quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Eleven Sports: o irritante disruptivo

"A par do E-Toupeira e dos emails, a Eleven Sports é o outro tema que domina o arranque da época, por razões bem diferentes dos primeiros. A uni-los há o potencial disruptivo que podem ter no futebol.
A Eleven Sports é uma pedrada no charco da compra de direitos e distribuição de conteúdos desportivos em Portugal. A maior onda de choque até ao momento foi criada pela aquisição dos direitos da Liga dos Campeões para Portugal, que há 20 anos pertenciam à Sport TV, incluindo os jogos das equipas portuguesas na prova. A estes soma-se os campeonatos espanhol, alemão e francês, além da Fórmula 1 nos motorizados.
Sim, a Eleven Sports veio trazer concorrência a um mercado até aqui essencialmente dominado por um operador. E isso é suposto ser bom para os consumidores. Mas, até aqui, criou apenas um "irritante" para os fãs de futebol.
O primeiro irritante é o "como". Quando se começa a escrever no campo de pesquisa do Google "Como ver", a primeira sugestão que recebemos é "Eleven Sports". O que testemunha que os portugueses estão ainda "à nora" sobre como lá chegar.
O outro irritante é o custo. Ver todo o futebol passou a custar, no mínimo, 44 euros mensais. Isto sem contar com a mensalidade da operadora. Caro demais para os nossos bolsos, portanto. Para já, os consumidores estão pior.
Os responsáveis da empresa têm noção do perigo deste irritante. "Se nós não tivermos 50% de distribuição em Portugal existirá uma revolução entre os fãs", assume Danny Menken, o director-geral, numa entrevista ao Observador.
Para a Eleven Sports é uma operação de elevado risco. O preço que pagou pelos direitos obriga-a a conseguir uma base ampla de subscritores. Tal como os outros serviços de "streaming", caso da Netflix, a ofensiva inicial obriga a contrair dívida e aceitar prejuízos nos primeiros anos. Mas depois a empresa está obrigada a dar rapidamente a volta. É uma corrida contra o tempo.
É por isso que, mais cedo ou mais tarde, a Eleven Sports acabará por fazer com a Meo, Nos e Vodafone o mesmo acordo que fez com a Nowo, reduzindo, pelo menos em parte, o irritante. A luta poderá chegar aos direitos do campeonato português, que são os que podem decidir para que campo cairá a bola, quanto expirarem os actuais contratos.
Inegável é que o paradigma está a mudar e também na Europa. A Amazon pagou mais de 4,5 mil milhões de libras pelos direitos de um conjunto de jogos da Premier League durante três anos, que vai passar através do seu serviço de "streaming". Irá a Netflix juntar-se à festa?
A visão de Andre Radrizzani, o empresário italiano de direitos de autor que é o maior accionista da Eleven Sports, é tentadora: ter os jogos disponíveis em qualquer écran e facilmente acessíveis por partida, época ou equipa através de um serviço de "streaming". "O preço unitário por cliente poderia ser mais baixo: o montante total ainda assim seria maior", disse ao The Telegraph. Será mesmo possível ter o melhor de dois mundos?"

1 comentário:

  1. O serviço da eleven sports é mau. Assinei e cancelei em período de experiência. Com o que oferecem duvido que tenham muita sorte.... netflix começou com um público alvo mais jovem

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