quinta-feira, 31 de maio de 2018

A equipa de Karius

"Daqui por 50 anos, quando se fizer a história das finais da Liga dos Campeões, o nome de Loris Karius estará lá. Não, obviamente, pelas melhores razões, mas a verdade é que poucas vezes se viu um guarda-redes errar de forma tão grosseira, e com consequências para a sua equipa, num jogo tão importante. O Mundo desabou sobre o guarda-redes alemão do Liverpool. Em lágrimas, pediu desculpa aos adeptos. No dia seguinte à final de Kiev, confessou que ainda não tinha dormido. E recebeu mensagens de ódio, bem como ameaças, através das redes sociais, esse espaço cada vez mais pantanoso que comanda a sociedade.
Dias depois da final, um texto publicado no jornal mexicano ‘Récord’ chamou-me a atenção. Felipe Morales, o autor, escreveu um artigo intitulado ‘Eu quero Karius na minha equipa’. E lembrava, de forma muito pertinente, que "há más pessoas que são bons futebolistas e bons seres humanos que não são bons jogadores". Karius é um bom guarda-redes, e não são dois erros monstruosos no jogo errado que fazem com que deixe de o ser. Mas, acima de tudo, mostrou que é uma grande pessoa e um grande profissional: assumiu as suas responsabilidades, pediu desculpa aos adeptos, e sofreu com os próprios erros.
O futebol, pelo destaque que tem na sociedade, tornou-se quase tão importante como a própria vida. Karius foi insultado e humilhado como se os seus erros mudassem as nossas vidas ou as vidas de alguém. É altura para pensarmos todos do futebol aquilo que sempre foi: um jogo. Absolutamente apaixonante, mas apenas um jogo."

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