"Os desígnios do futebol são insondáveis, o que é verdade hoje pode muito bem ser mentira amanhã e... prognósticos só no fim. Dito tudo isto, a propósito das quatro vitórias consecutivas do Benfica depois da luz que deu a Luís Filipe Vieira, confesso que tenho mais dúvidas do que aquelas que metodicamente me assaltam no quotidiano.
Há uma frase, erradamente atribuída a Albert Einstein, que traduz com fiabilidade a razão do meu cepticismo: «Insanidade é fazer as coisas sempre da mesma forma e esperar resultados diferentes». Ora, é isso mesmo que está a acontecer com o Benfica, onde a submissão ao 4x3x3 persiste, a falta de dinâmica do miolo também, a Jonasdependência igualmente, e a má forma de vários jogadores idem, idem. Poderá haver quem, perante este quadro, pegue nos triunfos sobre Feirense, Arouca, V. Setúbal e AEK e consiga ver o copo quase cheio. Sinceramente, tenho alguma dificuldade em vislumbrar outra coisa que não seja um caminho estreito, pedregoso e pejado de perigos, que aumentam à medida que o ruído mediático envolvendo o clube e os seus dirigentes não dá sinais de diminuir (uma decisão favorável à SAD do Benfica na próxima quinta-feira pode ser um tónico poderoso; se a juíza decidir em sentido contrário, a instabilidade assentará arraiais).
Numa coisa Rui Vitória tem razão: a única forma deste Benfica abordar o futuro é passo a passo, jogo a jogo, um problema de cada vez. No próximo domingo, o Estádio dos Barreiros, no Funchal, será palco de mais um episódio desta saga. Que podia ter por título, «No arame e sem rede...»."
José Manuel Delgado, in A Bola
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