"Já passou uma semana desde o clássico, e ainda estou afónico. Tenho comunicado por linguagem gestual de forma a poupar a voz. Por vezes até pareço o Casillas, que passou o jogo a esbracejar para os colegas, incrédulo pela amabilidade com que eles estendiam uma passadeira quando os jogadores do Benfica tentavam chegar à baliza. Aliás, circulam uns rumores a assegurarem que a Mimosa já contactou o Sérgio Conceição a implorar-lhe o segredo para produzir uma manteiga tão macia como aquela que ele barrou nos seus defesas para o clássico. No entanto, eu até compreendo. Caso tivesse o privilégio de assistir à troca de bola deste Benfica à flor do relvado, também iria tentar atrapalhar o menos possível.
Se aquela brincadeira do Pizzi com a bola antes de servir o Rafa para o 1-2 pareceu maravilhosa lá e cima desde a bancada, faço ideia desde o ângulo do Felipe, do Pepe e do Herrera. Já são muito poucos aqueles que ainda não se renderam ao talento de João Félix. No Dragão, convenceu mais alguns, até porque teve a astúcia de agradar aos adeptos de ambas as equipas. Os benfiquistas desejavam ver um golo do rapaz, e ele marcou.
Os portistas queriam ver alguém do Benfica a ajoelhar, e ele também ajoelhou. Não teve foi assim tanto tempo para saborear o momento, porque o Rafa foi a correr alertá-lo para se despachar: só a vitória interessava. Apesar de estar feliz, sinto que posso ter desiludido a minha mãe.
Recomendou-me vezes sem conta durante a minha infância que nunca cumprimentasse desconhecidos, e nas bancadas do Dragão não só cumprimentei uns quantos como ainda os abracei com toda a força. É tão bom ser do Benfica."
Pedro Soares, in O Benfica
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