"Em Fevereiro de 1907, o Sport Lisboa derrotou o 'invencível' Carcavellos, dos ingleses do Cabo Submarino, por 2-1, logo lhes sendo colocado, pela imprensa da época, o epíteto 'gloriosíssimo'. No verão seguinte, um jovem endinheirado, fascinado pela valentia e mestria do grupo de Belém, convenceu a quase totalidade da equipa, oferecendo melhores condições para a prática do futebol, a representar o seu clube, o Sporting. Goularde, Bragança, Cosme Damião e Félix Bermudes encontraram a fórmula para a revitalização do afamado grupo de Belém, mantendo vivas as suas cores e emblema e, pouco mais tarde, encontrando casa em Benfica, com sucesso imediato. Em 1910 e 1911 já o Benfica goleava o Sporting com regularidade. Em 1914, Artur José Pereira, à época o melhor jogador português, trocou o Benfica pelo Sporting, tornando-se o primeiro futebolista pago em Portugal.
O 'lagartismo' está bem impregnado em Bruno de Carvalho. Ou seja, a matriz genética do seu inabalável sportinguismo inclui a evidente, ainda que inconsciente, admiração pelo Benfica, embora trasvestida de desdém extremo. Nem se digna a escrever Benfica com maiúscula, apesar de vá ter vindo buscar o treinador, contratado vários ex-atletas e se inspirado para a fundação, a loja na Baixa, o museu (com a originalidade da vitrine vazia, metáfora perfeita para o Sporting das últimas décadas), o canal de televisão o kit sócio, etc.
O uso do B minúsculo arregimenta os seus pares e serve para apregoar uma suposta e delirante superioridade moral e desportiva, mas denota, sobretudo, o complexo de inferioridade em relação ao Benfica que tanto os caracteriza, martiriza e condiciona. Têm sido 'cinco anos maravilhosos', pois têm..."
João Tomaz, in O Benfica
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