"A 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, disputada no passado fim de semana, veio levantar de novo o problema da qualidade dos campos em que se disputam as provas nacionais.
Recordemos que nessa prova – a segunda mais importante do calendário –, a 1.ª eliminatória é disputada apenas entre equipas do Campeonato de Portugal (CP) e dos Distritais (D), com sorteio aberto; e as duas seguintes têm sorteio condicionado, com as equipas profissionais a jogarem obrigatoriamente fora da primeira vez que entram, as da II Liga na 2.ª eliminatória e as da I Liga na 3.ª eliminatória.
Na sua estreia, das 14 equipas da II Liga (as equipas B não participam), 12 visitaram equipas do campeonato de Portugal (tendo 5 sido eliminadas) e as outras 2 defrontaram equipas dos Distritais; e as 18 equipas da I Liga jogaram nos campos dos Distritais (2) e as restantes (16) do campeonato de Portugal.
Apesar das naturais diferenças de qualidade dos terrenos de jogo – nomeadamente nas dimensões e na existência de alguns sintéticos –, apenas 2 jogos não puderam ser jogados nos campos dos visitados, curiosamente de dois dos chamados grandes: o Sertanense- Benfica teve lugar em Coimbra e o Loures-Sporting em Alverca; em campos dos Distritais jogaram FC Porto (Vila Real) e Guimarães (Valenciano); e dos restantes até foram eliminados o Portimonense (pelo Cova da Piedade) e o Nacional (Lusitano de Vildemoinhos).
Uma pergunta, porventura inoportuna: será que todos aqueles campos estavam em perfeitas condições para receberem as equipas profissionais?
Mas o tema que hoje aqui nos traz diz respeito às dimensões dos relvados onde se disputam os jogos da I e da II Liga que, em nosso entender, deviam ser todos iguais: 105x70 metros (área de 7.350 m2) ou, no mínimo, 105x68 (7.140 m2), uma vez que esta largura está generalizada, não sabemos bem porquê.
De facto, embora estejam dentro das medidas legalmente definidas, todos sabemos que é muito diferente jogar num terreno de 100x64 m (6.400 m2, Aves e Covilhã), com menos 740 m2 de superfície, ou seja, menos 10% do espaço, naturalmente a permitir defender melhor e com menos esforço.
Mas não são apenas esses (dados do Guia Record 2018-19): com menos largura, Portimonense, Feirense, Aves, Covilhã, Paços de Ferreira, Braga B e Mafra (64m), Chaves, Rio Ave, Benfica B e Arouca (65), Académico de Viseu, Famalicão e Penafiel (66); e com menos comprimento, Chaves, Aves e Covilhã (100m), Mafra (101), Feirense e Tondela (102), Portimonense, Famalicão e Farense (103) e Moreirense (104).
Há apenas 5 estádios com as tais medidas padrão (105x70), obedecendo à regra do terço (2/3), tal com as balizas (7,32x2,44, 1/3): Boavista, Santa Clara, Belenenses (o Restelo, que não está a utilizar), Estoril e Académica (o Municipal); e, curiosamente, alguns até excedem o comprimento, Setúbal e Braga B (107m) e Guimarães, Penafiel e Arouca (106), que poderão ser facilmente acertados.
Entendemos que, para as ligas profissionais, não seria difícil, no prazo de dois ou três anos, conseguir a desejada uniformidade: 105/70, no mínimo 105x68 ou, ainda com alguma tolerância, 103x67, correspondente a uma área de 6.901 m2, menos 3,3% daquele mínimo; e com natural exigência para as equipas que subissem de escalão.
Identicamente, para o Campeonato de Portugal e Distritais (por arrastamento concorrentes à Taça de Portugal), Liga Revelação e Juniores, será de exigir um mínimo de 100x64 metros; e, para Juvenis, Iniciados, Veteranos e Femininos, medidas adaptadas, mas com valores tão próximos quanto possível dos aqui preconizados."
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