"No futebol, nem sempre o lógico é o caminho mais fácil de percorrer. Tal conclusão fica patente na renovação de contrato de Bruno Lage: quando tudo justificava uma ligação para mais 10 anos, SL Benfica e treinador tiveram em conta as recentes sensibilidades numéricas cá no burgo e optaram por apenas 4 anos de casamento consumado, tendo em conta que este foi o número que recolheu maior unanimidade e menor choradinho de entre todos os resultados alcançados pelo Glorioso sob o leme setubalense.
Por esta altura a euforia grassa pelas bancadas da Catedral e sinto necessidade de colocar alguma água na fervura porque o perigo de embandeirar em arco está constantemente presente: o treinador é bom, tem valor e os resultados têm superado as expectativas, mas não é propriamente a melhor coisa que aconteceu ao Clube desde a sua fundação. Esse título pertence ao filho da Nª Sra. de Mafalala. O actual líder da equipa principal de futebol aparece apenas em 2.º no ranking. Vamos portanto, ter muita calma na análise para não cairmos com estrondo na desilusão de só ganharmos a Champions daqui a 3 anos.
É pois um demoníaco futuro que os Benfiquistas vislumbram no horizonte. Apegados ao insanável hábito de rasgar a direito equipa, jogadores e treinadores, vemo-nos em mãos com um tipo que não só exibe dotes de mágico sábio do pontapé na chicha, como também não se coíbe de explicar toda a arte que explana no quadro táctico. Mais frustrante do que não ter razões para criticar um individuo, é ele explicar-nos direitinho porque não temos razão de queixa.
Apesar da reprovável posição que ocupamos na tabela classificativa e daquela Taça da Liga que preferiu seguir uma vida de eremita num inóspito antro museológico, à confusão da Big Apple das Taças, vive-se na Nação um sentimento de Conto de Fadas desde que no início de Janeiro Jonas foi expulso em Portimão e o nosso destino mudou. Diz-me a experiência de largos anos de Benfiquismo, que a queda da nuvem flutuante que actualmente nos passeia pelos relvados do Mundo é sempre aterradora e infalível. Talvez por isso, criei o hábito de todos os dias medir a distância da minha cabeça para o céu. Segundo os últimos cálculos, a mesma continua a aumentar."
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