"Os clubes alemães têm vindo repetidamente a público afirmar que se estão a tornar incapazes de competir com os clubes das outras grandes ligas europeias, dizendo que não têm capacidade para chegarem aos astronómicos valores que se registam em contratações de jogadores.
Em reunião do passado dia 22 de Março, a maioria dos clubes participantes da Bundesliga decidiram manter a regra dos 50+1, o que está a criar uma divisão ideológica dentro da própria liga.
Em traços muito gerias, esta regra, prevista nos regulamentos da liga alemã, exige que, para obter a respectiva licença para competir, as SAD's (por mera comodidade, utiliza-se a terminologia da lei portuguesa) têm de ser controladas, maioritariamente, pelo correspondente clube fundador, numa lógica de 50% das acções, mais uma. O objectivo é, portanto, garantir que o clube fundador mantenha o controlo da SAD de forma a proteger os clubes da influência de investidores externos. Esta regra foi ainda pensada para garantir a estabilidade financeira dos clubes alemães e a integridade da respectiva competição nacional.
No entanto, nem todos os clubes estão de acordo com esta obrigação. Os opositores do 50+1 entendem que esta regra levou a um desinvestimento comparada com outras ligas europeias e que, por isso, está a perder competitividade. Há mesmo quem diga que esta regra pode comprometer uma violação da lei da concorrência da União Europeia, na medida em que restringe estas organizações comerciais (as SAD's) de tomarem as decisões que, financeiramente, entendam melhor para os fins por elas prosseguidos."
Marta Vieira da Cruz, in A Bola
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