"O Conselho e o Parlamento Europeu decidiram proclamar o ano 2004 no ano europeu da educação pelo desporto. Imitados pela UNESCO instauravam o Ano Internacional do Desporto em 2005. Com esta iniciativa desejavam:
1) sensibilizar os cidadãos sobre a importância das práticas desportivas no domínio da educação;
2) aumentar a prática desportiva nos programas escolares;
3) promover a integração social e a tolerância, insistindo sobre o equilíbrio psicológico e físico proporcionado pelo desporto;
4) ajudar na prevenção dos problemas de violência.
Estas instâncias afirmaram a sua visão sobre o desporto: uma ferramenta de educação e de transculturalidade. Esta campanha lembra, de certa forma, aquela que foi levada a cabo pelo barão Pierre de Coubertin, fazendo eco aos valores celebrados nos Jogos Olímpicos. O desporto é visto como um vector de aproximação dos povos e do “fair-play”. O pensamento de Pierre de Coubertin marca os JO e o espírito desportivo do século XX. Inspirado pela tradição pedagógica dos colégios ingleses, Coubertin afirma o valor cultural do desporto e inicia vastos projectos. O desporto é, para si, uma ferramenta privilegiada de educação. Mas os valores educativos do desporto de alto rendimento são hoje em dia, pelas suas derivas (dopagem, corrupção, violência, etc.), colocados em causa.
Será que o espírito desportivo é realmente operado para educar, federar, ordenar, estimular os comportamentos e as mentalidades? Se o tema educativo é inevitavelmente presente, como compreender o desporto, afirmando custe o que custe o seu valor formativo? Quais são os valores que são transmitidos aos jovens de hoje?
Estas e outras questões estão por responder de forma cabal. Mas uma coisa é certa: não se pode reduzir o desporto à dimensão produtivista, isto é, o ser humano ser reduzido à racionalidade de uma máquina de bater recordes."
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