"Rio Ave não pecou, qualidade individual do Benfica é que sobressaiu. Segunda parte de luxo.
Mudanças
1. Bruno Lage apresentou a equipa com maior rendimento no passado recente, com as entradas de Ferro (construção), Florentino (equilíbrio) e Pizzi (criatividade). Carlos Carvalhal recorreu a um sector médio mais consistente sem bola - Jambor, Filipe Augusto e Tarantini - e apostou em Taremi (sem efeito, saiu ao intervalo) como avançado - jogador persistente e móvel com melhor média de golos na equipa do Rio Ave. Um encontro especial entre dois treinadores que já trabalharam juntos e são referências no futebol português.
Momentos e estratégias
2. O Rio Ave procurou impedir os médios de ligação - Gabriel e Florentino - de construir (através de Taremi e Tarantini), promovendo que os dois centrais construíssem (Ferro com maior sucesso do que Rúben Dias), mas sem a eficácia pretendida. O Benfica quis garantir uma atitude predominante desde o início, assumindo um bloco médio-alto, procurando recuperar a bola em corredor lateral e fechando a ligação interior, mas sem o sucesso habitual (nos jogos em casa). O Rio Ave surpreendeu, construiu com três - projectando Nélson Monte e recuando Nuno Santos, estes em largura total, configurando a equipa e possibilitando mais linhas de largura e profundidade para soluções de continuidade (entenda-se de passe) -, ou com quatro defesa e ocupar bem o espaço e os dois médios posicionados cirurgicamente, permitindo a saída quase sempre nos extremos em movimento interior (em apoio frontal) - com pouca notoriedade. O Rio Ave assumiu a posse de bola como prioridade, estabelecendo nos primeiros minutos o controlo efectivo, construindo sem erros, criando com simplicidade e procurando finalizar algumas situações perigo. O Benfica na primeira parte não conseguiu variações constantes de jogo, não quebrou linhas defensivas com o sucesso habitual (Pizzi apareceu tarde mas a tempo de fazer parte da solução) nos jogos em casa e forçou demasiado no corredor esquerdo as sequências ofensivas - previsível para o Rio Ave.
Duelo táctico até aos 30'
3. Um canto precedido de um lance polémico e Rúben Dias desbloqueia um jogo que estava destinado a ser resolvido num lance individual ou de bola parada. A partir desse momento, o Benfica consegue identificar os erros de pressão defensiva cometidos e altera a estrutura em fase defensiva, contrariando a construção do Rio Ave com três com três defesas (3-4-2-1). O Rio Ave procurou reagir, porem só através das iniciativas de Nuno Santos conseguiu incomodar a defesa do Benfica - inclusive com uma oportunidade de golo que esbarrou no poste - está claramente preparado para outros voos!
Domínio constrangedor
4. Reinício forte do Benfica, ao contrário do que aconteceu nos momentos iniciais de jogo, com a chegada ao golo através de uma sequência ofensiva com variação do ângulo de ataque (e com igualdade numérica em situação de finalização dentro da área do Rio Ave). Pizzi, jogador-chave no campeonato português que só apareceu em jogo aos 30' (na assistência do canto que deu golo), garantiu o segundo golo e contagiou a tranquilidade na equipa, ferindo toda a intencionalidade do Rio Ave para a segunda parte. O Benfica voltou a ser dominante, com mais ocasiões de golo, resultantes de uma atitude comportamental diferente, com mais capacidade de manter a posse, de progredir na profundidade, de transporte da bola para zonas vitais e com maior objectividade no ataque à baliza adversária.
Objectivo vs. complexidade
5. O Rio Ave não pecou, contudo a qualidade individual dos jogadores do Benfica sobressaiu nos momentos cruciais do jogo. A evidência científica referencia que quando uma equipa joga em casa apresenta vantagem, esta é explicada por vários factores, um deles o público que consolidou uma segunda parte de luxo por parte do Benfica."
Hugo Falcão, in A Bola
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