sábado, 27 de outubro de 2018

Entre o céu e o inferno

"Gostaria de informar o leitor da dificuldade que é para mim escrever a crónica desta semana. Redigia-a na terça-feira, no entanto apenas hoje, sexta, é publicada. Ora, o que é que sucede? Neste espaço de tempo decorreu a visita do Benfica a Amesterdão e, uma vez que não nasci com os dotes do Professor Chibanga, no momento em que componho este artigo não faço a mínima ideia se Rui Vitória deve renovar contrato até 2050, blindado por uma cláusula de 200 milhões, ou se Rui Vitória deve ser despedido.
Não sei bem se Vlachodimos é um valor seguro para guardar as nossas redes, quem sabe acima do nível de Ederson, Oblak e Benji Price, ou se Vlachodimos é a versão greco-alemã de Carlos Bossio e deveria ter optado antes por uma carreira na área da construção civil.
Sei lá eu, a esta hora, se o Pizzi é um digno maestro capaz de liderar a orquestra rumo à vitória na Liga dos Campeões ou, então, se é um jogador banal que teria dificuldade em conquistar a titularidade no Arsenal de Crespos, que participa no campeonato do INATEL em Braga. São questões pertinentes, contudo teria de conhecer o desfecho do jogo na Holanda para lhes dar resposta - embora saiba que as mesmas dúvidas se irão colocar repetidamente na véspera de qualquer desafio. Na generalidade, o adepto benfiquista é mesmo assim: eufórico nas vitórias, desesperado nos fracassos.
Até é compreensível em certa medida: o Benfica tem a obrigação de ganhar sempre. Aos meus olhos, por exemplo, esta já é uma época perdida: não será possível amealhar a totalidade de pontos em disputa no campeonato. Mediante essa expectativa, já levo 24 anos de frustração. Enfim, é difícil ser adepto do maior clube dom mundo."

Pedro Soares, in O Benfica

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