sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Só lá vamos com muita coragem

"Um período de negação far-me-á bem na minha qualidade de adepto insatisfeito. Esperemos por melhores dias mas há pouca margem.

Os 5-1 em Tondela tinham embalado o Benfica para um melhor Natal, não fosse o desaire da Taça da Liga.
Em Tondela jogámos muito bem, em casa, contra o Portimonense, jogámos muito mal (na segunda parte). Percebi, e concordo, com um onze inicial para atacar uma prova que era um objectivo. Depois do primeiro minuto da segunda parte, não percebi mais nada e, quando faço um esforço para perceber, prefiro desistir a aceitar as minhas conclusões. Não percebi nem a atitude da equipa, nem as substituições feitas na passada quarta-feira. Gostei muito da atitude, da qualidade, da entrega e até do compromisso colectivo mostrado no passado domingo. Não parecia a mesma equipa que disputou os dois jogos.
Agora, um período de negação far-me-á bem na minha qualidade de adepto insatisfeito. Também tenho direito. Para se ganhar títulos temos que jogar consistentemente bem, não chega fazê-lo ocasionalmente de forma razoável. Esperamos por melhores dias, mas há pouca margem e só lá vamos com muita coragem.
O Benfica sagrou-se campeão do mundo de hóquei em patins e destaca-se como o clube português com maior palmarés nacional e internacional. Só foi possível porque P. Rainha e A. Santos não foram os árbitros da final da Taça Intercontinental, houve honestidade e a final não foi apitada por escroques desonestos.
O esgoto a céu aberto em que a federação de hóquei e o conselho de arbitragem têm transformado a competição vai acabar mal. A arbitragem do Oliveirense - Benfica ajudou o País a perceber a gigantesca fraude onde alguns crápulas desonestos vão medrando. Diga-se que a Oliveirense é também uma vitima daquilo que se passa, o seu investimento no modalidade também merecia outra consideração. Erros haverá sempre, erros sistemáticos, direccionados, combinados ou negociados não poderão haver nunca. No jogo do pau é preciso uma vassoura, senão a modalidade, que já não está bem, acaba de vez. O próprio Benfica deve pensar a sua presença em competições sem um mínimo de verdade.
Um excelente e Santo Natal para todos os leitores de A Bola."

Sílvio Cervan, in A Bola

Invasores

"1. Custos do turismo é por causa do grande fluxo de visitantes nos primeiros dias de 2018 que o derby entre Benfica e Sporting (dia 3) foi agendado, por recomendação das forças de segurança, para as 21.30 horas, porque assim conseguirão mobilizar todos os seus meios para a Luz. Os clubes têm de aceitar os argumentos e não estrebuchar muito, mesmo que todos possamos duvidar da solidez das razões que levam a empurrar o jogo entre os dois emblemas com mais adeptos em Portugal para uma quarta-feira, meia hora antes da 10 da noite. Nem quero pensar no que seria se a capital do país e a sua área metropolitana tivesse, no mesmo fim de semana, a festa do título de um grande clube e, por exemplo, a visita de uma figura mundial como o papa, por exemplo. Não faltará muito para que copiemos os nossos vizinhos espanhóis, que marcam um Barcelona - Real Madrid para as 22 horas.

2. Soubemos esta semana que é mais grave atirar tochas para o relvado (Sporting multado em €12.050) do que agredir um futebolista em pleno local de trabalho (FC Porto multado em €2869), como aconteceu no clássico, quando Pizzi foi abalroado por um individuo em fúria da bancada. E confirmámos que a semântica é tirana: basta que nos relatórios se diga que se tratou de uma invasão e não de uma agressão para que o artigo que previa sanção de um a dois jogos à porta fechada (181.º) deixe de fazer sentido e que o quadro jurídico se limite a uma simpática pena pecuniária. Nada de novo, portanto: se um tipo que um dia decidiu atirar-se a um árbitro assistente no Estádio da Luz não causou mais que €2500 ao Benfica, não seria agora que assistiríamos à queda do Carmo e da Trindade de um clube ser severamente punido porque um adepto agrediu um futebolista, ao melhor estilo do Distrital no qual prolifera o pessoal de chapéu de chuva armado para a confusão. A arte de prevaricar é esta: saber onde está o risco. Desde que não haja socos e pontapés está tudo bem."

Fernando Urbano, in A Bola

PS: A desonestidade intelectual deveria ter limites, mas raramente tem... o colunista, sabe, porque não é ignorante, que os regulamentos após o incidente do Estádio da Luz, foram alterados, portanto a comparação que faz é absurda...
No incidente da Luz, o Benfica foi condenado à pena máxima, no quadro do regulamento que existia na altura, além de ter sido julgado e condenado nos Tribunais Civis; no antro da Corrupção os Corruptos foram 'condenados' abaixo da pena mínima, porque mudaram a qualificação do acto, e nos Tribunais Civis nada vai acontecer...!!!