terça-feira, 26 de junho de 2018

Horários do Mundial: crime imperdoável

"Não conheço os senhores, mas desejo que um dia ardam no inferno. Não há como dizer isto um tom mais lisonjeiro. Refiro-me, claro, aos organizadores do Mundial 2018. Que raio de horários são estes? Portugal - Marrocos às 13h00? Era suposto levar uma mão ao peito para cantar o hino enquanto a outra transportava uma colher de sopa até à boca? Jogos que decidem a passagem aos oitavos de final às 15h00 durante a semana? Esta gente não sabe que eu trabalho? E a partir das 21h00, quando termina o último encontro do dia? Há algum botão para avançar o tempo quatro vezes mais rápido como nas gravações de 2014, quando às 23h00 decorria o Honduras - Equador e às 2h00 se disputava o Costa do Marfim - Japão. Aí, sim, havia espectáculo em horas decentes. Estar no local de trabalho privado de assistir ao Nigéria - Islândia despedaça-me o coração. Será que ainda vou a tempo de avançar com uma providência cautelar contra os (i)responsáveis?
Portugal vai defrontar o Irão de Carlos Queiroz, treinador que deixou tão boas lembranças aos portugueses quanto Angelos Charisteas. Embora tenha tentado com afinco, nunca consegui eliminar da memória o minuto 72 do embate dos 'oitavos' frente à Espanha, em 2010, quando Queiroz pensou que Pedro Mendes era o homem certo para saltar do banco e guerrear com Iniesta, Xavi, Xabi Alonso e Busquets. Sempre que revejo o golo espanhol dessa partida sinto-me revoltado. Não pelo fora de jogo, mas por atentar que o Ricardo Costa estava em campo.

A lateral-direito. Creio que segunda-feira temos boas hipóteses. Se Carlos Queiroz continuar igual a si próprio, é provável que o Irão entre com um ou dois lenhadores em campo."


Pedro Soares, in O Benfica

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