"Não há segundas oportunidades para causar primeiras impressões. Em Setembro, depois de oito jogos em menos de um mês, o Benfica eliminou o Fenerbahçe, passou o PAOK, venceu o Vitória na Luz (no fim da época, estaremos cá para ver até onde foi este Guimarães de Luís Castro), ganhou no Bessa (onde começou a debacle o ano passado), teve um empate amargo com o Sporting e esmagou o Nacional. O Benfica soube transformar um mês difícil num mês fácil.
Futebolisticamente, ficou a capacidade em marcar golos (nunca ficámos a zero e marcámos 17) e a facilidade em criar oportunidades (demasiadas desperdiçadas!). Mais importante, com um guarda-redes que oferece a presença na baliza que faltou o ano passado e com um Jardel veloz na recuperação e eficaz nas saídas a jogar, a defesa joga mais subida. No ataque, há, por vezes, excesso de vertigem (o que explica a dependência colectiva do jogo individual de Grimaldo de um lado e de Salvio de outro), sugerindo que a equipa, quando pressionada, pode perder o controlo dos jogos. Também a este respeito, Pizzi tem sido decisivo – é frequentemente o único jogador que pauta o ritmo do jogo, desacelerando-o quando necessário (também por isso, a equipa beneficiará do regresso de Krovinovic e, espera-se, da entrada de Zivkovic no onze titular).
Mas para quem achava que dificilmente o Benfica sobrevivia a este mês decisivo financeira e desportivamente, a resposta aí está: exibições convincentes, eficácia nos resultados e "porta aberta" aos jovens talentos do Seixal. O mais difícil, contudo, é o que aí vem: fase de grupos da Champions, garantir consistência exibicional e demonstrar, de forma sistemática, a prometida versatilidade táctica.
Confiança e cérebros desbloqueados
Basta ver Seferovic em campo para ficar clara a importância da confiança para um jogador. O suíço talvez não seja o jogador extraordinário da primeira meia-dúzia de jogos no Benfica, mas está longe de ser o avançado medíocre da segunda metade da época. As boas exibições da última semana demonstram que, para além de um sistema poder beneficiar mais determinadas características de um jogador, faz mesmo diferença ter o "cérebro desbloqueado". Ora, poucas coisas desbloqueiam tanto como sentir a confiança do treinador. O que é verdade para Seferovic, mas, também, para Ferreyra e Samaris.
Algum cinismo
Há por aí uma nova moda. Equipas pequenas que contra os grandes se "mantêm fieis à sua ideia", jogam o jogo pelo jogo e saem a construir desde trás. É receita certa para o desastre. Foi assim o Nacional este fim de semana, mas está bem longe de ser caso único. O futebol precisa também de algum cinismo e treinadores com consciência daquilo que a qualidade individual dos seus jogadores permite. Em muitos casos, na Liga NOS, permite pouco."
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