"Uma equipa sem qualidade, sem raiva e sem perspectivas de solução
O Sporting caiu num buraco e não há perspectivas de conseguir sair.
Não há perspectivas sobretudo por uma razão: o Sporting não tem um projecto desportivo. A época foi mal planeada, não se percebe um rumo e não há um plano para o futebol do clube.
A equipa está hoje entregue a um grupo de estrangeiros – Bruno Fernandes é por vezes o único titular -, muito dos quais têm passeado entre vários clubes ao longo dos últimos anos. Sem se fixarem propriamente num deles, sem ganhar raízes e sem entenderem a importância de criar laços.
Este ano é o Sporting, como no passado já foi outro e na próxima época pode mais um qualquer.
Essa falta de vínculo transporta-se depois para dentro de campo, onde se vê uma equipa que corre e trabalha, sim, mas o faz sem chama: sem aquele sentimento de raiva de quem entende que não pode ser de outra forma.
O problema de um grupo sem raízes é esse: não há paixão, não há entusiasmo, não há ímpeto.
O culpado não é Silas, nem foi Marcel Keizer: o culpado é Frederico Varandas, que construiu um plantel em cima do joelho, com uma série de transferências feitas no fecho do mercado, abdicando de jogadores identificados com o clube para apostar em estrangeiros caídos de paraquedas.
O Sporting, que já não estava muito bem, porque há dois anos que não contrata claras mais-valias, o Sporting, dizia, já não estava muito bem e ficou claramente pior.
A equipa arrasta-se por isso entre jogos confrangedores, vitórias sofridas e maus resultados. Em Outubro, com dois meses de temporada, já está fora da Taça de Portugal, distante da luta pelo título e em maus lençóis na Taça da Liga. É, portanto, um Sporting deprimido e sem perspectivas.
Como é que vai sair então do buraco em que se meteu?"
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