quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Sabe quem é? Os ratos na rebelião - Béla Guttmann

"Se não tivesse vivido escondido dos nazis num sótão, não teria sido o que foi; FC Porto descobriu-o, Benfica levou-o

1. Quando ele nasceu, em Janeiro de 1899, o pai trabalhava numa fábrica de candeeiros - mas não tardou que se tornasse professor de dança. A ensinar dança, na escola que abrira, ficou a mãe também - e ele e o irmão mais velho não deixaram de ser seus alunos. (Difícil era a vida, vezes o fio lembrou-o: «Quando jovem, saía à rua quase sempre da mesma forma: de bolsos vazios e de barriga esfomeada»).

2. Eram judeus em Budapeste - e Armin, irmão mais velho, jogava futebol. Ao acabar de fazer 16 anos, levou-o para o Torekvés, pequeno clube de Kobánya, o bairro onde a família vivia. Judeus de Budapeste fundaram o MTK, para lá o chamaram. (Em 1921 tornou-se campeão húngaro - por sua causa o MTK quase perdeu o título: no arranque da época, ele fizera, fugaz, um jogo pelo Pécsi na II Divisão, era ilegal, a federação aceitou, porém, que o caso se sanasse com um público pedido de desculpas dele, o médio que cada vez mais encantava a Hungria)

3. Para disputar os Jogos Olímpicos de Budapeste para Paris viajou a selecção de escantilhão, em carruagens de terceira classe, com os jogadores em bancos de pau (e os dirigentes não). Pior aconteceu à chegada: hospedaram-nos numa esconsa e barulhenta pensão - com os quartos infestados de ratos. Furioso, tornou-se líder de uma rebelião que começou com ele a pendurar ratos mortos nas portas dos quartos dos dirigentes em protesto pela «falta de condições» (e a Hungria, depois de 5-0 à Polónia, acabou eliminada pelo Egipto - com os jogadores acusados de perderem de propósito, por amuo e birra...)

4. O que fizera em Paris, deixou-o marcado em Budapeste - e o ser judeu ainda mais: para fugir ao 'Terror Branco' foi para Viena jogar pelo Hakoah, clube sionista que era mais do que clube desportivo. Numa digressão aos Estados Unidos - deslumbraram-se com ele, por lá ficou, profissional.

5. Foi futebolista e professor de dança - e mais: sócio dum speakeasy, de um dos clubes clandestinos que vendiam bebidas alcoólicos por Nova Iorque durante a Lei Seca. Notável jogador de cartas e casino - ele próprio e desvelou: «Sim, enriqueci na América. Quando, na Sexta Feira Negra de 1929, a bolsa rebentou, eu perdi mais de 55 mil dólares - e fiquei pobre como Job. Cheguei a vazar os olhos do Lincoln na minha última nota de cinco dólares para ele não conseguir dar com o caminho da porta. Por isso, tive de voltar a ganhar dinheiro no futebol...»

6. Lançou-se, entretanto, a aventura perigosa: aceitou o desafio que Lipot Aschner, industrial que era judeu como ele, lhe fez para treinador do Ujpest (quando a Hungria já estava sob ameaça nazi) - e ganhou a Taça Mitropa de 1939, mais importante competição na Europa. A festejar a façanha, abrupto, chegou-lhe o abalo: por via da 'lei anti-judicial' que  governo lançara (a exemplo de Hitler) foi despedido do Ujpest. Através de um artifício, deram-lhe (em segredo) cargo de olheiro - o problema era pagarem-lhe «ordenado de miséria».

7. Para fugir ao Holocausto, chegou a viver escondido no sótão do salão de cabeleiro do irmão da namorada (que não era judia...) - e com a Guerra a correr para o fim ainda o atiraram para um campo de trabalhos forçados à beira de Budapeste, de lá conseguiu fugir, rocambolesco.

8. Salvando-se de Auschwitz - o Vasas chamou-o a seu treinador. Face à escassez de alimentos, pediu que metade do salário fosse em batatas, farinha, banha, açúcar, carne, peixe, frutas e vegetais. Pouco lá esteve - porque o clube judeu de Bucareste, o Ciocanul, lhe acenou com 700 dólares - e de lá que se lançou à eternidade.

9. Em glória, o FC Porto foi buscá-lo ao São Paulo por 1958 - e fez o que se tornara tradição nele: foi campeão. Recebia 200 contos por ano - e logo o Benfica lhe lançou canto da sereia. Ao escutá-lo, exigiu o dobro de ordenado e mais: 150 contos pelo campeonato e 50 pela Taça. A isso lhe disseram que sim - e querendo colocar 200 contos pela Taça dos Clubes Campeões na tabela dos prémios, director, divertido com a «bizarra hipótese», desafiou-o: «Oh, homem, não ponha 200, ponha mais 100, caramba!» Ele pôs - e foi mesmo 300 contos que recebeu. (300 contos seriam hoje cerca de 110 mil euros - e os principais jogadores do Benfica tinham de salário 4 contos ao mês. E não: na Luz, não ganhou uma Taça dos Campeões apenas - ganhou duas...)"

António Simões, in A Bola

Vitória à boleia de um Alfa

"Vlachodimos foi o homem da noite, enorme defesa com 2-2, mas o herói do jogo foi Alfa Semedo!

Meia hora fulgurante
1. Após a derrota com o Bayern, na Luz, era importante a vitória. O Benfica começou dominador, marcou cedo, ganhou confiança, chegou a 2-0 e criou mais duas ocasiões. Podia ter matado o jogo aí, não fosse alguma falta de eficácia ofensiva. Parecia ter tudo para um passeio, tais as fragilidades dos gregos até à meia hora. A partir daí, começaram dificuldades do Benfica a gerir o jogo e reagiu o AEK. Pelo corredor esquerdo, onde Hult e Mantalos desequilibraram. De equipa que vulgarizava o campeão grego, o Benfica deu alento ao AEK. Transformou uma equipa que parecia banal numa formação que criou grandes dificuldades: valeu Vlachodimos, com três grandes defesas ainda na primeira parte!

Seferovic, ilha lá na frente
2. Com três alterações em relação ao último onze, embora as entradas de Gedson e Conti fossem previsíveis, o Benfica moralizou e deixou crescer o AEK para patamares não expectáveis. Má abordagem de Rúben Dias, já tendo um amarelo (foi negligente), fá-lo levar o segundo cartão e deixar o Benfica em inferioridade numérica ainda na primeira metade. Rui Vitória mexeu, tirou Salvio, Conti passou para a direita do eixo central, e Lema para central mais à esquerda, com Pizzi também a desviar para a direita: o Benfica passa quase para 4x4x1, em vez do 4x3x3. Seferovic era uma ilha, a bola nem lhe chegava. Porventura Cervi poderia ter entrado e Rui Vitória lançado Rafa no corredor central: o suíço já não teve influência na segunda parte. E o Benfica numa conseguiu ficar com defesa a seis, para ajudar os laterais.

Brilhar, sofrer e ter felicidade
3. O AEK agarrou no jogo, com defesa a três que projectava os laterais e André Simões cérebro do meio-campo, quase em 3x2x5. E nem tinha necessidade de baixar blocos ante Benfica atabalhoado, em permanente sobressalto no corredor direito da sua defesa. O Benfica nem em transições atacava: só defendia, descontrolado emocionalmente. Rui Vitória lançou Alfa Semedo quando Fejsa já era quase terceiro central. Deu mais poder físico no corredor central, para chegar um pouco à frente. O momento do jogo é quando Klonaridis se isola e Vlachodimos faz enorme defesa, a evitar o 3-2 (73'): do canto para o AEK nasce a transição, com Alfa a correr 40 metros e, sem apoio, chuta para o 3-2. Aí, o Benfica, após ter brilhado, desperdiçado e sofrido muito, foi bafejado pela sorte. Acaba por ganhar com alguma felicidade e mostrou que não é equipa de meio termo: é equipa de muita coisa boa, mas de muita coisa menos boa, também. O AEK foi sempre fiel à sua filosofia de jogo..."

Vítor Manuel, in A Bola

Tudo está bem quando acaba bem?

"A vitória do Benfica em Atenas teve três vantagens significativas: 1) colocou ponto final numa embaraçosa série de oito derrotas consecutivas na Liga dos Campeões; 2) valeu três pontos que mantêm acesa a chama da passagem à fase a eliminar na Champions; 3) rendeu a bela maquia de 2,7 milhões de euros...
Elencados os prós, mergulhemos nos contras, que foram muitos e não devem ser branqueados pelo suave sabor do triunfo. Depois de um quarto de hora de futebol solto perante um adversário atónito, o Benfica foi-se apagando progressivamente, abdicando de colocar à flor da relva o jogo que já lhe foi visto em ocasiões anteriores. E se a fase final da primeira parte foi penosa, culminada com a justa expulsão de Rúben Dias, a segunda metade foi catastrófica em termos exibicionais, com escassa ou nula organização colectiva e uma gritante incapacidade de resolver os problemas que o lado esquerdo dos gregos ia colocando. Na fase mais embaraçosa da exibição do Benfica, Zeus, do alto do Olimpo, apiedou-se da equipa da Luz e num minuto apenas, enviou o vírus do egoísmo a Klonaridis, que desperdiçou o 3-2 e acertou com um raio de inspiração em Alfa Semedo, que reencarnou Eusébio e fez o 2-3. Tudo está bem quando acaba bem? Não. Se o Benfica não usar as lições de Atenas para uma autocrítica profunda, fará mal. Nas entrelinhas do que foi dito por Rui Vitória no final da partida, ficou a ideia de que vai aproveitar os dias que faltam até ao jogo com o FC Porto para fazer um alerta geral às tropas. É que, mesmo a jogar com dez, frente ao AEK, havia obrigação de deixar outra imagem. Assim, salvaram-se os pontos e os contos..."

José Manuel Delgado, in A Bola

PS: A necessidade que hoje muitos colunistas sentiram em ir na 'onda' da 'justa' expulsão do Rúben... com alguns até a irem mais longe... Deve-se exclusivamente ao próximo jogo, condicionamento puro...
O Delgado como ex-jogador, devia ter coragem de não seguir o rebanho: o Rúben nada fez de extraordinário, cortou a bola, e o adversário adivinhou o que o Rúben ia fazer, e meteu-se na trajectória da perna... O contacto do pé do Rúben, é no sovaco do opositor... Comparar este lance, com centenas de patadas que estamos habituados a ver no Tugão é absurdo...!!!

WhatsApp

"1. Foram as claques que nasceram dos clubes e não o inverso. Está na hora de o Benfica mostrar que lá em casa mandam os pais e não os filhos. Bem ou mal, as leis são para cumprir.
2. Na ausência do futebol-champanhe, o brinde de anos do FC Porto fez-se com Licor Beirão, graças ao infeliz erro do guarda-redes do Tondela.
3. «Grande calmeirão. Tenho impressão que já foi operado à próstata (gargalhada)». A frase é de um comentador da Sporting TV sobre um jogador do Sintrese durante o jogo de juvenis entre as duas equipas.
4. O pirata que entrou no Instagram do Jonas era seguramente benfiquista. Caso contrário não faria só um like numa publicação anti-Rui Vitória, aproveitaria para mais maldades.
5. No espaço de 48 horas, o Benfica passou de cinco centrais para dois (na Liga). Ainda chega para Vlachodimos formar uma barreira.
6. Os avisos dos árbitros a Felipe parecem-se cada vez mais com as multas da EMEL, que ninguém paga.
7. Os jogadores do Sporting convocados por WhatsApp respondem com o emoji do braço musculado?
8. Nani não chegou a ser o jogador que achava que ia ser e já deixou de ser o jogador que acha que ainda é. Se aceitar isto, é solução e não problema.
9. José Mourinho diz que nenhum jogador está acima do clube. Escusado será dizer acima do clube. Escusado será dizer que o mesmo princípio é válido para o treinador.
10. Nuno Saraiva, ex-director de comunicação do Sporting, admitiu «excessos» na hora do adeus. Despediu-se, portanto, com mais um excesso. De eufemismo, no caso.
11. A FIFA quer obrigar Ronaldo e Messi a estarem presentes nas suas galas, pelo que já contactou Rodiney Sampaio, o rambo de Portimão.
12. Na última AG do clube, Luís Filipe Vieira apelou ao fim das velhas práticas que visam pressionar e condicionar quem está no campo. O Benfica vai deixar o Twitter?"

Gonçalo Guimarães, in A Bola

PS: Sim, Gonçalo, esta coisa do Twitter é igual aos Calores da Noite, às invasões aos Centros de Treino dos Árbitros, das ameaças às famílias dos Árbitros, aos aconselhamentos matrimoniais... etc.. etc... É tudo a mesma coisa!!!
E já agora, se vocês, jornalistas, fizessem o contraditório às mentiras repetidas dos Corruptos, o Benfica não teria necessidade de reagir, via Twitter... recordando que a narrativa transmitida pela matilha não é verdadeira...!!!

Cadomblé do Vata

"1. Contra uma equipa a sério tinha sido épico... contra o AEK foi um beijo mal dado à sra. Vergonha.
2. A segunda parte do SLB seria ridícula, mesmo que só tivéssemos 6 jogadores em campo... possivelmente até tinha corrido melhor apenas com meia dúzia de atletas no relvado, porque era menos gente a atrapalhar-se.
3. Apesar de tudo, ganhamos e interrompemos a série de 8 derrotas consecutivas na Champions... curiosamente conseguimos tal desiderato contra uma equipa com potencial para igualar o nosso record.
4. Desde que Luisão se despediu, Rúben e Conti foram expulsos e Jardel lesionou-se.... façam um seguro de vida para o Lema, com urgência.
5. Para o final fica a menção honrosa ao golo de Alfa Semedo... não só deu a vitória ao Glorioso como também forneceu matéria para trocadilhos "originais" nas capas de jornais de amanhã."

Por serem falsas as insinuações proferidas

"Caro Francisco J Marques, por seu pedido nas declarações proferidas não venho explicar nada, no entanto venho elucidar todos os que queiram saber, das insinuações que o senhor profere com inverdade.
1- O César Augusto.... Boaventura, não é arguido em nenhum processo de corrupção desportiva, falsificação de documentos, furto e ou roubo de documentação privada, difamação e calúnia, qualquer processo ligado a desporto ou agenciamento de jogadores de futebol, Ao Contrário Do Senhor.
2- O César para bem da verdade, não está envolvido em nenhum processo Crime ou Crime continuo, ao Ao Contrário Do Senhor.
3- O César, não se revê na forma de estar com que o senhor rege os seus princípios de honestidade e carácter e por tal, também lhe tem a dizer que nenhum telemóvel até hoje foi apreendido para investigação, que não temo qualquer mensagem passada a jogadores de futebol, presidentes bem como não temo as que troquei com elementos da estrutura do FCP, já parte desses elementos certamente temem algumas que tenho e vou continuar a ter.
4- Por tais factos, o Senhor Dr Paulo Gonçalves, pessoa que prezo e acredito que a seu tempo a justiça vai clarificar tudo aquilo que o envolve, não tinha qualquer interesse em saber da minha vida pessoal, ou se tenho um processo de excesso de velocidade, ou de o que quer que seja que a minha vida pessoal diz respeito, já o senhor mentiu ao tornar público que tenho 3 processos em tribunal, mas como já é de sua prática principal, os métodos de invasão de privacidade também não admira em nada o Grande Mentiroso que o senhor é!
5- Até ao dia de hoje não fui chamado a tribunal por ocultar os meus rendimentos, o que é grave, sendo considerado uma burla ao estado no que diz respeito a pagamento de impostos e obrigações do cidadão, já o senhor não pode dizer o mesmo, estando mesmo acusado com processos crime, A Este Tipo De Pessoas Chama-se Trafulhas.
6- Desafio sua excelência a dizer publicamente que processos tenho e a que se referem, visto que eu próprio não devo, não temo e não preciso esconder, mas sei que não o fará porque vai demonstrar e provar que realmente não sou um Criminoso Como O Senhor.
Por tudo isto, e pelo facto de eu não pactuar com pessoas Mentirosas, não aceitar na sociedade pessoas Sem Carácter e por ter alergia crónica a pessoas Criminosas, luto e vou lutar para provar que o senhor não é correcto, idóneo e consciente, mas esta luta está já em descanso, por tal vá preparando a mala para seguir viagem, porque Vigo é já ali, e o seu tempo está no final, para bem da limpeza do ar que respiramos e essencialmente para o bem do Futebol em Portugal.
Desde investigação a vida privada, escutas, furto de documentos privados, coação a terceiros passando mesmo por suicídios mágicos que conseguem esconder a arma e muitos mais que todos sabiam, mas não “Entendiam”.... O senhor e os seus são peritos, mas a máscara está presa por uma linha podre!!!

PS: Aproveite a promoção do Dr Pau, agora tem novas lentes, que bem lhe vai fazer falta para ler os mais de 50 processos em tribunal que está acusado, dos quais 90% são crime. Desta não escapam porque a Borboleta vai dar à luz brevemente, ela detesta escrotos.
ERROR - Não me consegue por contra o Benfica 😘"

«Bring the Noise: the Jürgen Klopp story»

"A história da carreira do treinador alemão que subiu o Mainz, fez do Dortmund campeão e deu ao Liverpool os acordes para tocar um «heavy metal football».

Jürgen Klopp é hoje um dos mais carismáticos treinadores mundiais. Raphael Honigstein um jornalista e também autor de Das Reboot, livro que explica o renascimento do futebol alemão desde 1990, com o bater no fundo no Euro-2000, até à conquista do título mundial no Brasil, há quatro anos. O treinador é o protagonista de Bring the Noise: the Jürgen Klopp story (edição em inglês, Setembro de 2017), que revisita vários episódios marcantes da sua carreira, embora não de forma cronológica.
Defesa tosco do Mainz, com um ou outro grande golo para contar mais tarde aos netos, mas discípulo interessado de Wolfgang Frank – um dos maiores revolucionários germânicos, que se inspirava em Arrigo Sacchi e que decidiu abdicar do libero, imortalizado por herr kaiser Beckenbaeur, e apostar numa defesa à zona –, Kloppo bebeu do antigo mestre para levar, não sem vários percalços pelo caminho, o clube vizinho da Floresta Negra e sem grande historial até aí, à Bundesliga.
Perante as experiências falhadas com as apostas em Reinhard Saftig e Dietmar Constantini, os dirigentes do Mainz cedo perceberam que a aposta no pupilo de Frank não só iria recuperar as ideias tácticas que maior sucesso tinham trazido ao clube como a equipa podia aspirar a voos maiores.
A ligação de Klopp com dirigentes, jogadores, clube e com o resto da cidade, a roleta de emoções de ver a subida fugir em vários momentos até alcançá-la por fim e depois descer outra vez, antes da mudança para Dortmund. Os títulos conquistados, com uma Yellow Wall em erupção, aproveitando a estagnação do Bayern, e a presença na final da Liga dos Campeões. O gegenpressing. O recomeçar em Anfield, as expectativas, as exigências. Dar sempre o máximo, pisar sempre o limite. Dando voz à família, aos amigos, ex-colegas, ex-jogadores que treinou e directores que com ele se cruzaram no passado, Honigstein salta de episódio em episódio, sublinhando os defeitos e virtudes de um técnicos que rapidamente se tornou dos mais mediáticos, sobretudo a partir do momento em que fez os comentários televisivos, quando ainda no Mainz e na Bundesliga II, de jogos da Mannschaft no Campeonato do Mundo.
Quem já gosta de Kloppo irá certamente gostar ainda mais, e nem é necessário que receba das páginas deste livro qualquer tipo de endeusamento, porque não existe. Já quem não gosta colocará muito provavelmente essas diferenças em causa. É impossível ficar indiferente.
Há uma espécie de paradigma do jogo que diz que os clubes tendem a parecer-se com os seus treinadores por algum tempo. Raphael Honigstein dá-lhe todas as respostas quando se questiona por que com Klopp essa imagem permaneça para lá dos limites."

Quem "matou" a mudança? Suspeito n-º 4 - O Motivo

"Estava pestes a iniciar mais um jogo do F.C. Galácticos, no camarote presidencial estavam várias pessoas, entre elas o Presidente Sr. Mark Angie e um convidado especial, o Detective Colombo, que nas últimas semanas e a pedido do Presidente, tem estado a investigar os responsáveis por “matar” a mudança no Clube e consequentemente comprometer o seu progresso. As bancadas com lugar para 80.000 espectadores, que outrora estariam repletas de apoiantes vestidos com as cores do clube, bandeiras, um entusiasmo contagiante, estavam, agora, “despidas” de pessoas, entusiasmo, vida. O Presidente sentia-se descontente e com cânticos aos jogadores e à equipa e dizia em voz alta o que pensava - “gastámos milhões em infraestruturas, em estádios, pavilhões; passámos e estar nas redes sociais; temos bilhetes anuais e campanhas e, tirando um punhado de partidas, temos pouca assistência e entusiasmo nos jogos! O que é que nos está a impedir de encher os estádios e os pavilhões com pessoas, cor, alegria, entusiasmo e apoio incondicional?”.
“Sr. Presidente fizeram e estão a fazer muitas coisas, mas não está a funcionar, não estão a conseguir os resultados que desejavam” – e continuando perguntou - “como é que despertam nas pessoas o desejo de virem aos jogos, de apoiarem os Atletas e as Equipas do Clube?” – tentava interessadamente verificar o Detective Colombo.
“Apostamos em duas ideias” – respondeu o Presidente Angie – “um, a das pessoas estarem interessadas em terem experiências em que sintam prazer, por sentirem capacidade, competência e importância e para isso, destacamos a vitória como meio para conseguirmos esses objectivos. É como que se as pessoas ganhassem através das vitórias do Clube e com isso se sintam importantes; e outra, das pessoas desejarem evitar situações de desconforto, viverem, no caso, evitando as derrotas do Clube. Com isto, os jogos tornam-se em momentos de “vida ou morte”. Ou seja, polarizamos e dramatizamos as competições, com expressões como o “céu ou o inferno”, “viver ou morrer””.
“Estas duas ideias têm ajudado o Clube a conseguir os resultados de presença, entusiasmo e apoio que desejam?” – inquiriu o Detective Colombo.
O Presidente Angie hesitou na resposta, parecia que tinha a boca seca, mas dado o seu genuíno interesse em melhorar a situação, respondeu – “efectivamente não, o apoio às equipas jovens reduziu drasticamente e dificilmente vemos as famílias dos sócios, os grupos de amigos e os grupos de pessoas que trabalham nas mesmas empresas, nos jogos das Equipas Profissionais.”
“Qual poderá ser a razão de tal afastamento?” – tentava explorar o Detective Colombo. “A ideia do segundo ser o primeiro dos últimos, de ganhar ou perder, viver ou morrer com que se encaram os jogos e as suas consequências: nos escalões de formação, observamos que alguns pais exibem um comportamento agressivo para com os árbitros, os adversários e, por vezes, até em relação aos seus filhos e aos jovens das equipas adversárias. Pontualmente, acontecem desrespeitos e desacatos entre os Pais das duas Equipas. Nos jogos das equipas seniores, alguns adeptos não trazem as famílias aos jogos, com receio do que possa acontecer, dado que, em situações esporádicas, há algumas reacções extremas, que os intimidam e, pontualmente, até nos sentimos embaraçados” – respondeu cabisbaixo o Presidente e acrescentava – “a ideia de despertar o interesse através da procura do prazer – ganhando - e de evitar o desconforto – não perdendo - onde o segundo é o primeiro dos últimos, quem ganha sobrevive e quem perde “morre”, não funciona.”
“Sr. Angie de toda a sua experiência no desporto, alguma vez “tropeçou” num caso de algum Clube ou de algum Campeonato em que as coisas não fossem assim ou fossem como deseja?” – perguntou o Detective Colombo.
“Sim, já assisti. Por exemplo, as finais da Taça são vividas de outro modo. Aliás, são apelidadas como a “Festa do Futebol”. As pessoas vão acompanhadas dos familiares e amigos, vestem-se com as cores do Clube, chegam mais cedo, fazem o seu piquenique e convivem amistosamente com os adeptos do outro Clube. Durante o jogo, desfrutam da experiência e no final, independentemente do resultado, a festa continua” – respondeu o Presidente Angie, acrescentando – “nas ligas norte-americanas também “só há um vencedor” e nem por isso os pavilhões e os estádios deixavam de estar sempre com muita gente entusiástica.”
“Já assistiu a um jogo da NBA, da MLB ou da NFL, Sr. Angie?” – perguntou o Detective Colombo. “Sim, já” – respondeu o Presidente Angie. “Como foi a experiência?” – inquiriu o Detective Colombo.
“Foi sensacional ao ponto de a primeira vez que assisti a um jogo da NBA quase não vi o jogo” – devolveu o Presidente. “Então, quando foi ver o seu primeiro jogo da NBA, quase não viu o jogo!” – exclamou o Detective Colombo.
“Nem mais, lembro-me de ir ver os Atlanta Hawks com os Chicago Bulls. Nenhuma das equipas estava no topo da classificação, mas o pavilhão estava cheio. Na rua e antes de entrar, fui surpreendido. A palavra Atalanta servia de pilares de apoio à estrutura do pavilhão, ao entrar, deparei-me com um hall de entrada com um pé direito descomunal, talvez com altura de uns 8 pisos e numa das paredes, a ocupar toda essa área, havia um ecrã gigante, que quer do hall quer das varandas de todos os pisos era visível. Ainda antes do pavilhão, deparei-me com uma avenida interior, com palmeiras, sobre uns vasos gigantes, uma praça da alimentação e ao fundo o edifício sede da CNN” – descrevia do Presidente Angie, enquanto o Detective Colombo lhe perguntou – “e quanto ao jogo, disse que quase não o viu, o que é que aconteceu?”.
“Detective Colombo” – respondia o Presidente Angie – “vi o jogo, mas havia tanta coisa interessante e divertida a acontecer durante a partida, que não sabia se havia de olhar para o jogo ou para o que estava a acontecer fora das 4 linhas, estava dividido. Já se passaram uns anos desse esse jogo e ainda me lembro, como se fosse ontem, que num dos cantos, a umas 10 filas do campo, estava montado um pequeno palco e havia uma banda de música a tocar ao vivo, durante todo o jogo. Os acordes da guitarra, o som do piano, a acústica do baixo e a repercussão da bateria. Todos os músicos a tocarem não só ao ritmo do jogo, mas também em função da equipa da casa estar a atacar ou a defender e, as espaços, fechava os olhos e desfrutava da música, ora da guitarra, da bateria ou do conjunto. Frequentemente, as pessoas que estavam na bancada apareciam no ecrã central: fossem homens ou mulheres, jovens ou adultos; adeptos da equipa da casa ou da visitante; eram premiadas com lembranças e convidadas a participarem em concursos e desafios. No intervalo, o Clube homenageava pessoas das mais diversas áreas, que tinham sido fundamentais para o sucesso da organização, no passado. Sentia-me vivo, importante, aceite e experimentava diversas sensações agradáveis. Ao fim destes anos, lembro-me de toda esta experiência, mas curiosamente se me perguntar qual foi o resultado do jogo, não lhe sei responder quem ganhou” – justificava o Presidente Angie.
“Presidente, se fosse hoje e tivesse a oportunidade de ter uma experiência semelhante, voltava a ir ver um jogo desses? Levaria a sua família?” – indagou o Detective Colombo. “Detective, a experiência foi tão agradável, os Hawks jogaram mais duas vezes em casa, nos dias em que estive em Atlanta, comprei bilhetes para esses dois jogos e levaria a minha família, amigos e colegas de trabalho sem “pestanejar”, a um desses jogos” – devolveu o Presidente.
“Presidente” – disse o Detective Colombo – “parece que descobriu mais um suspeito de estar a “matar” a mudança que deseja …” – sendo de imediato interrompido pelo Presidente Angie – “sim, descobri que há a perspectiva do segundo ser o primeiro dos últimos ou de ganhar ou perder, viver ou morrer, baseada nos princípios de evitar o desconforto, que tem norteado os motivos do nosso Clube e que existe a alternativa do espectáculo, do entretenimento, da emoção apoiada no princípio de procurar o prazer e na necessidade de viver momentos memoráveis e significativas, na possibilidade de nos sentirmos importantes, na opção de despertar o interesse através da oferta de experiências diversas, como acontece com a possibilidade de apoiar várias modalidades ou da variedade de experiências que podemos proporcionar durante os jogos e na oportunidade de desfrutar do sentimento de aceitação e de pertença a um Clube, a uma causa, a propósitos nobres e a uma organização que valoriza o que é importante na vida das pessoas.”
“Realmente, os motivos pelos quais as pessoas apoiam e vivem o Clube podem fazer a diferença” – pensava o Presidente – “que via os Campeonatos nos países Europeus e os Campeonatos Profissionais Americanos de Basquetebol, de Futebol Americano e de Beisebol, a apoiarem-se em diferentes motivos. Para voltar a ter os estádios cheios, os dias dos jogos podiam ser momentos de festa e as pessoas desfrutariam de experiências memoráveis e desejariam repeti-las, mas para isso, necessitamos de activar outros motivos ou razões, para além da vitória ou da derrota.”
“Sra. Burlington” – chamou o Presidente Angie. “Sim, Presidente” – respondeu a famosa Secretária do Presidente. “Amanhã cedo, marque-me uma reunião com o departamento de marketing e comunicação, vamos mudar algumas coisas.”
Nisto, o árbitro apita, o jogo começou e enquanto o jogo decorria, o Presidente pensava que o Clube tinha de mudar os motivos pelos quais as pessoas podiam querer acompanhar, apoiar e desfrutar do Clube, que tinha que “montar” um espectáculo e o Detective Colombo recordava a quantidade de organizações que tinha investigado em que a qualidade dos motivos tinha e estava a “matar” a mudança desejada."

Vermelhão: Sofrimento...

AEK 2 - 3 Benfica


Pelo menos vamos deixar de ouvir a conversa dos oito jogos a perder na Champions!!! Mas podíamos ter vencido de outra forma... mais tranquila!
O jogo fica marcado pela expulsão do Rúben... mudou totalmente a feição da partida. Chegámos aos 0-2 com facilidade e naturalidade, e até podíamos ter  marcado mais um ou dois...
Não tentámos dominar territorialmente a partida, defendíamos no nosso meio-campo, mas até tivemos boas saídas para o ataque, não em contra-ataques rápidissimos, mas em ataques apoiados... Por exemplo, com Bayern, sofremos os dois golos, após fazer pressão alta sobre o adversário, hoje por opção estratégica não arriscámos tanto...
É verdade que ainda na 1.ª parte, o AEK obrigou o Odysseas a algumas boas defesas, mas sentia-se que o jogo estava controlado e quando todos falhavam o Odysseas estava lá...!!!
Na última jogada da 1.ª parte, segundo amarelo para o Rúben... numa jogada parva: houve uma hesitação entre o Rúben e o André... o Rúben acabou por assumir o lance, mas na minha opinião não merecia o amarelo: o árbitro até podia ter marcado pé alto, mas o cartão foi absurdo, pois o Rúben 'corta' a bola e o acaba por ser o adversário, que meteu o braço à frente da bola...
Alguém tinha que sair, a opção foi o Salvio... em teoria seria a melhor decisão, mas na prática acabou por ser uma 'complicação'!!! Pois o lado direito ficou totalmente desequilibrado: o André tem estado irreconhecível defensivamente... e sem o apoio em condições, nem do Pizzi, nem do Gedson... ficámos com um buraco enorme por aquele lado!!!
Mas a equipa ficou claramente afectada... mesmo jogando com 10, podíamos ter tido mais bola... Faltou, alguma experiência: acabámos com dois Centrais estreantes na Champions, e muita juventude...
Até que entrou o nosso Éder!!! O Alfa entrou bem, mesmo antes do golo já tinha dado indicações positivas... mas ninguém vai esquecer aquele golo, muito menos o Alfa...!!!
Individualmente, os destaques vão ser essencialmente para os jogadores mais desgastados para Domingo: Seferovic, Fejsa, Gedson fizeram uma autêntica 'maratona'!!! Em sentido contrário o Salvio, o Pizzi e o Cervi devem estar 'frescos'!!!
O MVP foi claramente o Odysseas. E não foi só hoje... e esse é o principal problema, o Odysseas tem sido obrigado em todos os jogos (mesmo com o Aves) a fazer grandes defesas, e isso é sinal que a equipa não está a defender bem... Hoje, foi uma autêntica parede!!!
Recordo as ausências, por lesão, ou que ainda não 'regressaram' após lesão: Ebuhei, Jardel, Gabriel,  Félix, Krovi... Jonas e Corchia! Diria que 6 destes jogadores vão ser titulares quando estiverem totalmente recuperados (Corchia, Jardel, Gabriel, Krovi, Félix e Jonas)!!! Ainda por cima, alguns são os nossos jogadores mais experientes e lideres do balneário!!!
O clima para o clássico de Domingo, mesmo com esta vitória não e famoso. O Lema por exemplo, fez 45 minutos, e voltou a demonstrar os seus defeitos: pouca velocidade, duro de rins... No jogo aéreo é bom, tanto a defender como no ataque, mas com os Corruptos vai ter muitas dificuldades... As criticas ao nosso treinador vão continuar, mesmo com todas as incidências do jogo desta noite... já tem uma legião de 'ódios pessoais' relevante, e sem metade da equipa 'normal' disponível, não está fácil...!!!
Além da expulsão do Rúben, ainda tivemos mais duas decisões altamente prejudiciais: nos dois golos do AEK, existe fora-de-jogo!!! São ambos milimétricos, mas existem... e ainda existiram outros ataques em fora-de-jogo que passaram!!! Ninguém vai realçar, este facto, mas basta ver as repetições!!! Com tantas alterações na nossa defesa, acaba por ser razoável a nossa linha defensiva não estar tão bem coordenada, mas mesmo assim os foras-de-jogo deviam ter sido assinalados... E uma das grandes defesas do Odysseas, foi após um controle com o braço do avançado grego...
O empate do Ajax em Munique, também não nos foi favorável...!!! Acredito que o Bayern nas próximas duas jornadas vai fazer 6 pontos com o AEK, isto quer dizer que o Bayern-Benfica, será muito provavelmente onde o Bayern poderá matematicamente garantir a qualificação... e depois irá a Amesterdão na última jornada já qualificado!!!
Enquanto isso, o Benfica com estes resultados, não pode perder em Amesterdão, porque mesmo ganhando na Luz na 4.ª jornada, ficaremos atrás do Ajax (podemos mesmo fazer 10 pontos e ser eliminados!)... Sendo que agora com o castigo do Rúben é essencial a recuperação do Jardel para esse jogo em Amesterdão!


Providência aceite

"A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD foi hoje notificada e congratula-se com a decisão do Tribunal Arbitral do Desporto de aceitar a providência cautelar apresentada tendo em conta a decisão do CD da FPF de punir com um jogo à porta fechada o Estádio do SL Benfica.
A SL Benfica – Futebol, SAD não deixa de realçar a coincidência e singular momento escolhido para deliberar sobre esse castigo por parte do CD da FPF, gerador de inevitável instabilidade em vésperas de importante clássico."