terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Há coisas que são difíceis de explicar

"Anda incompetência à solta na arbitragem e o caso da dupla Luís Ferreira/Fábio Veríssimo no FC Porto-Santa Clara é exemplo disso mesmo

Apesar da boa vontade que deve presidir à quadra natalícia que vivemos, é impossível não olhar com preocupação redobrada a fase negra que a arbitragem atravessa, no futebol português. Devo dizer, desde já, que não acredito que os males que se vivem nos dias de hoje tenham raízes semelhantes àqueles que minaram o nosso futebol nos idos dos quinhentinhos e do apito dourado. Ou seja, não é a honorabilidade dos árbitros que está em causa, mas uma flagrante incompetência, que nos flagela, sem que pareça haver solução à vista.
O que aconteceu no golo que deu a vitória ao FC Porto frente ao Santa Clara, não encontrou, até agora, explicação, embaraçando a arbitragem e quem nela manda. E, se o árbitro Fábio Veríssimo tinha obrigação de ter feito muito melhor, que dizer do VAR, Luís Ferreira, esse sem desculpa, restando-lhe apenas, por incompetência absoluta, largar as lides do futebol?
Está à vista que os instrumentos tecnológicos colocados à disposição da arbitragem são bons (embora possam ser melhorados, sendo que a ideia do presidente da UEFA sobre uma linha de fora de jogo mais larga, não seja destituída de senso). O problema tem estado na incompetência de quem maneja esses instrumentos, como se a possibilidade de decidir com mais meios tivesse aberto a caixa de Pandora de todas as limitações dos videoárbitros.
José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, tem à disposição um plantel de escassa qualidade e, nessa medida, percebem-se as dificuldades por que passa. Mas, em muitas situações, faltou-lhe bom sendo nas nomeações. E há casos que são causas perdidas, que já não se resolvem com a terapia da jarra. Quem não vê, pela TV, que Tecadito Corona fez falta sobre Mamadu Candé, não pode ter lugar na arbitragem, só serve para atrapalhar.

Uma trapalhada foi o que fez a Federação de Andebol de Portugal ao nomear, para a Gala da Confederação, o Sporting como equipa do ano, num contexto em que o FC Porto ganhou tudo e mais alguma coisa. É verdade que os leões possuem uma equipa sensacional e ombreiam com os dragões pela hegemonia nacional. Mas, como explicar que se prefira o segundo da hierarquia ao primeiro incontestado, no espaço temporal a que se refere a distinção? Será só vontade de complicar?

Ás
Ricardo Sá Pinto
A final four em Braga não seria a mesma sem os arsenalistas e Paços de Ferreira viu a equipa de Sá Pinto confirmar a boa prestação, apesar da eliminação na Taça de Portugal, na Luz. Talvez estes dois jogos sirvam de ponto de partida para um 2020 com maior estabilidade de uma equipa que tem dado cartas na Liga Europa.

Ás
Jorge Silas
A possibilidade do Sporting estar na final four da Taça da Liga era remota, mas uma boa reviravolta em Portimão (e ainda o que aconteceu em Vila do Conde...) transformou a luzinha ao fundo do túnel numa bela iluminação de Natal. E a verdade é que, com os poucos ovos que tem à disposição, Silas tem feito trabalho meritório.

Duque
Maurizio Sarri
A Juventus perdeu, em Riade, a final da Supertaça italiana (1-3 com a Lazio) e confirmou uma tremenda aversão à intensidade e à velocidade. Aliás, esta Vecchia Signora está a anos luz em qualidade de futebol do Nápoles de Maurizio Sarri, um treinador que ainda não deu com a tecla certa para aproveitar o plantel que possui.

Os tiros nos pés do futebol português...
«Sou uma pessoa séria e coerente, vou pedir uma reunião com o presidente e vou pedir à minha demissão. Isto não é o meu futebol»
Carlos Carvalhal, treinador do Rio Ave
Depois de várias experiências muito bem sucedidas no estrangeiro, nomeadamente em Inglaterra, onde o futebol não é tratado com os pés, Carlos Carvalhal decidiu regressar a Portugal e abraçar o projecto do Rio Ave. Meia dúzia de meses depois, e apesar da atitude sempre positiva que manteve, o desencanto do técnico é evidente. É difícil remar contra marés tão fortes...

O Flamengo saiu da cena pela porta grande...
O Flamengo esteve à altura das circunstâncias, encarou o Liverpool olhos nos olhos, e acabou por cair apenas no prolongamento, numa das melhores finais da história do Mundial de Clubes. Jorge Jesus, herói da nação flamenguista, está de parabéns pela caminhada épica que protagonizou.

O trono é de Klopp
No século XXI, o título oficioso de melhor treinador do mundo andou a maior parte do tempo nas mãos de José Mourinho, Pep Guardiola e Carlo Ancelotti, três monstros-sagrados do desporto rei. Hoje, ninguém duvidará que quem merece detê-lo é Jurgen Klopp, o carismático alemão que transformou o Liverpool na melhor equipa da actualidade, campeão da Europa e do Mundo e a caminho de conquistar, finalmente, a Premier League. Quem quiser perceber hoje o futebol que vai ser jogado amanhã, deve pôr os olhos na equipa de Anfield."

José Manuel Delgado, in A Bola

1 comentário:

  1. "não é a honorabilidade dos árbitros que está em causa"... De todos não é... Mas de alguns o que está mesmo em causa é a falta de ética e honra para desempenharem as funções que exercem... Mas eles são protegidos por alguns razão!

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