"Corria o ano de 1994 célere rumo ao seu final, quando um olheiro do SL Benfica em terras de José Eduardo dos Santos telegrafou para a Catedral "Descobri talento, ponto. Novo Eusébio, ponto. Mandem dinheiro para o bilhete de avião dele, ponto". Perante tais elogios, cresceu na Metrópole a ansiedade pelo rapaz que aí vinha, de tal forma que a estreia dele catapultou um insípido Benfica - Estoril de juniores, para o relvado principal do Mundo Glorioso. Não foram necessários muitos minutos entre a petizada e ainda menos no meio dos adultos para descobrir que o "Novo Rei" tinha 2 pés esquerdos e nenhum dele tinha 1% do talento da canhota Chalanista.
Da mesma forma como alguém lá nos confins do hemisfério sul se enganou em relação ao potencial de Akwá, também eu errei na avaliação de qual deveria ser a resposta do Benfica aos ataques que têm feito manchete no último ano e meio. Com a visão toldada por mais de 30 anos vividos em urbanidade, julguei ser possível ao Meu Clube adoptar uma postura plena de civismo e educação. Diz-me agora a sucessão de eventos que fui passarinho. Isto não vai lá com recursos ou comunicados, só se resolve à bruta, com um Mozer no departamento de comunicação e um Argel no jurídico, tendo como oficial de ligação entre ambos o Binya. Estes e o Thomas com Big Balls na direcção.
Já nem quero saber se temos culpa no E-Toupeira, nos Emails, nas claques ilegais ou no caralho que os foda, Agora, 1 jogo à porta fechada por arremesso de tochas, 1 ano depois do Pizzi ter sido agredido por um adepto em pleno relvado e 4 meses passados sobre uma chuva incandescente sobre o Rui Patrício? Não tem esta gente consciência que a Sport TV transmite todos os jogos (fora da Catedral) e os telespectadores sabem que são eles os únicos que não lançam tochas nem petardos nos estádios nacionais? Será que só os filhos da mãe dos adeptos do SLB é que entram nos estádios nacionais com material pirotécnico escondido no rabo, pronto a ser cagado nos "momentos de regozijo"? E julgam estes engravatadinhos de gabinete, que a solidão das bancadas corta a talho de foice a virilidade dos nossos rapazes lá em baixo na relva?
Deixemos-nos de historietas: 2 jogos à porta fechada, só significam 1 coisa... a indústria do futebol português não quer os adeptos do Glorioso nos estádios. A massa adepta mais populosa da nação, não faz falta a um campeonato disputado entre falidos, em estádios decrépitos. O que deve vender o negócio são os 40 membros legais da Febre Amarela e as 12 almas registadas que compõem a Civitas Fortíssima, à torreira do sol ou debaixo dum banho invernil a assistir ao Tondela - Feirense... sem tochas, claro. São incontáveis os orçamentos milionários que se constroem com a média de assistência dos jogos sem Benfica.
Todo o Ser Humano tem aquele momento em que deve atirar às urtigas os seus princípios e valores em prol do bem comum. É aquela hora em que pousa a chave de fendas e pega no martelo "se isto não vai com jeitinho...". Sempre considerei que os apelos ao boicote a jogos fora da Luz eram palermas. O futebol é um espectáculo e o jogo sem adeptos não passa de um ensaio ou de teatro às escuras. Mais, a visita do Glorioso "à província" é uma oportunidade única e indispensável do Benfiquista fora da capital, agarrar junto ao peito o Clube. Mas a verdade é que se eles não nos querem na nossa casa, certamente menos nos pretendem em propriedade alheia. É bem capaz de ser tempo de abandonar à sua sorte os reconhecidos extremamente saudáveis cofres adversários, estudando ao mesmo tempo, as consequências legais de não disponibilizar bilhetes de visitantes para o Palco Sagrado da Nação. Só à experiência, durante uns 2 ou 3 meses."
Ainda não saiu nenhum comentário anti Mão de Vata?
ResponderEliminarSai o meu!
Não gostei, demasiado carrancudo!