segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Keizer precisa de banho de realismo

"Peseiro jogava sabendo que tinha uma equipa de 'carapaus'. Keizer, apesar de ter os mesmos 'carapaus', joga como se fossem 'lagostas'...

Números: quando Marcel Keizer pegou na equipa do Sporting (e os leões já tinham ido à Pedreira e à Luz...), dispunha de dois pontos de vantagem sobre o Benfica; hoje está com menos oito, ou seja, em dez jogos perdeu dez pontos para os eternos rivais. Só num exercício meramente académico poderá pensar-se que o Sporting vai acabar a Liga à frente do Benfica.
Quando Marcel Keizer pegou na equipa do Sporting (e os leões já tinham ido a Braga e à Luz...), dispunha de um ponto de vantagem sobre o SC Braga; hoje está com menos sete, ou seja, em dez jogos perdeu oito pontos para os arsenalistas. Será precisa uma débacle dos minhotos para admitir que o Sporting pode acabar a Liga numa das três primeiras posições.
E nem valerá a pena trazer à colação o registo frente aos dragões, que estão fora do alcance leonino (estavam com mais dois pontos que o Sporting à chegada de Kaizer e hoje têm mais onze pontos).
Que concluir, então, deste percurso holandês, que até começou de forma agradável, com uma filosofia romântica e uma veia goleadora assinalável? Marcel Keizer, em nome de um jogo mais ousado, perdeu o que de melhor tinha o Sporting de José Peseiro, o equilíbrio. Peseiro, que conhecia melhor a valia do plantel que Sousa Cintra lhe colocara à disposição, optou Frederico Varandas), deu um passo maior que a perna e estatelou-se ao comprido. Ontem, ou por não ter sido devidamente avisado, ou por ter lido mal a situação, cometeu um erro crasso, de principiante, ao entrar em campo com uma defesa recauchutada e não se dar ao trabalho de compensá-la com um meio campo mais conservador.
Se o treinador holandês não atinar, se não tiver a humildade e a lucidez (que Peseiro teve!) de reconhecer as limitações e procurar optimizar os recursos, não terá muito futuro num clube com as responsabilidades do Sporting. É evidente que Keizer marcou pontos ao conquistar a Taça da Liga e até pode passar a próxima eliminatória europeia, contra um Villarreal que está muito abaixo da linha de água em La Liga. Mas esses sucesso pontuais não apagam a organização caótica vista ontem no derby. E quem responde por esse departamento é só o treinador...

Ás
João Félix
Estamos a ter o privilégio de assistir ao nascimento de uma estrela (assim não lhe falte cabeça, porque pés tem dos melhores...). Ontem, encheu Alvalade com um futebol de finíssimo recorte, fluído, esclarecido, belo e letal. Aos 19 anos percebe-se a razão de ser tão cobiçado. Até quando poderá resistir o Benfica?

Ás
Luís Castro
Vitória SC, de Guimarães, tirou cinco pontos ao FC Porto na corrente edição da Liga, proeza de monta nos dias que correm, numa prova sobejamente desequilibrada. Luís Castro, um dos melhores treinadores portugueses, vai fazendo o seu caminho, sempre com serenidade e competência, sem precisar de se por em bicos de pés.

Duque
Frederico Varandas
Ganhou alguma coisa com o discurso bélico com que atacou o Benfica antes do derby? Nada. Só uniu o rival, que lhe respondeu com um atilado silêncio. Com menos de cinco meses de presidência, está muito a tempo de marcar a diferença, através de um discurso que não cheire a mofo. É essa a esperança que deve cumprir...

Apenas um pequeno (grande) senão
«Os reforços estão mesmo no Seixal, é importante que os benfiquistas estejam unidos à volta deste tema»
Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica
O discurso de Vieira, enfatizado ontem depois da vitória no derby, é convicto e estrategicamente certo. Mas carece de ser temperado com pragmatismo. E a verdade é que, nem na Luz nem no Seixal, há quem possa cumprir a missão, a atacar e sobretudo a defender, de que se encarrega Seferovic no esquema de Bruno Lage. E isso pode vir a ter preço elevado.

Vitória importante, mas...
vinte anos que o Benfica não marcava, para o campeonato, quatro golos em casa do Sporting. Ontem, patenteando evidente superioridade, os encarnados até ficaram aquém de um resultado mais volumoso, quiça histórico. Porém, entre muitas coisas boas vistas à equipa de Bruno Lage, dois aspectos são merecedores de crítica. O primeiro, a forma pouco cuidada como o Benfica optou, especialmente na primeira parte, por saídas de bola que rapidamente redundaram em acções potencialmente perigosas do adversário; o segundo, o relaxamento que se seguiu ao quarto golo, em muitas situações a raiar a displicência, incompatível com o rigor comportamental de uma equipa de 'top'. É quando se ganha que mais facilmente se pode atacar problemas destes. Fazer de conta que não existem, só porque se ganhou, nunca é boa política...

O maior negócio desportivo do mundo!
Terminou já depois do fecho desta edição de A Bola a 53.ª final do Superbowl, que colocou frente a frente a Patriots e Rams. Trata-se do único evento desportivo singular com impacto visível na economia norte-americana, um ritual que faz parte do american way of life, sem paralelo noutras modalidades..."

José Manuel Delgado, in A Bola

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