"A integração, na próxima temporada, do Gil Vicente na Liga - que parecia pacífica desde que a decisão, na sequência de sentença judicial, foi tomada e comunicada ainda a meio da época 2017/2018 - tem sido alvo de contestação e já forçou a FPF a tomar, em comunicado, uma posição musculada. Estamos, pois, na antecâmara de mais uma confusão à boa maneira do futebol português do antigamente, onde o prometido era quase sempre, não devido, mas de vidro, e por isso quebrava-se com demasiada facilidade.
Fala-se já à boca cheia num alargamento da Liga para vinte clubes, como forma de resolver o imbróglio a contento de todos, mas esta estratégia, usada com sucesso no passado, esbarra agora em duas dificuldades que antigamente não existiam:
a) Em primeiro lugar, mais dois clubes na Liga, para além do prejuízo óbvio para o nível médio da competição, implica que sejam pagas mais duas comparticipações televisivas e nem esse é o desejo de quem tem aberto os cordões à bolsa, as operadoras, nem se vê forma dos restantes clubes abdicarem de parte do que lhes cabe em prol dos náufragos do alargamento;
b) Ao contrário do que acontecia no passado, quando a FPF não tinha o peso específico que tem hoje, e tinha de andar a reboque de quem realmente mandava, os sinais que chegam da Cidade do Futebol revelam determinação e firmeza, o que poderá ser suficiente para fazer abortar as tentativas golpistas.
Infelizmente, aquilo a que se assiste não é mais do que a prova de que o negócio do futebol em Portugal continua a ser tratado com os pés..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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