"Investigadores que estudaram as reacções cerebrais de um adepto fervoroso de futebol asseguram que o amor ao clube pode ser comparado ao amor romântico. O que acontece dentro das quatro linhas é um caso sério e nos últimos anos ganhou uma dimensão desmesurada, a reboque da imensa mediatização e globalização do fenómeno.
Meia dúzia de linhas não chegam para contar tudo, mas sintetiza-se o essencial. É estreita a linha que separa as paixões dos vícios, mais estreito ainda o caminho entre as máquinas milionárias dos clubes e os excessos de quem os dirige. Milhões despertam tentações. E quanto maior a ambição e a dimensão da máquina, maior o risco de esquemas, seduções e negócios pouco claros. Que os há, em abundância, em todos os níveis do futebol português.
O Sporting teve, este fim de semana, a maior participação de sempre na escolha do novo presidente, depois de meses traumáticos, iniciados com a inqualificável agressão a jogadores na Academia de Alcochete. O interesse de tantos sócios no processo não é apenas um sinal de vitalidade interna. É mais uma prova de que um clube não é dos dirigentes, nem dos que o usam à margem da lei. É de quem valoriza o jogo, o tal que tantas vezes se diz ser espectáculo mas se tornou drama de má qualidade.
Numa semana marcada por processos mediáticos, com a acusação ao Benfica e a punição ao Moreirense, quem gosta de futebol só pode confiar na Justiça e desejar que as investigações apurem tudo o que há a apurar. Seja em que clube for. Esperando que as provas sejam apresentadas onde têm de ser. Avaliando o que é legal ou ilegal, justo ou injusto, sem clubismos nem guerrilhas.
O amor pelo que se passa dentro do estádio existe. Está cientificamente provado. Quem o sente só pode exigir que ninguém o contamine com negócios fora de jogo."
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