segunda-feira, 17 de junho de 2019

Belenenses campeão em três escalões

"A importância do TAD na vida do Casa Pia; a AF Lisboa com mais dois clubes no futebol profissional; e, é claro, o título do Belenenses!

O Casa Pia, emblema histórico do futebol português, de que Cândido de Oliveira, primeiro capitão da turma das quinas e António Roquete, guarda-redes da Selecção Nacional que disputou os Jogos Olímpicos de 1928, são referências incontornáveis, consumou, nos Açores, a subida ao segundo escalão do nosso futebol, entrando assim nas competições profissionais. Foi um sucesso suado dentro do campo, ao longo de uma temporada cheia de peripécias, e fora dele também, já que o clube viu-se condenado, de forma absurda, pela justiça federativa, valendo o bom senso do TAD, que em sede de recurso fez justiça, antes que fosse tarde demais. Pelos vistos, bons advogados também fazem falta a um plantel...
Também o Vilafranquense, que ensaia uma experiência de gestão virada para a iniciativa privada, ganhou direito a jogar na competição profissional. Mais um sucesso de Filipe Moreira, que deixa a ideia de ter passado ao lado de uma carreira que justificava outra visibilidade e essencialmente outras oportunidades. Igualmente em realce está a AF Lisboa, de Nuno Lobo, que vê dois emblemas da sua jurisdição engrossarem as fileiras do futebol profissional.
Depois de ter garantido a subida de divisão, o CF 'Os Belenenses' (campeão da I e da II Divisão Nacional) deu nova prova de vitalidade ao vencer o escalão distrital onde iniciou actividade, perante vasta moldura humana, no estádio 1.º de Maio.
O caminho faz-se caminhando, e a via dolorosa escolhida pela equipa de Patrick Morais de Carvalho, com o aval dos sócios, para manter vivo o espírito dos Rapazes da Praia, conheceu o fim de uma primeira etapa. Faltam outras mais, até que a Cruz de Cristo regresse ao convívio dos maiores do nosso futebol, a sua casa.
Nesta janela de Verão de 2019, o mercado de transferências promete muito mas tarda em arrancar em força. Disso ressentem-se os clubes portugueses, obrigados a aguardar pelo efeito dominó que sempre acontece após a abertura, a sério, das hostilidades. É verdade que o Real Madrid já colocou dinheiro a girar, mas vai ser preciso que se clarifiquem as situações de Mbappé, Neymar, Griezmann e também de Gareth Bale para que a onda de choque chegue a Portugal. E será bom não esquecer que há clubes ricos, habituais gastadores, preocupados com o fair play financeiro da UEFA...

Ás
Fernando Alonso
O piloto asturiano, ao volante de um Toyota, fez prova de vida ao tornar-se bicampeão das 24 Horas de Le Mans, numa altura em que se fala insistentemente na possibilidade de regressar à Formula 1, pela mão da Ferrari. Fernando Alonso, quase a fazer 38 anos, continua a fazer a diferença pelo talento e arte.

Ás
Patrick McCaw
É uma espécie de Fejsa da NBA, três épocas e três anéis. Aos 23 anos, natural de Saint Louis, este ala de dois metros, fica associado à história do desporto canadiano, como integrante dos Toronto Raptors, que derrotaram os Warriors, antiga equipa de McCaw, onde venceu dois títulos, em seis jogos de altíssima intensidade.

Ás
Carlos Queiroz
A Colômbia de matriz portuguesa de Carlos Queiroz, venceu, sem espinhas, uma Argentina sem rei e roque, onde Messi não é capaz de fazer a diferença. Depois de uma passagem pelo Irão de grande impacto no futebol da região, Queiroz iniciou com o pé direito a aventura nos cafeteros, de James e Falcao.

E a partir de agora?
Os Lobos regressaram ao Seis Nações B, de onde nunca deviam ter saído. Honra a quem devolveu o râguebi português a um patamar aceitável, que permite sonhar com o regresso ao espírito de 2007, quando parecia que a modalidade tinha adquirido, finalmente, condições para se desenvolver plenamente. Não valerá chorar sobre o leite derramado nos últimos anos, marcados por erros e hesitações. É preciso olhar em frente, na certeza de que só com o contributo de todos será possível criar um futuro onde caiba a palavra ambição..
(...)"

José Manuel Delgado, in A Bola

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