande coisa, mas se embrulharmos bem um ou dois mails até podemos gerar alguma polémica, e depois fazer o máximo de barulho. Vocês vão criar blogues para explorar o assunto, e infiltrarem-se em fóruns benfiquistas com dezenas de perfis falsos para causar ruído e desunião. Entretanto, arregimentamos um lote de jornalistas simpáticos, cirurgicamente colocados nos vários grupos de media, para dar eco ao que for sendo divulgado. Depois, com gente amiga, criaremos um conjunto de fake news que ajudem a construir a imagem que pretendemos: a de um Benfica corrupto.”
Terá sido mais ou menos isto que foi dito na célebre reunião secreta do Altis, entre as direcções de comunicação de Porto e Sporting.
O crime parecia perfeito, mas, como acontece nos filmes, falharam alguns detalhes. Primeiro, os benfiquistas não reagiram como eles esperavam e mantiveram-se unidos em torno do clube. Depois, o presidente do Sporting foi corrido. Por fim, o pirata foi descoberto e preso.
Quando lemos certas notícias, ou vemos algumas peças televisivas, verificamos que parte daquela estratégia ainda está de pé. E percebemos que a comunicação baixou a um nível nunca antes visto, entrando de cabeça na era da pós-verdade, em que os factos são o que um homem quiser.
Agora procura-se branquear o crime informático. Seja através de uma estação de televisão parceira do Der Spiegel (que comprou produtos do roubo), seja pela boca estridente de uma eurodeputada que fez carreira a gritar por quase tudo sem perceber de quase nada."

Luís Fialho, in O Benfica

Negócio do futebol tratado com os pés

"A integração, na próxima temporada, do Gil Vicente na Liga - que parecia pacífica desde que a decisão, na sequência de sentença judicial, foi tomada e comunicada ainda a meio da época 2017/2018 - tem sido alvo de contestação e já forçou a FPF a tomar, em comunicado, uma posição musculada. Estamos, pois, na antecâmara de mais uma confusão à boa maneira do futebol português do antigamente, onde o prometido era quase sempre, não devido, mas de vidro, e por isso quebrava-se com demasiada facilidade.
Fala-se já à boca cheia num alargamento da Liga para vinte clubes, como forma de resolver o imbróglio a contento de todos, mas esta estratégia, usada com sucesso no passado, esbarra agora em duas dificuldades que antigamente não existiam:
a) Em primeiro lugar, mais dois clubes na Liga, para além do prejuízo óbvio para o nível médio da competição, implica que sejam pagas mais duas comparticipações televisivas e nem esse é o desejo de quem tem aberto os cordões à bolsa, as operadoras, nem se vê forma dos restantes clubes abdicarem de parte do que lhes cabe em prol dos náufragos do alargamento;
b) Ao contrário do que acontecia no passado, quando a FPF não tinha o peso específico que tem hoje, e tinha de andar a reboque de quem realmente mandava, os sinais que chegam da Cidade do Futebol revelam determinação e firmeza, o que poderá ser suficiente para fazer abortar as tentativas golpistas.
Infelizmente, aquilo a que se assiste não é mais do que a prova de que o negócio do futebol em Portugal continua a ser tratado com os pés..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Todos à Luz!

"Oito semanas, oito jornadas, 24 pontos em discussão. O campeonato vai entrar, definitivamente, na recta final e é a partir de agora que tudo irá decidir-se num derradeiro sprint entre as equipas que ocupam as primeiras quatro posições, mas também entre todas as outras que ainda têm objectivos em aberto.
Ao Benfica faltam 5 jogos no nosso estádio e 3 deslocações. Não se pense, porém, que iremos encontrar alguns adversários mais difíceis do que outros. Fora de hipótese! Temos a certeza absoluta de que serão, todas elas, jornadas de máxima exigência – oito jornadas que vão ser encaradas como oito verdadeiras ‘finais’.
Só uma equipa em estado de alerta máximo conseguirá superar os obstáculos que nos aparecem no calendário. O primeiro deles, o Tondela, é o mesmo que há pouco mais de um ano venceu no nosso estádio. Só isso já seria o suficiente para se perceber a dificuldade que nos espera.
É preciso que nos mobilizemos – todos! – para mais uma grande noite de futebol, para mais um grande espectáculo e, claro, para a conquista de mais 3 pontos.
Há uma boa notícia já garantida: o Estádio da Luz deverá contar este sábado com uma das maiores enchentes da temporada. A onda vermelha continua a crescer a cada dia e a confirmar que jamais deixará de caminhar ao lado da equipa. Seja onde for!

PS: É já amanhã, às 16 horas, que acontece o primeiro Benfica-Sporting em futebol feminino. Um momento histórico e, ainda por cima, por uma causa maior. Que o Estádio do Restelo tenha a moldura humana que o momento justifica e que o povo moçambicano merece."