"Vinte e dois dias depois do post de Bruno de Carvalho no Facebook, que incendiou a cabina do e tirou a tranquilidade ao clube de Alvalade, os sinais apontam para a continuação da cruzada pelo desassossego levada a cabo pelo líder leonino. Jorge Jesus, que neste complicado processo teve o mérito supremo de garantir que o clube, colocado à beira do abismo, não daria o fatídico passo em frente, ao evitar que a suspensão dos jogadores fosse por diante e que a utilização da equipa B na I Liga ficasse como um marco negativo na vida do Sporting, foi ainda capaz de ser a argamassa que aguentou o grupo de trabalho operacional, criando assim condições para as cinco vitórias que se seguiram a que mantém o objectivo da Champions vivo e a presença no Jamor uma realidade.
Poder-se-ia pensar que o mais difícil estava feito e que depois da tempestade a bonança chegaria a Alvalade. Porém, a verdade é que Bruno de Carvalho não abdica de reivindicar o espaço que entende pertencer-lhe e aquilo que podia ser o regresso paulatino à convivência normal com o grupo de trabalho está a ser posto em causa à velocidade de SMS autofágicos, que funcionam qual gasolina em vez de água para afogar as labaredas. Aquilo que parecia difícil há três semanas - que fosse possível a este presidente voltar a conviver com este treinador e estes jogadores - seria exequível a partir do desanuviamento decorrente de cinco vitórias seguidas. Porém, Bruno de Carvalho tem um estilo muito próprio, avesso a consensos, e mais avesso ainda a ver fugir-lhe o protagonismo que os presidentes deixam aos jogadores e técnicos."
José Manuel Delgado, in A Bola
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