quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Sabe quem é? De carrinha para os treinos - Rui Vitória

"10 dias após morte dos pais num acidente, o destino mudou-se-lhe; Padre pô-lo a caminho do paraíso

1. A mãe era escriturária, o pai era soldador - e tinha sido guarda-redes do Alverca. Pela mão dele ganhou a paixão pelo futebol. «Começávamos de manhãzinha, voltávamos à hora de almoço a casa, comíamos -  e às três da tarde regressávamos ao campo. Viámos os escalões todos do Alverca - e aos 9 anos também eu fui jogar».

2. João Alves e Platini, Zidane e Rui Costa foram os ídolos que se lhe agarram ao fascínio. Até aos 17 anos mostrou-se sempre bom aluno - e, de um instante para o ouro, derrapou no destino: «Cheguei ao 12.º ano, estava, então, a treinar nos juniores e a jogar nos seniores do Alverca. Decidi armar-me em futebolista apenas - e chumbei. Foi uma lição».

3. Ter jogado no Alverca na II Liga, com Mário Wilson a treinador - foi o seu pináculo como futebolista, os demais clubes por onde cirandou foram o Fanhões, o Vilafranquense, o Seixal, o Casa Pia, o Alcochetense. «Só não fui um bocado mais longe porque, na altura, havia em mim a preocupação de fazer o curso de Educação Física».

4. De um instante para o outro, mudou-se-lhe o futuro - no dia 1 de Outubro de 2002. «Tinha 32 anos, era médio-centro do Alcochetense, desafiaram-me para treinador do Vilafranquense. Não era normal jogador da terceira divisão ser convidado para treinar na segunda. Nesse mesmo domingo também me convidaram para treinar o Alcochetense. Como tinha falado meia hora mais cedo o Vilafranquense, foi para lá que fui. Abandonei como jogador - e continuei a dar aulas».

5. Dias antes, a 21 de Setembro, os pais morreram-lhe num acidente de automóvel. «A minha mão viva preocupada, sempre a perguntar-me: 'O que é que vai acontecer quando deixares de jogar, como é que vais alimentar a tua paixão pela bola?' Eu dizia-lhe: desde que me deem uma equipa de juniores para treinar já fico satisfeito! Fui eu que os levei para a cova, acompanhei-os até ao fim no caixão - e estejam onde estiverem, hão de estar sempre a torcer por mim, cada passo que dou, cada sucesso que atinjo, naturalmente que é para eles».

6. Logo nesses primeiros tempos de treinador no Vilafranquense apanhou drama diferente (que se repetiu): «Houve momentos em que entrámos em campo com uma faixa a reivindicar ordenados. Os salários eram muito baixos, havia jogadores que já nem tinham dinheiro para ir ao treino, deixaram de jogar - eu tinha de dar resposta à situação, apreendi ali».

7. O Benfica convidou-o para seu treinador de juniores - ficou a 15 minutos de ser campeão (um arbitragem polémica em jogo contra o Sporting de Paulo Bento levou-lhe o sonho). Na época seguinte, decidiu largar o posto, sem ter clube à vista - e, na semana seguinte, António Pereira, o padre que era presidente do Fátima, desafiou-o para lá...

8. De manhã continuava a dar aulas de EF em Alverca - e ao fim da tarde ia a Fátima treinar: «Tinamos uma Ford Transit, apanhava grupo de jogador de Lisboa, o Marinho, o Saleiro, outros mais, e íamos todos juntos na carrinha e voltávamos. Assim eliminámos o FC Porto da Taça da Liga, ganhámos ao Sporting...» (Em dia de jogo, o autocarro não podia fazer marcha-atrás com jogadores e treinadores lá dentro, uma vez obrigou-os a sair, dizendo: «Não gosto de recuar, comigo é sempre para a frente» - e outra superstição se lhe viu: virar as costas à baliza quando um jogador seu estivesse a marcar penalty).

9. Saltou para o Paços de Ferreira - e foi à final da Taça da Liga, perdeu-a para o Benfica de Jorge Jesus, por 2-1.

10. O V. Guimarães foi buscá-lo - e no primeiro dia adeptos invadiram o treino em agreste manifestação, contou-o: «Quando vi aquilo pensei: 'Era disto que precisava. Estou num clube grande'. Ia atrás dos jogadores no túnel, ouvi 'Ó mister, já estão ali a bater no Faouzi' - era eu a querer entrar e eles a voltarem para trás, porque andava tudo engalfinhado. Depois-se foi o colapso financeiro apareceram os salários atrasados...»

11. Com os jogadores sem receberem ordenados durante seis meses (e dizia-se que alguns já ameaçava faltar-lhe dinheiro para comida) ganhou a Taça de Portugal ao Benfica de Jesus - e o resto é o que se sabe..."

António Simões, in A Bola

Grande Ricardo...

Ricardo dos Santos, está na final dos 400m do Europeu de Berlim!
O jovem Benfiquista, depois de ter batido o recorde nacional nas qualificações, voltou a bater o recorde nacional nas Meias-finais, conseguindo ser repescado por tempos para esta Final histórica!!!
O potencial do Ricardo foi reconhecido cedo, mas as últimas épocas têm sido madrastas com várias lesões, e tempos abaixo do esperado... Com o 45,14s de hoje, voltou a ser possível levar o recorde nacional para a casa dos 44s!!! Não espero novo recorde na Final de sexta-feira, mas... sem lesões o Ricardo vai lá chegar!!! Na Final, o Ricardo 'parte' com o 7.º melhor tempo das Meias-finais, portanto as aspirações são baixas... ainda por cima numa prova, onde quase todos os finalistas, fizeram as suas melhores marcas do ano...


Ontem, o Tsanko Arnaudov, obteve o 9.º lugar na Final do Peso: 20,33m. Ao contrário das qualificações, a Final foi muito competitiva, com várias atletas a ultrapassar os 21 metros... O 9.º lugar acaba por ser um mal menor, numa época marcada por uma lesão que 'sabotou' a evolução do Tsanko...

O José Pedro Lopes, nas Meias-finais dos 100m, fez 10,40s ficando no 21.º lugar no geral. A 'vitória' foi a qualificação para as Meias-finais...

O Pedro Isidro, terminou os 50 Km Marcha, no 24.º, com 4h11m44...

O André Pereira estreou-se nos grandes campeonatos, com uma má prova nos 3000 Obstáculos, com 8:55.63m, longe do seu melhor...

O Samuel Barata não terminou a prova dos 10000m. Foi uma época muito longa do Samuel... no futuro, se o objectivo for fazer um resultado interessante num campeonato de Verão, a gestão de Inverno terá que ser diferente...

PS: Parabéns à Inês Henriques, pelo Ouro nos 50 Km Marcha... e já agora, parabéns ao Rui Oliveira, pela Prata, na prova de Eliminação no Ciclismo de Pista...!!!

Uma águia bipolar

"Benfica com'pouca baliza' (e não só) na primeira parte. Tudo foi diferente após o intervalo, e o resultado até peca por escasso

Muito curto
1. O primeiro jogo oficial da época para o Benfica foi uma espécie de primeira mão da meia-final de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões (se passar, defrontará na final o PAOK ou o Spartak de Moscovo), com estádio cheio e ambiente fantástico, aspecto muito importante para os jogadores. O Benfica apresentou-se no seu 4x3x3 habitual, sem surpresas em relação ao onze esperado, e até entrou bem, com um lance em que parece haver penálti sobre Cervi (e com castigo máximo e expulsão, a história do jogo poderia ter sido outra) - faço aqui um parêntesis para vincar que numa competição tão importante, que envolve tantos milhões, é incrível não haver árbitro de baliza nem (sobretudo) VAR. Apesar dessa ameaça logo no arranque, a primeira parte foi equilibrada. O Benfica, ofensivamente, foi pouco intenso, pouco móvel, pouco agressivo, pouco veloz, com poucos envolvimentos e com pouca baliza, colocando pouca gente em zona de finalização (Pizzi, em particular, muito recuado) e com circulação de bola muito estéril. O Fernerbahçe, equipa com qualidade e experiência, conseguiu controlar bem o ataque encarnado e levar muitas vezes o jogo, em posse, para o meio-campo adversário, mesmo sem causar perigo face ao comportamento defensivo das águias, que nunca estiveram em risco. Praticamente não houve oportunidades.

Quem os viu
2. Após o intervalo comprovou-se o que já se tinha visto na pré-época: um Benfica bipolar, com duas caras, naquilo que é capaz de apresentar em campo entre uma parte e outra (seja da primeira para a segunda, como foi o caso, ou da segunda para a primeira). Em tudo aquilo em que tinha sido pouco, o Benfica foi mais, do ponto de vista ofensivo: mais intensa, mais móvel, mais agressiva, mais veloz, mais desinibido, mais criativo, com mais envolvimentos e combinações, com mais baliza, com mais risco, com mais vertigem, mais gente a surgir na área adversária - Pizzi, sobretudo, ganhou metros, apareceu mais na frente, o próprio Gedson também (mostrou, mais uma vez, que é um projecto muito interessante de jogador), mesmo que o Benfica nunca tenha conseguido impor, no corredor central, a envolvência que demonstrou nos corredores laterais. E Rui Vitória esteve bem ao lançar Castillo por Ferreyra, já que a equipa precisava ali de uma referência mais vincada (até do ponto de vista físico), capaz de abrir mais espaços. Quando o Benfica marca, já estava dono e senhor do jogo, sentindo o adversário cada vez mais frágil. Estratégia ou impotência do Fenerbahçe? Pareceu o segundo caso, com muito mérito de um Benfica soltinho e com óptima condição física que levou por completo o jogo para o meio-campo do adversário, obrigando-o a praticamente só defender. A vantagem é curta mais importante, acabando o resultado por pecar até por escasso. Por aquilo que fizeram na segunda parte (apesar das poucas oportunidades de parte a parte), os homens da Luz mereciam mais um golo.

Sem 'matador'
3. Ferreyra não apareceu, Castillo mexeu com o jogo, mas, ainda assim, longe de poder fazer esquecer... Jonas. Sobretudo na segunda parte, com tanto volume de jogo ofensivo a chegar à área do Fenerbahçe, sentiu-se a falta do instinto matador do brasileiro e das suas movimentações.

Última nota: do meu ponto de vista, Cervi foi o melhor em campo, e não apenas pelo golo."

Vítor Manuel, in A Bola

Mais vale um pássaro na mão...

"Uma vitória tangencial, sem golos sofridos, foi o pecúlio do Benfica depois de 90 minutos de futebol calculista, frente ao Fenerbahçe. Bom resultado? Istambul, onde está prometida uma noite de roer as unhas à equipa de Rui Vitória, o dirá. Para já, os encarnados têm razões para acreditar na passagem ao play-off da Champions, apesar de ser sabido que o rendimento das equipas turcas em casa sobre exponencialmente. E essas razões fundam-se numa experiência internacional vasta (e muito positiva, se apagarmos o desastre da época passada), que poderá permitir a criação de mecanismos de controlo do jogo, no aproveitamento do esperado balanceamento atacante do Fenerbahçe e na qualidade individual de alguns jogadores do Benfica, que tem na geringonça da esquerda (Grimaldo e Cervi) um argumento muito forte.
Do jogo de ontem resultou claro que Rui Vitória preferiu um pássaro na mão a dois a voar. Quando optou pela troca directa de Ferreyra por Castillo (dois jogadores que parecem exemplarmente complementares), o sinal que enviou para dentro e fora do campo foi sintomático e só o futuro dirá se tomou a opção mais aconselhável. Para já, respeitável calculismo do treinador do Benfica deu para este um a zero que permite algum optimismo. Mas ficou no ar muitas dúvidas quanto à escolha do 4x3x3 (na versão peso-pluma apresentada no que vai desta época) para enfrentar uma temporada que será essencialmente jogada em ataque continuado e não na exploração de espaços.
PS - Parabéns a Inês Henriques por mais um ouro, desta feita europeu, após 50 quilómetros de sofrimento..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Tem o que tem, joga com o que há

"Rui Vitória é o treinador que qualquer presidente gostaria de ter a liderar a sua equipa de futebol. Dele não sai uma dúvida, uma interrogarão, uma brisa de pensamento que possa ser confundida com a mais leve crítica ao desempenho da administração. Tem o que tem, joga com o que há. Dele não se ouve um reparo, um sinal de inquietação, um sopro de desilusão por qualquer desejo incumprido.
«Estamos preparados» - assegura o treinador a horas do início de um jogo que, apesar de competitivamente tão precoce, pode marcar uma época. Há várias maneiras de entender a afirmação, tão peremptória ela é, mas nenhuma se deve confundir com falta de sentido de responsabilidade. Acontece, apenas, que Rui Vitória é um treinador prático e um homem pragmático. Não vale a pena esperar dele a impetuosidade emotiva de Sérgio Conceição, ou a gestão política da palavra de um José Mourinho. Vitória é o que o povo chama de pão pão, queijo queijo e aquela canção brasileira que fala do não adianta chorar parece sido feita para ele.
Os jornalistas podem insistir com perguntas que poderiam causar perturbação em qualquer treinador à beira de um jogo decisivo e depois de um ensaio geral inquietante da sua equipa. O discurso não difere de qualquer outro, em vésperas de um qualquer jogo e de um qualquer adversário. No fundo, todos os jogos são difíceis e todos os adversários têm virtudes. O que importa é que a equipa esteja preparada e Rui Vitória garante que sim. Preparada para jogar. Depois de verá se preparado para ganhar."

Vítor Serpa, in A Bola

Quem 'matou' a mudança? Suspeito n.º 3

"“Já era treinador há alguns anos e enfrentava uma situação difícil” referia o famoso Treinador Brad Wooden ao Detective da brigada de crimes empresarias, Peter Colombo.
Brad Wooden levava mais de 30 anos como treinador, era senhor de uma estatura média, na sua juventude tinha sido um jogador mediano, prematuramente deixou de jogar, cedo começou a treinar e o seu trajecto revelava uma resiliência notável. Presentemente, o treinador Brad Stevens figurava na história do desporto profissional como um dos melhores, senão mesmo o melhor treinador de todos os tempos. Contudo, não tinha sido sempre assim e era sobre um grave e transformador momento que estava a falar.
“Mas o que é que aconteceu de relevante” – perguntou ansiosamente o Detective Colombo.
“Ainda como jogador” – dizia o Treinador Wooden – “tinha tido um treinador que não clarificava as regras. No início da época, os jogadores estavam muito satisfeitos, iam testando o pulso ao treinador, com o tempo os treinos não tinham ritmo, começávamos a ficar algo insatisfeitos e, a meio da época, acabava por resultar em anarquia e maus resultados. Os mesmos atletas que inicialmente gostavam da liberdade, acabavam a queixarem-se ou a tentarem “apanhar o fogo” sozinhos. A sua intenção era a melhor: dar liberdade para os jogadores expressarem todo o seu potencial, mas paradoxalmente os resultados da dedução das regras foram péssimos. Aquela experiência tornou clara que a ausência de normas que regulassem o comportamento das equipas não funcionava. Detective Colombo conheceu algum professor ou treinador que não clarificasse as regras?”
“Sim” – respondeu o Detective Colombo e continuou – “na escola tive um Professor que acreditava que a Educação vinha de casa e esperava que os alunos importassem para a aula as boas práticas de relação e de trabalho, que tinham aprendido em casa. Porém, os alunos eram muito diferentes e provinham de diferentes famílias e contextos. Assim, repetíamos nas aulas o que de bom e o que de menos bom tínhamos “aprendido” em casa. Infelizmente, a diferença entre os contextos familiares e sociais acabava por condicionar o bom funcionamento desta perspectiva, aliás provocava os mesmos maus resultados que a dedução do seu treinador.”
“Exacto Detective Colombo, por isso” – continuava o Treinador Wooden – “quando comecei a treinar a ausência de regras não era uma opção, pois não conduzia aos resultados desejados. Pelo que, antes das épocas iniciarem, começava a lembrar-me das situações que tinham provocado problemas nas equipas em que tinha jogado e estabelecia regras para punir os atletas que causassem esses problemas. Lembro-me de dizer aos meus atletas que tinha sido um jogador “traquinas” e que o que quer que pensassem fazer, que prejudicasse a equipa, eu já tinha feito e isso não iria ser permitido. Assim, impunha as regras aos Jogadores e às Equipas, com a intenção de obter os melhores resultados. Comecei a observar que impor as normas funcionava no imediato, no curto-prazo, com organização e concentração. Contudo e com o tempo, criava problemas de relação, justiça, conflitos e, no final, alguns jogadores queriam abandonar a equipa. O que parecia ser uma solução no imediato, acabava por comprometer os resultados no médio e longo-prazo. Impor as regras oferece aos jogadores uma estrutura, contudo eles também sentem pouca margem para errarem e com isso: uns reagem não tentando, de forma a evitarem repreensões e consequentemente ficam eles e as equipas aquém do que são capazes; enquanto outros confrontam os Treinadores, desviam toda a sua energia para o confronto interno, em vez da disputa com os adversários externos, que é o que nos interessa, e as equipas e os jogadores acabam por jogar abaixo das suas capacidades.”
O Detective Colombo de imediato averiguou - “por que razão é que muitos Treinadores fazem isso?”.
“Julgo que como eu, acreditam que a organização é necessária para o sucesso das equipas” – retribui o Treinador Wooden e continuou – “por isso é que eu estava numa situação difícil: sabia que a ausência de regras ou esperar que todos fossem educados gerava resultados catastróficos e compreendia que impor as regras provocava igualmente desenlaces trágicos. Umas e outras produziam múltiplos problemas nas equipas: ou haviam queixas de que os treinadores não tinham pulso; ou as disputas dentro das equipas eram frequentes e, com isso, os dirigentes recorriam com frequência às “chicotadas psicológicas”, que não só não resolviam os problemas, como provocavam a repetição destas situações desastrosas. Não tinha uma alternativa com o melhor dos dois mundos: a liberdade e a estrutura reguladora. Este era o meu problema como treinador: ter um sistema de regulação dos comportamentos que oferecesse simultaneamente liberdade e estrutura.”
“Estou em crer que hoje não tem esse problema?” – indagou o Detective Colombo baseando-se nos excelentes resultados do Treinador Wooden e do que os jogadores que nos últimos anos treinou diziam dele e continuou – “o que é que faz de diferente, agora?”.
“Comecei a observar outros treinadores de qualquer modalidade, passei a estudar a forma como os líderes podiam influenciar as regras das equipas e fiz várias formações abordando estas temáticas. Percebi que conhecia perfeitamente três formas de estabelecer as regras das equipas: deduzidas – quando as regras não são explicitadas e os jogadores vão testando até onde podem ir; importadas – quando as regras não são estabelecidas e espera-se que os jogadores importem para o treino as regras aprendidas em casa; e impostas – quando os treinadores impõem regras, muitas vezes punindo o que não deve acontecer. Porém, também descobri uma quarta alternativa que funcionava e funciona” referia o Treinador Wooden, quando o telemóvel toca e o Treinador atende a chamada, depois de perguntar se o Detective não se importava.
A chamada devia ser importante, pois o Treinador Wooden afastou-se do Detective Colombo. Enquanto isso, o Detective Colombo estava curioso e pensava – “qual é a alternativa que o famoso Treinador Wooden descobriu e que funciona?”.
O Treinador Wooden desliga o telemóvel e regressa. “Estava a dizer” – começou o Treinador Wooden – “que às normas impostas, deduzidas ou importadas, temos a opção de induzir normas funcionais, que permitem disponibilizar uma estrutura que potencia simultaneamente a regulação e a liberdade, os resultados e a boa relação, entre as pessoas que Treinam e as pessoas que Jogam. Mudei, passei a induzir normas funcionais e os resultados não podiam ter isso melhores. Os jogadores tinham uma estrutura reguladora que permitia a liberdade com responsabilidade. Os resultados quer imediatos, quer a médio e longo-prazo foram excecionais. Os jogadores passaram a gostar e a querer ficar no Clube, só começaram a sair por motivos plenamente justificáveis. Quando o faziam, passaram a recordar-nos como a sua casa Mãe, a terem saudades e regressarem ao nosso convívio, no final das épocas. Hoje, sou frequentemente apontado como um dos melhores treinadores, mas se não tivesse mudado a forma de influenciar as regras e normas das equipas, passando a induzi-las, nunca ou muito dificilmente teria conseguido os resultados que consegui, nomeadamente a repetição de bons resultados, época após época.”
“História fantástica de mudança” - pensava o Detective Colombo, ao mesmo tempo que se interrogava, questionou o Treinador Brad Wooden – “mas como é que isso poderá estar a “matar” a mudança no Clube?”. “Detective observe os treinos das várias modalidades e dos diferentes escalões etários e, infelizmente, encontrará a resposta” – respondeu o Treinador Brad Wooden.
A conversa tinha sido muito enriquecedora e nos dias seguintes o Detective seguiu a sugestão do Treinador Wooden e no final tinha descoberto mais um suspeito e estava na hora de falar com o Presidente do F.C. Galácticos, o Sr. Mark Angie, o que aconteceu depois de ligar e marcar uma reunião com a sua competente secretária, a Sra. Judy Burlington.
“Presidente Angie, depois de falar com o Treinador Brad Wooden, seguir a sua sugestão e observar treinos de várias equipas, mas também de verificar a forma como vários departamentos do Clube estão a funcionar, suspeito que a forma como as normas ou regras estão a ser estabelecidas poderá a estar a “matar” a mudança” – disse o Detective Colombo.
O Detective Colombo explicou tudo o que conversou e observou e no final o Presidente Angie rematou - “e se o Clube conseguisse melhorar a forma como os diferentes sectores estabelecem as regras de funcionamento? Imagine-se como poderá ser o Clube se todos os departamentos passassem a induzir normas funcionais, em vez de as deduzir, importar ou impor” – ao que o Detective Colombo rematou – “como poderão ser as experiências e resultados das pessoas que estão nas Escolas, nas Empresas, nas Fábricas, (…), se as regras de funcionamento resultassem de normas funcionais induzidas?”"

Vermelhão: sabe a pouco...

Benfica 1 - 0 Fenerbahçe


Primeiro jogo oficial da época, com uma vitória escassa... percebendo que nestas eliminatórias é muito importante não sofrer golos em casa, principalmente quando se joga a 1.ª mão em casa, o Benfica não entrou no jogo 'arriscando' tudo... e só na 2.ª parte, acabámos por sufocar o adversário, principalmente após a entrada do Castillo... Que como eu tinha escrito após a derrota com o Lyon: neste 433 o Castillo é muito mais útil do que o Ferreyra, já que o Chileno não se esconde, dá linhas de passe, ganha os duelos físicos... enquanto o Argentino é mais o típico avançado 'mamão'!!!

Defensivamente não tivemos problemas, o Fener também arriscou 'pouco' ou mesmo nada... o remate mais perigoso foi já nos descontos! Os maiores 'problemas' foram mesmo umas bolas mal perdidas por nós na 1.ª fase de construção...!!!

A necessidade de outro médio no plantel é óbvia. O Krovi só irá regressar lá para Outubro, mas até lá, além dos jogos da Champions, temos jogo com os Lagartos e com os Corruptos!!! O Pizzi hoje foi obrigado a recuar, para organizar o ataque... nunca aparecendo na zona onde se sente mais confortável: na meia-lua!!! Deixando o Benfica com pouca gente no último terço...

O Gedson, tem sido muito criticado (o meu parceiro de bancada não pode com ele...!!!), usam o álibi da falta de experiência! É verdade que o Gedson toma decisões erradas, tem algumas hesitações irritantes... mas actualmente é um autêntico 'bombeiro' naquele meio-campo!!! Os 'buracos' tácticos que o Benfica 'abre' durante o jogo, tem sido o Gedson a tapá-los: nas laterais, nas costas do Pizzi, e até nas costas do Fejsa... O Sérvio, nunca foi um 6 posicional, vai muitas vezes à queima, e quando perde o duelo deixa o meio-campo desguarnecido... tem sido o puto a safar o Benfica nessas ocasiões!!! E além disso, é o nosso jogador mais agressivo na pressão alta...

O Cervi marcou o golo, mais uma vez deu tudo em campo, mas foi das 'piores' exibições do Benfica!!! O Zivko na esquerda dá mais à equipa... e em Istambul até o Rafa poderá/deverá ser hipótese!!!

Não sei se o Salvio está a jogar para a 'renovação' ou para a 'venda', mas tem sido o Toto e o Grimaldo os nossos desequilibradores nas Alas... Bom início de época, para ambos!

Mais um 'presente' envenenado enviado pela UEFA! Este Bielorrusso, habituado à extremamente 'competitiva' Liga do seu país, veio fazer mais uma daquelas actuações anti-caseiras como só no Estádio da Luz acontecem!!! Inacreditável, a cumplicidade com o anti-jogo Turco... além da forma como não marcou, propositadamente, faltas a favor do Benfica nos últimos 20 metros, incluindo o penalty sobre o Cervi...!!!

Estatisticamente, o 1-0 na 1.ª mão é um bom resultado... Este Fener está ao nosso alcance, e nem o ambiente deveria assustar, mas temos que ir para Istambul à procura do golo fora...