sábado, 30 de junho de 2018

Campeões Nacionais de Juvenis

Benfica 5 - 0 Corruptos


Vitória justíssima, provavelmente da melhor geração do Benfica, do CFC !!!
Talento a transbordar, e hoje, vários dos jogadores que não jogaram, seriam titulares em qualquer dos nossos adversários!!!!

Parabéns, ao Renato, ao scouting... e aos jogadores, que após um início de fase final hesitante, 'acordaram' a tempo...

Foi pena, o título perdido ingloriamente nos Iniciados, pois fariamos o 'tri' nas camadas jovens!!!

Frustrante...

Sporting 3 (2) - (0) 3 Benfica

Muito frustrante, perder um campeonato após dois 'match-points' perdidos nos penalty's!!!
Hoje, provavelmente até terá sido o nosso melhor jogo da Final... mas quando em 4 penalty's não se consegue marcar um golo!!!!!!!!!!!!

As ameaças resultaram, porque os apitadeiros são cobardes!!! Nestes últimos jogos, perdi a conta a expulsões perdoadas aos Lagartos, hoje tanto o Merlin com o Varela tinham que ter visto o vermelho... além dos constantes festejos/provocadores dos Lagartos para com os adeptos do Benfica!!!

A humanização de Cristiano Ronaldo

"Se Cristiano Ronaldo não fosse Cristiano Ronaldo dir-se-ia, em bom futebolês, que tinha sido aquele o sujeito que "enterrou" a nossa selecção no jogo com o Irão e a fez cair para o indesejado 2.º lugar no Grupo B. Não só desperdiçou uma grande penalidade como se arriscou a ser expulso depois de uma semi-cotovelada num adversário. Essa amável agressão, em termos práticos, serviu para elevar os níveis de hostilidade do público, dos jogadores iranianos e até do árbitro e do VAR que, minutos depois, lavariam as consciências apontando uma grande penalidade bastante duvidosa contra a equipa portuguesa. Mas como Cristiano Ronaldo é Cristiano Ronaldo o que importou verdadeiramente foi que tivemos o privilégio laico de o vermos não como uma divindade mas "humanizado" pelas falhas. Hoje, no entanto, convém que se "desumanize" outra vez a partir das 7 da tarde.
Ricardo Quaresma e Carlos Queirós trocaram um chorrilho de acusações no rescaldo do jogo da última segunda-feira. Pode-se dizer que, até ao momento, foi este o único episódio folclórico da campanha corrente, o momento "tuga" da presença nacional na Rússia. E basta. Esta novela picaresca, recheada de contas antigas e de crispações modernas, teria todos os ingredientes – ódios, vinganças, baixarias – para se constituir num êxito mediático com o consequente furor de audiências a arrastar tudo e todos para uma discussão sem fim sobre os méritos e os pecados dos intervenientes. Mas não foi nada disso que se passou. A altercação entre compatriotas durou pouco mais de 24 horas e extinguiu-se com a naturalidade com que se extingue qualquer vulgar caso do dia embora, neste confronto, se registassem inúmeros elementos retóricos do tipo animalesco e de lesa-Pátria que são tão do agrado das multidões.
Poderia, de facto, a guerra Quaresma-Queirós ter obtido os favores do público para se transformar no grande entretenimento nacional merecedor de aberturas de telejornais e de programas televisivos que lhe fossem inteiramente dedicados. E teria sido assim, certamente, se não estivesse o país ainda esgotado psicologicamente com a novela anterior que se arrastou por meses e só terminou na madrugada de domingo passado no palco da Altice Arena com choros, ranger de dentes, ameaças físicas, insultos e forte presença policial. Nos tempos mais próximos e depois de uma coisa daquelas torna-se muito difícil, quase impossível, que qualquer outro dramalhão consiga agarrar a devoção dos consumidores. A desintoxicação do público vai demorar."

Salve, Maradona

"Uma bola de futebol com uma coroa de Cristo e algumas gotas de “sangue”, uma árvore de Natal com fotos do ídolo penduradas como “estrelas”, um terço em cuja ponta aparece uma chuteira em vez de um crucifixo, o nome “Diego ” em substituição de “Amen”, uma infinidade de objectos e rituais seguidos com devoção por milhares de fiéis da chamada Igreja Maradoniana.
Para uma legião de fanáticos, só há uma certeza à face da Terra: Diego Armando Maradona é o Deus Supremo do futebol. Uma loucura? Não é o que pensam mais de 100 mil pessoas espalhadas por todo o mundo.
“Para os argentinos, o futebol é vivido como uma religião. E como cada religião tem o seu Deus, o Deus do futebol é Diego. É lógica pura”, explicou ao Expresso Alejandro Verón, um dos três fundadores da Igreja Maradoniana, a Mão de Deus, em alusão ao famoso golo marcado com a mão contra os ingleses no dia 22 de junho de 1986, ano em que Maradona era considerado o melhor futebolista do mundo.
A Igreja Maradoniana nasceu em 1998, na cidade de Rosario, quando, por brincadeira, o jornalista Hernán Amez começou a festejar o Natal no dia do aniversário de Maradona. Logo a seguir juntaram-se a ele Alejandro Verón e Federico Canepa. “No início eu pensava fazer um clube de fãs. Achava que teríamos problemas com os padres católicos, mas fui voto vencido ”, lembra Verón, concluindo: “Esta é uma homenagem em vida. Neste país, somos muito ingratos. Todos são valorizados depois de mortos. É preciso dizer o que as pessoas são enquanto são vivas, e Diego é o nosso Deus.” Para os seguidores da Igreja Maradoniana, o dia de Natal é a 29 de outubro.
“Diego está na galeria dos mitos da Argentina, na galeria onde estão Ernesto 'Che' Guevara, Evita e Juan Domingo Perón, Carlos Gardel, e Juan Manuel Fangio. Havia, em relação a todos eles, uma devoção quando eram vivos, mas o mito veio com a morte. Maradona é um mito vivo”, acredita Daniel Arcucci, autor do livro “El Diego de la Gente” (“O Diego do Povo”), considerado pela igreja como a Bíblia de Maradona (ver noutro texto os 10 mandamentos da Igreja Maradoniana).
Centenas de pessoas reúnem-se duas vezes por ano para celebrar as duas datas emblemáticas para a Igreja: o dia de Páscoa, a 22 de junho, e o de Natal, a 29 de outubro. Durante a comunhão espiritual, o público explode em cantigas. A mais repetida é a preferida de Diego Maradona: “Voltaremos, voltaremos. Voltaremos outra vez. Voltaremos a ser campeões, como em 86.”
De repente, a procissão irrompe no salão. Apóstolos com batinas brancas carregam os símbolos daquele que é considerado por aqui o maior jogador de futebol de todos os tempos. No centro do cortejo, um presépio apócrifo em forma de igreja com uma réplica em miniatura da estátua de homenagem a Maradona na cidade argentina de Mar del Plata. São 10 os apóstolos. O décimo primeiro seria Maradona, para completar a equipa.
Não há décimo segundo. “Não existe Judas nesta religião do futebol. Nem tudo tem paralelo com o catolicismo. As coisas surgem, simplesmente. É o folclore do futebol”, conta Verón.
O ritmo do cortejo é marcado com uma oração liderada pelos fundadores da Igreja. “Em nome de Dona Totaaaaaaa. de Dom Diegoooo (pais de Maradona). e fruto desse amoooor”, pronunciam. 
“Diegooooooo.Diegoooo”, responde o público, em tom de amen. “Dieeeegooooooooo queridooooooooo, obrigado pela tua magia eternaaaaaaaaaa”, avança a liturgia.
Os olhares são de admiração e de respeito. Não há espaço para brincadeiras. “Este é um movimento num tom muito sério, por mais que alguns o queiram definir como uma paródia. Isto nasceu verdadeiramente do amor a um ídolo, num momento em que Maradona não estava bem. Em países como a Argentina, o futebol é um fenómeno inexplicável. É sanguíneo. Aqui não se permite nem uma derrota, porque o povo fica inabilitado para ser feliz por, pelo menos, uma semana”, interpreta o diretor técnico de futebol José Caldeira, autor do livro “Igreja Maradoniana, a Mão de Deus”, que ele define como “um movimento único no mundo que transformou um jogador de futebol numa religião”.
Esses mesmos fiéis reuniam-se em anos anteriores para celebrar o Natal Maradoniano e para rezar em cadeia pela saúde daquele que consideram Deus na Terra, internado várias vezes por problemas cardíacos e pulmonares, como consequência do consumo de cocaína e álcool, que o colocaram em risco de vida.
“No terreno do futebol, ele foi e continuará a ser um exemplo. Na sua vida privada, não. Na vida desportiva, estamos com Diego até a morte. Na sua vida privada, cada um é responsável pelos seus atos. Nem tudo o que ele faz está bem. Temos consciência disso”, concorda Alejandro Verón.
Mas salienta: “Quando Diego estava mal numa cama e quando todos esperavam que ele morresse, não era fácil ser maradoniano. Nós enfrentamos as balas com o próprio peito. Aguentamos tudo. Fomos fortes. Agora queremos desfrutar.” “Como qualquer fenómeno desse tipo, não há uma explicação racional. Nesta altura, a glória do futebol, os grandes feitos da carreira são quase uma desculpa para justificar a idolatria. Isso cresceu até sair do campo de jogo.
Diego representa a fantasia dos argentinos sobre essa atitude de rebelar-se contra quase todos e vencer. O exagero também faz o mito”, analisa Daniel Arcucci, o jornalista que mais bem conhece Maradona, segundo o próprio ídolo.
Dezenas de noivos casaram-se pela Igreja Maradoniana. Mas o ritual mais repetido é o do baptizado. A cerimónia consiste em reproduzir o golo que Maradona marcou com a mão contra a Inglaterra em 1986. O fiel salta, com o braço esquerdo levantado, diante de uma imagem gigante do guarda-redes inglês Peter Shilton, para imitar o famoso e polémico golo que, posteriormente, o próprio Maradona justificaria dizendo que foi como “a mão de Deus”. Cada fiel recebe um certificado atestando a sua nova condição de membro da Igreja Maradoniana.
São já mais de 100 mil, em 54 países, entre os quais locais tão improváveis como o Suriname, o Vietname e o Uganda. Entre os membros há figuras ilustres como Ronaldinho, Deco, Careca, Messi e até os ingleses Gary Lineker e Michael Owen. Ou o ex-seleccionador brasileiro Dunga. No Brasil, a Igreja tem mais de dois mil membros.
Para a Igreja, não existe Satanás, embora numa certa altura tenham pensado em Pelé. “Não, não. Pelé é o rei do futebol. Até esse ponto ele chegou. Mas Diego é Deus: está acima”, compara Verón.
“Mas temos hereges: Havelange (o brasileiro João Havelange, que foi presidente da Federação Internacional de Futebol-FIFA durante muitos anos) e Josep Blatter”, completa.
Quando chega a meia-noite, os fiéis repetem um coro: “Feliz Natal! Seremos campeões outra vez, como em 86.” A sala volta a tremer. Maradona está ao telefone: “Obrigado por tanto carinho. Isso que vocês cantam é o sonho que eu tenho. Agradeço-lhes com a alma. Deus estará connosco, como em 86. Tenham fé em Deus... (“Deus é você! ”, gritam ao fundo)... digo, no Deus verdadeiro, e tudo vai dar certo”, respondeu Diego. Pelos rostos de muitos dos presentes corriam lágrimas.
Vários fiéis da Igreja Maradoniana acreditam em milagres. É o caso de Nicolás Vallina, cuja mulher não conseguia engravidar. Depois de uma visita de Nicolás ao Hospital de Crianças, para distribuir brinquedos em nome da Igreja Maradoniana, ela engravidou. Nicolás só tinha ido ao hospital devido à insistência dos fundadores da Igreja, que lhe diziam que o Deus do futebol o iria ajudar a tornar-se pai. “Foi um milagre do Deus do coração, do Deus do futebol”, acredita Nicolás.
Contudo, os fundadores da Igreja não querem ouvir falar em milagres. “Já ouvi algumas histórias, mas não queremos incentivar essas coisas. Muita gente pedia que ele se curasse quando estava mal. Diziam que, se melhorasse, seria milagroso. Pediram trabalho, e até o conseguiram. Sinceramente, não vejo isso como um milagre - e desvirtua a nossa ideia original ”, diz Alejandro Verón.
Seja como for, a devoção não tem limite. Lionel Gorosito, da cidade de Rosário, foi avisado pelo chefe de que seria despedido se se fosse embora para Buenos Aires (a 310 km de distância) para ir apoiar Maradona à porta da clínica onde ele estava internado na altura. Perdeu o emprego, mas não se arrepende.
Uma devoção semelhante é a de Pablo Lescano, que aparece na abertura do filme “Amando Maradona”. Pablo tem o rosto do seu “Deus” tatuado no peito. Nos momentos críticos em que Maradona corria risco de vida, Pablo viajava durante duas horas e meia todos os dias, ficando à porta da clínica até às quatro da manhã. Dormia apenas uma hora, antes de ir trabalhar.
“Eu amo mais o Diego do que a minha própria família. Nem por um parente eu faço isso. A minha avó está doente e eu não a vou ver”, admite. Daniel Astilleta, outro fiel da Igreja, mostra, orgulhoso, a filha Bianca, de apenas um mês. Bianca nem sabe, mas acaba de ser batizada na Igreja Maradoniana. “Na intimidade, chorei por ele. Sofri muito quando ele estava doente. Quando recuperou, chorei de emoção”, desabafa.
“Que a minha mulher não me ouça, mas eu gosto mais do Diego do que dela. É mais forte o que sinto por ele. Eu morro por ele. Calculei que a minha filha nasceria perto do Natal e decidi batizá-la primeiro na Igreja Maradoniana.”
Outro crente, Lionel Díaz, sabe tanto de Maradona que ganhou um concurso num programa de TV da ESPN no qual foi submetido a todo o tipo de perguntas sobre Maradona. A final do concurso era uma disputa contra o próprio Maradona, para ver quem sabia mais sobre a vida do ex-jogador. Lionel respondeu mais rápido que o seu próprio “Deus” - e ganhou.
O casal de namorados Fabián da Silva e Elizabeth Galvani observa todo o folclore em torno do futebol com um brilho nos olhos. No meio de tantas canções de louvor a Maradona, pouco mais podem fazer - ambos são surdos.
“Diego é um exemplo para nós. A mensagem que ele nos transmite é a de que, apesar de tudo, é possível uma solução. Ele entrega-se com muita força, sem se importar com o que dizem os outros”, escreve Elizabeth. No dia 22 de junho de 1986, quando Maradona eliminou a Inglaterra com dois golos históricos, Fabián fazia três anos. “A minha casa era pura alegria. Foi o melhor presente da minha vida. Isso marcou-me para sempre”, conta.
Todos os membros da Igreja têm como segundo nome Diego - um dos mandamentos da Igreja. Uma coisa é o registo civil, com o nome de batismo, outra é o registo da Igreja. “O meu nome é Alejandro Fabián Verón, mas na Igreja sou Alejandro Diego. No caso do filho, é diferente. Muitos põem mesmo Diego como primeiro nome do filho. O meu chama-se Matias Diego”, explica Alejandro, um dos fundadores da Igreja.
Pablo Miño respeita o mandamento. O filho, com três anos, chama-se Diego Sebastián Miño - e por pouco não se chamou Diego Armando. “Ele nasceu num 3 de outubro, durante o programa de Maradona na TV”, conta Pablo orgulhoso, referindo-se ao programa “La Noche del 10”. Há mesmo o caso de um pai que arranjou forma de colocar Maradona no nome da filha: Ángeles Mara Donna Marchi."

Um bigode tão pequeno num focinho tão imenso!

"Sochi - Há oito anos, no Mundial da África do Sul, eu e o exorbitante Carlos Mateus dávamos à taramela numa rua de Durban quando um brasileiro passou por nós aos gritos agarrado a um telemóvel: “Cara, tou no Durban. Issaí é iguauzinho a Nordesti. Tem coqueiro e mangue e tudo. Iguauzinho.”
Ora bem, ninguém negará que os brasileiros têm muitos dos defeitos e das virtudes dos portugueses, embora aquecidos pelo calor dos trópicos, e as capacidades dilatatórias do calor são indiscutíveis. Esta de andar pelo mundo a comparar tudo e mais alguma coisa com o que se tem em casa é matéria comum. Ainda há dois dias, uns portugueses que jantavam no mesmo restaurante que eu pediram palmenis e refilaram: “Ora, é canja...” Outros olharão de soslaio para a pirâmide de Keops e desdenharão: “Em Aveiro temos umas do género mas em sal...”
Vem a história das comparações a propósito de um episódio passado com o escritor alemão Arnold Zweig, e isto porque a Alemanha está na ordem do dia por ter sido posta, como dizer?, na ordem. Em 1927, Zweig assistiu a um comício de Hitler e, impressionado, escreveu para a mulher: “Parece o Charlot!” Curiosamente, em 1940, seria Charlot a parecer Hitler em “O Grande Ditador”. Já não sei quem foi que sentenciou uma vez: “A gente distrai-se colectivamente e, zás!, o fascismo!”
Não foi por uma distracção colectiva que Hitler chegou ao poder, mas a verdade é que o mundo foi apanhado com as calças na mão e, num instante, já as hordas nazis estavam às portas de Moscovo. Bertolt Brecht, que dedicou a Adolf um ódio muito especial e requintado, nesse ano de 1927 já tinha escrito, com o seu parceiro Kurt Weill, uma ópera chamada “Aufstieg und Fall der Stadt Mahagonny” (“A Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny”), na qual dava palco às brutalidades emergentes. Não se pode desmentir que tinha uma razão absoluta: “Perguntei a mim mesmo: que tipo de frieza/ Tomou conta desses desgraçados?/ Quem os levou à torpeza?/ Quem os fez baixar o nível?/ Vocês precisam de os ajudar rapidamente, coitados./ Se não, vai acontecer algo que pensariam impossível...”
Aconteceu.
Hitler levou a Alemanha à torpeza.
Mas Brecht, condenado ao exílio na Suécia e nos Estados Unidos, nunca perdeu o veneno do humor. Num poema chamado “Comboio de Serviço” dedica-se a descrever um comboio de luxo mandado fazer expressamente para levar o Führer ao congresso do partido em Nuremberga. “Pelas largas janelas veem os camponeses alemães mourejar os campos./ Se por acaso transpirassem nesse momento poderiam tomar banho em cabines cobertas de ladrilhos”.
A maravilha da indústria ferroviária alemã atingia o cúmulo da perfeição: “Sem sair da cama, os passageiros também podem ligar o rádio, que transmite as grandes reportagens sobre os erros do regime./ Jantam, se assim o desejarem, no respectivo apartamento, e fazem as respectivas necessidades em privados revestidos de mármore./ Cagam na Alemanha.”
Vendo bem, é mais ou menos isso que, neste momento, acontece por aqui, em Sochi, entre adeptos e jornalistas e simples passeantes. Há países que são assim, como as pessoas: suscitam respeito, mas nunca simpatia. Os erros de cada um prolongam-se pela sua vida e vão tendo, aqui e ali, réplicas como os terramotos.
A selecção do Brasil está instalada a uns 50 quilómetros de distância da cidade e a moçada de camisola amarela espalha-se pelas ruas com a alacridade tão própria de quem aproveita qualquer musiquinha para tocar pandeireta numa caixa de fósforos. Os 7-1 de 2014 como que foram vingados por mexicanos e coreanos até à beira do achincalho. Ou do esculhambanço, se preferirem um termo mais tropical. Coisa que Brecht sempre tentou fazer a Adolf Hitler. E, por isso, quando lhe pediram uma opinião sobre o figurão, resumiu: “Um bigode tão pequeno num focinho tão imenso!”"

VARridos

"Ainda que agora se agite como o peixe fora de água, Bruno de Carvalho acabou enquanto actor do palco desportivo nacional

Portugal foi VARridos do primeiro lugar do grupo com duas decisões simultâneas do VAR, nos dois jogos do grupo B. Enquanto se marcava um penálti para o Irão, validava-se um golo à Espanha. Tudo na televisão e depois do minuto 90. Portugal terá por isso que jogar contra o Uruguai, uma das melhores selecções destes oitavos de final, em vez de jogar contra a Rússia, a pior desta frase competitiva. Mas esta é, em potencial individual, uma das melhores selecções portuguesas desde que eu me conheço, e por isso exige-se não fique até ao último minuto em sofrimento contra um limitado Irão.
Teremos que jogar como ainda não o fizemos se quisermos disputar o jogo contra o Uruguai. Terá que aparecer o Portugal que desejamos para vencer o primeiro campeão do mundo de futebol.
Mesmo que Cristiano Ronaldo seja o tema das conversas de Marcelo Rebelo de Sousa com Donald Trump ou Putin, não será nunca num jogador que está a solução para vencer o Uruguai. Portugal foi campeão da Europa numa final sem Ronaldo e o indiscutível jogador português valerá tanto mais, quanto menos a equipa estiver na sua dependência e à sua espera...
Quem também foi varrido de presidente do Sporting, foi Bruno de Carvalho. Mas neste caso, sem recurso ao auxílio de grandes vídeos, porque estava à vista de todos os seus comportamentos e atitudes. Não havia árbitro, por mais tendencioso que fosse, que não o reconhecesse. Ainda que agora se agite como o peixe fora de água a caminho do fim, Bruno de Carvalho acabou enquanto actor do palco desportivo nacional. Os posts do Facebook serão cada vez mais, mas aqueles que os lêem serão cada vez menos. Agora sempre que quiser ir a jogo, será para ter cada vez menos apoio, cada vez menos palco e cada vez menos interesse.
O Sporting mostrou maturidade institucional, que nem sempre é fácil em situações de tamanha gravidade.
O Benfica regressou aos trabalhos. Esperamos por dia 10 de Julho contra uns desconhecidos sérvios para ver novamente a equipa em acção. Será sempre importante que os regressos ao trabalho sejam o mais breve possível pois quanto mais cedo houver a estabilização dos recursos melhor. Ter jogadores a chegar, sem ritmo, sem férias, em cima da competição, é fatal como o destino, dá mau resultado."

Sílvio Cervan, in A Bola

Futebol português

"Há uma dose de sinceridade em Bruno de Carvalho, comum à grande maioria dos sportinguistas, que me garante um certo descanso na rivalidade com o Sporting. Por norma, os sportinguistas tendem a atribuir ao Benfica a responsabilidade, ou pelo menos parte dela, dos seus insucessos. O ódio, nos casos mais extremos, ou a inveja e desconfiança dos moderados resultam na demonização do Benfica, desencadeando comportamentos e atitudes caracterizados, sobretudo, pela previsibilidade e constância. Por vezes incomodam, nas raramente produzem qualquer efeito. Não passam de barulho que, conforme a civilidade dos protagonistas de ocasião, somente varia no tom.
Contrariamente ao que possa parecer - e ao que os sentimentos primários poderão indicar -, um Sporting fraco não nos beneficia, pelo contrário, prejudica, porque, quando nada resta aos sportinguistas para festejar, sobra  anseio de que também os benfiquistas nada tenham para celebrar. E refastelados e observarem esta dinâmica e dela procurarem retirar vantagens estão os portistas, os verdadeiros beneficiários da descaracterização leonina verificada nos últimas décadas.
Acresce que, desde o início dos anos 80, os diferentes protagonistas portistas, sempre sob a mesma liderança, não obstante a evidente obstinação anti-benfiquista, têm sabido dissimular a sua postura, ora optando pelo confronto declarado, ora gerindo o silêncio e emprestando o palco, geralmente ao Sporting, mas não sempre (Braga em 2010, também o anónimo em 2018), para que os 'custos' da luta contra o Benfica sejam distribuídos.
Recorrem, para isso, a tácticas sórdidas e a alianças de ocasião, não é novidade. Caber-nos-á sempre superiores a isso tudo."

João Tomaz, in O Benfica

Nações Unidas

"Na segunda-feira que passou, cheguei uma hora antes à zona do mercado de Arroios, em Lisboa. Uma hora antes do jogo de Portugal com o Irão. No restaurante nepalês, além dos funcionários oriundos dos Himalaias, havia um grupo de homens de meia e toda a idade sentados à mesa. Vibravam copos de tinto e de branco para ajudar a atenuar o calor e a nervoseira. Entre a esplanada e o balcão circulava um benfiquista com camisola oficial preta e um requintado bigode, quase monárquico na aparência - o bigode, entenda-se. Nas mesas e junto ao balcão, estava vários representantes e descendentes de famílias dos países africanos de língua oficial portuguesa (um grande abraço, caro sócio), um senegalês, uma senhora alemã, uns quantos portugueses. Já com o jogo do Campeonato do Mundo a acontecer lá longe da Rússia, chegaram dois indianos com a camisola da selecção vestida. As cervejas frescas e os copos cheios de vinho multiplicavam-se, só os golos não. Até que Ricardo Quaresma fez aquele passe de magia. E as nacionalidades misturaram-se todas num grito desfasado que foi saindo dos vários cafés, restaurantes e casas das proximidades. A culpa é do delay das transmissões e daquela mania que algumas pessoas têm de ouvir o relato no rádio enquanto veem as imagens pela televisão.
'Joga mais rápido' e 'Passa a bola' foram algumas das frases mais gritadas durante a segunda parte. Não adiantou. Os iranianos acabaram por empatar. Houve quem preferisse a Rússia, mas calhou o Uruguai. E nestes estádios da Luz improvisados um pouco por todo o país, amanhã a história vai repetir-se. A uma só voz e com vários sotaques."

Ricardo Santos, in O Benfica

Vamos lá despachar os uruguaios

"Dois empates e uma vitória na fase de grupos: melhor do que isso nem em sonhos. Após uma qualificação de acesso ao Mundial 2018 desastrosa, sem o registo de qualquer empate, o nosso Portugal está de volta. Empatámos dois jogos e lá fomos obrigados a ganhar um, visto que, ao contrário do Euro 2016, desta vez ninguém sugeriu aquela brilhante ideia de apurar para os 'oitavos' alguns dos melhores terceiros classificados. Enfim, truques de secretaria neste sujo vale-tudo para prejudicarem a nossa selecção.
O próximo obstáculo é o Uruguai, cuja maior ameaça está nos dois defesas, Godín e Giménez, e nos dois avançados, Suárez e Cavani. Não será nada fácil travar estes craques, pelo que o ideal seria a aparição de um multimilionário qualquer do Catar ou dos EAU a persuadir algum deles a trocar de nacionalidade. Bem sabemos que a receptividade dos uruguaios em atropelar o sentido de lealdade se torna bem maior à medida que o saco das moedas vai ficando mais pesado. Será particularmente interessante acompanhar o duelo entre Pepe e Luís Suárez (se não aparecer o tal multimilionário, claro). Ambos valentes, combativos e desprovidos de um ou dois neurónios. Se o Pepe fizer marcação cerrada ao avançado do Barcelona, prevejo que aos 20 minutos ele já estará no banho. Como é evidente, não vou dizer a qual deles me refiro. É um tiro no escuro.
Espero que o Coates jogue, de modo a aumentar as nossas hipóteses. O pouco tempo decorrido ainda não permitiu que ele apagasse da memória aquele momento de terror que vivenciou ao acabar a época: a final da Taça de Portugal, no Jamor. E tal como o Aves, nós também temos um Guedes. É um bom prenúncio."

Pedro Soares, in O Benfica

Vale e Bruno

"Quando, em Abril de 2017, após um Sporting-Benfica em Alvalade, e na sequência de uma proposta tão despropositada quanto cínica e ofensiva, Luís Filipe Vieira comparou Bruno de Carvalho a Vale e Azevedo, um exército de sportinguistas reagiu em rebanho, clamando a indecência da comparação, e acusando o nosso presidente de atentado à virtude e honra do ocupante da cadeira local. Passado mais de um ano, é interessante recordar esse episódio. De facto, durou tempo demais o equívoco (?) dos adeptos do clube rival face a uma figurinha que, desde cedo, mostrara o que era e ao que vinha. Populismo e demagogia, depois provocações e instigações ao ódio, por fim insultos a tudo e todos, e o mais que ainda poderá vir à tona - os próximos tempos prometem.
O resultado está já à vista: um clube feito em cacos, que não sabe muito bem como se reerguer do buraco para onde aquele aventureiro mitómano e desequilibrado o empurrou.
Enquanto o alvo foi o Benfica, e o clima de hostilidade e provocação era virado para o exterior, todos lhe batiam palmas e achavam graça. Foi preciso a criatura virar as suas cóleras para dentro, para então perceberem quem ele era e do que era capaz.
Está ainda por perceber a verdadeira dimensão do mal que Bruno de Carvalho fez ao Sporting. E do mal que fez ao desporto português, cujo clima irrespirável nos mais variados quadrantes muito deve à sua postura arruaceira.
No passado, alguns benfiquistas também se enganaram. Mas apenas uma vez. Em Alvalade só à quarta perceberam que, afinal, neste grotesco 'dérbi' entre um Vale e um Bruno não se sabe quem mais fica a perder."

Luís Fialho, in O Benfica

Manietismo

"A capacidade de manietar os factos chegou ao seu apogeu. Hoje o que interessa não é a defesa pelas vias normais, justas e sinceras, mas sim o ataque controlado, dirigido e instrumentalizado.
Zezé é um menino muito feio e especializou-se, além de não pagar as constas, em criar manobras de malabarismo encenadas.
Percebendo que a convicção de acreditar em algo é directamente proporcional a uma descrição de factos pormenorizada, mesmo que eles sejam inventados, senta-se na sua carteira de escola velha e mofa e com os lápis de carvão começa a escrever uma história como se estivesse a elaborar uma redacção.
Sentado ao seu lado, está o elemento instrumentalizador, que, por estar ligado à autoridade e ao poder, se disponibilizou para servir de carril.
No entanto, qualquer encenação precisa primeiro de uma divulgação pública, porque permite duas coisas: a satisfação do ego de quem a faz e a criação da convicção na opinião pública de que tudo é verdadeiro e punível, o que hoje em dia é facílimo!
Munidos deste background, está aberta a via para a realização do passo seguinte: as folhas velhas e decrépitas, iguais a quem as escreveu, são introduzidas no sistema informático da bufaria, originando a criação de um kafkismo hilariante, a que habitualmente se designa por processo.
O sistema sabe quem podem ser os seus mais fiéis oradores, à imagem do corneteiro do rei que, antes de este chegar a qualquer lugar, soprava sofregamente uma corneta de lata para anunciar a sua chegada. Esse surgimento em cena seria sempre seguido de uma grande aparato, para meter medo e criar a convicção de que vinha defender o povo.
O passo seguinte à cornetada é a recolha desenfreada de informação, sem limites nem regras, acompanhada ao segundo pelos corneteiros do poder.
Para quem tem nível é difícil hoje em dia conseguir viver numa sociedade toda empestada pelo cinismo, violência, manipulação e baixeza. O que mais custa é quem tem a obrigação de mudar este estado de podridão nada faz e, bem pelo contrário, participa na manipulação."

Pragal Colaço, in O Benfica

A farsa continua

"Numa altura em que atravessamos a melhor década de sempre, quer do ponto de vista desportivo, quer em relação aos resultados económicos-financeiros, voltámos a ser atacados por um manto de mentiras, difamações e suspeições torpes. Todos sabemos os valores que existem no Sport Lisboa e Benfica e todos temos orgulho por ser dirigidos por um naipe de grandes dirigentes, com um presidente que defende o nosso clube como ninguém. Luís Filipe Vieira deu, nesta semana, mais um lição de serenidade, determinação e transparência. Podem plantar todas as semanas mentiras e suspeições sobre a nossa instituição, que nada nos abalará. Todos sabemos quem está por trás desta farsa gigantesca e quem são os farsantes. Pode demorar, mas chegará a hora em que os difamadores profissionais irão sentar-se no banco dos réus. Eu bem sei que as conquistas desportivas do SL Benfica deixam de cabeça perdida alguns dos nossos adversários, e a única forma que encontram para travar a onda vitoriosa do maior clube português é montarem e alimentarem uma política de difamação permanente. A desfaçatez é tanta, que já perderam a vergonha e dão-se ao luxo de anunciar o que aí vem. Enganaram-se na porta, pois o SL Benfica é gerido por gente séria, honrada, humilde mais muito determinada, e que faz do fair play a sua forma de estar. Eu bem sei que custa olhar para os números e enfrentar a realidade. Nas últimas 10 épocas, considerando apenas seis modalidades (futebol, andebol, basquetebol, futsal, hóquei em patins e voleibol), em equipas seniores masculinas, conquistámos 96 títulos. O FC Porto conquistou 46, e o Sporting, apenas 33. Os números falam por si e ajudam a explicar a razão de tanto desprezo. Mas não pode valer tudo. Por isso, a minha convicção é que os Benfiquistas saberão dar a resposta certa, mantendo-se unidos e concentrados em apoiar os nossos dirigentes e as nossas equipas em todas as frentes."

Pedro Guerra, in O Benfica