"O tufão Hagibis ameaça cancelar o Japão-Escócia de domingo, que os britânicos têm de vencer para se qualificarem para os quartos-de-final do Mundial de râguebi. O presidente da federação escocesa é contra a selecção ser prejudicada por uma decisão "tomada à pressa", mas talvez se tenha esquecido de um ponto: a Escócia assinou, como as restantes 20 nações, um acordo de consentimento do regulamento da prova, que obriga os jogos da fase de grupos a serem realizados da data e hora originais
A World Rugby avisou, lamentando o ciclone tropical vindouro, que vai aguardar o máximo que conseguir para, apenas na manhã de domingo, decidir se o clima permite que os quatro jogos marcados para o dia se realizem, em segurança. Caso o Hagibis ainda mantenha o feitio ameaçador de tufão, nenhum entre o Namíbia-Canadá, o EUA-Tonga, o Gales-Uruguai e o Escócia-Japão terá vencedor e vencido, todos ficarão empatados e levarão dois pontos.
As regras escritas ficaram escritas antes do Mundial e, a seu tempo, foram assinadas por responsáveis das 20 selecções, que deverão ter lido as linhas onde se estipula que os encontros da fase de grupos devem, obrigatoriamente, jogar-se na data e à hora definidas.
Mark Dodson sabe-o, mesmo que a caneta não tenha parado na sua mão e balouçado com a sua assinatura, mas, caso o tufão e a decisão da organização do Mundial decidam o que o presidente da Federação Escocesa de Râguebi não queira, talvez venha aí um processo legal. "A World Rugby está a apontar para o acordo de participação. Já tivemos aconselhamento legal que contradiz essa interpretação. Não sabemos [se é tarde demais], mas temos que colocá-lo em causa", argumentou, a um programa de rádio da "BBC".
O dirigente empurrou para segundo plano o elemento burocrático da questão, criticando a falta de um plano de contingência para a situação e defendendo que "o importante é o râguebi e os adeptos que, em todo o mundo, estão estupefactos com a rigidez da World Rugby".
O presidente da federação alega que seria de "bom senso" adiar o jogo por 24 horas e realizá-lo em "perfeita segurança" para que "a integridade desportiva do torneio se mantenha intacta". Porque, se for cancelado, o empate qualificará o Japão para os quartos-de-final e não permitirá que a Escócia tente, em campo, ganhá-lo - único resultado que apura a selecção britânica para a fase seguinte do Mundial.
A Escócia, prosseguiu Dodson, "esteve durante quatro anos a preparar-se para o torneio", os jogadores "tiveram mais de 100 dias em estágio", a selecção "já realizou jogos" neste Mundial e, "neste caso particular", o quarto encontro "é fulcral". O dirigente tem razão em tudo - mas, domingo de manhã, terá a sua resposta."
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