segunda-feira, 14 de outubro de 2019

A insustentável leveza da presidência

"No pós-João Rocha, sete (!!!) presidentes do Sporting não concluíram os mandatos. Uma forma de estar autofágica, que ameaça repetir-se

Os sinais que chegam de Alvalade apontam a forte possibilidade de haver eleições antecipadas, num clube que está partido a meio e não encontra forma de sararas feridas. Neste momento, com inimigos irredutíveis, vindos do brunismo e das claques, e com os seus votantes a vacilarem na militância, Frederico Varandas depende demasiado dos resultados da equipa de Jorge Silas, o que configura uma situação de extrema volatilidade. É evidente que a escassa vocação mediática do presidente também não ajuda a causa, e o desnorte visto na última assembleia geral, com beijos a voar para as bancadas, pinta bem o quadro de um clube à beira de um ataque de nervos. Mas, sejamos claros: há uma reestruturação financeira tornada pública (independentemente das queixas à CMVM...) e não valerá muito a pena persistir na identificação dos erros associados à construção da equipa de futebol, o que está feito, está feito. Acima de tudo, o Sporting precisa de estabilidade que decorrer do normal cumprimento das legislaturas. E, se a memória não me falha, no pós-João Rocha, Jorge Gonçalves, Pedro Santana Lopes, José Roquette, Dias da Cunha, José Eduardo Bettencourt, Godinho Lopes e Bruno Carvalho não concluíram os mandatos e o clube foi para eleições antecipadas. É essa situação, tão presente na vida dos leões, que agora volta a perfilar-se, com os danos que avanços e recuos sempre causam, especialmente numa conjuntura tão periclitante como o que é vivida em Alvalade.

Portugal, joga hoje, na Ucrânia e tem a possibilidade de carimbar já o passaporte para a fase final do Euro-2020, o que representará a sétima participação seguida das nossas cores neste certame, onde são contabilizados, neste período, dois terceiros lugares (2000 e 2012), um segundo (2004) e um primeiro (2016). Depois de uma arbitragem desastrada (a falta que o VAR fez...) no encontro com os luxemburgueses, que terá impedido Cristiano Ronaldo de atingir a marca extraterrestre de 700 golos em jogos oficiais de seniores, em Kiev volta a abrir-se uma janela para que tal feito seja alcançado com a camisola das quinas vestida. Sem que nada me mova contra a Juventus, era mais bonito assim...

PS - Rui Patrício voltou a Alvalade, um regresso de bom filho...

Ás
Ricardo Leite Pinto
Vice-chanceler da U. Lusíada, Mestre em Direito e Doutor em História, Ricardo Leite Pinto descobriu, na Torre do Tombo, numa pesquisa para uma tese sobre as publicações infantojuvenis no Estado Novo, um projecto, de 1952, de A Bola Infantil, que não chegou a ver a luz do dia. Grande contributo para a história do jornalismo...

Ás
Arthur Nory Mariano
O nível médio do desporto brasileiro subiu bastante, após a implementação do programa olímpico que culminou com os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Ontem, em Estugarda, o atleta brasileiro Arthur Nory Mariano sagrou-se campeão do mundo de barra fixa, exemplificando a nova realidade canarinha pós Rio-2016.

Duque
Tite
Depois de conquistar a Copa América (7 de Julho de 2019) a selecção brasileira disputou quatro jogos, perdeu um (Peru) e empatou os restantes três (Colômbia, Senegal e Nigéria). Entretanto, Tite, que tirou o escrete da crise, dá sinais de desagrado pela política em torno da equipa e perdeu o estado de graça junto aos media.

Que mal fez José Alvalade ao Sporting?
«(Estádio Cristiano Ronaldo) é uma hipótese que não deixamos de lado e da qual obviamente teríamos muito orgulho»
Frederico Varandas, presidente do Sporting
José Alfredo Holtreman Roquette, neto do Visconde de Alvalade e conhecido como José Alvalade, foi fundador e primeiro sócio do Sporting Clube de Portugal. Em 1956, os leões homenagearam esta figura ímpar, dando o seu nome ao estádio que tinham acabado de inaugurar; em 2003, foi decidido manter a designação para o novo anfiteatro. Mudar agora de nome?

'Squadra azzurra' com pressa de qualificação
Quatro vezes campeã do mundo, também vencedora de um Europeu, a Itália foi a ausência mais notada do último Mundial, disputado na Rússia. Mas, com três jornadas de avanço, a squadra azzurra já marcou presença no Euro-2020 e os tiffosi suspiraram de alívio. A primeira missão de Roberto Mancini está cumprida...

O Homem da Maratona
O queniano Eliud Kipchoge, de 34 anos, correu a maratona de Viena em menos de duas horas (1.59.40h), quebrando assim uma barreira que parecia para lá dos limites humanos. É certo que teve um percurso escolhido a dedo, o apoio de 41 lebres, uns ténis futuristas e o ritmo marcado por tecnologia laser, pelo que a IAAF não homologou a marca como recorde do mundo. Porém, ficou a saber-se que a missão não é impossível e, mais ano, menos ano, numa maratona convencional, alguém dobrará este cabo das tormentas. A INEOS, um gigante da petroquímica, associada, no desporto, à vela e ao ciclismo, e a Nike, investiram neste projecto, de matriz Red Bull, 25 milhões de euros, uma ninharia quando comparados com o retorno mediático planetário que trouxe para as marcas."

José Manuel Delgado, in A Bola

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