"Se eu tivesse 19 anos e fosse um craque da bola, não iria para o Atlético de Madrid nem que me pagassem sete milhões de euros por ano. Tenho pouca coisa contra o segundo clube mais importante da capital espanhola. Mas ainda menos a favor. Os rapazes dos colchões lembram-me sempre um clube do Campo Grande - na sombra de duas poderosas equipas e sem jeito, carisma ou estrutura para ser realmente grande no futebol. Calma, se calhar até estou a ser preconceituoso com o Atleti, porque, com Simoene, a equipa foi à final da Champions e teve sucesso na Europa, mas basicamente é isso. No campeonato interno, o clube espanhol, vai batendo o pé a Real e Barcelona até onde pode, mas falta-lhe sempre qualquer coisa.
Se calhar, é essa 'coisa' que estão a ver com João Félix, potencial salvador para uma equipa envelhecida e que se viu traída pelos desejos de grandeza de Antoine, um francês que, à semelhança da equipa onde actuou, pensa ser melhor do que realmente é. É uma jogada corajosa, esta de pagar a cláusula de rescisão de um predestinado com apenas 19 anos. E talvez seja isso que o Atlético de Madrid precisa para ganhar terrenos aos galácticos brancos e grenás. Desde Paulo Futre, não vi nenhum jogador verdadeiramente fora de série a vestir de vermelho às riscas, mas parece que vai ser desta que o Atlético pode voltar a ter uma estrela de qualidade, não criada pela comunicação social.
Volto ao início: no lugar do jovem de 19 anos, eu não iria nunca para o Atlético de Madrid, mas a verdade é que eu tenho mais do dobro da idade dele e não jogo nada à bola. Qualquer que seja a escolha e o futuro, obrigado, João! E boa sorte."
Ricardo Santos, in O Benfica
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