"A Argentina que tem um dos melhores jogadores de futebol do Mundo – Messi – está com enormes problemas para realizar a 2.ª mão da final da Taça dos Libertadores entre o River Plate e o Boca Juniors.
Não deixa de ser irónico, uma Taça que começou a jogar-se em 1960, em que o seu nome homenageia vários heróis da América do Sul: Simón Bolivar, José de San Martin, José Bonifácio, José Artigas, Bernardo O´Higgins, entre outros, tenha que ser jogada fora da Argentina, em Espanha.
Os argentinos entendem esta situação como um fracasso e uma traição, mas a culpa é toda deles pelos desacatos do 1.º jogo.
O que deveria ter acontecido era ter-se avaliado as condições para jogar e tudo fazer para que o jogo se realizasse com o mínimo de segurança. Se tal não fosse possível a COMMEBOL (Confederação Sul-Americana de Futebol) deveria sancionar desportivamente o River Plate pelos incidentes ocorridos a 24 de Novembro. Em 2015 nos oitavos-de-final da Taça Libertadores houve um ataque de gás pimenta dos adeptos do Boca a jogadores do River e terminou com a desclassificação do Boca.
Não tem jeito nenhum realizar um jogo entre dois clubes argentinos em Madrid. É passar um atestado de menoridade e de falta de capacidade aos argentinos resolverem os seus diferendos e problemas.
Os espanhóis já foram colonizadores dos argentinos, mas no séc. XXI essa situação não se devia colocar.
Esta decisão da COMMEBOL conseguiu o feito notável de pôr de acordo o Boca e o River, o que parece um milagre. Depois do que se passou não deveria haver final nenhuma e não se entregaria o troféu a nenhuma das equipas. A indisciplina e a violência devem ser banidas do futebol.
É incompreensível e não tem nexo nenhum que o clássico do futebol argentino não possa ser jogado em solo argentino com normalidade. Como reagiriam os portugueses se a UEFA obrigasse a jogar um Porto- Benfica no Rio de Janeiro?
O ataque ao autocarro do Boca Juniors perpetrado pelos adeptos do River quando este chegava ao estádio do River é inqualificável. As imagens passadas na televisão auguram o pior para o futebol argentino, há muita tensão e agressividade.
No futebol, como em tudo na vida tem que haver responsáveis e um clube tem que ser responsabilizado pelos seus adeptos. Se não o é quem tem que o ser?
Passar o jogo para Espanha, é passar um atestado de incompetência a um país que recentemente recebeu a reunião do G20. A Argentina tem capacidade para organizar uma reunião dos políticos mais poderoso do mundo e não tem capacidade para organizar um jogo de futebol entre dois rivais!
O futebol argentino não pode estar à mercê de um bando de adeptos violentos e arruaceiros que impeçam a realização de um jogo de futebol. Passar um jogo de uma final para outro país, por muito boas intenções que se possa ter, desvirtua a competição, prejudica quem quer ver o jogo no estádio e afecta a igualdade de condições por não permitir o factor casa.
É uma decisão inédita e a polémica não acabará depois do jogo se realizar em Espanha, vai continuar a via legal e a pôr em causa a decisão da COMMEBOL.
O que aconteceu em Buenos Aires foi os excessos que não respeitaram os limites, a violência tomou conta do futebol argentino. A culpa foi da claque do River, Barras Bravas, mas também da incompetência das forças de segurança.
A moral da história é que 100 fanáticos em acção ganharam a 60.000 pessoas que esperaram sete horas pelo começo do jogo que não se chegou a realizar.
Nota: no futebol para se ser Bola de Ouro tem que se jogar no Real Madrid. Ronaldo é muito mais jogador do que Modric."
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