"O primeiro passo para resolver um problema é reconhecer que ele existe. Quem fizer como a avestruz, escondendo a cabeça na areia, pode fazer de conta que está tudo bem, mas, impelavelmente, acabará por sucumbir à realidade.
Deste caos em que a arbitragem do futebol português mergulhou há que retirar, desde já, que é preciso mudar, que faz falta inovar, e que as fórmulas vigentes perderam eficácia.
Tudo deverá ser repensado e nenhuma solução pode ser liminarmente rejeitada. Desde o protocolo das nomeações ao número de árbitros que compõem o quadro nacional.
No afã defender os árbitros, este Conselho de Arbitragem (CA) está a comportar-se apenas como uma filial da APAF (essa sim, com natureza sindical) e no fim do dia o que se constata são os inúmeros prejuízos para o futebol. E mais uma vez lembro que defender os árbitros e defender a arbitragem são coisas muito diferentes, a primeira missão é da APAF, a segunda devia pertencer ao CA da FPF.
Faltam sete jornadas para o fim da Liga, o título e a permanência estão em aberto, e o mínimo que se exige é bom senso nas nomeações dos árbitros de campo e dos VAR.
Pelo trabalho sem ponta de autoridade realizado por Hugo Miguel em Alvalade, antecedido por uma noite de trevas de Manuel Mota, em Braga, percebe-se o estado de fragilidade dos árbitros e, em alturas assim, devem ser os melhores a dar a cara.
Os árbitros entendem que a melhor forma de se defenderem é através da opacidade e do secretismo. Erro crasso. Expliquem o expliquem-se. Sem medo. Todos vão lucrar..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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