quinta-feira, 28 de novembro de 2019

RB Leipzig 2-2 SL Benfica: convencer menos vencer é igual a eliminação

"SL Benfica e RB Leipzig empataram a dois golos na quinta e penúltima jornada do grupo G da Liga dos Campeões, resultado que dita a eliminação das águias e o êxodo português da prova maior de clubes europeus. A boa exibição benfiquista não se materializou em vitória, restando aos encarnados agarrarem-se aos momentos positivos e aos momentos de aprendizagem para enfrentar o difícil ciclo de jogos de Dezembro.
Os primeiros vinte minutos da partida não foram pródigos em momentos dignos de registo, ainda que não tenham sido mal disputados. O equilíbrio serviu-lhes de pauta, apesar de um ténue ascendente alemão. No entanto, culminaram com a inauguração do marcador pelo Benfica, através do pé esquerdo de Pizzi, após um meritoso trabalho de Taarabt e Vinícius.
O golo encarnado teve o condão de acordar momentaneamente a turma de Leipzig, que tentou responder de imediato e só não repôs a igualdade graças à ineficácia de Nkunku, que, em excelente posição e com espaço, atirou à figura de Vlachodimos. Todavia, os pupilos de Bruno Lage não vacilaram – algo que tem sido apanágio das águias na Europa após um golo ou uma situação de perigo do adversário – e mantiveram o equilíbrio estrutural nos dez minutos seguintes.
Com meia hora jogada, o RB Leipzig começou a impor-se e a circundar perigosamente a área benfiquista. No espaço de sete minutos, os alemães criaram perigo um par de vezes, valendo ao Benfica a atenção e os reflexos de Vlachodimos – e a desatenção de Gil Manzano, que poderia, eventualmente, ter assinalado grande penalidade por falta de Grimaldo se tivesse consultado o vídeo-árbitro.
Até ao intervalo, as águias conseguiram dividir a iniciativa e, a escassos minutos do final do primeiro tempo, Pizzi atirou à junção da trave com o poste esquerdo da baliza de Gulácsi, naquela que foi a melhor oportunidade de golo não concretizada do campeão português.
Segunda parte como a primeira, segundo golo como o primeiro. Leipzig por cima do jogo e a criar perigo e o Benfica a dilatar a vantagem na primeira oportunidade de que dispôs para o fazer, à passagem da hora de jogo. Bem posicionado, Taarabt interceptou a bola no meio-campo defensivo encarnado e serviu Vinícius, que falhou a recepção mas aproveitou a escorregadela literal de Klostermann para se isolar frente a Gulácsi e bater o húngaro – e no húngaro, que saiu lesionado.
O peso do golo sofrido manifestou-se através da menor displicência alemã. Contudo, a turma de Julian Nagelsmann não cessou de ser perigosa, mais do que o Benfica, que se preocupou mais em defender do que em atacar. Nas situações em que não foi capaz de suster a equipa alemã, os calafrios inevitáveis disso não passaram muito graças a uma incomum ineficácia do Leipzig.
Desgastado, Vinícius cedeu o lugar a Raul de Tomás, que por pouco não fez o 3-0 com um remate ainda antes do meio-campo. Quem não marca, sofre e o Benfica foi “vítima” do provérbio por duas vezes. Aos 89 minutos, Rúben Dias comete falta na grande área e Forsberg reduziu da marca dos 11 metros. Motivados, os alemães apertaram o cerco e chegaram ao empate no quinto de nove minutos de compensação, novamente pelo seu número 10, que cabeceou com demasiado à-vontade.
As águias ainda tentaram alcançar a vitória, mas sem sucesso. Pela primeira vez somou pontos em território germânico a equipa da Luz, mas não os suficientes para seguir na luta pela qualificação para os oitavos de final da liga milionária.
Na última ronda, o Benfica recebe o FC Zenit, com três cenários possíveis em mente para garantir o terceiro lugar e a participação na Liga Europa: caso o Leipzig vença o Lyon, os encarnados só precisam de ganhar; se os alemães perderem com os franceses, as águias têm de ganhar por 2-0 ou três golos de diferença; na possibilidade de o outro encontro do grupo terminar em empate, o Benfica tem na mesma de ganhar por 2-0 ou três golos de diferença. As contas não se afiguram fáceis para a turma de Bruno Lage, mas a esperança encarnada ainda não morreu por completo.

Onzes Iniciais e Substituições:
RB Leipzig: Gulácsi (Mvogo, 63′); Klostermann; Upamecano; Ampadu (Mukiele, 56′); Saracchi (Schick, 70′); Laimer; Demme; Nkunku; Sabitzer; Forsberg e Werner.
SL Benfica: Vlachodimos; André Almeida; Rúben Dias; Ferro; Grimaldo; Taarabt; Gabriel; Pizzi (Caio Lucas, 90+2′); Cervi (Jota, 90+8′); Chiquinho e Vinícius (de Tomás, 82′).

A Figura
Emil ForsbergBisou no fim-de-semana, bisou hoje e está num excelente momento de forma o sueco que tão bem enverga a camisola 10 do RB Leipzig. Foi sempre dos mais esclarecidos e não vacilou no momento de decidir.

O Fora de Jogo
Christopher Nkunku Não se escondeu do jogo, é certo, mas foi o elemento mais fraco da equipa alemã. Demonstrou alguma inexperiência e incapacidade de decisão, espelhadas na oportunidade escandalosamente desperdiçada na primeira parte, na cara de Vlachodimos."

1 comentário:

  1. 2 apontamentos:
    "...ter assinalado grande penalidade por falta de Grimaldo se tivesse consultado o vídeo-árbitro." Segundo o protocolo (e não o PortoColo) em situações de eventual penalty não é o árbitro que interpela o video-arbitro mas sim o inverso. Nota-se claramente nas imagens que ambos estiveram em conversação após o lance e o arbitro de campo comcluiu que a avaliação inicial estava correta.
    "Pela primeira vez somou pontos em território germânico a equipa da Luz..." esta frase só é verdadeira se estivermos a falar exclusivamente da TCE/LC porque todos nos recordamos das recentes vitórias em Estugarda (2010) e Leverkusen (2012) ambas para a LE e do mítico empate em Leverkusen por 4-4 para a extinta TT em 1993.

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