quinta-feira, 17 de maio de 2018

Rúben Dias não pode distrair-se

"A avaliação de um defesa-central não pode ser descontextualizada da especificidade da função que desempenha. Poucos agregam a esses princípios básicos a excelência técnica imperiosa para entrar na elite. Rúben Dias, por ser jovem e ter muita qualidade, alimenta a ilusão de uma grandeza que, porventura, nunca atingirá nesses moldes grandiloquentes – e não pode perder de vista que muitos se perderam quando aspiraram à glória desprezando o essencial. Ser defesa obriga a abdicar de muitas ilusões, direccionando a paixão pelo futebol ao cumprimento de um talento menos reconhecido: não deixar os outros criar. Essa é a grande arte de quem está obrigado a depurar virtudes técnicas, tácticas, físicas e emocionais, para depois as diluir num colectivo que deve articular as diversas contribuições individuais.
Rúben Dias nasceu, cresceu e amadureceu como futebolista guiado por conceitos de eficácia e não de expressão artística na relação com a bola; relativizou a ilusão de um dia ser levado em ombros por truques magistrais e outros devaneios criativos em nome da inteligência com que retira aos outros a hipótese de brilharem. O tempo desempenha papel determinante na calibragem dos mais variados elementos da tarefa, nomeadamente as obrigações assumidas com a equipa e o jogo: tem de crescer depressa e bem, aprimorando os posicionamentos e a entrada aos lances; de influenciar o mais possível a acção dos parceiros que pisam terrenos próximos; de preservar conceitos globais de segurança e equilíbrio; e ainda está obrigado a melhorar a intervenção longe da bola e a depurar as decisões em momentos limite.
Aos 21 anos, porém, precisa de focar-se na moderação dos ímpetos, na correta detecção do perigo e na perfeita gestão da chegada aos lances. Esse, de resto, costuma ser o ponto mais difícil de cumprir na íntegra, embora dele dependa boa parte do seu futuro como jogador. A par da imposição segura como um dos melhores centrais portugueses da última década e meia, Rúben Dias tem cometido exageros nas descargas de agressividade sobre adversários directos. É excessivo pedir a um adolescente que seja responsável numa actividade interdita a menores mas é legítimo confrontá-lo com a necessidade de rectificar a intervenção, sob risco de prejudicar a equipa e transformar-se, ele próprio, num grande projecto incumprido.
Conta Jorge Valdano, génio ideológico de modalidade em que foi campeão como jogador, treinador e dirigente, que Daniel Passarella, central e capitão da Argentina campeã mundial em 1978, se lastimava ao ver defesas bater indiscriminadamente, sem clemência mas também sem sentido. Valdano estranhou a referência e retorquiu: "É preciso ter lata: fala sobre violência um tipo que até escolhia o osso que ia partir aos adversários." Passarella levou a mal e enquadrou a questão, como se reclamasse autoridade moral para falar sobre o assunto: "Queres comparar? Ao contrário destes medíocres que batem por necessidade, eu batia por prazer."
O central benfiquista terá de relativizar o prestígio que atribui ao choque, à intervenção agressiva, à delimitação do espaço e à defesa do estatuto pela via da picardia e da contundência gratuita. Não pode alimentar para sempre o sentimento de impunidade perante algumas grosserias, mesmo que assente a construção como defesa-central nos pressupostos de maturidade precoce, inteligência, liderança, carisma e ampla visão. Num futebol ao qual vão faltando centrais de qualidade superior, tem um papel extraordinário a desempenhar a partir de agora: oferecer futuro à Selecção Nacional. Só atingirá expressão planetária se souber interpretar o que a carreira lhe der; se escutar os mestres e nunca der por concluído o processo de assimilação de competências; se olhar em frente e perceber que, por ora, não há limites ao nível expectável como um dos melhores centrais portugueses de sempre.

Rui Patrício foi bode expiatório 
Para garantir a Champions, o Sporting tinha de derrotar o Marítimo
O erro de Rui Patrício nos Barreiros, mais grave pela raridade do que propriamente pelo peso relativo nas contas finais da Liga, será a referência eterna do 3º lugar. É justo porque já ninguém se lembra de erro tão clamoroso do melhor guarda-redes português; mas não pode servir de bode expiatório de uma actuação que concentrou desgaste físico acumulado e uma falta de atitude desesperante.

Sérgio Oliveira acima de todos
A lista dos 23 jogadores para o Mundial poderá conter algumas surpresas
Fernando Santos afirmou que há mais do que um jogador sem internacionalizações A no lote dos 35. Rúben Dias será um deles – perante o cenário actual, poucas dúvidas de que assim será. E que outros poderão estar nas mesmas circunstâncias? Um acima de todos: Sérgio Oliveira, cuja época superou os campeões europeus Renato Sanches, André Gomes, Adrien, João Mário, William e até Moutinho.

A grande época de Cláudio Ramos
O Tondela superou em larga medida as expectativas para a presente época
Cláudio Ramos foi considerado pelos jornalistas de Record o melhor guarda-redes da Liga. Aos 26 anos, importa esclarecer que não se trata de uma proeza avulsa, de um reconhecimento passageiro, de uma felicidade transitória. Há alguns anos que o guardião do templo tondelense está no topo da lista dos melhores guarda-redes portugueses. O sucesso da formação de Pepa começou nele. Sem dúvidas."


PS: Uma suposta convocatória de Sérgio Oliveira, seria uma ofensa ao futebol português!

2 comentários:

  1. O "record", AUTÊNTICO ESFREGÃO da imprensa desportiva, orgão OFICIOSO do pequeno mundo sportinguista , anda dorido nos entrefolhos e está com a boca deformada de tanto se ter ajoelhado aos pés de b.de carvalho, verdadeiro meteoro da honestidade e da verdade desportivas, só que padecendo de uma incurável patologia vista por muita gente...mas que escapou ai "recird". Tudo isto apenas para dizer ao autor do artigo acoma mencionado, que o Rubén Dias NÃO PEDIU, NEM VAI PEDIR NADA A NINGUÉM . O mesmo discurso poderia ser aplicado a Bruno Fernandes , também jovem impetuoso...mas do sporting o que é muito menos grave : não é assim? Já agora , deveriam estar á escuta , como simples profissionais da imprensa escrita, de "certos acontecimentos" de que se fala terem acontecido lá para os lados de Alcochete...e que SÓ têm feito AS MANCHETES de tudo o que é jornais e Tv's, tanto em Portugal como no Estrangeiro , para assim provarem que são de facto jornalistas e não moços de recados do sporting. Ainda nem sequer repararam que b.de carvalho ESTÁ ACABADO ? Procurem já outro "baluarte" sportinguista como ídolo , para não perderem a mão e não deixarem estragar a GRAXA e a ESCOVA. Permito-me sugerir-lhes os nomes de : manuel fernandes, dolbeth, n.saraiva,dias ferreira,otávio Machado(de quem se sabe sempre do que está a falar...) do Presidente António Ramalho,do Novo Banco, INTERVENCIONADO PELO ESTADO, pela "coragem" revelada ao conceder um perdão de dívida ao scp,(mais um...),de 94 milhões de €, merecendo o Prémio Stromp deste ano. Não esquecer que o ainda atual "caudillo" dos verdes, tinha como palmarés 14 ( CATORZE ) falências , o que lhe conferia autoridade para ser levado PELOS SÓCIOS á presidência de um Clube Centenário , mesmo sem NUNCA TER VISTO UM BOI DE FUTEBOL. Como forma de programa, bastou o doentio, "ser anti-Benfiquista"...até que a realidade veio ao de cima.

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  2. Suponho que este Rui Dias não seria nascido quando o Bruno Alves jogava no Porto! É incrível a dualidade de critério de análise desta gente.
    Em relação à selecção, espero, sinceramente, que o Rúben, como qualquer outro jogador do Benfica, não seja chamado. Percebo que seja um sonho para qualquer jogador, mas, por mim, do Benfica não ia nenhum!

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