sábado, 29 de setembro de 2018

Obrigado, Eterno Capitão

"A vida não me preparou para isso. Estudei durante 15 anos em três instituições diferentes, tive dezenas de professores, assisti a inúmeras palestras, imensas visitas de estudo, e ninguém me ensinou a lidar com o fim da carreira de uma lenda viva do Benfica. O sistema de ensino português ainda tem muito por onde melhorar. Aos 37 anos, o Luisão acabou a carreira. Pessoalmente, discordo da decisão: por mim, o Luisão continuava a jogar até aos 66, que é a idade da reforma em Portugal. Ainda assim, respeito a escolha. É pena, porque até estava a ser interessante este arranque de campeonato do Girafa: mesmo sem jogar, até ao momento contabiliza tantos golos como o Freddy Montero.
O momento mais marcante de Luisão no Benfica sucedeu em 14 de Maio de 2005, por volta das 21h25, no Estádio da Luz. Petit levantou, Luisão penteou, e Ricardo ajudou. Petit, era conhecido como Pitbull, Luisão tinha a alcunha de Girafa e, não querendo ficar de fora deste ciclo animal, Ricardo escolheu vestir a pele de peru. Não há um único Natal onde o peru me saiba tão bem como naquela noite. No dia em que Luisão se estreou pelo Benfica, o João Félix ainda mal sabia andar, o Gedson usava fralda, e o Rúben Dias não sabia ler nem escrever. Não havia Facebook, o PES era melhor do que o FIFA e ainda não existiam os Morangos com Açúcar. Luisão assistiu dentro de campo ao empate no Bessa em 2004, ao golo do Simão em Liverpool, às meias-finais com o Fenerbaçhe, com a Juventus, e ao jogo dos '11 Eusébios' frente ao FCP. É  futebolista mais titulado da história do Benfica, o segundo com mais jogos. O Eterno Capitão pendurou as botas e pendurou-as bem alto, num cacifo aonde mais ninguém há-de chegar."

Pedro Soares, in O Benfica

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