sexta-feira, 1 de junho de 2018

Andebol

"A conquista da Taça de Portugal de andebol é mais um grande feito da nossa equipa sénior masculina. Sustentada em 11 talentos da formação, os vice-campeões nacionais deram uma lição, no passado fim de semana, na região de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Superiormente orientada por Carlos Resende, a nossa equipa preparou bem esta final four. Estudando muito bem os dois adversários, nunca menosprezando a combativa equipa do FC Gaia, os nossos andebolistas mereceram a festa. E mereceram, sobretudo, o colinho dos benfiquistas, que deram uma verdadeira lição na arte de bem apoiar. Do início ao fim, os benfiquistas empurraram Paulo Moreno e seus pares para a vitória.
Com Hugo Figueira em grande forma e com dois laterais (Davide Carvalho e João Pais) letais, e com Belone Moreira, Pedro Soares, Alexandre Cavalcanti e Ricardo Pesqueira a imporem a sua classe, só restava uma saída - o triunfo. Este projecto do andebol está alicerçado em jovens da nossa formação - Miguel Espinha, André Alves, Alexandre Cavalcanti, Davide Carvalho, Paulo Moreno, Francisco Pereira, João Pais, Tiago Ferro, Gonçalo Nogueira, Diogo Valério e Pedro Santana. Carlos Resende soube, com a mestria habitual, casar a juventude com a experiência de Hugo Figueira, Pedro Seabra, Nuno Grilo, Fàbio Vidrago, Ricardo Pesqueira, Belone Moreira, Ales Silva, João Silva, Stefan Terzic e Arthur Patrianova. Se levarmos em linha de conta que jogámos sem um dos melhores andebolistas portugueses - Fábio Vidrago -, a proeza foi ainda maior.
Acredito que o tão ambicionado título de campeão chegará em 2018/19."

Pedro Guerra, in O Benfica

Meio cheio, meio vazio

"Intercontinental de hóquei; Taça da Liga e Supertaça de básquete; Taça da Liga de futsal; Taça de andebol; Taça de vólei; Campeonato de pista coberta; Campeonato e Supertaça de hóquei feminino; Taça e Supertaça de futsal feminino.
São estas, para já, as principais conquistas das modalidades do Benfica em 2017-18, às quais ainda podemos ver acrescentados os Campeonatos de básquete, futsal e atletismo, bem como o de futsal feminino (apenas a um empate de distância), a Taça de hóquei feminino, além de todos os campeonatos de juniores (o de voleibol já cá canta).
Não é mau. Mas ainda assim sabe a pouco à maioria dos benfiquistas, habituados a ganhar tudo ou quase tudo, pois tinha sido esse o padrão das temporadas anteriores.
A forma dolorosa como perdemos o título de vólei, a derrota na Taça de básquete diante do Illiabum, bem como o último, e único, desaire no nacional de hóquei, que comprometeu todas as nossas hipóteses de sucesso, transmitiram uma sensação de fracasso, que está longe de se ajustar à realidade. Lembro-me de não chegarmos sequer ao playoff de básquete, de não termos andebol nem futsal, de ficarmos em 7.º no hóquei, e de andarmos pelas divisões secundárias em vólei. Isso, sim, era impróprio do Benfica.
Chegar às finais e discuti-las, mesmo perdendo-as, não pode envergonhar ninguém. Significa isto que tudo está bem nas modalidades? Não. Há aspectos a rever, desde logo quanto à estratégia para lidar com os investimentos megalómanos feitos do outro lado da 2.ª Circular. Não podemos ir atrás, nem ficar para trás. Há que ponderar criteriosamente onde e como investir."

Luís Fialho, in O Benfica

"O Benfica é um drapeau"

"Assim fala quem deixou Portugal há muitos anos e saiu pelo mundo a governar a vida e a enriquecer outros países. Bem entendido que deixar Portugal não é deixar de ser português e muito menos de ser benfiquista. Isso, pelo contrário, está lá sempre bem enraizado no coração e na razão e exacerba-se com o tempo e a saudade.
Foi, portanto, com esta frase, significando 'o Benfica é um bandeira', que este adepto emigrado há décadas sintetizou o que sentia pelo clube a propósito da Fundação. Explicou que correu diversos países em três continentes e de tanto tempo que passou já se lhe misturam com naturalidade as diferentes línguas que fala, incluindo o português. Queria o nosso amigo dizer que não podia ficar calado sem manifestar a sua satisfação solidária e o seu orgulho no trabalho feito pela Fundação, em nome de todos os benfiquistas, na sequência dos trágicos incêndios de 2017. A BTV mostrou por esse mundo fora imagens da visita do presidente Luís Filipe Vieira às obras de reconstrução de uma habitação em Pedrogão Grande e o lançamento dos projectos 'Fica Bem Seguro' e 'Faz da tua Escola um viveiro!' em Castanheira de Pêra. O primeiro, de alcance nacional, consiste num jogo de educação para a prevenção com a colaboração do Ministério da Educação que estará em todas as escolas do país a partir do próximo ano lectivo.
O segundo, implementado nos dezasseis municípios mais afectados nos distritos de Coimbra e Viseu, é um projecto de reflorestação e educação ambiental envolvendo crianças, escolas e famílias das áreas ardidas. Estas imagens mostraram a quem quis ver um Benfica solidário e consequente, com uma Fundação atenta e actuante, como não podia deixar de ser.
Esse Benfica que agrega e motiva é lugar da identidade e da pertença de tantas e tantas pessoas, mas é também um símbolo da extraordinária solidariedade do povo português. Por isso me associo com justiça à extraordinária frase deste adepto:
O Benfica é uma bandeira!
E que bandeira..."

Jorge Miranda, in O Benfica

Se não fosse dramático...

"De repente, aqui há umas semanas, com o furacão que se abateu sobre o eixo Campo Grande - Alcochete, o que era 'verde-erva' passou a ser preto-escuro. De súbito, os debates e as redacções dos jornais, das TV e das rádios dedicados ao futebol pareciam ter ficado todos baralhados: no plano pessoal e, sobretudo, nos campos institucionais, durante uns diazinhos, tudo o que era opiniões e tomadas de posição firmes e irrevogáveis de ex-indefectíveis deixou de o ser e, num ápice, transformou-se no seu contrário.
Logo nos primeiros dias das escandaleiras de cor de verde, instalava-se a mais generalizada e acabada traquibérnia nas discussões, deixando às escâncaras a perplexidade, a ruborisada gaguez ou, até, uma farisaica indignação dos que, ainda dias antes, se mostravam como os mais prolixos e intransigentes apóstolos evangelistas de um deus menor e maluco.
O certo é que, a pouco e pouco, com falas mansas e muita esperteza, o insano - agora ainda mais agarrado à tripeça em que, por mais de uma vez, o puseram sentado, eleito e assentado - já volta a baralhar tudo e todos e embrulhou mesmo, num saco de papel-manteiga, os pobres desgraçados que (pelo menos institucionalmente) têm de lhe ir fazendo frente num combate inglório, sem tino, sem regra, sem lei nem esperança, enquanto já parece também voltar a arrastar no seu rojão os mesmíssimos repórteres comentadores, editores, chefes de redacção e directores das mesmas televisões, rádios e jornais que, como dantes, não se importam de continuar a fazer o papel de marionetas. Tarde piaram, os deploráveis ingénuos que agora chamam por polícias e bombeiros...
Quando, há muitos meses atrás, em muitas reiteradas ocasiões, o menor bom senso comum já recomendava precaução e sentido de responsabilidade, tudo 'aquilo' era um mundo de ilusão e de euforia irresponsável, em que andavam todos aos pulos, nos abraços e aos beijos, numa festa permanente, de jantaradas, casamentos e baptizados, como nos velhos filmes do cinema português com António Silva, Vasco Santana e Óscar Acúrcio... Hoje, é tarde demais. E só por um milagre se poderão ver livres do inferno em que se meteram, de boa vontade e culpas próprias. Seria para rir, se não fosse verdadeiramente dramático. Para eles todos.
Quanto a nós, vamos ganhando, vamos perdendo também, e às vezes empatamos. Mas não nos desviaremos do rumo traçado há quinze anos e continuaremos a fazer o nosso caminho, a crescer e a blindar o nosso querido Benfica relativamente a todas as aventuras e a todos os aventureiros que cada vez mais olham para nós com cobiça e com complexos."

José Nuno Martins, in O Benfica

A verdade da mentira

"Mas, por acaso, existirão dúvidas quanto à irresponsabilidade do nosso presidente e dos gloriosos resistentes em toda esta convulsão?

Pessoas existem por esse mundo fora que na mentira vão encontrando o adubo para a sua triste existência, acontecendo, por vezes, que o mundo por elas construído, embora nada tendo a ver com a realidade, acaba por assumir comportamentos que a psiquiatria analisa e observa com especial atenção. Ao longo de décadas tive oportunidade de ser confrontado, no meu quotidiano profissional, com situações diversas onde a verdade e a mentira assumiam contornos de acrescida complexidade. Nessas ocasiões, sindicar o real e o fictício obrigava a um esforço acrescido já que, em muitos casos, éramos confrontados com tipologias muito diversas de mentirosos compulsivos/esquizofrénicos (com e sem maldade), manipuladores de informação, burlões (sempre educados) e charlatães (envergonhados ou desassombrados) cujo escopo era unicamente o interesse pessoal. Perguntará o leitor com toda a propriedade: mas o que é que tudo isto tem a ver com o Sporting Clube de Portugal? Nada, absolutamente nada, respondo de modo peremptório, embora reconhecendo que, com um pouco de esforço, poderia estabelecer algum paralelismo com situações delicadas vividas nos últimos tempos pelo universo leonino. Porém, não é essa a minha intenção, pois, no fundo, sou dos poucos que sempre reconheci Bruno de Carvalho e todos aqueles que, desinteressadamente, ainda o acompanham como os arautos da lisura, da verdade e da elevação com vista a um patamar de excelência. Tenho de acreditar que apenas o amor ao Clube os faz mover, não sendo, assim, verdade que, por qualquer razão, estão agarrados ao poder. Assembleia-Geral, Conselho Fiscal e Disciplinar, integrantes da Comissão de Honra à reeleição de Bruno de Carvalho, apoiantes de sempre, enfim, todos os que agora clamam por eleições não passam de traidores e desertores ávidos de poder. E que dizer dos jogadores, esse bando de garotos malcriados que recusam um simples tau tau paternal do nosso grande leader quando este, com delicadeza e ternura, os chama à razão como se de um pai se tratasse? Que ingratidão, meu Deus! E que dizer das actas trazidas a público (ainda que não assinadas), relatórios da PGR, mesmo que inexistentes? E a cabala de Alcochete onde tudo foi cozinhado com o único propósito de afastar o nosso grande timoneiro. Mas, por acaso, existirão dúvidas quanto à irresponsabilidade do nosso presidente e dos gloriosos resistentes em toda esta convulsão? Abaixo os Estatutos, os sócios mal esclarecidos, os accionistas ressabiados, a comunicação social! Longa vida a Bruno de Carvalho e ao seu facebook. Que volte rapidamente ao banco de suplentes para alegria e júbilo de treinador e jogadores. A sério? Claro que não. Trata-se apenas da verdade da mentira."

Abrantes Mendes, in A Bola

PS: Curioso como a descrição feita no início desta coluna de opinião, se encaixa perfeitamente na campanha propagandista anti-Benfica, com a cumplicidade (activa e/ou passiva) de toda a descomunicação social desportiva...!!!

Futebol nacional rumo à perdição

"Na semana em que ficou a saber-se que os direitos televisivos da Liga francesa vão passar a valer 1163 milhões de euros, em vez dos 762 que actualmente rendem (depois da Série A italiana ter conhecido, há escassos meses, um incremento de calibre semelhante), a Liga portuguesa continua a sistemática queda no vazio, perdida em acusações e escândalos, sem que haja quem saia a terreiro em defesa do futebol nacional. O resto do mundo, que nos admira pela selecção campeã da Europa, pela formação extraordinária e pelos treinadores de elite, arrepia-se quando é confrontado com as imagens do assalto a Alcochete e assustá-se com os caos que se sucedem a ritmo impressionante, uns já sob a jurisdição da justiça, outros em investigação e muitos mais a voar por aí nas asas da especulação. Tornar-se difícil, nesta nave de loucos, distinguir entre o trigo e o joio, daí que a fórmula mais segura de aferição seja aguardar pelas decisões dos juízes, que já intervieram em dois casos, o E-toupeira e o Cash-Ball; nos restantes, a poeira ainda está muito longe de assentar e a guerra de comunicação gerada em torno deles torna ainda a nitidez mais difícil.
Tudo o que se deseja (no futebol como em todas as restantes áreas da sociedade) e dura lex, sed lex, doa a quem doer. Mas para além dos procedimentos legais, a percepção que o país está a ter do futebol, de quem anda no futebol, é terrível e deverá ser causa de afastamento, por pudor, das pessoas mais capazes, que pura e simplesmente não se querem misturar com tanta indignidade e que se recusam a frequentar uma casa que aparente ser sumamente mal frequentada."

José Manuel Delgado, in A Bola

PS: Errado Delgado.
A responsabilidade do jornalista é exactamente separar o trigo do joio... e não meter tudo no mesmo saco, como A Bola continua a fazer, como a capa na sequência da encenação do SIC, demonstrou! E essa coisa, de ficar à espera da decisão final da Justiça, é inaceitável... Primeiro porque o tempo da Justiça não é compatível com a defesa da dignidade dos falsamente acusados; segundo porque muitas vezes as questões técnicas da Justiça, nada têm a ver com o viciação de resultados desportivos na prática...
É confortável não tomar posição, seja por preguicite intelectual, seja por incompetência, seja por má-fé, mas quando a Imprensa se demite das suas responsabilidades, os criminosos ganham...

O estado a que isto chegou

"Fernando Salgueiro Maia morreu novo, aos 47 anos, mas deixou obra indelével e uma coragem imortal. O discurso que fez na madrugada de 25 de Abril de 1974, na Escola Prática de Santarém, quando anunciou às suas tropas que iam executar um golpe de Estado, ainda hoje ecoa na memória colectiva. «Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os estados corporativos e o estado a que isto chegou. Ora, neste noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem não quiser sair, fica aqui», disse.
As tropas ficaram surpresas com o discurso do então capitão, de 29 anos, mas todos decidiram acompanhá-lo na coluna militar, que, nessa tarde, acabou por aceitar a rendição de Marcelo Caetano no Quartel do Carmo e a entrega do poder a António de Spínola, que viria a ser o líder da Junta de Salvação Nacional.
O 25 de Abril acabou com a guerra nas então províncias ultramarinas, acabou com o Estado Novo, deu a democracia aos portugueses e contribuiu para a maior revolução sociológica de Portugal do último século. Depois dos primeiros tempos de euforia, viveu-se o Período Revolucionário em Curso (PREC) e apenas o 25 de Novembro de 1975 trouxe a normalidade.
Nos últimos dias, cada vez que me deparei com algumas notícias relacionadas, sobretudo com os dois grandes de Lisboa, lembrei-me mais uma vez das palavras de Salgueiro Maia. «O estado a que isto chegou; o estado a que isto chegou; o estado a que isto chegou; o estado a que isto chegou», foi uma frase que ecoou quase como um refrão do mais tristes dos fados.
Salgueiro Maia morreu há 26 anos. Ninguém herdou o seu espírito?"

Hugo Forte, in A Bola

PS: Como nunca conheci o Benfiquista Salgueiro Maia não posso testemunhar se alguém lhe herdou o espírito, agora uma coisa tenho a certeza, hoje, se ele estivesse vivo, seria um dos muitos, que lutaria contra a manipulação da informação, que a má-fé ou ignorância de muitos escribas, ajuda a alastrar - inclusive até à redacção de A Bola!!! -, colocando em causa, o Estado que ele ajudou a criar...!!!

Investiguem e não parem!

"Tenho saudades do velho futebol de que tanto gosto e que me levava em garoto a qualquer estádio lisboeta. Daquele futebol limpo e transparente, em que quem fosse melhor vencia. Sem vendidos, sem gente manhosa, sem dinheiro sujo, sem escutas, sem… O futebol que levou Portugal a campeão da Europa, que o coloca em patamar de destaque no Mundial, que tem o melhor jogador da Terra, alguns dos melhores treinadores da actualidade e foi, será e continuará a ser a alegria de milhões de portugueses. Porém, os últimos tempos têm sido aterradores e dizem-me que está para vir o pior. O pior? Então, caminha-se para onde? Para quando, pergunto, o regresso do jogo puro e duro? Nesse quadro, com a permissão do meu amigo Bernardo Ribeiro transcrevo uma ideia defendida por ele na edição de ontem do nosso jornal: "Uma coisa me alegra – a PJ ter finalmente metido as mãos na massa e ter deixado de haver poderosos que escapam ao escrutínio". Por isso, mais uma vez, o meu apelo: investiguem e não parem! A integridade de um País também advém da sua Justiça. Doa a quem doer. Em defesa do velho futebol.
Impostos à parte, pois são tantos os milhões e não consigo entender quem tem razão, é bem possível que CR7 possa estar de saída de Madrid para Paris. A confirmar-se, vai ser giro vê-lo ganhar outra ver a Champions.
Admiro Rui Patrício. Não é de agora, é desde sempre. Porque é um guarda-redes fantástico e tem um carácter brutal. E não acredito que a esmagadora maioria dos sportinguistas não tenha por ele o respeito que lhe tenho."

A moda dos altos e espadaúdos

"Numa das entrevistas que deu nos últimos dias e falando do que mais gosta, que são as diferentes variantes técnicas e tácticas que envolvem uma partida de futebol, Sérgio Conceição abordou uma tendência do futebol moderno que é a aposta das equipas em colocarem um maior impacto físico no jogo, sustentando a sua dinâmica em jogadores com características apropriadas para isso, de modo a obterem daí uma maior vantagem competitiva. Uma questão pertinente que se tem observado na maioria das grandes equipas europeias.
Segundo o técnico do FC Porto, o futebol actual traz mais intensidade e agressividade, pelo que as equipas procuram atletas com capacidade física para ganhar duelos dentro de campo nos diferentes raios de acção. "O jogo é feito de duelos e a equipa que ganhar mais está mais próxima de vencer o jogo", referiu Sérgio. É algo que faz sentido e mostra como a componente física tem um papel importante na hora de preparar uma equipa.
Basta pensar na estampa de uma selecção como a Alemanha, campeã mundial, e na forma como esta exerce o seu poder físico para controlar os jogos e manter a bola. A robustez é uma arma dentro da própria componente táctica, uma forma de desgastar o adversário que, perante esta dificuldade, tem também de tentar correr mais e sair da sua zona de conforto.
Na composição dos plantéis, esta realidade pesa também na escolha dos atletas com as características certas para colocar em prática uma ideia de jogo assim. Nas ligas de Inglaterra, Alemanha e França, este é um cenário comum a vários emblemas. Por seu lado, este tipo de jogadores consegue dar resposta a partidas mais intensas, que peçam maior disponibilidade ao longo dos 90 minutos. Trazem equilíbrio às equipas nos momentos defensivo e ofensivo e abrem igualmente espaço para que outros companheiros, mais franzinos, possam ganhar duelos através dos seus atributos técnicos e tácticos. 
Uma equipa que bloqueia as movimentações do adversário, fazendo uso da sua força, no bom sentido, tem a possibilidade de criar mais oportunidades para que os jogadores mais criativos possam alimentar a dinâmica da equipa. Pode parecer fácil na teoria, mas é algo que implica um grande trabalho de laboratório para que a equipa possa afinar a máquina com toda a eficiência. É um trabalho de pormenor em que todos devem compreender as funções de cada um.
O campeão europeu Real Madrid, na final da Liga dos Campeões, utilizou 9 jogadores (em 14) com mais de 1,80m de altura, fazendo uso precisamente de jogadores como Sérgio Ramos, Varane, Casemiro, Kroos, Cristiano Ronaldo, Benzema ou Gareth Bale, para a conquista de duelos nas várias zonas do terreno.
Olhando 15 atletas mais utilizados pelos clubes que venceram as principais ligas europeias, encontramos uma maioria de jogadores ‘altos e espadaúdos’. Juventus (11 jogadores com 1,80m ou mais), Bayern (11), PSG (11), Barcelona (8) e Manchester City (8) tiveram atenção a este detalhe. E o mesmo acontece em Portugal, com FC Porto (11), Sporting (10), Benfica (9) e Braga (8) a optarem por esta via.
O sucesso de uma equipa de futebol está longe de se limitar a uma questão de altura ou robustez física. A história conta inúmeros artistas da bola, pequenos e franzinos (Lothar Matthäus, Franco Baresi, Maradona, Messi...) que brilharam a defender e a atacar. Mas o futebol evolui para um patamar em que o poder físico desempenha um papel importante na componente táctica das partidas, cada vez mais intensas nas grandes competições. Moda ou não, é uma vertente da qual a maioria das equipas de topo não prescinde.

O Craque – O elemento mais novo
Rúben Dias é talvez a principal surpresa e o mais jovem elemento entre os 23 convocados da Selecção Nacional, tendo acabado de se estrear como internacional no último jogo frente à Tunísia. O defesa central afirmou-se como titular na equipa do Benfica ao longo da temporada e surge agora como solução para a equipa das quinas numa posição em que a renovação tem sido mais difícil para Fernando Santos. É um jogador forte no jogo aéreo e na marcação, com bom posicionamento e que também contribui nas bolas paradas ofensivas com golos.

A Jogada – A atracção das grandes ligas
No actual mercado de transferências, a questão financeira tem um peso muito alto nas decisões dos agentes desportivos envolvidos (clubes, jogadores, empresários e intermediários). Para quem aposta na formação, há um grande risco de ver as pérolas saírem de forma precoce para outro clube europeu sem cumprirem todas as etapas de desenvolvimento. E isso tem impacto a nível desportivo, porque muitos atletas nem sempre têm depois o espaço competitivo para evoluírem. Renato Sanches foi um exemplo. Com apenas 8 jogos na equipa principal, o portista Diogo Dalot pode ser o próximo jovem a sair "antes do tempo".

A Dúvida – Ir ou não ao mercado?
Com a possível saída de Dalot e depois da venda de Ricardo Pereira, o FC Porto fica com um problema para resolver na asa direita. A solução até pode estar nos quadros do clube, embora a continuidade de Miguel Layún e Maxi Pereira ainda esteja em dúvida, havendo ainda a possibilidade de contar com o jovem Fernando Fonseca, que esteve emprestado ao Estoril. Poderá estar aqui o primeiro desafio de mercado dos dragões. Qual será a opção de Sérgio Conceição: olhar para os recursos existentes ou avançar para a contratação de um novo lateral?"

Madrid sentirá falta de Ronaldo

"Um dia, quando se contar o que foi este tempo, será feita justiça em Espanha a Cristiano Ronaldo. Não a justiça das muitas capas de jornais ou (enfim) do aplauso geral da exigente bancada do Bernabéu, mas o reconhecimento que lhe é devido por ser o jogador que mudou o curso da história do Real Madrid e devolveu um gigante adormecido aos títulos e à glória.
Sendo o futebol um jogo coletivo, com certeza que não o fez sozinho, mas será bom regressarmos ao ano em que Cristiano chegou à capital espanhola e pensar há quanto tempo o clube estava fora da fase decisiva da Liga dos Campeões, de que como era dominador na época "o melhor Barcelona da história", liderado por Pep Guardiola, e como brilhava a estrela de Leo Messi, então com 22 anos.
O que Ronaldo fez nesta década em que teve Messi do outro lado (nunca nos podemos esquecer desse extraordinário acontecimento) foi liderar pelo exemplo, marcar 450 golos em 438 jogos, ser decisivo quando teimavam em dizer que era banal, renascer sempre que o davam como morto. Ganhar, ganhar, ganhar tudo. E nunca se cansar. Quando se escrever a história do Real Madrid há um antes e um depois de CR7.
O Madrid de 'leyenda' - a equipa para a história que hoje temos - é a invencível armada dos grandes momentos, mesmo que vacile nas provas domésticas, onde Cristiano Ronaldo foi invariavelmente a figura maior. Com certeza que a sua questão com o clube é também uma questão financeira porque, perante tantas aparentes promessas e num mercado em tão galopante transformação, o que Florentino Pérez fez foi ter o seu astro sempre à prova, permitindo que ele ganhe hoje quase metade do que ganha Messi, quando a dimensão planetária de um e outro (o futebol é outra coisa) não tem comparação.
Mas, muito pior, desconsiderou-o. No tratamento, na falta de apoio, na forma como permitiu que a imprensa hostil o atacasse sem defesa, na maneira como fomentou o aparecimento de sucessores - Bale, esqueçamos por momentos Neymar, foi contratado há cinco anos para ser o novo Ronaldo; afinal, o português estava a caminho dos 30. É comparar o que fez um e o que fez o outro, queda para os idiomas à parte. Por isso Cristiano falou. E não, não falou por acaso nem egoísmo. Todos sabiam o que ele pensava. Falou e teve intencionalmente eco. E, no entanto, ficar em Espanha, desde que haja um entendimento, que é possível, parece ainda um caminho. Ronaldo gosta do clube, adora a cidade. 
As saídas só podem ser duas: à cabeça a Premier League e Manchester. Mais do que Bale, Cristiano Ronaldo seria o detonador de que José Mourinho precisa para devolver o United à primeira linha. Com cedências, com certeza, mas por vezes é precioso ceder para ganhar. Paris também pode ser um desafio. Uma época sem grandes correrias na Liga francesa e, enfim, todas as fichas na Champions, mas parece - mesmo que o dinheiro seja muito - um desafio mais morno. O verão tem de aquecer.

A selecção como prioridade
Sem Ronaldo, mas também sem Gelson e Bruno Fernandes, que podem ser importantes no desdobramento das acções ofensivas, Portugal claudicou onde todos tememos que tal possa acontecer : na defesa. Ora, é dos livros que defender é um processo colectivo e os erros do jogo de Braga são também o resultado de uma equipa que pressionou pouco, jogou muitas vezes devagar, mesmo tendo (lá está) movimentos de ataque muito bem conseguidos e com aquele toque de classe que faz a diferença.
No final, Fernando Santos dramatizou mais do que é hábito e, mesmo que tenha sido só para criar impacto, julgo que o terá conseguido junto dos jogadores.
O seleccionador, um mestre na gestão do grupo, não ignora que muita gente chegou com a cabeça cercada de preocupações e, não sendo possível eliminar esse facto porque o Mundo é só um, é imperioso que a prioridade seja Portugal.

Diogo Dalot
A anunciada mudança de Diogo Dalot para o Manchester United é um negócio que surge cedo de mais. O FC Porto quereria renovar com o jogador, utilizá-lo com frequência, porque tem potencial para isso, porque iria precisar, e vendê-lo mais tarde. Dito isto, 20 milhões de euros, ou mais, por um jogador que fez meia dúzia de jogos na primeira equipa é um bom encaixe. Em Manchester o desafio de Dalot não é o seu futebol e sim a sua mentalidade. Todos dizem que é forte. Suficientemente forte?  
Renato Sanches
Entre muitos fracassos de jogadores portugueses fora de portas, o mais retumbante é o de Renato Sanches. Será para a vida? Ora, sendo ele tão novo e tão talentoso, merece mais do que o benefício da dúvida, mas - mais do que o seu futebol - foi a sua cabeça que não esteve à altura da exigente mudança. Ainda que o Bayern lhe queira dar uma segunda oportunidade neste verão, voltar ao Benfica seria o melhor no imediato. Ao menos isso ele percebeu."

Talvez no dia de São Nunca

"A assembleia geral destitutiva do Conselho Directivo do Sporting está marcada para dia 23, mas são cada vez em maior número aqueles que têm a convicção de que ela não se realizará. As manobras dilatórias do CD e as dificuldades que a Mesa da AG está a ter para efectivar os procedimentos relativos à reunião magna, avolumam-se diariamente com as posições a extremarem-se, ficando cada vez mais longe o ponto de encontro. A exemplo do que aconteceu há dias quando Jaime Marta Soares quis validar as assinaturas dos sócios que subscreveram o pedido para a realização de uma AG e não encontrou os funcionários competentes para efectuar essa tarefa, quem garante que no dia 23 os serviços do clube estarão à disposição da MAG ou até que seja possível verificar a condição de cada sócio? Em suma, é bem provável que por este andar a AG se realize no dia de São Nunca…
Rui Patrício fez questão de sair a bem do Sporting, permitindo um interessante encaixe financeiro ao clube que o formou. À última hora, porém, Bruno de Carvalho fechou-lhe a porta e comprometeu essa possibilidade. Rui Patrício até pode encontrar nova solução, mas não se sabe quando nem se será pela via mais pacífica. Perde o Sporting, perde o guarda-redes e espera-se que não perca a Selecção face ao estado de espírito em que o jogador se encontrará."

O lado brilhante

"Diogo Dalot é o último exemplo de que o futebol português continua a produzir pedras preciosas. Aos 19 anos, está de partida para o Manchester United a troco de 20 milhões. É o negócio possível para o emblema do dragão com um jogador que terminava contrato na próxima época e que seguramente iria valorizar-se ainda mais. Dalot vai trabalhar com um treinador especial e num clube que projecta os jovens que têm não apenas talento mas muita vontade de aprender. O futuro é risonho. 
A entrevista de Bernardo Silva a Record é como um bálsamo nestes dias em que a agenda mediática é marcada por notícias que nada têm a ver com o jogo jogado. Como diz Guardiola e Mourinho confirma, Bernardo é uma jóia de pessoa. Mas é mais do que isso. É um óptimo entrevistado, que sabe do que fala e gosta de falar de futebol. Foge aos clichés, evita os lugares-comuns, partilha conhecimento e histórias – nós agradecemos, os leitores também.
José Couceiro foi homenageado pelos vitorianos, que lhe estão reconhecidos pelo trabalho que desenvolveu nos dois últimos anos e pela marca que deixa em Setúbal após duas passagens pelo clube. Há adeptos para quem a gratidão não é palavra vã e demonstram-no. Rui Patrício seria merecedor de uma despedida assim."

Marco Silva: o treinador que falha objetivos e continua a subir na carreira

"O ex-Estoril Praia e Sporting é o novo líder da equipa técnica do Everton, da Liga Inglesa

O percurso de Marco Silva como treinador tem sido tudo menos calmo e tranquilo. Desde que pendurou as botas, em 2011, o lisboeta passou por vários clubes. Teve sucesso em alguns deles, mas, nos outros casos, falhou os objectivos a que se propôs. Assinou por três anos pelo Everton esta quinta-feira com o objectivo de ter "ambição, comprometimento e atitude", segundo o próprio em declarações ao site dos 'toffees'. A segunda destas três palavras, ainda assim, é a mais complicada de integrar na carreira de Marco Silva, técnico que tem um histórico de entrar em conflito com as direcções dos emblemas que representa.
Depois das três épocas de grande nível no Estoril Praia, clube que lhe diz muito e onde esteve quase dez anos como jogador e treinador, Marco Silva assinou pelo Sporting. Mas as coisas em Alvalade começaram logo com o pé esquerdo: em Agosto de 2014, foram instaurados processos disciplinares pelos leões a Marcos Rojo e Islam Slimani. Confrontado com a situação, Marco Silva mostrou o seu desagrado e negou qualquer tipo de culpa no que se passou. "Nem eu, nem os jogadores nem o Sporting queríamos que isto acontecesse. Era uma situação que ninguém queria. (...) O que se passou não teve nada a ver comigo. A decisão foi Sporting. Um decisão que teremos de assumir. Na parte técnica os jogadores não tiveram mau comportamento. De mim, vão sempre ouvir a verdade. Sobre este assunto o presidente falou e eu não vou comentar", disse Marco Silva aos jornalistas.
Na sequência de uma derrota pesada em Guimarães (3-0), Bruno de Carvalho criticou a equipa no Facebook. A relação entre os dois começou a ficar menos saudável e Marco Silva, novamente aos jornalistas, repreendeu o dirigente. "É balneário, quatro paredes, não falo, nem ninguém deve falar", referiu. Outro dos casos que demonstrou a diferença de visão entre treinador e direcção foi quando Marco Silva, em Novembro, disse que Bruno de Carvalho sabia o que o técnico pretendia para o mercado de inverno "desde Agosto". Quatro dias antes, o presidente verde e branco havia dito que "a SAD não está à procura de reforços". Bruno de Carvalho e Marco Silva continuaram de costas voltadas, mas a saída do treinador só se verificou no final da temporada, depois de um campeonato decepcionante e abaixo das expectativas e da conquista sofrida da Taça de Portugal.
Seguiu-se o Olympiacos, clube habituado a ter portugueses na frente da equipa técnica. A temporada correu bem e, como esperado, o conjunto de Marco Silva conquistou a Liga Grega e participou na Liga dos Campeões, chegando a bater o Arsenal por 3-2. Saiu no final de Junho de 2016 de forma surpreendente, visto que a temporada seguinte estava prestes a começar, e alegou "razões pessoais". A imprensa grega garantiu que Marco Silva abandonou o Olympiacos em conflito com a direcção, que sentiu que o técnico "não estaria 100% comprometido com o clube", principalmente no que diz respeito a objectivos nas competições europeias.
Em Janeiro de 2017, Marco Silva pegou na equipa do Hull City com a meta de conseguir a permanência na Liga Inglesa. Apesar de ter aumentado o rendimento da equipa e de ter conseguido várias vitórias, o Hull City desceu de divisão e Silva, mais uma vez, esteve em litígio com a direcção. Tudo graças à equipa de... râguebi. Em Março, Marco Silva exigiu que a equipa de râguebi que partilhava o estádio com o Hull City deixasse de jogar no recinto dos 'tigers' devido ao mau estado em que o relvado ficava. Acabou por sair no final da temporada após não cumprir com o objectivo. 
Finalmente, Marco Silva iniciou a temporada 2017/18 como treinador do Watford FC. Os 'hornets' amealharam quatro vitórias e apenas duas derrotas nos primeiros nove encontros, figurando nos lugares cimeiros da Liga nas jornadas iniciais. Contudo, Marco Silva foi abordado pelo Everton em Novembro e, curiosamente ou não, o Watford FC baixou drasticamente de qualidade e começou a perder jogos atrás de jogos. O técnico foi despedido em janeiro deste ano e a justificação do Watford FC foi dada em comunicado. "O catalisador desta decisão é a abordagem injustificada de um clube da Premier League [Everton], algo que a direcção acredita que teve uma deterioração significativa tanto no foco como nos resultados a ponto de comprometer o futuro do Watford a longo prazo. Para a segurança e o sucesso do clube, a direcção acredita que tem de mudar", podia ler-se.
Quando estava no Watford FC, Marco Silva nunca soube dizer que não ia sair do clube para se mudar para o Everton. A mudança acabou mesmo por não acontecer na altura, mas verifica-se agora. Liverpool é a nova casa de Marco Silva, um treinador que está a precisar de ter uma experiência como treinador em que os seus interesses se alinham com os da direcção do clube em que trabalha."

Supermario abre o horizonte

"Acabou-se o exílio: Mario Balotelli foi convocado por Roberto Mancini, jogou, marcou um golo à Arábia Saudita e foi aplaudido de pé em St.Gallen quando foi substituído por Andrea Belotti. Para quebrar o gelo, não há como o Supermario.
‘Balo’ não punha os pés na Seleção italiana há quatro anos, pelo que, antes deste encontro de preparação realizado na Suíça, a ocasião anterior em que o atacante vestira a ‘maglia azzurra’ havia sido no descalabro contra o Uruguai, no Estádio das Dunas, em Natal, na terceira jornada da fase de grupos do Mundial do Brasil.
A chegada de 'Mancio' mudou o panorama. Obrigados a reestruturar o projecto da Itália depois de terem levado um chuto da Suécia e de não terem suportado uma série de meses de futebol desesperante, os dirigentes afastaram Giampiero Ventura mediante toda a insustentabilidade da situação. Mancini deixou o Zenit (5.º lugar na liga russa) e foi convidado para tratar as feridas da ‘Azzurra’, nesta fase de pós-Buffon e De Rossi.
A medida de maior impacto para abrir o horizonte foi ter promovido o regresso de Balotelli, com quem já tinha sido campeão no Inter e em Manchester. Os 43 golos marcados nos 66 jogos pelo Nice reforçaram a boa condição de ‘Balo’, cujo retorno à Selecção até ficou bastante mais fortalecido pelo facto de Mancini lhe ter atribuído o rótulo de vice-capitão, a par de De Sciglio, imediatamente atrás do novo dono da braçadeira: Leo Bonucci, com quem, por acaso, Balotelli já tinha jogado nos juniores do Inter, era Mancini treinador da equipa principal dos 'nerazzurri'.
Balotelli não deixou completamente o lado Peter Pan. Isso é impossível. Mas atrevo-me a dizer que está na fase mais consolidada da carreira. E as palavras de uma autoridade como ‘Billy’ Costacurta até são sugestivas, referindo as vantagens de o ter na Casa Italia, em Coverciano: «Faz grupo (…) É uma figura positiva».
Nice fez-lhe bem depois da desilusão em Anfield e do regresso a Milanello. E Lucien Favre sabe que o trabalhou na perfeição, tanto que o quer levar para Dortmund para dar continuidade àquilo que o avançado foi exibindo nas últimas duas épocas. De acordo com as notícias mais recentes, ‘Balo’ quer deixar a Côte d’Azur e voltar para Itália, mesmo que Rudi Garcia esteja a acenar-lhe um óptimo contrato em Marselha. O ordenado anual de €4M limpos que aufere no Nice não é fácil de ultrapassar e talvez seja esse o empecilho para o recém-promovido Parma, que jogaria com o trunfo de estar baseado perto de Brescia, onde Balotelli tem a família mais próxima.
Ainda assim, convenhamos que o nível do ponta de lança exige um clube mais adequado. Di Francesco já o queria no Sassuolo em 2016, depois do regresso falhado a Milão, mas Balotelli escolheu o Nice. Quem sabe se não vai mesmo treiná-lo na Roma? Estará completamente excluída a opção de uma terceira etapa no Milan, o clube por quem tem mais afinidade e onde jogou muito bem na vigência de Max Allegri? Para já, De Laurentiis não mostrou publicamente o propósito de o levar para Nápoles, ao mesmo tempo que o Arsenal e a Puma podem ter interesse em fazê-lo viajar para Londres.
Mino Raiola, o agente, quer movimentar dinheiro. E o Nice pode libertá-lo por €10M, atendendo ao facto de só ter mais um ano de contrato com o clube do sul de França. Recordo-me de Raiola na altura em que Balotelli estava preso nas areias movediças de Liverpool. Chegou como um craque mediático para os Reds esquecerem Luis Suárez, então transferido para o Barça. Mas nem sequer houve possibilidade de comparar seriamente um e outro. O “charrúa” era, provavelmente, o melhor 9 do mundo e ‘Balo’ parecia ter desaprendido de jogar.
Balotelli tinha os seus problemas pessoais, que nunca foram o enfoque dos tabloides. E Raiola insistia que o jogador tinha de se empenhar para os resolver, que mais ninguém podia fazer isso por ele. Para além disso, o agente elencou outros pormenores, como o facto de, no Liverpool, ser um entre muitos. No Milan, com Allegri, ele era o máximo e todos jogavam para ele. E essa sensação tornou-se relativamente prejudicial porque ele não tinha natureza de líder, mas sentia-se intocável e isso desencadeou alguns comportamentos desviantes, muitos deles empolados a torto e a direito nos ‘media’ mais sensacionalistas. Este percurso permite entender por que razão Raiola admitiu, mais tarde, que devia ter insistido para ele ter permanecido no Manchester City, para ir à luta quando teve os primeiros obstáculos, evitando-se que ganhasse uma soberba residual quando se tornou “rei” nos ‘rossoneri’.
Hoje, o atacante que outrora também teve algum relevo no Inter, com Mourinho, agarrou a mão estendida por Mancini, quatro anos depois da debacle com o Uruguai. Perdeu muitas vezes o comboio, mas não este. As últimas duas épocas com Favre limparam-lhe a cabeça e este é o resultado: marcou, contra os sauditas, o seu 14.º golo na contabilidade pela ‘Azzurra’, igualando o registo de Rivera e ficando a dois de Vialli e Toni.
Balotelli é diferente dos outros. Age diferente e imagina diferente. Tem um talento fabuloso e uma força muito caraterística. Num ápice, inventa um movimento e resolve com um remate que pode ser subtil ou fulminante, como aquele que esmagou a baliza de Neuer, na semi-final de Varsóvia, no Euro 2012, na altura de Prandelli.
Esse Europeu de há seis anos foi a prova mais bem conseguida na carreira. Fez um torneio estupendo na dupla com Cassano e agora é Insigne que se candidata a fazer uma óptima sociedade no ataque desenhado por Mancini. Contra a Arábia Saudita, em St.Gallen, nas primeiras notas que se escreveram da nova etapa com 'Mancio', viu-se Insigne e Politano a atuar como extremos a aparecer em diagonal em direção à grande área, aproveitando as deslocações de Balotelli para zonas exteriores, também lidas pelos centrocampistas Florenzi e Pellegrini, que aproveitavam para desferir roturas.
Hoje, contra a França, há um teste mais exigente. Será o segundo desafio de Mancini no comando ‘azzurro’. E será também bastante especial para Balotelli, por se realizar em Nice, evento onde ele vai ligar o modo Supermario no ataque. Provavelmente, não terá Insigne no alinhamento titular porque Mancini pode querer experimentar Chiesa e Bonaventura como os extremos do 4-3-3, mantendo-se Jorginho a pivô do meio-campo para libertar os outros dois centrocampistas incursores: um deles deve ser Cristante, bem transformado por Gasperini em Bérgamo.
'Balo' está de volta. E ainda bem."

Zidane e o tempo, sem contratempos

"A decisão de Zidane em deixar o comando técnico do Real Madrid surpreendeu-nos, mas não devia. Porquê? Porque o francês sempre teve um gosto por tomar a decisão certa no momento certo e sair sempre pela porta grande.

Saber medir o tempo é uma arte, contar cada segundo de olhos fechados, tomar a decisão certa no momento certo. No futebol, esta arte é elevada ao expoente quer no jogo jogado - o passe, a finta, o remate, o elevar a cabeça e observar o campo, os cortes - quer na carreira de um jogador ou treinador.
Foram várias as ocasiões em que treinadores e jogadores podiam ter saído pela porta grande e arriscaram mais 90 minutos, mais uma época, mais um contrato, mais uma transferência. Saber medir o tempo é uma qualidade importante, saber cruzá-lo com o sucesso e o longo prazo exige carácter e saber. Não é para todos.
Arsène Wenger será, provavelmente, o exemplo mais recente de um treinador que viveu tempo demais num clube. Após um início de sucesso no Arsenal, o técnico francês prolongou-se. Prolongaram-no. Mesmo quando era evidente a necessidade de uma mudança no clube inglês, a direcção manteve-o. E o francês nunca teve a coragem ou o discernimento de sair pelo próprio pé. 
Naqueles que tratam a bola por tu dentro das quatro linhas, entre os apitos de início e fim de jogo do árbitro, não faltam exemplos. Ronaldinho, O Ronaldinho, que vive na nossa nostalgia prolongou a carreira durante mais tempo do que o tempo pedia. Podia ter terminado a carreira em grande, depois dos 30 já numa transferência que o devolvesse ao seu país natal, mas continuou a jogar em sucessivas épocas irregulares fazendo com que os adeptos de futebol apenas se lembrassem que Ronaldinho ainda não tinha pendurado as botas porque, de tempos a tempos, surgia um vídeo de um passe de costas, um toque de calcanhar ou uma finta a lembrar os tempos em que o brasileiro corria sem regras e de sorriso rasgado em Camp Nou.
Sair pela porta grande pode ser sair com um troféu nas mãos, mas não necessariamente. É um ato de introspecção, de conhecimento de nós próprios, de coragem. Coragem do jogador ou do treinador em perceber o seu momento e perspectivar que o futuro lhe permitirá, ou não, continuar no clube ou na modalidade com o mesmo estatuto, com a mesma influência, a dar o melhor contributo.
Zinédine Zidane, o antigo internacional francês que esta quinta-feira, de forma inesperada, se demitiu do cargo de treinador do Real Madrid depois de três anos e nove troféus com o clube merengue, foi uma excepção.
Quando jogava, o talentoso francês media o tempo como ninguém, no passe a desmarcar, a rodar sobre o adversário - movimento que (o) tornou mítico - , na maneira de olhar para o jogo, no remate à baliza. O que por vezes não mediu em temperamento, como naquela final do Mundial de 2006 frente à Itália em que agrediu Materazzi com uma cabeçada, ganhava em tempo. Era um jogador que sabia tomar a decisão certa no momento certo.
Tomou-a quando decidiu terminar a carreira ao serviço do Real Madrid, com apenas 33 anos e numa forma excelente. Era quase frustrante para o adepto de futebol vê-lo nos anos seguintes disputar jogos amigáveis de solidariedade e não pensar "ainda podia vir fazer uma perninha ao meu clube". Mas Zidane não queria fazer "uma perninha", queria ser o maestro. Queria ser preponderante, ser um influenciador e um dos rostos da equipa. Quando percebeu que, pela natural consequência do tempo e numa época em que a preparação física e a nutrição estavam longe de estar enraizadas no futebol ao nível que conhecemos hoje, aquilo que faria seria, provavelmente, saltar do banco para ir "dar uma perninha" à medida que o tempo iria passando, Zidane saiu. Pela porta grande.
A nostalgia foi quase imediata e deu a Zidane, talvez mais depressa do que seria de imaginar, o estatuto de lenda. Nas conversas de café era falado como um melhores de sempre, trazendo à memória as prestações épicas no Mundial de 1998 e no Europeu de 2000, ambas as competições conquistadas pela selecção francesa, a classe com que tratava a bola e a influência que teve por todos os clubes por onde passou.
E quem acha que na selecção não foi assim, engane-se. Mesmo após aquela fatídica final de 2006, em que Zidane não só é expulso como marca um autogolo, o povo francês, após a ira típica dos momentos a quente, rapidamente reconciliou-se com o jogador que foi um dos artistas maiores de uma geração que venceu tudo o que havia para vencer.
Esta quinta-feira não foi diferente. De forma inesperada, Zidane decidiu sair do banco do Real Madrid. “É um momento estranho, mas a equipa necessita de uma mudança para continuar a ganhar, necessita de outro discurso. Outra metodologia de trabalho e, por isso, tomei esta decisão”, afirmou. 
Depois de uma primeira época em Madrid, marcada pela conquista da Liga dos Campeões, foi em 2016/17 que fez a sua melhor época no banco do Real, somando a Liga Espanhola ao bicampeonato europeu. O primeiro, um feito necessário para interromper a hegemonia do Barcelona na La Liga; a segunda, um feito inédito desde que a competição assumiu o novo formato.
Contudo, a actual temporada, a terceira ao serviço dos merengues, não correu de feição, pelo menos não como Zidane quereria. A equipa conquistou a Liga dos Campeões pela terceira vez consecutiva, um feito épico e único, que não passou indiferente aos olhos de ninguém. Mas o futebol já não era o mesmo. Tal ficou patente no desempenho nas competições internas, onde o Real Madrid cedo ficou afastado da corrida pelo título - acabaria a época em terceiro lugar - e foi também prematuramente eliminado da Taça do Rei, em casa, diante do Leganés.
Olhando para a posição de treinador de uma forma ampla, podemos, logo à partida, separar os timoneiros em duas categorias: os comandantes de homens e os mestres da táctica. Zidane como lenda do futebol e do Real Madrid, agarrou numa equipa bem montada por Carlo Ancelotti e foi a primeira, um comandante. Porquê? Porque não precisava de ser a segunda.
Com alguns dos melhores jogadores do mundo ao seu serviço em todas as posições - de Sergio Ramos a Cristiano Ronaldo, não esquecendo nomes como Toni Kroos, Luka Modric ou Isco, a que se juntam ainda jovens promessas do futebol mundial como Marco Asensio - e um sistema tático (4-3-3), herdado, que tinha como uma das peças-chave Casemiro, a fazer o trabalho ‘feio’ na zona mais recuada do meio-campo, dando liberdade aos médios Kroos e Modric, e que nos momentos de ataque facilmente alternava para um 4-2-2-2, com Ronaldo a fazer a diagonal para o meio e a aproximar-se de Benzema, Zidane ficou com a responsabilidade de gerir egos, uma arte subtil, mas dura, exigente e fulcral, sobretudo num clube que junta dos melhores e que ao mesmo tempo pretende ser o melhor.
E conseguiu-o. Foi treinador, pai e amigo dos jogadores. Geriu Cristiano Ronaldo numa altura crucial da carreira do internacional português e potenciou-o. Mediu-lhe o tempo, encurtou-o, e fez com que, através de um sistema de rotação de jogos que privilegiou as competições europeias em detrimento das nacionais, o capitão da seleção nacional portuguesa diminuísse a carga de jogos (em três anos com Zidane, CR7 fez 138 jogos, menos 18 que no conjunto das três temporadas anteriores). E nem por isso o rendimento de Ronaldo caiu significativamente. Se, por exemplo, utilizarmos como critério a média de golos marcados por jogo, com Zidane o português fez 0,99 golos por jogo, enquanto que na soma das três épocas anteriores assinou 1,07 golos por jogo.
Mas porque é que o Real Madrid precisa de repensar o jogo?
Se compararmos a temporada passada com a presente, há apenas uma grande mudança no plantel do Real Madrid: Morata não está. O avançado espanhol mudou-se para Inglaterra, para o Chelsea e o clube de Madrid não contratou nenhum substituto, deixando Benzema como único 9 puro da equipa. 
O sistema herdado de Ancelotti por Zidane foi-se deteriorando com o passar do tempo, com pequenas alterações que por vezes passaram tão despercebidas como as saídas de Morata, Khedira ou James Rodríguez.
À falta de soluções para o lugar de avançado-centro, somaram-se ainda infortúnios, como as constantes lesões de Gareth Bale, que deixaram ‘la BBC’ de muletas durante praticamente toda a temporada. Além disso, quebras de rendimento individuais geraram quebras colectivas com a equipa a tornar-se irregular e a perder jogos com equipas muito acessíveis, o que ficou patente tanto no campeonato espanhol, como na Taça do Rei.
O papel de Zidane não diminuiu, mas já não era suficiente. Por intuição, diz, percebeu que os três anos de sucesso em que conquistou nove troféus - três Ligas dos Campeões, uma Liga Espanhola, duas Supertaças Europeias, uma Supertaça Espanhola e dois Campeonatos do Mundo de Clubes - eram irrepetíveis. Então, Zidane decidiu parar, pensar, olhar e decidir.
Decidiu ter coragem para sair pela porta grande. Foi inesperado, mas se olharmos para trás, não devíamos ficar surpreendidos."

Benfiquismo (DCCCXLV)

A estreia nas reservas...
Uns dias depois, em Setúbal,
1 de Junho de 1961,
fez o primeiro jogo oficial...
No dia seguinte,
ao Benfica se ter sagrado Campeão Europeu!!!

Juvenis - 5.ª jornada - Fase Final

Corruptos 1 - 2 Benfica


Mais uma vitória no Olival, mais uma vitória nos últimos minutos, mas totalmente justa... aliás, o golo da vitória só pecou por tardio, pois desperdiçamos vários golos feitos...
Temos uma grande equipa, com muitas soluções... aqueles empates no início da Fase Final foram realmente muitos estranhos!!!

SCP: derrotado n.º 1


"Da 'pole-position' para 'suicídio': 3 meses em que BdC lançou tremor de terra e seguiu para terrível sismo/maremoto. Imparável!

Saldo da luta entre os 3 gigantes: FC Porto campeão com justiça indiscutível; e... qual o derrotado n.º 1, Benfica ou Sporting? Apetece dizer: ambos! Porém, embora aparentemente igualados na amargura de fiascos, adapto Orwell: um mais igual do que o outro... E atribuo tão triste título ao... Sporting.
Empataram em troféus: Supertaça para o Benfica; Taça da Liga para o Sporting. Na Europa, digna carreira sportinguista: da Champions, num grupo dificílimo, para a Liga Europa - nesta, com brindes em dois sorteios até à fava Atlético de Madrid, a qual até esteve pertinho de ser digerida... (versus desastre benfiquista, tão escandaloso!). Contraponto: Benfica vitorioso no sprint pelo 2.º lugar subitamente importantíssimo - possível acesso a Champions mais multimilionário do que nunca:€41 milhões, como mínimo!
Pratos da balança equilibrados? Não, face a enormíssima diferença na grelha de partida!:
- Muito forte desinvestimento na Luz: saída de 4 titularíssimos; sem uma aquisição - uma que fosse - capaz de se impor; Krovinovic chegou para ser operado, esteve meses em baixa clínica e teve a infelicidade de, numa ápice, cair noutra, que ainda dura.
- Fortíssimo investimento em Alvalade - vincadamente, o maior desde há largos anos. No tudo por tudo pelo título, qual vai ou racha!, entraram Piccini, Mathieu, Coentrão, André Pinto, Ristovski, Battaglia, Mattheus, Doumbia, Acuña, Bruno Fernandes... (10!; e quase, quase todos foram titulares). Em Janeiro, contratação de mais 5: Rùben Ribeiro, Lumor, Misic, Wendel, Montero. Total: 15! (no Benfica, a meio da época que tão mal lhe corria, zero! Categórica confirmação de desinvestimento como irreversível palavra de ordem).
Portanto, o Sporting, logo por aí, é o maior derrotado. Logo por aí, mas... falta máxima evidência: desvairado egocentrismo do presidente provocou terramoto a partir de Fevereiro (destruição de si próprio ao destruir a equipa!). Desestabilização em duas AG (tumultuosas, após dividir sócios entre os meus e os sportingados, para mudar Estatutos e Regulamento Disciplinar, exacerbado opositores - e fê-lo num tempo incrivelmente despropositado, com a equipa taco a taco na discussão do títulio). Depois, BdC conseguiu passar do tremor de terra a terrível sismo com maremoto. Imparável!
Estapafúrdio público ataque aos jogadores! Reacção de todo o plantel (copo transbordou, pois vinha muito de trás a presidencial falta de inteligência emocional - acusação que BdC viria a desferir sobre Rui Patrício!) e fulgurante rábula: «estão todos suspensos»! Jorge Jesus pegou no leme, evitou imediato naufrágio. Só que... presidente a anos luz de, no mínimo, não insistir em crasso erro. SMS aos jogadores: «Após o jogo com o Paços, vamos ter a conversa mais séria que vocês tiveram na vida. Vão perceber de vez o vosso lugar. Crianças amuadas não pertencem ao Sporting, a não ser o da Covilhã»! Soma e segue! Jorge Jesus aguentou outro ataque BdC - por via do pai deste... E o presidente não parou de demolir: nova investida sobre treinador e jogadores, em entrevista na véspera do decisivo jogo no Funchal! Decerto, passou de excelente para óptimo o estado de espírito da equipa... No dia seguinte, JJ convocado para BdC lhe comunicar despedimento após final da Taça, 6 dias depois. Equipa ainda mais feliz...
E, 24 horas decorridas, o terror! Tochas já tinham sido atiradas para Rui Patrício, ia começar o derby! (na direcção, silêncio...). Jogadores já insultados e alvos de tentativas de agressão, num local do estádio onde adeptos não poderiam ter acesso (da direcção, silêncio...). Faltava terror no seio da Academia e no coração de uma equipa: o seu balneário! BdC, sempre tão eloquente, soltou «Foi chato»... E, mais tarde, apogeu de despautério (se ainda possível!): responsável pelo que acontecera foi Rui Patrício, pois, na véspera, não poderia ter respondido a insultos de adeptos! Insistentemente perseguida, vilipendiada e até alvo de física violência - ainda mais terrível porque na sua casa, que o comando directivo tinha escrita obrigação de garantir inexpugnável! - ficando impossibilidade de se treinar toda a semana, eis equipa em perfeitíssimas condições para ganhar a final da Taça..
Difo, preto no branco: impensável que BdC possa ter ordenado tal nível de horror sobre jogadores e técnicos; mas é ele, sim - ele e o elenco directivo que tudo lhe aceita -, o responsável moral face a tamanha indignidade. Por vasto lote de acções e de... omissões. Descurando como grupos de claques - não só no Sporting - são manipuláveis/influenciáveis.
E assim, lá se foi a Taça de Portugal... O presidente que construíra o melhor plantel levou os últimos 3 meses a dar brilhantes aulas, consecutivas, de como se destruir ao destruir uma equipa! Mas as lapas são... lapas."

Santos Neves, in A Bola

A guerra dos comunicados

"A crise do Sporting arrasta-se, de comunicado em comunicado, sem fim à vista. Pelo caminho que a teima leva, serão os tribunais, mais cedo ou mais tarde, a intervir, estabelecendo regras que viabilizam o dia a dia do clube de Alvalade.
Uma coisa parece indesmentível há uma divisão profunda entre sportinguistas (sem que seja possível quantificar quantos estão com quem...),  clube vive momentos de que não há memória e a única forma de devolver a normalidade aos leões é através de eleições antecipadas.
Poder-se-á  pensar que, pelo facto de não haver jogos nesta fase do ano, a situação não fica mais fácil de gerir. Puro engano. É neste momento da época, quando se definem entradas e saídas e se estabelece a estratégia global, que os clubes precisam de maior serenidade e solidariedade. Governar um emblema sob pressão - dos jogadores, do treinador, dos sócios, dos tribunais e das instituições financeiras - como está a acontecer no Sporting, terá todas as condições para refundar uma mera fuga para a frente, rumo ao abismo.
Bruno de Carvalho está a jogar com o tempo, na convicção de que cada dia mais que passa no poder é um dia ganho. E se conseguir, através do bloqueio que está a montar, que a Assembleia Geral destitutiva não se realize no dia previsto, poderá ficar até com alguma sensação de vitória.
Mas como poderá reinar num clube dividido, com um treinador que quer sair, um plantel em dissolução e os principais investidores e virarem-lhe costas? No meio de toda esta balbúrdia, onde ficam os superiores interesses do Sporting?"

José Manuel Delgado, in A Bola

Declarações de Paulo Gonçalves

"Perante a notícia veiculada ontem, quarta-feira, pelo Jornal da Noite da SIC, Paulo Gonçalves, assessor jurídico da SAD do Sport Lisboa e Benfica, deu indicações ao seu advogado para desencadear queixas-crime contra a SIC, os responsáveis da reportagem e ainda contra incertos.
Em declarações ao Site Oficial, Paulo Gonçalves reagiu ao tema. "Repudio veementemente qualquer tentativa torpe de associar o meu nome ou a minha pessoa a atos menos próprios ou censuráveis. É mentira que tenha contactado quem quer que fosse para quaisquer subornos, pedidos, promessas ou prémios. Porque assim é, dei indicações ao meu advogado para intentar de imediato a respectiva participação criminal contra os autores da reportagem divulgada no dia de ontem", afirmou.
Já Carlos Pinto de Abreu, advogado de Paulo Gonçalves, contactado pelo Site Oficial, fez as seguintes considerações sobre o assunto: "É calúnia, que será objecto de acção crime contra os seus responsáveis, o que se tentou, a coberto do anonimato cobarde, insinuar contra o meu cliente. Declarações e acções de encapuzados não têm a virtualidade de ser consideradas minimamente sérias e credíveis, senão como ofensas ou difamações por quem as profere e por quem as difunde. Tem de se acabar com a criação e difusão de fake news e punir estas tentativas de assassinato cívico." "


PS: O Paulo Gonçalves tem todo o direito a título pessoal em colocar um processo contra a encenação de ontem, mas o SL Benfica também foi directamente visado, portanto estou à espera da oficialização do processo do Benfica, contra todos os envolvidos a começar pela SIC...