quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Entendam-se…

"Há um dado que parece irrebatível: os estádios onde actuam por esta altura os 18 clubes da primeira Liga, foram todos aprovados e dados como aptos para o exercício da competição.

Está para durar o caso suscitado pela interrupção do jogo Estoril-FC Porto na última segunda-feira à noite quando, após jogados 45 minutos, a equipa canarinha vencia os dragões por 1-0.
Um resultado, diga-se desde já, perfeitamente ajustado à forma como decorreu aquele período de tempo, durante o qual deparámos com uma equipa (do Porto) amorfa, sem rasgo, insistindo num futebol directo que não é a sua imagem de marca, e outra mais organizada, coerente, solidária e intérprete de um modelo adequado à capacidade e possibilidades dos seus jogadores.
Para além deste aspecto iniciou-se de imediato uma longa e fastidiosa polémica, na busca de uma verdade que ainda não foi alcançada, mas que cada um dos protagonistas reclama como o seu instrumento argumentativo fundado na lógica e na razão.
Muda, com quase sempre, a Liga de Clubes preferiu não se intrometer na discussão, limitando-se a indicar nova data para a disputa dos 45 minutos que ficaram por jogar, quando o deveria ter feito de imediato e obrigando ao respeito pelo regulamento que obrigava a que esse período de tempo tivesse lugar nas 30 horas sequentes.
Pelo meio, e para colocar ainda gindungo na discussão, os protagonistas principais desataram a enumerar as suas razões: de um lado, os estorilistas a sacudirem responsabilidades, do outro, os portistas, a invocar o artigo mais badalado dos regulamentos nas últimas horas, segundo o qual lhes devem ser entregues os três pontos de uma refrega na qual, por enquanto, nada fizeram para os merecer.
No meio de tudo isto há um dado que parece irrebatível: os estádios onde actuam por esta altura os 18 clubes da primeira Liga, foram todos aprovados e dados como aptos para o exercício da competição. O que significa que tem de ser a própria Liga a definir a sua posição perante uma situação tão complexa, não se limitando apenas a marcar nova data para a conclusão do jogo, sem consenso, ao que parece, dos seus intervenientes.
Perante tudo isto, só resta, mais uma vez salientar, pela negativa, a “genuinidade” do futebol português que, não se sabe, vai ser capaz de continuar a resistir a todos os atropelos."

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