quarta-feira, 25 de abril de 2018

A diferença que faz um treinador

"O melhor futebol praticado em Portugal não é de nenhum dos três grandes. Está em Chaves e tem um responsável: Luís Castro. Claro está que o Chaves é uma equipa bem mais fraca do que Benfica, Porto, Sporting, Braga e até Rio Ave. Com um orçamento mais reduzido (3 milhões, abaixo de Rio Ave – com 6 – e de Braga – com 12) e com um valor de mercado, de acordo com o Transfer Markt, que é, apenas, o nono da Liga NOS, o diferencial na qualidade individual dos jogadores e, não menos importante, uma estrutura bem mais recente na Iª Liga e menos profissional, ajudam a explicar o lugar ocupado na tabela classificativa.
Mas uma coisa é olharmos para os resultados do Chaves, outra, bem distinta, é reconhecermos uma ideia de jogo consistente, baseada na posse de bola, num futebol posicional, que não pode deixar de entusiasmar quem goste, de verdade, do desporto rei. Sintomaticamente, pelas redes sociais pululam vídeos virais do Chaves de Castro, à imagem dos do Nápoles de Sarri, do City de Guardiola ou do Bétis de Setién. Em todos os casos, um futebol envolvente, com as equipas a chegarem juntas à baliza, muita circulação de bola e uma elegância plástica que, se depreende, é tradução de uma ideia de jogo desafiante.
Por isso mesmo, é de inteira justiça o espaço dedicado a Luís Castro no último número da The Tactical Room. Numa interessante entrevista na revista dirigida por Martí Perarnau, Castro elabora sobre a sua ideia para o futebol. Não é um discurso sobre gestão de emoções ou sobre o papel da vontade de vencer. Bem pelo contrário, é uma conversa onde se prova que, também, no futebol os aspectos emocionais decorrem de uma abordagem racional.
Recupero duas ideias de Luís Castro: "uma equipa, em posse, tem de jogar sempre pensando no colectivo, e para que isso aconteça, todos se têm de posicionar de modo adequado. (...) é muito difícil uma jogada em que se integre a totalidade dos onze jogadores terminar numa situação de golo"; mas o treinador não esconde o seu "orgulho com o modo como a equipa trabalha para o alcançar. É o que procuramos nos treinos diários (...), um reflexo da nossa ideia de jogo". Uma ideia de jogo e treino orientado para a traduzir em campo.
Parece evidente, mas é uma abordagem que merecia ser mais partilhada. Até porque, após ter-se sagrado campeão da exigente IIª Liga com o Porto B (facto notável, considerando a realidade das equipas B e a maturidade competitiva de muitos dos clubes que disputam a competição), depois de, já no ano passado, ter sido autor do futebol mais interessante da Iª Liga, quando conduzia o Rio Ave, agora, quando se vê o Chaves a jogar, é impossível deixar de pensar o que faria este treinador noutro contexto, com mais recursos, uma estrutura de topo, estabilidade e jogadores com outra qualidade individual. Luís Castro merece-o, mas, acima de tudo, merecem todos aqueles que gostam do futebol jogado em campo."

4 comentários:

  1. Não sei o que é que a "inteligência" nacional vê no Luis Castro, um treinador mais do que vulgar, que tem o recorde de menor número de pontos na 1ª divisão qd treinou o Penafiel...

    E diz o PAS, sem se rir, que "é impossível deixar de pensar o que faria este treinador noutro contexto, com mais recursos, uma estrutura de topo, estabilidade e jogadores com outra qualidade individual"... estará esquecida a sua brilhante passagem pelo mais corrupto clube do mundo? O mesmo clube que o levou a conquistar de forma tão brilhante a 2ª liga; esquece o PAS que as vitórias neste clube não são currículo mas sim cadastro...

    Resultados medianos com 2 clubes que estão na "mó de cima", um porque é patrocinado pelo Jorge Mendes, o outro porque representa uma região que tinha sede de estar na 1ª divisão... mas qual foi o treinador que não teve o mesmo sucesso do Luis Castro no Rio Ave ou no Chaves?

    Realmente, este artigo não parece pertencer ao autor que o assina.

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  2. O PAS andou a fumar daquilo que faz rir... só pode!!!

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  3. Vocês não compreenderam!!!
    O Pedro está-se 'marimbando' para o Luís Castro, o propósito desta crónica, é dar uma 'tacada' no Rui Vitória, sem o citar uma única vez!!!
    Crítico, com sentido de estado...!!!
    Esta não é altura para este tipo de debates em fóruns abertos, quando acabar a época, a conversa será outra!
    Concordo quase sempre com o PAS (desportivamente) e creio que voltou a estar muito bem, ao optar por esta discrição !!!

    Abraços

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    1. Para além dos habituais chavões da "ideia de jogo", do "futebol posicional" ou sagrada "posse de bola", PAS deixa-se cair nas profundezas do ridículo com a hilariante tirada "no futebol os aspectos emocionais decorrem de uma abordagem racional"; se isto é para o Rui Vitória, um Homem que tem demonstrado ser, nas quase 3 épocas que leva no Benfica, um verdadeiro cubo de gelo... enfim... felizmente LFV não tem sido ingrato com quem presta serviços relevantes ao Clube...

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