terça-feira, 10 de setembro de 2019

Portugal, equipa grande e grande equipa

"Portugal tem condições para preparar devidamente o pós-Cristiano Ronaldo, que tardará (esperamos) mas inevitavelmente chegará

exemplos frequentes, especialmente ao nível das selecções, de que contar com bons jogadores não é sinónimo de ter uma boa equipa. A Bélgica foi, durante muitos anos, protótipo desse mal (e entretanto regenerou-se...), a Inglaterra andou épocas a fio à procura de uma ideia de jogo que potenciasse os seus melhores valores e, last but not least, a Argentina de era Leo Messi só em raríssimas situações pôde ser considerada uma equipa.
Portugal, em muitos momentos da sua história futebolística, não foi capaz de dar expressão prática ao valor de jogadores de nível internacional - Humberto Coelho, João Alves, Artur Correia ou António Oliveira, por exemplo, nunca disputaram uma fase final - e em múltiplas circunstâncias, já depois de 1996 (ano que marca a chegada regular de Portugal aos grandes eventos, faltando apenas ao Mundial-1998), a ideia de equipa grande andou arredada das exibições.
Aliás, na noite de festa de 10 de Julho de 2016, os jogadores lusos cantavam, em pleno Stade de France, «pouco importa, pouco importa, jogamos bem ou mal, vamos é levar a taça, para o nosso Portugal...»
No último sábado, no difícil ambiente do Maracanã de Belgrado, a equipa das quinas jogou com a atitude personalizada de uma equipa grande e, a página tantas, mostrou atributos de uma grande equipa, capaz de produzir um futebol de fino quilate. Duas desatenções permitiram, é verdade, à Sérvia, encurtar distâncias a nivelar um pouco mais o placard. Mas foi gratificante ver Portugal a sair a jogar de trás, sem que a bola queimasse o pé de nenhum jogador, de Cancelo para Bernardo, deste para Bruno e a seguir para William e Cristiano, como uma máquina afinada, conduzida por artistas que sabem o que podem e o que valem. A Selecção Nacional está a viver uma crise de abundância, que dá a Fernando Santos - que é um pragmático, acima de tudo - a possibilidade de construir uma equipa diferenciada, capaz de marcar os tempos do jogo, sem ir a reboque de ninguém. Nesse aspecto, Belgrado fica como um marco relevante, como palco de uma das exibições mais personalizadas de Portugal, fora de portas. Campeã da Europa e da Liga das Nações, a Selecção Nacional tem meios mais do que suficientes para defender os títulos. E para preparar o pós-CR7, que irá tardar, mas chegará...

Ás
Bianca Andreescu
A tenista canadiana, de 19 anos, venceu o US Open depois de derrotar, na final, a norte-americana Serena Williams, de 37. Um ano depois de ter reagido de forma arrogante e prepotente, ao perder com a japonesa Osaka, só faltou ver este ano Serena voltar a fazer acusações de racismo por ter sido derrotada por uma... Bianca.

Ás
Bernardo Silva
Aumenta, a olhos vistos, a influência do talentoso médio do Manchester City na manobra da Selecção Nacional. Estamos a assistir a uma passagem serena de testemunha, semelhante à que vimos entre Luís Figo e Cristiano Ronaldo no Mundial de 2006, na Alemanha. CR7 irrepetível, mas o futuro está assegurado.

Ás
Ronald Koeman
Depois de um apagão de quatro anos, com ausências do Euro-2016 e do Mundial-2018, a Laranja Mecânica, que já tinha feito prova de vida ao apurar-se para a final da Liga das Nações (vitória de Portugal, no Dragão), confirmou o regresso aos melhores dias ao vencer, em Hamburgo, a Alemanha por 4-2. Poderosos!

Os cinco jogos mais importantes da temporada
«Encontrámos um clube completamente estilhaçado, com um plantel com muitas feridas por sarar e muito trabalho de reconstrução»
Frederico Varandas, Presidente do Sporting, in A Bola
Demasiado ligado aos resultados do futebol, quando devia ter mais espaço de manobra, a estabilidade de Frederico Varandas vai depender muito do que acontecer nos cinco jogos até à nova paragem da Liga: Boavista(f), PSV(f), Famalicão(c), Aves(f) e LASK(c). A 3 de Outubro de 2019 saber-se-á com precisão qual a temperatura do clube e a profundidade do fosso.

Calma, gente, ainda faltam 20 jogos!
Ainda faltam 20 jogos para acabar o Brasileirão e os jornais já falam no título do Flamengo. A equipa de Jorge Jesus está a atravessar um bom momento, é verdade, mas ninguém pode esquecer que, num país de paixões assolapadas pelo futebol, os protagonistas viajam numa montanha russa permanente...

Guerreiro dos picos da Europa
O ciclista português Rúben Guerreiro, 25 anos, de Katusha-Alpecin, teve ontem um dia fantástico, na etapa-rainha da Vuelta, entre Tineo e o Santuário del Acebo, nos Picos da Europa, terminando em segundo lugar o subindo ao 16.º posto da geral individual. Em confronto com o melhor pelotão do circuito internacional, o ciclista luso tem dado uma reposta que o coloca como primeiro na linha de sucessão a Rui Costa, antigo campeão do mundo. Agora, com o fim anunciado da Katusha-Alpecin, precisa de escolher bem a equipa do World Tour que vai representar em 2020..."

José Manuel Delgado, in A Bola

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