"Magnus Cort ganhou a 15ª etapa contrariando a lógica de um sprint a três, obviamente por ser um finalizador mais rápido do que Ion Izaguirre e Bauke Mollema, pois deu-se ao luxo de fazer as derradeiras centenas de metros na frente do trio. É sabido que numa situação assim, a vantagem teórica pertence a quem vai a meio ou mesmo na terceira posição, por serem as que melhor permitem controlar qualquer movimentação nesse reduzido grupo a tempo de reagir.
A Astana, que perdeu o seu líder logo na segunda etapa deste Tour, o espanhol Luis León Sánchez, por queda, soube redesenhar objectivos, dando liberdade aos seus "lobos solitários" caça-etapas e foi quem melhor aproveitou as duas que se anunciavam como uma relativa "entente cordiale" entre os tubarões que discutem a geral. Venceu ambas: ontem, em Mende com Omar Fraile e, hoje, em Carcassone, com o dinamarquês que já tinha no palmarés duas etapas da Vuelta"2016, ambas ao sprint, a segunda delas no fecho da corrida, em Madrid.
Um dia depois de Dumoulin ter afirmado que, pelo que vira na chegada a Mende, no domingo, Geraint Thomas e Chris Froome podem virar-se um contra o outro (sinceridade, "mind games" ou derradeira esperança?), o grande grupo chegou junto à linha de meta 13 minutos após os fugitivos. Os rostos dos Sky, nomeadamente do camisola amarela, pareciam fechados, mas é um dado de difícil interpretação - é que amanhã cumpre-se o derradeiro dia de descanso que nem sempre tem os mesmos efeitos em todos os corredores (há que prefira não interromper o stress competitivo), e logo a seguir surgem três terríveis etapas pirenaicas em quatro dias, incluindo, na quarta-feira, os inéditos 65 quilómetros com duas montanhas de primeira categoria e final em categoria especial, a 2215 metros de altitude.
Também não é de excluir que o ambiente na equipa britânica esteja longe da harmonia militar de outros tempos. Com 1m39s de vantagem para Froome, Thomas começa a ver crescer no horizonte a hipótese de vencer o Tour, não obstante a hierarquia interna. Sucedeu noutras equipas ao longo dos tempos, sempre que o delfim ganha dimensão para ameaçar o chefe. Como na própria Sky, quando Froome foi mandado abrandar, no Tour"2012, pois era Wiggins o escolhido para vencer. Os próximos dias trarão novidades e serão uma boa oportunidade para aprofundar o tema."
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