sábado, 21 de dezembro de 2019

Dúvidas. Campeão. Repete

"Estamos a chegar ao fim de mais um ano e ao Benfica apenas falta realizar um encontro para a Taça da Liga, que já é quase uma obrigação de calendário, tendo em conta que dificilmente tem hipóteses de apuramento. E o que fica de 2019 para o maior clube Português? A verdade é que começou da pior forma possível, com aquela aterradora derrota em Portimão, onde todos os pesadelos se instalaram no clube. Eram os dois auto-golos, eram os lenços brancos, era a "luz" do Presidente a revelar-se um flop, era a demissão anunciada mas incrivelmente tardia de um treinador. O clube ficava a 7 pontos da liderança e parecia caminhar para a 2ª época triste, depois do desapontamento que foi 17/18.
Mas depois, quase que como por milagre, a águia renasceu, como "Félix". Ao ponto de ter ganho todos os jogos fora para o campeonato desde essa derrota a 2 de Janeiro. Incrível! É aliás, algo que se tem repetido nos últimos anos. As temporadas do Benfica estão a começar a ter um molde que se repete: pré-época cheia de dúvidas, mas quando se espera que o clube arranque os jogos oficiais com o pé esquerdo, é o pé direito que se chega à frente. Mas depois vêem as derrotas europeias, os primeiros pontos perdidos no campeonato e às vezes eliminação das taças e com isso uma enchurrada de críticas. Que o plantel tem falhas, que se aposta demasiado no Seixal, que o clube nunca mais consegue ter estofo europeu. Mas depois o treinador acerta num onze, fixa-se nele e a equipa começa aos poucos a embalar até uma 2ª volta quase sempre a voar, o tal "Ferrari" como dizia Jorge Jesus. Nos últimos anos só a malfadada 17/18 não acabou em título (e mesmo essa não esteve tão longe quanto isso, imagine-se que Herrera chutava para canto em vez de para a baliza do Varela).
E se é verdade que o Benfica este ano não vai melhorar nada do que fez nos últimos anos (nomeadamente dar o salto europeu e disparar em relação a um FC Porto intervencionado pela UEFA), parece agora bem lançado para repetir o bom que tem feito nos outros anos. Isto é, ser campeão. E ser campeão é felicidade, é alegria, é plenitude.
Poder-se-á dizer que é pouco para o Benfica. Ainda recentemente surgiu mais uma sondagem que confirma que o clube tem sensivelmente o dobro dos adeptos de FC Porto e Sporting. Como é que um clube com tamanha diferença de receitas (e se não tem, devia ter) não está disparado em relação aos rivais? Os 3 grandes em Portugal não estão em linha paralela, há um à frente e dois atrás. A liderança do futebol Português tem a forma geométrica de um triângulo. Mas pode-se ter alguma memória e entender tudo o que o clube passou nos anos 90 e início de 2000, dando alguma cobertura à estafada conversa das "pedras da calçada" de Luís Filipe Vieira. Não é a desculpa perfeita que ele sempre procura, mas justifica ainda algo. Nomeadamente não chegarmos ao cúmulo de acharmos que ser campeão já não é suficiente para sermos felizes. Até no tempo do Eusébio se ficava satisfeito com isso, certamente. Independentemente da exigência de querer mais. Nas Taças e na Europa.
Nota final para as referidas Taças: Depois de 7 conquistas em 9 anos já vamos lançados para o 4º ano seguido sem vencer a Taça da Liga. Não pode ser. O chavão "o Benfica entra para ganhar em todas as competições" não pode ser só isso, um chavão. Estamos a oferecer uma taça ao FC Porto ou ao Sporting, muito provavelmente. Eles festejarão e nós veremos pela tv. E quanto à Taça de Portugal, está aí o péssimo pecúlio dos últimos 20 anos: apenas 3 conquistas. É demasiado pouco para o clube recordista. Esperemos que este ano cheguemos até ao Jamor e conquistemos a prova Rainha. Para casá-la à prova Rei. O "Red Wedding" em que todos vivem felizes para sempre (ou antes, até ao recomeço do molde das últimas temporadas: "pré-época cheia de dúvidas, mas quando se espera que o clube arranque os jogos oficiais com o pé esquerdo...")"

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