"A menos que estejamos a falar de alguém com conhecimentos futebolísticos altamente limitados, ninguém visita esta página pelo acerto das opiniões aqui emitidas acerca do pontapé na bola. Análises que se revelam erradas num futuro muito próximo, são mato escondido nas letras aqui dactilografadas. Ainda hoje sou atazanado pela memória das primeiras impressões publicadas sobre Di Maria e Gaitan, pelo gozo extremo dedicado a D. Eliseu I nos primeiros anos da sua real estadia no Glorioso e pelo peremptório apoio à continuidade Vitoriana aqui prestado. Só não sou um Van Gogh do erro, porque preciso das duas orelhas para segurar os óculos.
Da mesma forma que um dia Sousa marcou um golo num derby, também eu, errando avulsamente, consigo uma ou outra vez acertar. O caso que aqui me traz hoje, é disso exemplo e explica-se em poucas linhas: quando no SL Benfica alguém concluiu que a estrada por onde Rui Vitória conduzia a nossa equipa, desembocava num barranco íngreme, expliquei aqui que a opção de substituição deveria passar por uma segunda escolha, nunca pelo homem que se pretenderia colocar ao leme durante largos anos. A razão para tal opção era simples: a época estava totalmente descarrilada e o pobre que se agarrasse ao volante a 7 pontos do 1º lugar, com um calendário altamente inconveniente a cumprir, corria o sério risco de queimar dez cartucheiras de créditos antes de decorar o nome de todos os jogadores do plantel, perdendo como tal, margem para os anos vindouros.
Como bom e assíduo leitor desta página (o que em parte explica muita patetice feita enquanto sentado no Maior Trono do Mundo), Luís Filipe Vieira seguiu o conselho e chamou a terminar a época, o rapaz da equipa B, com ordenado baixíssimo, segundo as sábias e credíveis investigações da CMTV. Acontece que o rapaz era afinal um Homem, que se agarrou à tarefa com afinco, catapultou-nos do 4º para o 1º posto, varreu Alvalade, encantou Dragão, desfez o Castelo Vitoriano 2 vezes, conquistou o Império Otomano e as planícies da Dalmácia e recuperou jogadores e adeptos. Em 20 jogos, só não ganhou 5 e destes, há a considerar que 2 foram não-vitórias pírricas, o que significa que na verdade, com “Bruno Lage no Comando”, metemos água 3 vezes: duas custaram-nos eliminações em Taças e outra o curto conforto pontual que tínhamos conseguido.
No rescaldo do último desaire, surgiu finalmente a contestação. Afinal o técnico que venceu 11 dos 12 jogos do campeonato é bem capaz de ser um flop e arrisca-se “a não ganhar nenhum título”. Após 3 meses de “Bruno-Lagismo” descobre-se que o “Vitorismo” é que era bom. Confundem-me: quando eu apoiava Rui Vitória, todos criticavam; agora que não apoio, dizem que é bom. Se precisam de provas de que eu erro muito no que escrevo, aqui está a prova. Agora, vamos lá a ver se nos entendemos: o campeonato é a gasolina que mexe o nosso Ferrari. Taça de Portugal, Liga Europa e Taça da Liga também são importantes, mas não passam de óleo, líquido de refrigeração e água do mija mija da temporada.
Quando o SL Benfica mudou de treinador estava abaixo da reserva do depósito no campeonato. A única responsabilidade que o actual líder de um plantel que não formou, poderá ter, se nada se ganhar este ano, é a de ter tornado possível isso não acontecer Pegou numa equipa sem margem para um empate sequer e quando empatou, já tinha ganho espaço de manobra para tal desaire não nos tornar dependentes de outros. O que se lhe pede hoje era uma utopia há 12 jornadas atrás: vencer 19 jogos seguidos. Faltam 7 e só não venceu 1. Tamanha foi a epopeia que lhe pedimos, que hoje ao Sport Lisboa e Benfica exige-se que seja Campeão. Ao Bruno Lage não. Mesmo acreditando que ambos vão ser."
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