sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Toupeiras

"A infâmia é ilimitada, agora acusam-nos de ter uma toupeira da Policia Judiciária... mas temos uma em Portimão, que me confidenciou que banalizámos o Portimonense nos primeiros 40 minutos de jogo e que, não fosse a pouca eficácia, teríamos resolvido a partida nesse período do jogo. Depois, já com os algarvios e darem-nos luta, despontou a genialidade de Cervi e Zivkovic e conquistámos três pontos nem merecidos. Outra toupeira, mas esta no balneário benfiquista, assegurou-se que continuaremos a dar tudo por tudo pelo penta até final do campeonato. Uma outra, radicada em Sines, deu-nos conta da excelente exibição da nossa equipa de basquetebol que permitiu a conquista da Taça Hugo dos Santos. O Benfica mantém-se dominador na modalidade. Mais uma, mas na Eslovénia, elogiou o contributo dos futsalistas portugueses que se sagraram campeões europeus da modalidade. Tratou-se de um triunfo de Portugal, o mérito é da selecção nacional e de todos os clubes portugueses que fomentam o futsal em Portugal. Ainda outra garante-me que Carlos Xavier, antigo jogador do Sporting que, como a maioria naquelas bandas, apesar do seu esforço, dedicação e devoção, pouca glória obteve, tentou ressuscitar o episódio de 2005, em que o Estoril recebeu o Benfica no Algarve.
O Estoril, nessa temporada no seu estádio, perdeu seis vezes o empatou três. Portanto ganharia ao Benfica de certeza...
Finalmente temos outra que se desmultiplica pelo Expresso, Correio da Manhã e Sábado, e ainda pelo baluarte da infâmia. Dos seus relatos sobressai apenas e desespero, pela facturação de uns e pela míngua de títulos de outros. E a criatividade e a indecência, aparentemente inesgotáveis e bem coordenadas."

João Tomaz, in O Benfica

Criação de um regulador do desporto?

"O que se tem assistindo nos últimos tempos consiste num avolumar de denúncias e contradenúncias, de intervenientes desportivos, quer sejam agentes desportivos na acepção do termo legal, quer não sejam.
Para se compreender melhor, a 'coisa' desenrola-se da seguinte forma:
Um determinado comentador profere as suas opiniões e convicções, num qualquer meio comunicacional. Alguém não gosta do que é dito, ou está instrumentalizado, para, de cada vez que a pessoa X abra a 'boca', fazer uma denúncia, e é feita automaticamente uma denúncia criminal, por isto e por aquilo e por o que for que se quiser.
O Ministério Público recebe a queixa e, em vez de aplicar o artigo 58.º do Código do Processo Penal, que diz:

Constituição de arguido
1 - Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, é obrigatória a constituição de arguido logo que:
a) Correndo inquérito contra pessoa determinada em relação à qual haja suspeita fundada da prática de crime, esta prestar declarações perante qualquer autoridade judiciária ou órgão de polícia criminal;

Na redacção que resultou de uma alteração de 2007, a qual exige uma denúncia (qualquer labrego faz uma denúncia), mas exige também suspeita fundada da prática do crime, dizíamos nós, o MP, fazendo tábua rasa deste último pressuposto, constitui logo o denunciado em arguido e interroga-o!
Na quase totalidade dos casos, o MP faz isto pela singela razão de que tem medo de ser 'apertado' pela comunicação social e concomitantemente pela hierarquia.
Passamos a explicar melhor.
(...) o que consta do site da Procuradoria-Geral da República.
Imagine-se que é jornalista, ou adepto de um qualquer clube rival. Constrói-se uma história, vai-se ao site e denuncia-se, já se sabe que o MP abre imediatamente um processo, tem-se uma chave de acesso para se ir sabendo o desenrolar do processo a todo o momento, pode-se ao gabinete de imprensa da PGR que diga se existe algum processo sobre determinado assunto, a PGR responde que sim - é o processo que quem perguntou tinha denunciado anonimamente e por isso conhece-o, mas a PGR não sabe que quem denunciou é quem pergunta, e está tudo feitinho.
Foi assim que se iniciou o processo dos e-mails, e todos sabemos quem fez a denúncia anónima via site da PGR.
Mas, se se quiser arranjar mais confusão, também tem acessível o site da Polícia Judiciária, (...).
É extremamente simples, eficiente e, mais grave, susceptível de grande manipulação.
Todos os grandes processos de que se ouve falar tiveram na sua génese uma denúncia anónima, esta em papel!
(...), parte da denúncia anónima dos Vistos Gold.
(...), parte da denúncia anónima do processo de Manuel Vicente e do ex-procurador do DCIAP. Claro que o Carlos Dengue não existe.
E muitas mais existem.
Esta é a dura realidade dos nossos dias.
Voltando à explicação supra, determinado presidente faz uma queixa e até lhe apetece que seja por si personalizada, o crime é sempre o mesmo - difamação, o MP interroga, investiga e não acompanha a acusação particular do denunciante, este tem de requerer a abertura de instrução, se não provier um juiz 'torto', não o pronuncia, e o denunciante recorre até ao Tribunal da Relação e até pode ir ao Tribunal Constitucional, só para chatear.
Um amigo meu de longa data, na altura, tinha dois filhos menores. Um muito cerebral e outro muito corporal.
Um dia, o cerebral estava a estudar como era seu hábito, o corporal entrou pelo quarto adentro e atirou os livros todos para o chão e pisou-os. O pai foi ter com ele, repreendeu-o e perguntou-lhe: Porque fizeste isso ao teu irmão? E ele respondeu: É só para chatear!"

Pragal Colaço, in O Benfica

Enquanto eles dormem

"O futebol português está cheio de gente distraída. Ou com amnésia selectiva e lobotomizados. Ou então é gente simplesmente com mau carácter - escolham vocês a opção mais acertada. Nos últimos meses, os benfiquistas têm sido bombardeados com suspeições, mentiras, acusações, boatos e ataques. E tudo fora do campo. Tem sido essa a estratégia de intoxicação dos departamentos de comunicação de FC Porto e Sporting CP, com o apoio dos seus adeptos vindos das mais diversas áreas, da banca ao jornalismo, do negócio da noite à justiça. Andam entretidos os nossos rivais. 
Apostam todas as fichas no lavar de roupa suja e têm dificuldade em ver o que se passa nos seus quintais. Enquanto um dos clubes desespera por um título de campeão para proporcionar uma saída airosa ao histórico presidente, o outro chora há quase 16 anos por um campeonato que consiga dar alegria aos seus adeptos e atirar-lhes areia para os olhos para não verem o abismo. Enquanto os outros se concentram na arte da inveja, nós crescemos.
Em toda a linha: financeiramente, em infraestruturas, na formação, no marketing, nos títulos conquistados, no canal de televisão, no museu, no departamento comercial, no plano tecnológico, na internacionalização da marca ou - igualmente importante - no âmbito desportivo. Futebol com uma Supertaça e a lutar pelo Penta, Basquetebol já com dois troféus conquistados e o caminho aberto para o título, Futsal na briga pelo campeonato e com quatro jogadores campeões da Europa, Andebol nos lugares da frente e a mostrar qualidade, Atletismo a dominar na formação e recheado de talento nas equipas principais, Voleibol a disputar o título e a brilhar na Europa, Hóquei em Patins (feminino e masculino) entre as melhores equipas do mundo e à frente da concorrência. E juntem à lista o judo, o triatlo, o râguebi ou a canoagem, entre outros.
É isso que lhes dói."

Ricardo Santos, in O Benfica

Quem não tem Krov caça com Ziv

"Desde que chegou ao Benfica, Rui Vitória tem feito jus ao nome. Goste-se ou não das opções, goste-se ou não do estilo, o Museu Cosme Damião não deixa margem para dúvidas: Vitória é o apelido que melhor casa com Rui. Ainda assim, durante o jogo em Portimão, levantou-se um dilema em mim. Rui é Vitória - no cartão de cidadão e no museu - mas há outro apelido que lhe assentaria que nem uma luva, melhor até do que ao verdadeiro dono: que me perdoe Rui Caçador, antigo seleccionador sub-21, mas o Rui que se destaca com maior excelência na arte da caça é o nosso. 'Quem não tem cão caça com gato', afirma um velho ditado português. Isto é fácil. Substituir uma espécie que ladra por outra que mia não exige sabedoria por aí além. Complicado era, isso, sim, encontrar substituto para Krovinovic - mas Rui Vitória descobriu. Zivkovic, extremo de raiz, entrou para o meio-campo e parece que lá joga há 20 anos, apesar de o fazer apenas há três jogos.
Se fosse caso singular, talvez esperasse um tempo para levantar o meu chapéu, mas esta não é a primeira, nem a segunda, nem sequer a terceira vez que Rui Vitória é obrigado a improvisar na caçada. Perdeu Júlio César, caçou com Ederson. Perdeu Luisão, caçou com Lindelof. Perdeu Nélson Semedo, caçou com André Almeida. Perdeu Renato Sanches, caçou com André Horta. Perdeu Jonas, caçou com Gonçalo Guedes. A vida do Benfica tem sido isto: a cada baixa que aflige, uma solução à altura resolve. Não posso esconder a preocupação que me atormenta sempre que algum jogador importante se lesiona. 'E agora vamos caçar com o quê?', questiono-me bastante apreensivo. No entanto, o alarme é cada vez menor: estamos servidos de um sublime caçador."

Pedro Soares, in O Benfica

Os nossos óscares

"Estão já a votação os nomeados para os galardões Cosme Damião relativos ao último ano.
Trata-se de uma bonita iniciativa, já com alguns anos de história, que estimula ainda mais atletas, técnicos e funcionários, dando também oportunidades aos sócios de participar e premiar aqueles que mais se destacaram ao serviço do clube.
Muita gente fica de fora, gente que também teve um desempenho brilhante, e encaixaria bem no lote dos escolhidos. É o eterno problema deste tipo de votação. Fazendo um pequeno exercício de preferências, certamente injusto porque, na verdade, todos os nomeados, bem como muitos não nomeados, mereceriam vencer, diria que ao nosso Rúben Dias, hoje titular da equipa principal, assentaria muito bem o prémio revelação. Diria também que a equipa de futebol de iniciados campeã invicta, mereceria o prémio da respectiva categoria. Que o triatlo, campeão europeu, foi talvez o modalidade em maior destaque. Que a hoquista Marlene Sousa, a melhor do mundo, justificava a distinção enquanto atleta de alta competição do ano. Destacaria também Paulo Almeida, igualmente do hóquei feminino, com 40 vitórias em 42 jogos do último ano civil, como treinador do ano.
E, por fim, no que diz respeito ao futebolista do ano, sem ser muito criativo, pedindo desde logo desculpas a Salvio e Pizzi, escolheria o mago Jonas - o melhor jogador a jogar em Portugal, e, quanto a mim, o melhor jogador do Benfica do século XXI.
É apenas uma escolha, que não pretende, obviamente, influenciar ninguém. É um mero testemunho.
Cabe agora ao caro leitor fazer as suas opções, no site oficial do nosso clube."

Luís Fialho, in O Benfica

Sonho e Alma do Benfica

"É difícil explicar por palavras o que é a interacção entre um atleta e uma criança que realiza um sonho.
Talvez seja preciso, aos mais velhos, regressar à infância por uns instantes e relembrar as cadernetas de cromos, os berlindes e as carteiras de fósforos ilustradas que lhes enchiam os bolsos. Recordar a importância de um emblema, de um cachecol ou de qualquer objecto ligado a um jogador. Uma camisola ou uma bola autografada eram miragens tão fora de alcance, que nem chegavam à lista dos desejos.
Estes objectos míticos ligavam (e ainda ligam) as crianças ao grande jogo das paixões, em nome do qual abriam campos pelos becos, erguiam balizas entre sinais de trânsito, esfarrapavam mãos e medalhavam joelhos na glória dos golos ou no impossível das defesas à Bento.
O grande jogo seguia-se pela rádio, ouvia-se pelas esquinas e via-se na televisão a preto e branco mas tinha bem presente o colorido da vida! Nesse mundo os jogadores assumiam um papel de heróis míticos e transportavam quem lhes chegava próximo a uma dimensão especial a um estatuto invejável.
Hoje, no mundo em que vivemos, vulgarizou-se a imagem e o contacto virtual com os jogadores. O Facebook anda pelos bolsos e mochilas misturado com outros objectos valiosos da infância.
É verdade... mas um abraço em pleno estádio e a voz amiga de um campeão enchem a alma a qualquer um, mesmo em momentos que não deveriam ser vividos na infância. Galvanizam energias, acendem vontades e mobilizam superações, agigantam cada criança, e enchem-na com a Alma do Benfica, distribuída em abraços pelos atletas!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Basquetebol

"A época vai avançando, e os títulos não param de chegar ao Museu Benfica - Cosme Damião. No passado fim de semana, a nossa equipa de Basquetebol escreveu mais uma página dourada, vencendo a 12.ª Taça da Liga. Foi em Sines, onde mais uma vez os adeptos benfiquistas fizeram a diferença. Uma nota muito especial para a postura do treinador, José Ricardo, que chegou ao Benfica e não pára de nos surpreender. Estamos na presença de um homem muito competente e um verdadeiro gentleman. Sem nunca se pôr em bicos de pés, José Ricardo vai levando a água ao seu moinho.
Uma nota para Carlos Morais e Jesse Sanders, que deram uma prova de sentir o SL Benfica como deve ser sentido. Apesar de não estarem a 100 por cento, fizeram questão de ajudar a equipa na grande final frente à sempre difícil Oliveirense. Morais e Sanders são um bom exemplo do que é servir o Glorioso.
Tomás Barroso, o capitão que não se deslumbra pelos êxitos consecutivos, não se esqueceu deles na hora da consagração. É este espírito de equipa que faz a diferença nas grandes equipas. Quando isto acontece, estamos sempre mais perto da vitória.

Aproveito este espaço para homenagear um grande benfiquista que nos deixou no passado sábado. Miguel Pereira Lemos era natural de Celorico da Beira e escolheu Lisboa para viver. Sócio 11 322 do SL Benfica, era um empresário de sucesso e um chefe de família exemplar. Viveu uma vida inteira com a paixão imensa pelo maior clube português e conseguiu pegar esse 'vírus' aos seus filhos, Luís e Pedro. Com ele aprendi que nunca devemos deixar de acreditar no Benfica."

Pedro Guerra, in O Benfica

PS: Ontem ficámos a saber que o Robinson, foi para a Turquia, com um salário 7 vezes maior daquele que estava a receber no Benfica...!!! É pena, porque é de facto um excelente jogador para a nossa realidade...
Hoje, o Benfica anunciou a contratação do Sérvio Miroslav Todic...

Apesar deles

"Cada jogo que vem é, no Sport Lisboa e Benfica, o mais importante desafio para cada um de nós, na bancada. Como sempre aconteceu, época após época, antes de jogarmos na Luz, ou antes de irmos a um qualquer dos outros dezassete campos do país onde disputamos os principais jogos de futebol, o bater do coração acelera. E, à medida em que o final do torneio se vai aproximando, da mesma forma, para cada atleta em cada equipa, ou para cada treinador e cada elemento do staff que exiba o emblema do Glorioso, o jogo que se segue é mais e mais importante, mais determinante e, enfim, mais decisivo. À exuberância dos adeptos, no apoio constante aos nossos ídolos e à nossa equipa do coração, tem de corresponder a capacidade física e a performance exibicional dos atletas em campo na aplicação do rigor táctico determinado pelos técnicos, em momento algum sendo dispensáveis a concentração competitiva de cada jogador e a plasticidade que lhes é exigida na execução de cada jogada própria, ou na resolução de cada lance contrário. Entre nós e os outros, estão os árbitros para interpretar e executar, validando ou sancionando a cada passo, um sistema que, de um ponto de vista teórico, é universalmente aceite, com as leis do jogo.
Este é, como se sabe, em síntese, o desígnio geral do futebol ou de qualquer modalidade, cujos títulos sejam atribuídos mediante torneios compostos de jornadas sequenciais, nas quais todas as equipas se confrontam sucessivamente umas com as outras. Aquela que tiver consolidado o mais número de pontos numa classificação que vai sendo estabelecida semana a semana irá provar ser a mais consistente e a melhor de toda a competição.
Simples. No pensamento teórico daqueles que criaram o futebol e a maioria das modalidades no final do séc. XIX e ao longo do século passado, tudo se baseia, afinal, num modelo absolutamente universal, segundo o qual, inevitavelmente, será dentro dos espaços em que os jogos se disputam que sempre se definem os campeões. E os pentacampeões. Mesmo aqui, em Portugal. Apesar de alguns notórios procuradores da República e do Ministério Público e apesar das polícias de investigação. E, mesmo, apesar de alguns dos magistrados que, designadamente, servem em algumas sedes de Justiça à moda do Norte do país: eles não jogam futebol. Mas percebe-se que gostariam muito de poder 'jogar'".

José Nuno Martins, in O Benfica

Uma reflexão que pode ser útil

"Para onde caminham, no contexto europeu, os clubes portugueses? Há razões para encararmos o futuro com optimismo, ou estaremos condenados a não passar da segunda ou terceira linha da UEFA? Por razões sobejamente aludidas neste espaço, o futebol português vive com uma circunstância altamente condicionante. Trata-se da eucaliptalização produziada pelos três maiores emblemas, que secam tudo à sua volta e impedem um crescimento mais rápido dos restantes clubes. Historicamente tem siso assim e não se vê em nenhum deles - Benfica, Sporting e FC Porto - qualquer vontade de potenciar a competição, aderindo a uma centralização dos direitos televisivos que aproximasse os argumentos financeiros e democratizasse a discussão. Ao mesmo tempo, Inglaterra, Alemanha e Espanha continuam a gerar receitas milionárias, a França descobriu novos patamares de ambição e o recente contrato televisivo dos italianos vai gerar mais de mil milhões por ano. Quer isto dizer que, cada vez mais, os nossos principais clubes são uma espécie de Gulliver em Lilliput, com a ilusão de serem gigantes, mas confrontados com despertares dolorosos quando chamados a tarefas mais exigentes.
Dificilmente, sem que se aumente o nível interno de competição, teremos equipas mais preparadas para o confronto externo, com os danos que já se sentem, e tenderão a agudizar-se, nos rankings da UEFA.
Felizmente, a Selecção Nacional consegue passar ao lado destas preocupações, já que a maioria dos jogadores que vestem o jersey das quinas evoluem nos Big Five e estão a salvo desta estagnação anunciada."

José Manuel Delgado, in A Bola

Mais público, melhor jogo

"Muito sinceramente, apesar de ser treinador e saber a importância que o nosso desempenho tem na prestação da equipa, vou a um estádio ver os jogadores, acima de qualquer outro agente. Quero ver um jogo bem jogado, emotivo, com lances de génio, daqueles que nos deixam surpreendidos. Isto só é possível com jogadores de nível superior. A festa que representa um jogo, ou que devia sempre representar, tem os jogadores como elemento central. Os outros agentes tem a sua importância e o seu espaço. Os treinadores são fundamentais para potenciar as capacidades dos jogadores, como também o modelo e estratégia da equipa. Os dirigentes devem criar condições para que seja possível atingir patamares competitivos mais elevados. Parte-se sempre do jogo para o negócio à volta deste, e não tratando o jogo exclusivamente como um negócio. Nunca nos devemos esquecer que o foco principal é o jogo. Também deve ser sempre lembrado que uma boa arbitragem é fundamental para a qualidade do jogo. Este factor, tantas vezes esquecido, nunca ser menosprezado. O desempenho da terceira equipa influencia a qualidade do jogo. Os jogadores precisam de todos estes agentes para proporcionarem um espectáculo com qualidade, mas também de público.
A sua prestação, no futebol profissional, ganha maior dimensão quando se joga com o estádio cheio. O ambiente em redor de um jogo é elemento de motivação insubstituível. As equipas ganham uma alma nova, vão buscar forças quando pensamos que estão completamente esgotadas. Fala-se muito nos aspectos motivacionais, este é para mim o mais importante. Estádio cheio.
Temos que trabalhar para que a nossa Liga tenha muito mais público, o que implica perceber que os agentes mais importantes para trazer pessoas aos estádios são os jogadores. Eles são o centro do jogo... e do negócio."

José Couceiro, in A Bola